Nova ação da PM na Baixada Santista supera nº de mortes da Operação Escudo, de 2023


Desde o início da ação, houve 706 presos e apreensão de 509 kg de drogas e 81 armas ilegais, diz a secretaria; parentes falam de inocentes entre os óbitos e governo diz investigar os casos

Por Renata Okumura

A Operação Verão deflagrada pela Polícia Militar na Baixada Santista, no litoral paulista, teve 30 mortos até terça-feira, 20, segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP). Com isso, a operação já supera o número de óbitos na Operação Escudo (28), deflagrada no ano passado na mesma região.

Movimentação de policiais militares no distrito de Vicente de Carvalho, no Guarujá, Foto: Taba Benedicto/Estadão

Neste ano, as ações foram intensificadas após o assassinato do soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Samuel Wesley Cosmo e do cabo José Silveira dos Santos no início de fevereiro.

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“Até o momento, 30 pessoas morreram em confronto com a polícia, entre elas o líder de uma facção criminosa envolvida com o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, tribunal do crime e atentado contra agentes públicos”, afirmou a SSP. Conforme a pasta, a iniciativa é voltada ao combate à criminalidade e a garantia da segurança da população.

Entre as mortos, segundo a polícia, está Rodrigo Pires dos Santos, de 40 anos, conhecido como Danone, apontado como líder de facção no Guarujá e responsável por ataques contra agentes públicos.

Ainda conforme a pasta, no período, 706 criminosos foram presos, incluindo 261 procurados pela Justiça. Além disso, foram apreendidos 509 quilos de drogas e 81 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito.

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A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) chegou a transferir o gabinete da pasta para Santos na tentativa de frear a onda de violência na região. Coronéis ouvidos pela reportagem se dividem sobre a estratégia de policiamento ostensivo para enfrentar o problema.

Parentes falam de inocentes entre os 18 mortos pela polícia na Baixada. “Meu pai não era traficante, mas quem mora na favela não tem voz”, disse ao Estadão a filha do catador de lixo José Marcos Nunes da Silva, de 45 anos, morto no barraco onde vivia, em São Vicente. A família diz que ele era usuário de drogas, mas não estava envolvido com o crime. A SSP afirma investigar o caso.

Em Santos, moradores relatam medo e até desejo de se mudar. “Não queria me mudar, mas estou assustado”, disse o aposentado Aluízio Barbosa, de 69 anos, que vive na área onde um dos PMs foi morto.

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Já a Operação Escudo começou em 28 de julho de 2023, com a morte do PM da Rota Patrick Bastos Reis, até seu encerramento, em 9 de setembro, com 28 mortos pela polícia no litoral.

A Ouvidoria das polícias e a Defensoria Pública apontaram suspeitas de abusos pelas tropas nas mortes. À época, o governo estadual negou irregularidades e disse investigar todas as ocorrências.

Policiais realizam atividade de patrulha durante a primeira fase da operação Escudo, em julho de 2023. Foto: Taba Benedicto/Estadão
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Massacre do Carandiru

Na ação policial mais letal da história do Estado de São Paulo, ocorrida em 2 de outubro de 1992, há mais de 30 anos, 111 presos foram mortos. Ao todo, 74 PMs foram denunciados pelos assassinatos.

A Casa de Detenção de São Paulo, na zona norte paulistana, foi desativada em 2002, na gestão Geraldo Alckmin (na época no PSDB, hoje no PSB), e em dezembro daquele ano os pavilhões foram demolidos. O complexo penitenciário deu lugar ao Parque da Juventude e ao Museu Penitenciário Paulista. O Pavilhão 9, local onde ocorreram os 111 assassinatos, virou um estacionamento. /COLABORARAM RAÍSSA MOTTA E ÍTALO LO RE

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A Operação Verão deflagrada pela Polícia Militar na Baixada Santista, no litoral paulista, teve 30 mortos até terça-feira, 20, segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP). Com isso, a operação já supera o número de óbitos na Operação Escudo (28), deflagrada no ano passado na mesma região.

Movimentação de policiais militares no distrito de Vicente de Carvalho, no Guarujá, Foto: Taba Benedicto/Estadão

Neste ano, as ações foram intensificadas após o assassinato do soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Samuel Wesley Cosmo e do cabo José Silveira dos Santos no início de fevereiro.

“Até o momento, 30 pessoas morreram em confronto com a polícia, entre elas o líder de uma facção criminosa envolvida com o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, tribunal do crime e atentado contra agentes públicos”, afirmou a SSP. Conforme a pasta, a iniciativa é voltada ao combate à criminalidade e a garantia da segurança da população.

Entre as mortos, segundo a polícia, está Rodrigo Pires dos Santos, de 40 anos, conhecido como Danone, apontado como líder de facção no Guarujá e responsável por ataques contra agentes públicos.

Ainda conforme a pasta, no período, 706 criminosos foram presos, incluindo 261 procurados pela Justiça. Além disso, foram apreendidos 509 quilos de drogas e 81 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito.

A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) chegou a transferir o gabinete da pasta para Santos na tentativa de frear a onda de violência na região. Coronéis ouvidos pela reportagem se dividem sobre a estratégia de policiamento ostensivo para enfrentar o problema.

Parentes falam de inocentes entre os 18 mortos pela polícia na Baixada. “Meu pai não era traficante, mas quem mora na favela não tem voz”, disse ao Estadão a filha do catador de lixo José Marcos Nunes da Silva, de 45 anos, morto no barraco onde vivia, em São Vicente. A família diz que ele era usuário de drogas, mas não estava envolvido com o crime. A SSP afirma investigar o caso.

Em Santos, moradores relatam medo e até desejo de se mudar. “Não queria me mudar, mas estou assustado”, disse o aposentado Aluízio Barbosa, de 69 anos, que vive na área onde um dos PMs foi morto.

Já a Operação Escudo começou em 28 de julho de 2023, com a morte do PM da Rota Patrick Bastos Reis, até seu encerramento, em 9 de setembro, com 28 mortos pela polícia no litoral.

A Ouvidoria das polícias e a Defensoria Pública apontaram suspeitas de abusos pelas tropas nas mortes. À época, o governo estadual negou irregularidades e disse investigar todas as ocorrências.

Policiais realizam atividade de patrulha durante a primeira fase da operação Escudo, em julho de 2023. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Massacre do Carandiru

Na ação policial mais letal da história do Estado de São Paulo, ocorrida em 2 de outubro de 1992, há mais de 30 anos, 111 presos foram mortos. Ao todo, 74 PMs foram denunciados pelos assassinatos.

A Casa de Detenção de São Paulo, na zona norte paulistana, foi desativada em 2002, na gestão Geraldo Alckmin (na época no PSDB, hoje no PSB), e em dezembro daquele ano os pavilhões foram demolidos. O complexo penitenciário deu lugar ao Parque da Juventude e ao Museu Penitenciário Paulista. O Pavilhão 9, local onde ocorreram os 111 assassinatos, virou um estacionamento. /COLABORARAM RAÍSSA MOTTA E ÍTALO LO RE

A Operação Verão deflagrada pela Polícia Militar na Baixada Santista, no litoral paulista, teve 30 mortos até terça-feira, 20, segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP). Com isso, a operação já supera o número de óbitos na Operação Escudo (28), deflagrada no ano passado na mesma região.

Movimentação de policiais militares no distrito de Vicente de Carvalho, no Guarujá, Foto: Taba Benedicto/Estadão

Neste ano, as ações foram intensificadas após o assassinato do soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Samuel Wesley Cosmo e do cabo José Silveira dos Santos no início de fevereiro.

“Até o momento, 30 pessoas morreram em confronto com a polícia, entre elas o líder de uma facção criminosa envolvida com o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, tribunal do crime e atentado contra agentes públicos”, afirmou a SSP. Conforme a pasta, a iniciativa é voltada ao combate à criminalidade e a garantia da segurança da população.

Entre as mortos, segundo a polícia, está Rodrigo Pires dos Santos, de 40 anos, conhecido como Danone, apontado como líder de facção no Guarujá e responsável por ataques contra agentes públicos.

Ainda conforme a pasta, no período, 706 criminosos foram presos, incluindo 261 procurados pela Justiça. Além disso, foram apreendidos 509 quilos de drogas e 81 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito.

A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) chegou a transferir o gabinete da pasta para Santos na tentativa de frear a onda de violência na região. Coronéis ouvidos pela reportagem se dividem sobre a estratégia de policiamento ostensivo para enfrentar o problema.

Parentes falam de inocentes entre os 18 mortos pela polícia na Baixada. “Meu pai não era traficante, mas quem mora na favela não tem voz”, disse ao Estadão a filha do catador de lixo José Marcos Nunes da Silva, de 45 anos, morto no barraco onde vivia, em São Vicente. A família diz que ele era usuário de drogas, mas não estava envolvido com o crime. A SSP afirma investigar o caso.

Em Santos, moradores relatam medo e até desejo de se mudar. “Não queria me mudar, mas estou assustado”, disse o aposentado Aluízio Barbosa, de 69 anos, que vive na área onde um dos PMs foi morto.

Já a Operação Escudo começou em 28 de julho de 2023, com a morte do PM da Rota Patrick Bastos Reis, até seu encerramento, em 9 de setembro, com 28 mortos pela polícia no litoral.

A Ouvidoria das polícias e a Defensoria Pública apontaram suspeitas de abusos pelas tropas nas mortes. À época, o governo estadual negou irregularidades e disse investigar todas as ocorrências.

Policiais realizam atividade de patrulha durante a primeira fase da operação Escudo, em julho de 2023. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Massacre do Carandiru

Na ação policial mais letal da história do Estado de São Paulo, ocorrida em 2 de outubro de 1992, há mais de 30 anos, 111 presos foram mortos. Ao todo, 74 PMs foram denunciados pelos assassinatos.

A Casa de Detenção de São Paulo, na zona norte paulistana, foi desativada em 2002, na gestão Geraldo Alckmin (na época no PSDB, hoje no PSB), e em dezembro daquele ano os pavilhões foram demolidos. O complexo penitenciário deu lugar ao Parque da Juventude e ao Museu Penitenciário Paulista. O Pavilhão 9, local onde ocorreram os 111 assassinatos, virou um estacionamento. /COLABORARAM RAÍSSA MOTTA E ÍTALO LO RE

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