Conhecida no interior pelo dialeto caipira e seu belo rio, a cidade de Piracicaba abriu nesta segunda-feira, 1, as comemorações de seus 255 anos com programação que se estende até o próximo dia 10. À parte das tradições culturais e religiosas, como o Salão Internacional de Humor e a Festa do Divino, a cidade de 420 mil habitantes é conhecida pela qualidade de vida. No ano passado, a cidade foi eleita a quarta melhor do país para se viver, conforme estudo da Macroplan.
Sede da centenária Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (Esalg) da Universidade de São Paulo (USP), instalada em 1901, a cidade foi pioneira na indústria do açúcar no interior paulista. O Engenho Central, inaugurado em 1881 à margem do Rio Piracicaba, e que produzia e exportava açúcar, chegou a representar 75% da economia da cidade, na década de 1950. Atualmente, suas instalações preservadas abrigam eventos culturais, inclusive o Salão de Humor.
Terra de Prudente de Moraes, a cidade transformou em museu a casa onde morou o primeiro presidente civil da República brasileira. O mausoléu da família de Moraes é atração no cemitério local. Os piracicabanos tiveram papel importante na Revolução de 32 e essa participação foi imortalizada no monumento constitucionalista, com esculturas de bronze, na Praça José Bonifácio, onde também fica a Catedral de Santo Antônio.
Apostando na sustentabilidade, Piracicaba preserva parques, bosques e jardins em grande extensão das margens do Rio Piracicaba, incluindo a região culinária do Beira Rio, onde os restaurantes oferecem pratos à base de peixes. Destacam-se o Parque Professor Phillipe Cabral Westin de Vasconcelos, que envolve a Esalq, e o Parque do Mirante, de onde se aprecia a bela cachoeira, formando a queda d'água em todo o leito do rio. A vista se torna mais exuberante quando o nível das águas está elevado.
A cidade investiu muito em saneamento nos últimos anos para fazer sua parte na despoluição do rio. Em 2012, por meio de parceria público-privada, a concessionária Mirante assumiu o saneamento básico com o compromisso de universalizar o tratamento de esgotos. Conforme a empresa, a meta já foi atingida, com construção de uma moderna estação de tratamento de esgotos. Hoje, Piracicaba conta 24 estações de tratamento, 62 estações elevatórias e 1.400 quilômetros de redes coletoras. O serviço já atende toda a população, com ganhos ambientais inclusive para o rio.
O dialeto caipira já virou patrimônio imaterial de Piracicaba. O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba (Codepac) reconheceu a existência do "dialeto de Piracicaba" e sua importância na identidade cultural da população. O decreto reúne o conjunto de expressões características do "falar caipiracicabano", reunidos em um dicionário pelo jornalista Cecílio Elias Neto.