Patinete elétrico de aluguel volta a SP. Como funciona? Problemas de antes foram resolvidos?


Prefeitura criou normas para evitar obstrução de calçadas e acidentes, mas reportagem encontrou usuários infringindo regras na primeira semana em que o serviço está disponível; projeto piloto funciona em Pinheiros

Por Giovanna Castro
Atualização:

A Prefeitura de São Paulo criou novas regras e liberou uma empresa para oferecer o serviço de patinete elétrico de aluguel na cidade, com normas de uso que tentam resolver os problemas identificados entre 2019 e 2020, quando esse tipo de veículo tomou conta especialmente da região da Avenida Faria Lima, em Pinheiros, na zona oeste.

Na época, os equipamentos causaram transtornos por mau uso, por serem deixados espalhados em passeios públicos e provocarem acidentes, já que eram utilizados irregularmente em calçadas.

Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, é um dos pontos que têm estação para retirar patinetes Foto: Werther Santana/Estadão
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Os patinetes da nova empresa habilitada - a Whoosh, que já opera no Rio de Janeiro, em Florianópolis e em Porto Alegre - foram disponibilizados no último dia 13, em projeto piloto na região de Pinheiros, com 88 postos e mil equipamentos disponíveis.

A expectativa da operadora é de chegar a 3,5 mil patinetes nos próximos meses e ampliar a área de atuação para outros bairros. Mas, em uma semana de operação, já foram identificados problemas parecidos com os de anos atrás.

Procurada, a Prefeitura informou que vai notificar a empresa para que ela adote “as medidas necessárias ao cumprimento das normas”. A Whoosh, por sua vez, disse já oferecer estrutura para uma “experiência segura” e “em total conformidade com as regulamentações da Prefeitura”.

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A reportagem esteve nesta quinta-feira, 18, no Largo da Batata, em Pinheiros, e na Alameda Santos, no Cerqueira César, e encontrou crianças brincando com os patinetes nas calçadas e pessoas dando carona com o veículo - dois comportamentos proibidos pelo regulamento da Prefeitura.

Havia também patinetes deixados no meio do passeio público, atrapalhando a movimentação de pedestres no Largo da Batata. Poucas pessoas utilizavam capacete, equipamento recomendado para segurança, mas não obrigatório.

Em nenhum dos dois postos, assim como nos pontos de patinetes ao longo da Avenida 9 de Julho, foram encontradas placas informando sobre as regras de uso, apenas cartões pequenos nos próprios equipamentos. No aplicativo também são exibidas as normas.

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Patinetes elétricos voltaram ao Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, e reportagem flagrou jovens andando em dupla nos patinetes e indevidamente na calçada, chegando a dar tapas na cabeça dos pedestres que caminhavam pelo local. Foto: Werther Santana/Estadão

“Quando dá cinco horas da tarde, isso aqui fica lotado, não dá para passar. O pessoal só larga o patinete de qualquer jeito e sai andando. Depois, a turma desce do ponto de ônibus e não consegue chegar na estação de metrô”, disse Almir Pimentel, que tem um comércio próximo ao posto de patinete do Largo da Batata. “A molecada está deitando e rolando, eles pedem para algum adulto liberar para eles e pegam o patinete para ficar brincando no Largo.”

“Eu não sabia que não podia levar criança junto nem que não podia andar na calçada, até porque vi outros andando por aqui. Foi um passeio legal, mas seria melhor em um parque”, disse um homem que andava de patinete junto da sua filha, de 5 anos, no Largo da Batata - ele preferiu não se identificar.

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Prefeitura criou novo regulamento para serviço, proibindo que as patinetes sejam estacionadas bloqueando a passagem de pedestres, uma das principais queixas

Diferentemente das bicicletas de aluguel do Itaú, que já funcionam há anos na cidade, as patinetes da Whoosh não possuem docks fixos, sistema de trava em que a pessoa deve encaixar a bike ou o patinete em posto determinado. A marca exige apenas que as patinetes sejam deixadas em um dos pontos geográficos exibidos pelo aplicativo, ativando uma trava que fica no próprio veículo.

À reportagem, a Whoosh disse ser “imprescindível” que o patinete seja devolvido “em um dos pontos de estacionamento previamente definidos no aplicativo, que estão sinalizados com um ‘P’ no mapa e com adesivos no chão. A devolução correta é essencial para encerrar a corrida e evitar que o usuário continue sendo cobrado. Caso o veículo não seja entregue no local apropriado, a cobrança segue até que o procedimento seja concluído”.

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Ao todo, 88 postos de patinetes já foram instalados, com mil equipamentos, na região de Pinheiros. Foto: Werther Santana/Estadão

Segundo a companhia, “o método de funcionamento de operações anteriores ainda é lembrado pela população, causando em alguns momentos o incorreto posicionamento das patinetes”, mas a empresa tem equipe em campo diariamente dar orientações, além de exibir as regras nos cartões junto aos patinetes e no app e bloquear usuários por má utilização.

A Prefeitura afirma que:

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  • “a operadora deve cumprir o previsto na legislação, como a proibição do uso das patinetes por menores de 18 anos, o transporte de passageiros ou animais e a circulação nas calçadas, entre outras regras”.
  • a empresa “é responsável pela retirada e destinação adequada dos equipamentos deixados fora das estações de compartilhamento”.
  • A gestão Ricardo Nunes (MDB) disse que vai notificar a Whoosh sobre as reclamações de uso incorreto do aparelho.

Em 2019, pesquisa da Fundação Procon-SP mostrou que, entre os que já haviam usado os patinetes elétricos de aluguel na cidade, 81% não usavam equipamentos de segurança. Cerca de 11% usavam o veículo nas calçadas da capital, e 9% transitavam nas ruas. As ciclofaixas eram usadas por 57% dos usuários. A entidade ouviu 391 usuários, em um universo de 1.381 entrevistados.

Como funcionam os novos patinetes elétricos de SP?

Os patinetes elétricos foram autorizados pela Prefeitura sob a justificativa de serem uma “alternativa de micromobilidade moderna, ágil e sustentável”.

“Já é a quarta vez que pego. Uso para ir trabalhar e estou gostando bastante porque é mais rápido que a bicicleta e não preciso pedalar”, diz Guilherme Martins, de 20 anos, que recorre ao metrô para ir até o Largo da Batata e depois pega o patinete para terminar de chagar ao shopping Iguatemi, onde trabalha.

Para usar o equipamento, basta instalar o app da Whoosh no celular, escanear um QR Code ou inserir um código de letras e números que fica no próprio patinete. Depois, é necessário escolher um método de pagamento - Pix ou cartão de crédito - e selecionar se quer pagar por minuto rodado ou pacote de minutos.

Na primeira opção, o usuário paga taxa de desbloqueio de R$ 2 e custo adicional a partir de R$ 0,67 por minuto. Na segunda, o pacote mais barato, de R$ 16, permite usar o serviço por 20 minutos dentro de 24 horas. Há ainda um sistema de assinatura para usuários frequentes, de uma semana a um ano, em que a taxa de desbloqueio é zerada.

Norma é de que patinetes sejam utilizadas somente nas ciclofaixas da cidade e em vias de até 40km/h de velocidade máxima. Foto: Werther Santana/Estadão

As patinetes têm velocidade máxima limitada a 20 km/h, mas em algumas áreas da cidade são implementados limites de velocidade menores, com ajuste automático, segundo a Whoosh. Já em outros locais, o uso é proibido por segurança. “Se um usuário entrar em uma dessas zonas, o veículo emite alerta e desativa a operação”, afirma a companhia. O serviço funciona 24 horas.

Confira as regras de uso:

  • Os equipamentos só podem transitar por ciclofaixas, ciclovias e em vias de velocidade máxima de 40 km/h;
  • Não é permitida a circulação nas calçadas;
  • É proibido o uso por menores de 18 anos;
  • Não é permitido transportar passageiros;
  • Os equipamentos não podem desenvolver velocidade acima de 20 km/h e a obediência ao limite deve ser garantida pela restrição de velocidade da própria patinete.

Uma outra empresa, a EasyJet, também se credenciou no Comitê Municipal de Uso do Viário (CMUV) para oferecer o serviço na cidade, mas está em fase de análise de projetos e entrega de documentos para operação. Após a análise dos planos operacionais pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), “a autorização será enviada para a Subprefeitura, que cadastra as empresas no Sistema Tô Legal. O início da operação depende desse processo”, diz a Prefeitura.

A Prefeitura de São Paulo criou novas regras e liberou uma empresa para oferecer o serviço de patinete elétrico de aluguel na cidade, com normas de uso que tentam resolver os problemas identificados entre 2019 e 2020, quando esse tipo de veículo tomou conta especialmente da região da Avenida Faria Lima, em Pinheiros, na zona oeste.

Na época, os equipamentos causaram transtornos por mau uso, por serem deixados espalhados em passeios públicos e provocarem acidentes, já que eram utilizados irregularmente em calçadas.

Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, é um dos pontos que têm estação para retirar patinetes Foto: Werther Santana/Estadão

Os patinetes da nova empresa habilitada - a Whoosh, que já opera no Rio de Janeiro, em Florianópolis e em Porto Alegre - foram disponibilizados no último dia 13, em projeto piloto na região de Pinheiros, com 88 postos e mil equipamentos disponíveis.

A expectativa da operadora é de chegar a 3,5 mil patinetes nos próximos meses e ampliar a área de atuação para outros bairros. Mas, em uma semana de operação, já foram identificados problemas parecidos com os de anos atrás.

Procurada, a Prefeitura informou que vai notificar a empresa para que ela adote “as medidas necessárias ao cumprimento das normas”. A Whoosh, por sua vez, disse já oferecer estrutura para uma “experiência segura” e “em total conformidade com as regulamentações da Prefeitura”.

A reportagem esteve nesta quinta-feira, 18, no Largo da Batata, em Pinheiros, e na Alameda Santos, no Cerqueira César, e encontrou crianças brincando com os patinetes nas calçadas e pessoas dando carona com o veículo - dois comportamentos proibidos pelo regulamento da Prefeitura.

Havia também patinetes deixados no meio do passeio público, atrapalhando a movimentação de pedestres no Largo da Batata. Poucas pessoas utilizavam capacete, equipamento recomendado para segurança, mas não obrigatório.

Em nenhum dos dois postos, assim como nos pontos de patinetes ao longo da Avenida 9 de Julho, foram encontradas placas informando sobre as regras de uso, apenas cartões pequenos nos próprios equipamentos. No aplicativo também são exibidas as normas.

Patinetes elétricos voltaram ao Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, e reportagem flagrou jovens andando em dupla nos patinetes e indevidamente na calçada, chegando a dar tapas na cabeça dos pedestres que caminhavam pelo local. Foto: Werther Santana/Estadão

“Quando dá cinco horas da tarde, isso aqui fica lotado, não dá para passar. O pessoal só larga o patinete de qualquer jeito e sai andando. Depois, a turma desce do ponto de ônibus e não consegue chegar na estação de metrô”, disse Almir Pimentel, que tem um comércio próximo ao posto de patinete do Largo da Batata. “A molecada está deitando e rolando, eles pedem para algum adulto liberar para eles e pegam o patinete para ficar brincando no Largo.”

“Eu não sabia que não podia levar criança junto nem que não podia andar na calçada, até porque vi outros andando por aqui. Foi um passeio legal, mas seria melhor em um parque”, disse um homem que andava de patinete junto da sua filha, de 5 anos, no Largo da Batata - ele preferiu não se identificar.

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Prefeitura criou novo regulamento para serviço, proibindo que as patinetes sejam estacionadas bloqueando a passagem de pedestres, uma das principais queixas

Diferentemente das bicicletas de aluguel do Itaú, que já funcionam há anos na cidade, as patinetes da Whoosh não possuem docks fixos, sistema de trava em que a pessoa deve encaixar a bike ou o patinete em posto determinado. A marca exige apenas que as patinetes sejam deixadas em um dos pontos geográficos exibidos pelo aplicativo, ativando uma trava que fica no próprio veículo.

À reportagem, a Whoosh disse ser “imprescindível” que o patinete seja devolvido “em um dos pontos de estacionamento previamente definidos no aplicativo, que estão sinalizados com um ‘P’ no mapa e com adesivos no chão. A devolução correta é essencial para encerrar a corrida e evitar que o usuário continue sendo cobrado. Caso o veículo não seja entregue no local apropriado, a cobrança segue até que o procedimento seja concluído”.

Ao todo, 88 postos de patinetes já foram instalados, com mil equipamentos, na região de Pinheiros. Foto: Werther Santana/Estadão

Segundo a companhia, “o método de funcionamento de operações anteriores ainda é lembrado pela população, causando em alguns momentos o incorreto posicionamento das patinetes”, mas a empresa tem equipe em campo diariamente dar orientações, além de exibir as regras nos cartões junto aos patinetes e no app e bloquear usuários por má utilização.

A Prefeitura afirma que:

  • “a operadora deve cumprir o previsto na legislação, como a proibição do uso das patinetes por menores de 18 anos, o transporte de passageiros ou animais e a circulação nas calçadas, entre outras regras”.
  • a empresa “é responsável pela retirada e destinação adequada dos equipamentos deixados fora das estações de compartilhamento”.
  • A gestão Ricardo Nunes (MDB) disse que vai notificar a Whoosh sobre as reclamações de uso incorreto do aparelho.

Em 2019, pesquisa da Fundação Procon-SP mostrou que, entre os que já haviam usado os patinetes elétricos de aluguel na cidade, 81% não usavam equipamentos de segurança. Cerca de 11% usavam o veículo nas calçadas da capital, e 9% transitavam nas ruas. As ciclofaixas eram usadas por 57% dos usuários. A entidade ouviu 391 usuários, em um universo de 1.381 entrevistados.

Como funcionam os novos patinetes elétricos de SP?

Os patinetes elétricos foram autorizados pela Prefeitura sob a justificativa de serem uma “alternativa de micromobilidade moderna, ágil e sustentável”.

“Já é a quarta vez que pego. Uso para ir trabalhar e estou gostando bastante porque é mais rápido que a bicicleta e não preciso pedalar”, diz Guilherme Martins, de 20 anos, que recorre ao metrô para ir até o Largo da Batata e depois pega o patinete para terminar de chagar ao shopping Iguatemi, onde trabalha.

Para usar o equipamento, basta instalar o app da Whoosh no celular, escanear um QR Code ou inserir um código de letras e números que fica no próprio patinete. Depois, é necessário escolher um método de pagamento - Pix ou cartão de crédito - e selecionar se quer pagar por minuto rodado ou pacote de minutos.

Na primeira opção, o usuário paga taxa de desbloqueio de R$ 2 e custo adicional a partir de R$ 0,67 por minuto. Na segunda, o pacote mais barato, de R$ 16, permite usar o serviço por 20 minutos dentro de 24 horas. Há ainda um sistema de assinatura para usuários frequentes, de uma semana a um ano, em que a taxa de desbloqueio é zerada.

Norma é de que patinetes sejam utilizadas somente nas ciclofaixas da cidade e em vias de até 40km/h de velocidade máxima. Foto: Werther Santana/Estadão

As patinetes têm velocidade máxima limitada a 20 km/h, mas em algumas áreas da cidade são implementados limites de velocidade menores, com ajuste automático, segundo a Whoosh. Já em outros locais, o uso é proibido por segurança. “Se um usuário entrar em uma dessas zonas, o veículo emite alerta e desativa a operação”, afirma a companhia. O serviço funciona 24 horas.

Confira as regras de uso:

  • Os equipamentos só podem transitar por ciclofaixas, ciclovias e em vias de velocidade máxima de 40 km/h;
  • Não é permitida a circulação nas calçadas;
  • É proibido o uso por menores de 18 anos;
  • Não é permitido transportar passageiros;
  • Os equipamentos não podem desenvolver velocidade acima de 20 km/h e a obediência ao limite deve ser garantida pela restrição de velocidade da própria patinete.

Uma outra empresa, a EasyJet, também se credenciou no Comitê Municipal de Uso do Viário (CMUV) para oferecer o serviço na cidade, mas está em fase de análise de projetos e entrega de documentos para operação. Após a análise dos planos operacionais pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), “a autorização será enviada para a Subprefeitura, que cadastra as empresas no Sistema Tô Legal. O início da operação depende desse processo”, diz a Prefeitura.

A Prefeitura de São Paulo criou novas regras e liberou uma empresa para oferecer o serviço de patinete elétrico de aluguel na cidade, com normas de uso que tentam resolver os problemas identificados entre 2019 e 2020, quando esse tipo de veículo tomou conta especialmente da região da Avenida Faria Lima, em Pinheiros, na zona oeste.

Na época, os equipamentos causaram transtornos por mau uso, por serem deixados espalhados em passeios públicos e provocarem acidentes, já que eram utilizados irregularmente em calçadas.

Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, é um dos pontos que têm estação para retirar patinetes Foto: Werther Santana/Estadão

Os patinetes da nova empresa habilitada - a Whoosh, que já opera no Rio de Janeiro, em Florianópolis e em Porto Alegre - foram disponibilizados no último dia 13, em projeto piloto na região de Pinheiros, com 88 postos e mil equipamentos disponíveis.

A expectativa da operadora é de chegar a 3,5 mil patinetes nos próximos meses e ampliar a área de atuação para outros bairros. Mas, em uma semana de operação, já foram identificados problemas parecidos com os de anos atrás.

Procurada, a Prefeitura informou que vai notificar a empresa para que ela adote “as medidas necessárias ao cumprimento das normas”. A Whoosh, por sua vez, disse já oferecer estrutura para uma “experiência segura” e “em total conformidade com as regulamentações da Prefeitura”.

A reportagem esteve nesta quinta-feira, 18, no Largo da Batata, em Pinheiros, e na Alameda Santos, no Cerqueira César, e encontrou crianças brincando com os patinetes nas calçadas e pessoas dando carona com o veículo - dois comportamentos proibidos pelo regulamento da Prefeitura.

Havia também patinetes deixados no meio do passeio público, atrapalhando a movimentação de pedestres no Largo da Batata. Poucas pessoas utilizavam capacete, equipamento recomendado para segurança, mas não obrigatório.

Em nenhum dos dois postos, assim como nos pontos de patinetes ao longo da Avenida 9 de Julho, foram encontradas placas informando sobre as regras de uso, apenas cartões pequenos nos próprios equipamentos. No aplicativo também são exibidas as normas.

Patinetes elétricos voltaram ao Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, e reportagem flagrou jovens andando em dupla nos patinetes e indevidamente na calçada, chegando a dar tapas na cabeça dos pedestres que caminhavam pelo local. Foto: Werther Santana/Estadão

“Quando dá cinco horas da tarde, isso aqui fica lotado, não dá para passar. O pessoal só larga o patinete de qualquer jeito e sai andando. Depois, a turma desce do ponto de ônibus e não consegue chegar na estação de metrô”, disse Almir Pimentel, que tem um comércio próximo ao posto de patinete do Largo da Batata. “A molecada está deitando e rolando, eles pedem para algum adulto liberar para eles e pegam o patinete para ficar brincando no Largo.”

“Eu não sabia que não podia levar criança junto nem que não podia andar na calçada, até porque vi outros andando por aqui. Foi um passeio legal, mas seria melhor em um parque”, disse um homem que andava de patinete junto da sua filha, de 5 anos, no Largo da Batata - ele preferiu não se identificar.

Seu navegador não suporta esse video.

Prefeitura criou novo regulamento para serviço, proibindo que as patinetes sejam estacionadas bloqueando a passagem de pedestres, uma das principais queixas

Diferentemente das bicicletas de aluguel do Itaú, que já funcionam há anos na cidade, as patinetes da Whoosh não possuem docks fixos, sistema de trava em que a pessoa deve encaixar a bike ou o patinete em posto determinado. A marca exige apenas que as patinetes sejam deixadas em um dos pontos geográficos exibidos pelo aplicativo, ativando uma trava que fica no próprio veículo.

À reportagem, a Whoosh disse ser “imprescindível” que o patinete seja devolvido “em um dos pontos de estacionamento previamente definidos no aplicativo, que estão sinalizados com um ‘P’ no mapa e com adesivos no chão. A devolução correta é essencial para encerrar a corrida e evitar que o usuário continue sendo cobrado. Caso o veículo não seja entregue no local apropriado, a cobrança segue até que o procedimento seja concluído”.

Ao todo, 88 postos de patinetes já foram instalados, com mil equipamentos, na região de Pinheiros. Foto: Werther Santana/Estadão

Segundo a companhia, “o método de funcionamento de operações anteriores ainda é lembrado pela população, causando em alguns momentos o incorreto posicionamento das patinetes”, mas a empresa tem equipe em campo diariamente dar orientações, além de exibir as regras nos cartões junto aos patinetes e no app e bloquear usuários por má utilização.

A Prefeitura afirma que:

  • “a operadora deve cumprir o previsto na legislação, como a proibição do uso das patinetes por menores de 18 anos, o transporte de passageiros ou animais e a circulação nas calçadas, entre outras regras”.
  • a empresa “é responsável pela retirada e destinação adequada dos equipamentos deixados fora das estações de compartilhamento”.
  • A gestão Ricardo Nunes (MDB) disse que vai notificar a Whoosh sobre as reclamações de uso incorreto do aparelho.

Em 2019, pesquisa da Fundação Procon-SP mostrou que, entre os que já haviam usado os patinetes elétricos de aluguel na cidade, 81% não usavam equipamentos de segurança. Cerca de 11% usavam o veículo nas calçadas da capital, e 9% transitavam nas ruas. As ciclofaixas eram usadas por 57% dos usuários. A entidade ouviu 391 usuários, em um universo de 1.381 entrevistados.

Como funcionam os novos patinetes elétricos de SP?

Os patinetes elétricos foram autorizados pela Prefeitura sob a justificativa de serem uma “alternativa de micromobilidade moderna, ágil e sustentável”.

“Já é a quarta vez que pego. Uso para ir trabalhar e estou gostando bastante porque é mais rápido que a bicicleta e não preciso pedalar”, diz Guilherme Martins, de 20 anos, que recorre ao metrô para ir até o Largo da Batata e depois pega o patinete para terminar de chagar ao shopping Iguatemi, onde trabalha.

Para usar o equipamento, basta instalar o app da Whoosh no celular, escanear um QR Code ou inserir um código de letras e números que fica no próprio patinete. Depois, é necessário escolher um método de pagamento - Pix ou cartão de crédito - e selecionar se quer pagar por minuto rodado ou pacote de minutos.

Na primeira opção, o usuário paga taxa de desbloqueio de R$ 2 e custo adicional a partir de R$ 0,67 por minuto. Na segunda, o pacote mais barato, de R$ 16, permite usar o serviço por 20 minutos dentro de 24 horas. Há ainda um sistema de assinatura para usuários frequentes, de uma semana a um ano, em que a taxa de desbloqueio é zerada.

Norma é de que patinetes sejam utilizadas somente nas ciclofaixas da cidade e em vias de até 40km/h de velocidade máxima. Foto: Werther Santana/Estadão

As patinetes têm velocidade máxima limitada a 20 km/h, mas em algumas áreas da cidade são implementados limites de velocidade menores, com ajuste automático, segundo a Whoosh. Já em outros locais, o uso é proibido por segurança. “Se um usuário entrar em uma dessas zonas, o veículo emite alerta e desativa a operação”, afirma a companhia. O serviço funciona 24 horas.

Confira as regras de uso:

  • Os equipamentos só podem transitar por ciclofaixas, ciclovias e em vias de velocidade máxima de 40 km/h;
  • Não é permitida a circulação nas calçadas;
  • É proibido o uso por menores de 18 anos;
  • Não é permitido transportar passageiros;
  • Os equipamentos não podem desenvolver velocidade acima de 20 km/h e a obediência ao limite deve ser garantida pela restrição de velocidade da própria patinete.

Uma outra empresa, a EasyJet, também se credenciou no Comitê Municipal de Uso do Viário (CMUV) para oferecer o serviço na cidade, mas está em fase de análise de projetos e entrega de documentos para operação. Após a análise dos planos operacionais pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), “a autorização será enviada para a Subprefeitura, que cadastra as empresas no Sistema Tô Legal. O início da operação depende desse processo”, diz a Prefeitura.

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