No interior de SP, um trem que leva de volta à Revolução de 1932


Passeio Turístico encena o clima da cidade de Mogi Mirim, que sediou as tropas da frente leste e foi bombardeada durante o conflito

Por José Maria Tomazela
Atualização:

Vestindo touca e o clássico vestido branco, a enfermeira Natali usa compressas e ataduras para socorrer o soldado que acaba de chegar ferido do front leste da batalha contra as tropas federais. Natali Bentley Leme faz parte de um grupo de 12 atores que, com uma de uma dezena de figurantes, participam nesta terça-feira, 9 de julho, de uma encenação para reviver o clima da cidade de Mogi Mirim, no interior de São Paulo, durante a Revolução de 1932. A cidade paulista sediou as tropas da frente leste e foi bombardeada durante o conflito.

Desde o ano passado, a encenação passou a fazer parte do Passeio Turístico da Revolução que, este ano, chega à sua 10ª edição. Durante o 9 de Julho, a cidade de 92 mil habitantes revive o período do conflito levando os visitantes para os pontos de referência desse marco na história do Estado de São Paulo.

Desde o ano passado, a encenação passou a fazer parte do Passeio Turístico da Revolução que, este ano, chega à sua 10ª edição Foto: Denny Cesare/Estadão
continua após a publicidade

Em cada ponto, atores e figurantes apresentam cenas como a convocação do soldado, sua partida para a frente de combate, o socorro aos feridos e a homenagem aos mortos.

Para o secretário de Cultura e Turismo, Luiz Dalbo, a performance ajuda a população atual a refletir sobre o passado em que muitas famílias permitiram e até incentivaram seus filhos a irem para a frente de batalha.

“É uma forma de mostrar que Mogi Mirim foi protagonista na Revolução e esse passado heróico deve ser lembrado e cultuado pelas novas gerações. Foi um momento importante para São Paulo e para o país, e nossa cidade teve participação ativa”, disse.

continua após a publicidade

O turismólogo Ed Alípio, que conduz o evento, conta que as cenas se passam em locais que guardam lembranças do conflito, como a atual sede da Guarda Municipal, instalada no antigo campo de aviação, palco de ataques aéreos como o que destruiu cinco aviões federais, em 21 de setembro de 1932.

Alguns “soldados” serão recrutados para a luta no Coreto Santa Cecília, na Praça Rui Barbosa, onde aconteciam as convocações reais de combatentes.

Em cada ponto, atores e figurantes apresentam cenas como a convocação do soldado, sua partida para a frente de combate, o socorro aos feridos e a homenagem aos mortos. Foto: Denny Cesare/Estadão
continua após a publicidade

Os moradores e visitantes vão acompanhar tudo de perto. A cena da enfermeira Natali no atendimento a um combatente ferido será na Escola Coronel Venâncio, que foi usada como quartel pelas tropas paulistas. Na Praça Nove de Julho, onde fica o mausoléu dos mogi-mirenses que morreram nos combates, será encenada uma homenagem aos heróis.

O ponto alto da encenação acontece na estação ferroviária da antiga Mogiana, onde os soldados, vestindo os uniformes cáquis, com capacete e cantil, vão empunhar os fuzis e embarcar em um vagão como se fossem para a frente da guerra.

“Neste momento acontecem as despedidas dos familiares, em um clima de ansiedade pelos combates e a emoção da despedida”, disse Alípio.

continua após a publicidade

Na falta do trem, que já não circula pela linha da Mogiana, os soldados vão embarcar em uma carreta transformada em vagão, com capacidade para 120 pessoas. A encenação termina no Bunker da Revolução, um abrigo subterrâneo que, segundo historiadores, foi utilizado para proteger os soldados dos ataques aéreos e esconder munição, armas e alimentos durante os combates.

O local fica em um bosque de jabuticabeiras, onde os “soldados” acampam em barracas como as usadas na revolução e interagem com os visitantes.

continua após a publicidade

Natali, que já atuou em 2023, estará de volta nesta terça, 9, para a nova encenação. “Represento as mulheres que contribuíram cuidando dos feridos e também as que foram para o combate. Sem elas, boa parte da estrutura naquele momento, dos uniformes dos soldados, das panelas virando capacetes, não teria acontecido. Recontar essa história é importante como reflexão sobre como aconteceu e porque aconteceu. É um momento muito emblemático que aconteceu há tantos anos”, disse.

O ponto alto da encenação acontece na estação ferroviária da antiga Mogiana, onde os soldados, vestindo os uniformes cáquis, com capacete e cantil, vão empunhar os fuzis e embarcar em um vagão como se fossem para a frente da guerra Foto: Denny Cesare/Estadão

Para assumir o papel, a atriz foi atrás de textos de jornais e áudios que falam sobre a participação das mulheres, inclusive escrevendo cartas para os combatentes que estavam no front. “Houve casos de mulheres que se vestiram como os homens e foram descobertas quando já estavam nos combates. Depois houve o reconhecimento da importância delas”, disse.

continua após a publicidade

Diretora em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Ouro Preto e atriz pela Unicamp, Natali faz parte da Cia Amoré Palhaçaria. “A gente procura trazer para as famílias de hoje os sentimentos daquelas que lá atrás tiveram os filhos chamados para lutar pela causa dos paulistas. Passar pelos lugares de Mogi Mirim traz um pouco desse sentimento de reviver a história. É uma vivência única de trazer para mais próximo da gente esse fato histórico e para repensarmos nossas escolhas e nossa maneira de ver a vida”, disse.

  • O espetáculo é aberto ao público e acontece a partir das 13h30, com duração de cerca de duas horas. O grupo vai sair do Centro Cultural, na Avenida Santo Antônio, 430, centro.

Os visitantes também poderão conhecer o acervo da Revolução em exposição permanente no centro cultural. Além de granadas e bombas recolhidas no Morro do Gravi, onde foram travados combates acirrados, podem ser vistos uniformes, documentos e uma coleção de fotos históricas sobre a participação da cidade na guerra.

Restos mortais de cinco ex-combatentes serão transladados para Mausoléu de 32

Os restos mortais de cinco personagens da Revolução de 1932 serão transladados nesta terça-feira, feriado de 9 de Julho, para o Obelisco Mausoléu aos Heróis de 32, no Parque Ibirapuera.

A solenidade terá início às 9 horas. Em seguida, em frente ao monumento, acontece o desfile cívico-militar alusivo ao 92º aniversário da revolução. Participam as Forças Armadas, grupos de escoteiros, escolas, Polícias Civil e Militar, inclusive o Regimento de Polícia Montada ‘9 de Julho’.

Serão homenageados com o translado cinco ex-combatentes, entre eles uma mulher, a heroína Ralli Vallim Bellocchi. Os demais são o soldado Ernani da Gama Corrêa, ex-combatente que também atuou como médico no socorro aos feridos, Heber de Mello Valente, Horácio Martins e Paulo Affonso Aquilini.

Os translados para o mausoléu ocorrem após o consentimento formal dos parentes dos ex-combatentes, que originalmente estavam sepultados em cemitérios, muitos deles em cidades do interior.

Oficialmente, 713 soldados perderam a vista durante o conflito em que os paulistas e levantaram contra o governo de Getúlio Vargas por uma nova constituição. Há 800 urnas funerárias dispostas no Mausoléu, onde estão sepultados também os corpos de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo (MMDC), os mártires da revolução.

Vestindo touca e o clássico vestido branco, a enfermeira Natali usa compressas e ataduras para socorrer o soldado que acaba de chegar ferido do front leste da batalha contra as tropas federais. Natali Bentley Leme faz parte de um grupo de 12 atores que, com uma de uma dezena de figurantes, participam nesta terça-feira, 9 de julho, de uma encenação para reviver o clima da cidade de Mogi Mirim, no interior de São Paulo, durante a Revolução de 1932. A cidade paulista sediou as tropas da frente leste e foi bombardeada durante o conflito.

Desde o ano passado, a encenação passou a fazer parte do Passeio Turístico da Revolução que, este ano, chega à sua 10ª edição. Durante o 9 de Julho, a cidade de 92 mil habitantes revive o período do conflito levando os visitantes para os pontos de referência desse marco na história do Estado de São Paulo.

Desde o ano passado, a encenação passou a fazer parte do Passeio Turístico da Revolução que, este ano, chega à sua 10ª edição Foto: Denny Cesare/Estadão

Em cada ponto, atores e figurantes apresentam cenas como a convocação do soldado, sua partida para a frente de combate, o socorro aos feridos e a homenagem aos mortos.

Para o secretário de Cultura e Turismo, Luiz Dalbo, a performance ajuda a população atual a refletir sobre o passado em que muitas famílias permitiram e até incentivaram seus filhos a irem para a frente de batalha.

“É uma forma de mostrar que Mogi Mirim foi protagonista na Revolução e esse passado heróico deve ser lembrado e cultuado pelas novas gerações. Foi um momento importante para São Paulo e para o país, e nossa cidade teve participação ativa”, disse.

O turismólogo Ed Alípio, que conduz o evento, conta que as cenas se passam em locais que guardam lembranças do conflito, como a atual sede da Guarda Municipal, instalada no antigo campo de aviação, palco de ataques aéreos como o que destruiu cinco aviões federais, em 21 de setembro de 1932.

Alguns “soldados” serão recrutados para a luta no Coreto Santa Cecília, na Praça Rui Barbosa, onde aconteciam as convocações reais de combatentes.

Em cada ponto, atores e figurantes apresentam cenas como a convocação do soldado, sua partida para a frente de combate, o socorro aos feridos e a homenagem aos mortos. Foto: Denny Cesare/Estadão

Os moradores e visitantes vão acompanhar tudo de perto. A cena da enfermeira Natali no atendimento a um combatente ferido será na Escola Coronel Venâncio, que foi usada como quartel pelas tropas paulistas. Na Praça Nove de Julho, onde fica o mausoléu dos mogi-mirenses que morreram nos combates, será encenada uma homenagem aos heróis.

O ponto alto da encenação acontece na estação ferroviária da antiga Mogiana, onde os soldados, vestindo os uniformes cáquis, com capacete e cantil, vão empunhar os fuzis e embarcar em um vagão como se fossem para a frente da guerra.

“Neste momento acontecem as despedidas dos familiares, em um clima de ansiedade pelos combates e a emoção da despedida”, disse Alípio.

Na falta do trem, que já não circula pela linha da Mogiana, os soldados vão embarcar em uma carreta transformada em vagão, com capacidade para 120 pessoas. A encenação termina no Bunker da Revolução, um abrigo subterrâneo que, segundo historiadores, foi utilizado para proteger os soldados dos ataques aéreos e esconder munição, armas e alimentos durante os combates.

O local fica em um bosque de jabuticabeiras, onde os “soldados” acampam em barracas como as usadas na revolução e interagem com os visitantes.

Natali, que já atuou em 2023, estará de volta nesta terça, 9, para a nova encenação. “Represento as mulheres que contribuíram cuidando dos feridos e também as que foram para o combate. Sem elas, boa parte da estrutura naquele momento, dos uniformes dos soldados, das panelas virando capacetes, não teria acontecido. Recontar essa história é importante como reflexão sobre como aconteceu e porque aconteceu. É um momento muito emblemático que aconteceu há tantos anos”, disse.

O ponto alto da encenação acontece na estação ferroviária da antiga Mogiana, onde os soldados, vestindo os uniformes cáquis, com capacete e cantil, vão empunhar os fuzis e embarcar em um vagão como se fossem para a frente da guerra Foto: Denny Cesare/Estadão

Para assumir o papel, a atriz foi atrás de textos de jornais e áudios que falam sobre a participação das mulheres, inclusive escrevendo cartas para os combatentes que estavam no front. “Houve casos de mulheres que se vestiram como os homens e foram descobertas quando já estavam nos combates. Depois houve o reconhecimento da importância delas”, disse.

Diretora em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Ouro Preto e atriz pela Unicamp, Natali faz parte da Cia Amoré Palhaçaria. “A gente procura trazer para as famílias de hoje os sentimentos daquelas que lá atrás tiveram os filhos chamados para lutar pela causa dos paulistas. Passar pelos lugares de Mogi Mirim traz um pouco desse sentimento de reviver a história. É uma vivência única de trazer para mais próximo da gente esse fato histórico e para repensarmos nossas escolhas e nossa maneira de ver a vida”, disse.

  • O espetáculo é aberto ao público e acontece a partir das 13h30, com duração de cerca de duas horas. O grupo vai sair do Centro Cultural, na Avenida Santo Antônio, 430, centro.

Os visitantes também poderão conhecer o acervo da Revolução em exposição permanente no centro cultural. Além de granadas e bombas recolhidas no Morro do Gravi, onde foram travados combates acirrados, podem ser vistos uniformes, documentos e uma coleção de fotos históricas sobre a participação da cidade na guerra.

Restos mortais de cinco ex-combatentes serão transladados para Mausoléu de 32

Os restos mortais de cinco personagens da Revolução de 1932 serão transladados nesta terça-feira, feriado de 9 de Julho, para o Obelisco Mausoléu aos Heróis de 32, no Parque Ibirapuera.

A solenidade terá início às 9 horas. Em seguida, em frente ao monumento, acontece o desfile cívico-militar alusivo ao 92º aniversário da revolução. Participam as Forças Armadas, grupos de escoteiros, escolas, Polícias Civil e Militar, inclusive o Regimento de Polícia Montada ‘9 de Julho’.

Serão homenageados com o translado cinco ex-combatentes, entre eles uma mulher, a heroína Ralli Vallim Bellocchi. Os demais são o soldado Ernani da Gama Corrêa, ex-combatente que também atuou como médico no socorro aos feridos, Heber de Mello Valente, Horácio Martins e Paulo Affonso Aquilini.

Os translados para o mausoléu ocorrem após o consentimento formal dos parentes dos ex-combatentes, que originalmente estavam sepultados em cemitérios, muitos deles em cidades do interior.

Oficialmente, 713 soldados perderam a vista durante o conflito em que os paulistas e levantaram contra o governo de Getúlio Vargas por uma nova constituição. Há 800 urnas funerárias dispostas no Mausoléu, onde estão sepultados também os corpos de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo (MMDC), os mártires da revolução.

Vestindo touca e o clássico vestido branco, a enfermeira Natali usa compressas e ataduras para socorrer o soldado que acaba de chegar ferido do front leste da batalha contra as tropas federais. Natali Bentley Leme faz parte de um grupo de 12 atores que, com uma de uma dezena de figurantes, participam nesta terça-feira, 9 de julho, de uma encenação para reviver o clima da cidade de Mogi Mirim, no interior de São Paulo, durante a Revolução de 1932. A cidade paulista sediou as tropas da frente leste e foi bombardeada durante o conflito.

Desde o ano passado, a encenação passou a fazer parte do Passeio Turístico da Revolução que, este ano, chega à sua 10ª edição. Durante o 9 de Julho, a cidade de 92 mil habitantes revive o período do conflito levando os visitantes para os pontos de referência desse marco na história do Estado de São Paulo.

Desde o ano passado, a encenação passou a fazer parte do Passeio Turístico da Revolução que, este ano, chega à sua 10ª edição Foto: Denny Cesare/Estadão

Em cada ponto, atores e figurantes apresentam cenas como a convocação do soldado, sua partida para a frente de combate, o socorro aos feridos e a homenagem aos mortos.

Para o secretário de Cultura e Turismo, Luiz Dalbo, a performance ajuda a população atual a refletir sobre o passado em que muitas famílias permitiram e até incentivaram seus filhos a irem para a frente de batalha.

“É uma forma de mostrar que Mogi Mirim foi protagonista na Revolução e esse passado heróico deve ser lembrado e cultuado pelas novas gerações. Foi um momento importante para São Paulo e para o país, e nossa cidade teve participação ativa”, disse.

O turismólogo Ed Alípio, que conduz o evento, conta que as cenas se passam em locais que guardam lembranças do conflito, como a atual sede da Guarda Municipal, instalada no antigo campo de aviação, palco de ataques aéreos como o que destruiu cinco aviões federais, em 21 de setembro de 1932.

Alguns “soldados” serão recrutados para a luta no Coreto Santa Cecília, na Praça Rui Barbosa, onde aconteciam as convocações reais de combatentes.

Em cada ponto, atores e figurantes apresentam cenas como a convocação do soldado, sua partida para a frente de combate, o socorro aos feridos e a homenagem aos mortos. Foto: Denny Cesare/Estadão

Os moradores e visitantes vão acompanhar tudo de perto. A cena da enfermeira Natali no atendimento a um combatente ferido será na Escola Coronel Venâncio, que foi usada como quartel pelas tropas paulistas. Na Praça Nove de Julho, onde fica o mausoléu dos mogi-mirenses que morreram nos combates, será encenada uma homenagem aos heróis.

O ponto alto da encenação acontece na estação ferroviária da antiga Mogiana, onde os soldados, vestindo os uniformes cáquis, com capacete e cantil, vão empunhar os fuzis e embarcar em um vagão como se fossem para a frente da guerra.

“Neste momento acontecem as despedidas dos familiares, em um clima de ansiedade pelos combates e a emoção da despedida”, disse Alípio.

Na falta do trem, que já não circula pela linha da Mogiana, os soldados vão embarcar em uma carreta transformada em vagão, com capacidade para 120 pessoas. A encenação termina no Bunker da Revolução, um abrigo subterrâneo que, segundo historiadores, foi utilizado para proteger os soldados dos ataques aéreos e esconder munição, armas e alimentos durante os combates.

O local fica em um bosque de jabuticabeiras, onde os “soldados” acampam em barracas como as usadas na revolução e interagem com os visitantes.

Natali, que já atuou em 2023, estará de volta nesta terça, 9, para a nova encenação. “Represento as mulheres que contribuíram cuidando dos feridos e também as que foram para o combate. Sem elas, boa parte da estrutura naquele momento, dos uniformes dos soldados, das panelas virando capacetes, não teria acontecido. Recontar essa história é importante como reflexão sobre como aconteceu e porque aconteceu. É um momento muito emblemático que aconteceu há tantos anos”, disse.

O ponto alto da encenação acontece na estação ferroviária da antiga Mogiana, onde os soldados, vestindo os uniformes cáquis, com capacete e cantil, vão empunhar os fuzis e embarcar em um vagão como se fossem para a frente da guerra Foto: Denny Cesare/Estadão

Para assumir o papel, a atriz foi atrás de textos de jornais e áudios que falam sobre a participação das mulheres, inclusive escrevendo cartas para os combatentes que estavam no front. “Houve casos de mulheres que se vestiram como os homens e foram descobertas quando já estavam nos combates. Depois houve o reconhecimento da importância delas”, disse.

Diretora em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Ouro Preto e atriz pela Unicamp, Natali faz parte da Cia Amoré Palhaçaria. “A gente procura trazer para as famílias de hoje os sentimentos daquelas que lá atrás tiveram os filhos chamados para lutar pela causa dos paulistas. Passar pelos lugares de Mogi Mirim traz um pouco desse sentimento de reviver a história. É uma vivência única de trazer para mais próximo da gente esse fato histórico e para repensarmos nossas escolhas e nossa maneira de ver a vida”, disse.

  • O espetáculo é aberto ao público e acontece a partir das 13h30, com duração de cerca de duas horas. O grupo vai sair do Centro Cultural, na Avenida Santo Antônio, 430, centro.

Os visitantes também poderão conhecer o acervo da Revolução em exposição permanente no centro cultural. Além de granadas e bombas recolhidas no Morro do Gravi, onde foram travados combates acirrados, podem ser vistos uniformes, documentos e uma coleção de fotos históricas sobre a participação da cidade na guerra.

Restos mortais de cinco ex-combatentes serão transladados para Mausoléu de 32

Os restos mortais de cinco personagens da Revolução de 1932 serão transladados nesta terça-feira, feriado de 9 de Julho, para o Obelisco Mausoléu aos Heróis de 32, no Parque Ibirapuera.

A solenidade terá início às 9 horas. Em seguida, em frente ao monumento, acontece o desfile cívico-militar alusivo ao 92º aniversário da revolução. Participam as Forças Armadas, grupos de escoteiros, escolas, Polícias Civil e Militar, inclusive o Regimento de Polícia Montada ‘9 de Julho’.

Serão homenageados com o translado cinco ex-combatentes, entre eles uma mulher, a heroína Ralli Vallim Bellocchi. Os demais são o soldado Ernani da Gama Corrêa, ex-combatente que também atuou como médico no socorro aos feridos, Heber de Mello Valente, Horácio Martins e Paulo Affonso Aquilini.

Os translados para o mausoléu ocorrem após o consentimento formal dos parentes dos ex-combatentes, que originalmente estavam sepultados em cemitérios, muitos deles em cidades do interior.

Oficialmente, 713 soldados perderam a vista durante o conflito em que os paulistas e levantaram contra o governo de Getúlio Vargas por uma nova constituição. Há 800 urnas funerárias dispostas no Mausoléu, onde estão sepultados também os corpos de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo (MMDC), os mártires da revolução.

Vestindo touca e o clássico vestido branco, a enfermeira Natali usa compressas e ataduras para socorrer o soldado que acaba de chegar ferido do front leste da batalha contra as tropas federais. Natali Bentley Leme faz parte de um grupo de 12 atores que, com uma de uma dezena de figurantes, participam nesta terça-feira, 9 de julho, de uma encenação para reviver o clima da cidade de Mogi Mirim, no interior de São Paulo, durante a Revolução de 1932. A cidade paulista sediou as tropas da frente leste e foi bombardeada durante o conflito.

Desde o ano passado, a encenação passou a fazer parte do Passeio Turístico da Revolução que, este ano, chega à sua 10ª edição. Durante o 9 de Julho, a cidade de 92 mil habitantes revive o período do conflito levando os visitantes para os pontos de referência desse marco na história do Estado de São Paulo.

Desde o ano passado, a encenação passou a fazer parte do Passeio Turístico da Revolução que, este ano, chega à sua 10ª edição Foto: Denny Cesare/Estadão

Em cada ponto, atores e figurantes apresentam cenas como a convocação do soldado, sua partida para a frente de combate, o socorro aos feridos e a homenagem aos mortos.

Para o secretário de Cultura e Turismo, Luiz Dalbo, a performance ajuda a população atual a refletir sobre o passado em que muitas famílias permitiram e até incentivaram seus filhos a irem para a frente de batalha.

“É uma forma de mostrar que Mogi Mirim foi protagonista na Revolução e esse passado heróico deve ser lembrado e cultuado pelas novas gerações. Foi um momento importante para São Paulo e para o país, e nossa cidade teve participação ativa”, disse.

O turismólogo Ed Alípio, que conduz o evento, conta que as cenas se passam em locais que guardam lembranças do conflito, como a atual sede da Guarda Municipal, instalada no antigo campo de aviação, palco de ataques aéreos como o que destruiu cinco aviões federais, em 21 de setembro de 1932.

Alguns “soldados” serão recrutados para a luta no Coreto Santa Cecília, na Praça Rui Barbosa, onde aconteciam as convocações reais de combatentes.

Em cada ponto, atores e figurantes apresentam cenas como a convocação do soldado, sua partida para a frente de combate, o socorro aos feridos e a homenagem aos mortos. Foto: Denny Cesare/Estadão

Os moradores e visitantes vão acompanhar tudo de perto. A cena da enfermeira Natali no atendimento a um combatente ferido será na Escola Coronel Venâncio, que foi usada como quartel pelas tropas paulistas. Na Praça Nove de Julho, onde fica o mausoléu dos mogi-mirenses que morreram nos combates, será encenada uma homenagem aos heróis.

O ponto alto da encenação acontece na estação ferroviária da antiga Mogiana, onde os soldados, vestindo os uniformes cáquis, com capacete e cantil, vão empunhar os fuzis e embarcar em um vagão como se fossem para a frente da guerra.

“Neste momento acontecem as despedidas dos familiares, em um clima de ansiedade pelos combates e a emoção da despedida”, disse Alípio.

Na falta do trem, que já não circula pela linha da Mogiana, os soldados vão embarcar em uma carreta transformada em vagão, com capacidade para 120 pessoas. A encenação termina no Bunker da Revolução, um abrigo subterrâneo que, segundo historiadores, foi utilizado para proteger os soldados dos ataques aéreos e esconder munição, armas e alimentos durante os combates.

O local fica em um bosque de jabuticabeiras, onde os “soldados” acampam em barracas como as usadas na revolução e interagem com os visitantes.

Natali, que já atuou em 2023, estará de volta nesta terça, 9, para a nova encenação. “Represento as mulheres que contribuíram cuidando dos feridos e também as que foram para o combate. Sem elas, boa parte da estrutura naquele momento, dos uniformes dos soldados, das panelas virando capacetes, não teria acontecido. Recontar essa história é importante como reflexão sobre como aconteceu e porque aconteceu. É um momento muito emblemático que aconteceu há tantos anos”, disse.

O ponto alto da encenação acontece na estação ferroviária da antiga Mogiana, onde os soldados, vestindo os uniformes cáquis, com capacete e cantil, vão empunhar os fuzis e embarcar em um vagão como se fossem para a frente da guerra Foto: Denny Cesare/Estadão

Para assumir o papel, a atriz foi atrás de textos de jornais e áudios que falam sobre a participação das mulheres, inclusive escrevendo cartas para os combatentes que estavam no front. “Houve casos de mulheres que se vestiram como os homens e foram descobertas quando já estavam nos combates. Depois houve o reconhecimento da importância delas”, disse.

Diretora em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Ouro Preto e atriz pela Unicamp, Natali faz parte da Cia Amoré Palhaçaria. “A gente procura trazer para as famílias de hoje os sentimentos daquelas que lá atrás tiveram os filhos chamados para lutar pela causa dos paulistas. Passar pelos lugares de Mogi Mirim traz um pouco desse sentimento de reviver a história. É uma vivência única de trazer para mais próximo da gente esse fato histórico e para repensarmos nossas escolhas e nossa maneira de ver a vida”, disse.

  • O espetáculo é aberto ao público e acontece a partir das 13h30, com duração de cerca de duas horas. O grupo vai sair do Centro Cultural, na Avenida Santo Antônio, 430, centro.

Os visitantes também poderão conhecer o acervo da Revolução em exposição permanente no centro cultural. Além de granadas e bombas recolhidas no Morro do Gravi, onde foram travados combates acirrados, podem ser vistos uniformes, documentos e uma coleção de fotos históricas sobre a participação da cidade na guerra.

Restos mortais de cinco ex-combatentes serão transladados para Mausoléu de 32

Os restos mortais de cinco personagens da Revolução de 1932 serão transladados nesta terça-feira, feriado de 9 de Julho, para o Obelisco Mausoléu aos Heróis de 32, no Parque Ibirapuera.

A solenidade terá início às 9 horas. Em seguida, em frente ao monumento, acontece o desfile cívico-militar alusivo ao 92º aniversário da revolução. Participam as Forças Armadas, grupos de escoteiros, escolas, Polícias Civil e Militar, inclusive o Regimento de Polícia Montada ‘9 de Julho’.

Serão homenageados com o translado cinco ex-combatentes, entre eles uma mulher, a heroína Ralli Vallim Bellocchi. Os demais são o soldado Ernani da Gama Corrêa, ex-combatente que também atuou como médico no socorro aos feridos, Heber de Mello Valente, Horácio Martins e Paulo Affonso Aquilini.

Os translados para o mausoléu ocorrem após o consentimento formal dos parentes dos ex-combatentes, que originalmente estavam sepultados em cemitérios, muitos deles em cidades do interior.

Oficialmente, 713 soldados perderam a vista durante o conflito em que os paulistas e levantaram contra o governo de Getúlio Vargas por uma nova constituição. Há 800 urnas funerárias dispostas no Mausoléu, onde estão sepultados também os corpos de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo (MMDC), os mártires da revolução.

Vestindo touca e o clássico vestido branco, a enfermeira Natali usa compressas e ataduras para socorrer o soldado que acaba de chegar ferido do front leste da batalha contra as tropas federais. Natali Bentley Leme faz parte de um grupo de 12 atores que, com uma de uma dezena de figurantes, participam nesta terça-feira, 9 de julho, de uma encenação para reviver o clima da cidade de Mogi Mirim, no interior de São Paulo, durante a Revolução de 1932. A cidade paulista sediou as tropas da frente leste e foi bombardeada durante o conflito.

Desde o ano passado, a encenação passou a fazer parte do Passeio Turístico da Revolução que, este ano, chega à sua 10ª edição. Durante o 9 de Julho, a cidade de 92 mil habitantes revive o período do conflito levando os visitantes para os pontos de referência desse marco na história do Estado de São Paulo.

Desde o ano passado, a encenação passou a fazer parte do Passeio Turístico da Revolução que, este ano, chega à sua 10ª edição Foto: Denny Cesare/Estadão

Em cada ponto, atores e figurantes apresentam cenas como a convocação do soldado, sua partida para a frente de combate, o socorro aos feridos e a homenagem aos mortos.

Para o secretário de Cultura e Turismo, Luiz Dalbo, a performance ajuda a população atual a refletir sobre o passado em que muitas famílias permitiram e até incentivaram seus filhos a irem para a frente de batalha.

“É uma forma de mostrar que Mogi Mirim foi protagonista na Revolução e esse passado heróico deve ser lembrado e cultuado pelas novas gerações. Foi um momento importante para São Paulo e para o país, e nossa cidade teve participação ativa”, disse.

O turismólogo Ed Alípio, que conduz o evento, conta que as cenas se passam em locais que guardam lembranças do conflito, como a atual sede da Guarda Municipal, instalada no antigo campo de aviação, palco de ataques aéreos como o que destruiu cinco aviões federais, em 21 de setembro de 1932.

Alguns “soldados” serão recrutados para a luta no Coreto Santa Cecília, na Praça Rui Barbosa, onde aconteciam as convocações reais de combatentes.

Em cada ponto, atores e figurantes apresentam cenas como a convocação do soldado, sua partida para a frente de combate, o socorro aos feridos e a homenagem aos mortos. Foto: Denny Cesare/Estadão

Os moradores e visitantes vão acompanhar tudo de perto. A cena da enfermeira Natali no atendimento a um combatente ferido será na Escola Coronel Venâncio, que foi usada como quartel pelas tropas paulistas. Na Praça Nove de Julho, onde fica o mausoléu dos mogi-mirenses que morreram nos combates, será encenada uma homenagem aos heróis.

O ponto alto da encenação acontece na estação ferroviária da antiga Mogiana, onde os soldados, vestindo os uniformes cáquis, com capacete e cantil, vão empunhar os fuzis e embarcar em um vagão como se fossem para a frente da guerra.

“Neste momento acontecem as despedidas dos familiares, em um clima de ansiedade pelos combates e a emoção da despedida”, disse Alípio.

Na falta do trem, que já não circula pela linha da Mogiana, os soldados vão embarcar em uma carreta transformada em vagão, com capacidade para 120 pessoas. A encenação termina no Bunker da Revolução, um abrigo subterrâneo que, segundo historiadores, foi utilizado para proteger os soldados dos ataques aéreos e esconder munição, armas e alimentos durante os combates.

O local fica em um bosque de jabuticabeiras, onde os “soldados” acampam em barracas como as usadas na revolução e interagem com os visitantes.

Natali, que já atuou em 2023, estará de volta nesta terça, 9, para a nova encenação. “Represento as mulheres que contribuíram cuidando dos feridos e também as que foram para o combate. Sem elas, boa parte da estrutura naquele momento, dos uniformes dos soldados, das panelas virando capacetes, não teria acontecido. Recontar essa história é importante como reflexão sobre como aconteceu e porque aconteceu. É um momento muito emblemático que aconteceu há tantos anos”, disse.

O ponto alto da encenação acontece na estação ferroviária da antiga Mogiana, onde os soldados, vestindo os uniformes cáquis, com capacete e cantil, vão empunhar os fuzis e embarcar em um vagão como se fossem para a frente da guerra Foto: Denny Cesare/Estadão

Para assumir o papel, a atriz foi atrás de textos de jornais e áudios que falam sobre a participação das mulheres, inclusive escrevendo cartas para os combatentes que estavam no front. “Houve casos de mulheres que se vestiram como os homens e foram descobertas quando já estavam nos combates. Depois houve o reconhecimento da importância delas”, disse.

Diretora em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Ouro Preto e atriz pela Unicamp, Natali faz parte da Cia Amoré Palhaçaria. “A gente procura trazer para as famílias de hoje os sentimentos daquelas que lá atrás tiveram os filhos chamados para lutar pela causa dos paulistas. Passar pelos lugares de Mogi Mirim traz um pouco desse sentimento de reviver a história. É uma vivência única de trazer para mais próximo da gente esse fato histórico e para repensarmos nossas escolhas e nossa maneira de ver a vida”, disse.

  • O espetáculo é aberto ao público e acontece a partir das 13h30, com duração de cerca de duas horas. O grupo vai sair do Centro Cultural, na Avenida Santo Antônio, 430, centro.

Os visitantes também poderão conhecer o acervo da Revolução em exposição permanente no centro cultural. Além de granadas e bombas recolhidas no Morro do Gravi, onde foram travados combates acirrados, podem ser vistos uniformes, documentos e uma coleção de fotos históricas sobre a participação da cidade na guerra.

Restos mortais de cinco ex-combatentes serão transladados para Mausoléu de 32

Os restos mortais de cinco personagens da Revolução de 1932 serão transladados nesta terça-feira, feriado de 9 de Julho, para o Obelisco Mausoléu aos Heróis de 32, no Parque Ibirapuera.

A solenidade terá início às 9 horas. Em seguida, em frente ao monumento, acontece o desfile cívico-militar alusivo ao 92º aniversário da revolução. Participam as Forças Armadas, grupos de escoteiros, escolas, Polícias Civil e Militar, inclusive o Regimento de Polícia Montada ‘9 de Julho’.

Serão homenageados com o translado cinco ex-combatentes, entre eles uma mulher, a heroína Ralli Vallim Bellocchi. Os demais são o soldado Ernani da Gama Corrêa, ex-combatente que também atuou como médico no socorro aos feridos, Heber de Mello Valente, Horácio Martins e Paulo Affonso Aquilini.

Os translados para o mausoléu ocorrem após o consentimento formal dos parentes dos ex-combatentes, que originalmente estavam sepultados em cemitérios, muitos deles em cidades do interior.

Oficialmente, 713 soldados perderam a vista durante o conflito em que os paulistas e levantaram contra o governo de Getúlio Vargas por uma nova constituição. Há 800 urnas funerárias dispostas no Mausoléu, onde estão sepultados também os corpos de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo (MMDC), os mártires da revolução.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.