Pontes das Marginais são desafio a pedestres


Só uma tem passarela e em 4 existem faixas; nenhuma delas tem semáforo ou ciclovia

Por Marcio Pinho e Paulo Saldaña

A vida de pedestres e ciclistas não é nada fácil em São Paulo. Mas passar de um lado para o outro dos Rios Pinheiros e Tietê a pé ou de bicicleta é um desafio ainda mais perigoso. Isso porque as pontes seguem o perfil da cidade: foram feitas para veículos. E os bairros ficam incomunicáveis a pé. Atravessá-las sem estar motorizado significa correr em alças de acesso para não ser atropelado, pular muretas e enfrentar calçadas quebradas e mato.O Estado visitou 21 pontes sobre os Rios Pinheiros e Tietê - só ficaram fora do levantamento as que levam a estradas - e constatou que há perigos e obstáculos em todas. Apenas uma, a do Morumbi, possui uma passarela ao fim da ponte que permite ao pedestre atravessar sem brigar com os carros.Nas demais, tem sorte quem encontra uma faixa de pedestres - existem em todas as alças de apenas quatro das pontes - Pinheiros, Cidade Universitária, Eusébio Matoso e Cruzeiro do Sul. Algumas têm paradas de ônibus, como a da Ponte do Limão, onde os passageiros correm dos ônibus. Nenhuma tem semáforo ou ciclovia.A Ponte João Dias é um exemplo de como o pedestre fica em segundo plano. São pelo menos dois cruzamentos sem faixas de pedestres para acessar a ponte no sentido Santo Amaro. A segunda armadilha são barreiras que deveriam servir para proteger o usuário de cair no rio, mas que estão parcialmente quebradas. O piso é formado por blocos de concreto soltos. "A sensação é de estar em uma ponte de cordas e tábuas prestes a cair", disse o ciclista José Soares, de 73 anos. Também na zona sul, o mais recente cartão-postal da cidade, a ponte estaiada - Octavio Frias de Oliveira - não tem passagem para pedestres. Essa, porém, não liga bairros, mas sim a própria Marginal à Avenida Roberto Marinho. Só que nem a presença da linha Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), ao lado da pista sentido zona norte, permite a quem usa o trem transitar com facilidade entre os dois lados do Pinheiros. Das 12 estações próximas do rio, apenas duas, a do Jaguaré e a da Cidade Universitária, têm acesso direto desde a estação. Nesta última há provavelmente o maior movimento de pedestres. "É horrível o acesso. Forçamos a barra para os carros pararem. Nem todos respeitam", diz o estudante Julio Moraes, de 23 anos. Também na Marginal do Pinheiros, na Ponte Cidade Jardim, os relatos de atropelamentos de pedestres são comuns.Tietê. Várias são as regiões populosas na zona norte onde os moradores têm menos acesso a um carro do que em outros da zona sul e oeste. É o caso da Subprefeitura da Freguesia do Ó, com mais de 416 mil habitantes. Esse público, contudo, não torna o perfil das pontes diferente das da Marginal do Pinheiros.Das 12 pontes da Marginal do Tietê, somente a da Cruzeiro do Sul possui faixa de pedestre e placas informando ao motorista sobre a travessia. A ponte tem as calçadas bem movimentadas por ligar a Rodoviária do Tietê e a estação do Metrô, do lado de Santana, ao Shopping D, no sentido centro da Marginal.Quem precisa andar por ali, acha a medida insuficiente. De mãos dadas com o filho de 9 anos, a promotora de vendas Maria do Rosário Martins, de 35, concentrava-se para correr bem rápido entre os carros. "Toda vez é essa catástrofe, tinha de ter um semáforo", cobra.Na zona leste, a balconista Ana Paula da Silva de Araujo, de 29 anos, tem de correr o perigo da travessia duas vezes por dia. Moradora do Jardim Novo Mundo, ela trabalha no Tatuapé, no lado oposto. Por isso, tem de atravessar a Ponte do Aricanduva. "Dá um medo danado, tinha de ter um pontilhão. Nem faixa de pedestre adiantava", diz Ana, que já chegou a ficar parada no meio da pista, entre os carros.CET. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que a inexistência de faixas para travessia de pedestres nas alças de pontes se deve ao fato de serem vias expressas, onde não é recomendada a circulação de pessoas. A companhia afirmou ainda que adota sinalização nos locais onde a demanda de pedestres é concentrada e significativa, como na Cidade Universitária (sentido Interlagos) e na Ponte João Dias (mesmo sentido). Segundo a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras, está em execução um plano de recuperação de pontes e viadutos. No entanto, na capital não existe nenhum plano em andamento para facilitar o acesso de pedestres nas pontes. Resta ao paulistano que quer sair de um bairro e ir a outro - cruzando um rio - ir sobre rodas e contribuir sensivelmente para o trânsito.

A vida de pedestres e ciclistas não é nada fácil em São Paulo. Mas passar de um lado para o outro dos Rios Pinheiros e Tietê a pé ou de bicicleta é um desafio ainda mais perigoso. Isso porque as pontes seguem o perfil da cidade: foram feitas para veículos. E os bairros ficam incomunicáveis a pé. Atravessá-las sem estar motorizado significa correr em alças de acesso para não ser atropelado, pular muretas e enfrentar calçadas quebradas e mato.O Estado visitou 21 pontes sobre os Rios Pinheiros e Tietê - só ficaram fora do levantamento as que levam a estradas - e constatou que há perigos e obstáculos em todas. Apenas uma, a do Morumbi, possui uma passarela ao fim da ponte que permite ao pedestre atravessar sem brigar com os carros.Nas demais, tem sorte quem encontra uma faixa de pedestres - existem em todas as alças de apenas quatro das pontes - Pinheiros, Cidade Universitária, Eusébio Matoso e Cruzeiro do Sul. Algumas têm paradas de ônibus, como a da Ponte do Limão, onde os passageiros correm dos ônibus. Nenhuma tem semáforo ou ciclovia.A Ponte João Dias é um exemplo de como o pedestre fica em segundo plano. São pelo menos dois cruzamentos sem faixas de pedestres para acessar a ponte no sentido Santo Amaro. A segunda armadilha são barreiras que deveriam servir para proteger o usuário de cair no rio, mas que estão parcialmente quebradas. O piso é formado por blocos de concreto soltos. "A sensação é de estar em uma ponte de cordas e tábuas prestes a cair", disse o ciclista José Soares, de 73 anos. Também na zona sul, o mais recente cartão-postal da cidade, a ponte estaiada - Octavio Frias de Oliveira - não tem passagem para pedestres. Essa, porém, não liga bairros, mas sim a própria Marginal à Avenida Roberto Marinho. Só que nem a presença da linha Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), ao lado da pista sentido zona norte, permite a quem usa o trem transitar com facilidade entre os dois lados do Pinheiros. Das 12 estações próximas do rio, apenas duas, a do Jaguaré e a da Cidade Universitária, têm acesso direto desde a estação. Nesta última há provavelmente o maior movimento de pedestres. "É horrível o acesso. Forçamos a barra para os carros pararem. Nem todos respeitam", diz o estudante Julio Moraes, de 23 anos. Também na Marginal do Pinheiros, na Ponte Cidade Jardim, os relatos de atropelamentos de pedestres são comuns.Tietê. Várias são as regiões populosas na zona norte onde os moradores têm menos acesso a um carro do que em outros da zona sul e oeste. É o caso da Subprefeitura da Freguesia do Ó, com mais de 416 mil habitantes. Esse público, contudo, não torna o perfil das pontes diferente das da Marginal do Pinheiros.Das 12 pontes da Marginal do Tietê, somente a da Cruzeiro do Sul possui faixa de pedestre e placas informando ao motorista sobre a travessia. A ponte tem as calçadas bem movimentadas por ligar a Rodoviária do Tietê e a estação do Metrô, do lado de Santana, ao Shopping D, no sentido centro da Marginal.Quem precisa andar por ali, acha a medida insuficiente. De mãos dadas com o filho de 9 anos, a promotora de vendas Maria do Rosário Martins, de 35, concentrava-se para correr bem rápido entre os carros. "Toda vez é essa catástrofe, tinha de ter um semáforo", cobra.Na zona leste, a balconista Ana Paula da Silva de Araujo, de 29 anos, tem de correr o perigo da travessia duas vezes por dia. Moradora do Jardim Novo Mundo, ela trabalha no Tatuapé, no lado oposto. Por isso, tem de atravessar a Ponte do Aricanduva. "Dá um medo danado, tinha de ter um pontilhão. Nem faixa de pedestre adiantava", diz Ana, que já chegou a ficar parada no meio da pista, entre os carros.CET. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que a inexistência de faixas para travessia de pedestres nas alças de pontes se deve ao fato de serem vias expressas, onde não é recomendada a circulação de pessoas. A companhia afirmou ainda que adota sinalização nos locais onde a demanda de pedestres é concentrada e significativa, como na Cidade Universitária (sentido Interlagos) e na Ponte João Dias (mesmo sentido). Segundo a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras, está em execução um plano de recuperação de pontes e viadutos. No entanto, na capital não existe nenhum plano em andamento para facilitar o acesso de pedestres nas pontes. Resta ao paulistano que quer sair de um bairro e ir a outro - cruzando um rio - ir sobre rodas e contribuir sensivelmente para o trânsito.

A vida de pedestres e ciclistas não é nada fácil em São Paulo. Mas passar de um lado para o outro dos Rios Pinheiros e Tietê a pé ou de bicicleta é um desafio ainda mais perigoso. Isso porque as pontes seguem o perfil da cidade: foram feitas para veículos. E os bairros ficam incomunicáveis a pé. Atravessá-las sem estar motorizado significa correr em alças de acesso para não ser atropelado, pular muretas e enfrentar calçadas quebradas e mato.O Estado visitou 21 pontes sobre os Rios Pinheiros e Tietê - só ficaram fora do levantamento as que levam a estradas - e constatou que há perigos e obstáculos em todas. Apenas uma, a do Morumbi, possui uma passarela ao fim da ponte que permite ao pedestre atravessar sem brigar com os carros.Nas demais, tem sorte quem encontra uma faixa de pedestres - existem em todas as alças de apenas quatro das pontes - Pinheiros, Cidade Universitária, Eusébio Matoso e Cruzeiro do Sul. Algumas têm paradas de ônibus, como a da Ponte do Limão, onde os passageiros correm dos ônibus. Nenhuma tem semáforo ou ciclovia.A Ponte João Dias é um exemplo de como o pedestre fica em segundo plano. São pelo menos dois cruzamentos sem faixas de pedestres para acessar a ponte no sentido Santo Amaro. A segunda armadilha são barreiras que deveriam servir para proteger o usuário de cair no rio, mas que estão parcialmente quebradas. O piso é formado por blocos de concreto soltos. "A sensação é de estar em uma ponte de cordas e tábuas prestes a cair", disse o ciclista José Soares, de 73 anos. Também na zona sul, o mais recente cartão-postal da cidade, a ponte estaiada - Octavio Frias de Oliveira - não tem passagem para pedestres. Essa, porém, não liga bairros, mas sim a própria Marginal à Avenida Roberto Marinho. Só que nem a presença da linha Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), ao lado da pista sentido zona norte, permite a quem usa o trem transitar com facilidade entre os dois lados do Pinheiros. Das 12 estações próximas do rio, apenas duas, a do Jaguaré e a da Cidade Universitária, têm acesso direto desde a estação. Nesta última há provavelmente o maior movimento de pedestres. "É horrível o acesso. Forçamos a barra para os carros pararem. Nem todos respeitam", diz o estudante Julio Moraes, de 23 anos. Também na Marginal do Pinheiros, na Ponte Cidade Jardim, os relatos de atropelamentos de pedestres são comuns.Tietê. Várias são as regiões populosas na zona norte onde os moradores têm menos acesso a um carro do que em outros da zona sul e oeste. É o caso da Subprefeitura da Freguesia do Ó, com mais de 416 mil habitantes. Esse público, contudo, não torna o perfil das pontes diferente das da Marginal do Pinheiros.Das 12 pontes da Marginal do Tietê, somente a da Cruzeiro do Sul possui faixa de pedestre e placas informando ao motorista sobre a travessia. A ponte tem as calçadas bem movimentadas por ligar a Rodoviária do Tietê e a estação do Metrô, do lado de Santana, ao Shopping D, no sentido centro da Marginal.Quem precisa andar por ali, acha a medida insuficiente. De mãos dadas com o filho de 9 anos, a promotora de vendas Maria do Rosário Martins, de 35, concentrava-se para correr bem rápido entre os carros. "Toda vez é essa catástrofe, tinha de ter um semáforo", cobra.Na zona leste, a balconista Ana Paula da Silva de Araujo, de 29 anos, tem de correr o perigo da travessia duas vezes por dia. Moradora do Jardim Novo Mundo, ela trabalha no Tatuapé, no lado oposto. Por isso, tem de atravessar a Ponte do Aricanduva. "Dá um medo danado, tinha de ter um pontilhão. Nem faixa de pedestre adiantava", diz Ana, que já chegou a ficar parada no meio da pista, entre os carros.CET. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que a inexistência de faixas para travessia de pedestres nas alças de pontes se deve ao fato de serem vias expressas, onde não é recomendada a circulação de pessoas. A companhia afirmou ainda que adota sinalização nos locais onde a demanda de pedestres é concentrada e significativa, como na Cidade Universitária (sentido Interlagos) e na Ponte João Dias (mesmo sentido). Segundo a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras, está em execução um plano de recuperação de pontes e viadutos. No entanto, na capital não existe nenhum plano em andamento para facilitar o acesso de pedestres nas pontes. Resta ao paulistano que quer sair de um bairro e ir a outro - cruzando um rio - ir sobre rodas e contribuir sensivelmente para o trânsito.

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