O Departamento Estadual de Investigação Criminal (Deic) da Polícia Civil, investiga o uso de lotações para lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) no mesmo procedimento que apura a ligação do deputado estadual Luiz Moura (sem partido) com a facção. Moura era do PT até metade deste ano - foi expulso após suspeitas sobre sua ligação com a facção. Ele nega relação com o caso.
"Existem dois inquéritos tratando disso. Não posso dar muitos detalhes, mais vai muito além disso (uso das lotações). Eles têm influência e interesse no transporte alternativo", disse o diretor do Deic, delegado Rui Ferraz Fontes.
O Deic transferiu esse inquérito para a Procuradoria-Geral de Justiça do Estado em março, quando Moura foi relacionado ao caso. Ele foi flagrado em uma reunião de perueiros da zona leste que, segundo Fontes, tinha também suspeitos de integrar a facção. "Ali, estávamos ampliando todos os casos de integrantes do PCC que tinham interesse no transporte alternativo, não só na zona leste. O (Daniel Vinícius) Canônico (o Cego) ainda opera na zona sul", garante Fontes. "Há ainda outro inquérito, que eu não posso dizer ainda do que se trata, porque a questão é mais refinada, e vai demonstrar outras movimentações de dinheiro", completou o delegado.
O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, também apura o caso. O foco das investigações são as cooperativas da zona leste. Deic e MPE devem retomar a investigação em fevereiro, quando Moura perderá o foro privilegiado - uma vez que não foi reeleito. O deputado não foi localizado para comentar o caso.