A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta quarta-feira, 9, um traficante de drogas que tentava se disfarçar com uma peruca loira na Cracolândia, na região central de São Paulo. Imagens feitas pelos investigadores mostram o suspeito João Vitor Emboava Araújo com e também sem longos cabelos loiros, em momentos diferentes, na concentração de usuários conhecida como “fluxo”.
De acordo com o delegado Alexandre Dias, titular do 3º Distrito Policial, nos Campos Eliseos, a prisão em flagrante por associação ao tráfico de drogas é importante porque o suspeito era responsável por impor normas e conduta no fluxo, além de solucionar eventuais conflitos. Ele é apontado como o “Disciplina do Fluxo”, ou seja, o que liderava a venda de drogas na região. Para a polícia, as imagens captadas comprovam o envolvimento com o tráfico de drogas.
O suspeito foi uma das sete prisões feitas pela Operação Policial AC 35 III, que monitorou atividades dos traficantes na cena aberta de uso da Cracolândia entre os dias 1 e 8 de agosto. Entre os presos também está Paulo Roberto de Souza Oliveira que, segundo as forças de segurança, já havia sido detido na operação do dia 22 de julho.
Em outra ação, policiais do 2º DP, na região do Bom Retiro, prenderam o traficante Wilian Silva Toledo. De acordo com os investigadores, ele estava com 100 quilos de cocaína. O suspeito tem passagem criminal por receptação e roubo e saiu do sistema prisional em 2020.
Nos últimos meses, o poder estadual vem intensificando as ações contra os traficantes na Cracolândia, que agora ocupa a Rua dos Gusmões, nas proximidades da Avenida Rio Branco.
O espalhamento dos dependentes químicos tem sido um problema para as gestões municipal e estadual há mais de um ano, quando uma ação policial expulsou dependentes químicos e traficantes da praça Princesa Isabel após três meses no local.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), chegou a cogitar a transferência do fluxo de usuários para o Bom Retiro, também na região central, no mês passado. Após reclamações de comerciantes da região e críticas de especialistas em segurança pública, a ideia foi descartada.
Também no mês de julho os poderes municipal e estadual já haviam feito uma primeira tentativa de remover o fluxo do centro. Relatos de líderes sociais e profissionais de saúde apontam que a Polícia Militar, a Polícia Civil e a GCM conduziram o fluxo da Rua dos Gusmões até a ponte Orestes Quércia, na Marginal do Tietê, em um caminho de cerca de três quilômetros. No final da operação, os usuários fugiram do local e retornaram ao centro.