O Departamento de Estradas de Rodagem (DER), órgão do governo estadual, publicou no Diário Oficial do Estado as empresas classificadas na licitação que prevê a instalação de 649 novos radares fixos nas rodovias paulistas.
O governo estadual prevê investir R$ 202,6 milhões nos equipamentos. Ainda há prazo para recursos das empresas desclassificadas. A previsão é de que os radares comecem a operar em janeiro de 2025.
Os medidores de velocidade serão instalados nas estradas não concedidas, ou seja, aquelas ainda administradas pelo Estado, por meio do DER, entre elas a Mogi-Bertioga e a Raposo Tavares. São cerca de 13 mil quilômetros de estradas pavimentadas, divididas em 14 lotes.
Para receber os novos radares, o DER definiu os pontos críticos em rodovias de 14 regionais do órgão no Estado. Estradas da região metropolitana de São Paulo terão 124 equipamentos, enquanto a região de Campinas vai ganhar 85.
As demais regiões com novos radares são as de Taubaté (66 pontos), Rio Claro (61), Itapetininga (49), Presidente Prudente (43), Cubatão (43), Assis (34), São José do Rio Preto (34), Ribeirão Preto (30), Bauru (29), Barretos (22), Araraquara (15), e Araçatuba (14).
Entre as rodovias, a SP-055, que liga Ubatuba, no litoral norte, a Peruíbe, no litoral sul, terá 41 novos pontos de fiscalização de velocidade. No corredor Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga serão 25 radares. A Raposo Tavares, que liga São Paulo ao sudoeste paulista, contará com 22 novos equipamentos de medição e Luiz de Queiroz (SP-304), na região de Piracicaba, contará com mais 16.
Redução de mortes e feridos no trânsito
A instalação dos radares é uma das estratégias do Plano de Segurança Viária do governo estadual que prevê reduzir, até 2030, ao menos à metade a taxa estadual de mortes no trânsito. Lançado em maio, o plano pretende garantir que todas as rodovias novas ou reabilitadas alcancem classificação mínima de segurança de três estrelas, conforme a metodologia internacional para redução de mortes e feridos no trânsito.
As avaliações com estrelas refletem o risco para o usuário da rodovia. Estradas com uma estrela têm risco mais alto e naquelas com cinco estrelas o risco é muito baixo.
Segundo o DER, os novos equipamentos são mais modernos e eficientes, já que, além de fiscalizar a velocidade e fazer a contagem dos veículos, farão a leitura automática das placas e transmissão em tempo real para uma central do departamento.
A inovação amplia a capacidade de fiscalização do Estado nas rodovias de São Paulo, segundo o órgão. Atualmente, essas estradas são fiscalizadas apenas pelo policiamento rodoviário.
Após a análise de documentação, capacidade de execução e eventuais recursos, a empresa vencedora terá 90 dias para a instalação e aferição dos radares pelo Instituto de Pesos e Medidas (Ipem).
A empresa Splice Indústria Comércio e Serviços Ltda foi classificada em primeiro lugar em seis dos 14 lotes (1, 2, 5, 10, 12 e 14), enquanto o Consórcio Paulista de Fiscalização está na frente em cinco (3, 4, 6, 7 e 13). O lote 8 tem como melhor colocado o Consórcio Radarsp; o lote 9 o Consórcio Conectasp Rodovias e o lote 11 a empresa Tecdet Tecnologia em Detecções Comércio Importação e Exportação Ltda.
Nova Raposo Tavares
O edital para a concessão de 92 quilômetros de rodovias do Lote Nova Raposo, do governo estadual, foi publicado nessa sexta-feira, 26. O projeto prevê investimentos de R$ 7,3 bilhões e a transferência do trecho da Raposo Tavares entre São Paulo e Cotia, hoje administrado pelo Estado, para a iniciativa privada. O plano tem sido criticado por associações de moradores e ambientalistas,
Serão instalados nesse trecho seis pórticos de pedágio com cobrança eletrônica, inclusive em áreas urbanas. O leilão está marcado para 28 de novembro.
Entre as obras, estão previstas novas faixas na rodovia e a construção de marginais na Raposo, além de túnel, valas e viadutos. Um colegiado de 105 associações de moradores chegou a pedir adiamento da licitação para que o projeto fosse mais discutido.
A Secretaria de Parcerias em Investimentos, do governo do Estado, afirma que houve ampla divulgação na mídia e grande participação em audiências públicas sobre o projeto.