SÃO PAULO - As Polícias Civil e Militar vão montar um esquema especial com reforço no número de agentes, já considerando um possível confronto com participantes do protesto contra o aumento da tarifa de ônibus, trens e metrô, previsto para a tarde de hoje. O fator que reforça essa possibilidade é que o Movimento Passe Livre (MPL) não vai divulgar o trajeto da manifestação, uma exigência da PM que, por sua vez, vai definir o percurso, o que não será aceito pelo movimento.
O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, afirmou que a Polícia Militar não vai permitir prejuízos para quem não faz parte do protesto. “A partir do momento em que não se comunica qual vai ser o trajeto, nós vamos estabelecer o traçado para evitar confusão com milhões de pessoas que não participam da manifestação”, disse.
MPL faz novo ato contra aumento da tarifa
“A gente não vai fazer ato nenhum com o trajeto ditado pela polícia. A gente tem direito de fazer manifestação e a PM tem o dever de garantir”, rebateu Luíze Tavares, porta-voz do movimento.
Moraes se reuniu nesta quarta com as duas polícias. A PM deve adotar a mesma estratégia usada no protesto da terça, que teve a presença de policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e também da Tropa de Choque. Os blindados, chamados Caveirões, devem ser usados novamente. A corporação vai manter a presença de policiais do serviço reservado, que se infiltram entre os manifestantes para identificar e prender integrantes dos black blocs.
Mais escrivães e delegados. Pela Polícia Civil, está previsto que as delegacias do centro terão aumento do número de escrivães e delegados para registrar as ocorrências. Receberão reforços o 1.º DP (Sé), o 2.º DP (Bom Retiro), o 3.º DP (Santa Efigênia), o 4.º DP (Consolação), o 8.º DP (Belém) e o 78.º DP (Jardins). Na zona oeste, o 14.º (Pinheiros), o 15.º (Itaim Bibi) e o 23.º (Perdizes) também terão reforços. Segundo o Decap, departamento responsável por todas as delegacias da capital, o objetivo principal é acelerar o registro de ocorrências e a transferência de presos.
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Após impasse sobre a definição do trajeto do segundo ato contra o aumento da tarifa de ônibus, trens e metrô, a Polícia Militar usou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Para secretário de Segurança Pública não houve abuso por parte da PM.