Prefeitura de SP cerca Praça da Sé com grades e diz que ação é para segurança e zeladoria


Local está recebendo intervenção de paisagismo e limpeza, diz gestão municipal. Subprefeito diz que modelo não será permanente

Por Gonçalo Junior e Caio Possati
Atualização:

A Praça da Sé, um dos marcos da cidade de São Paulo, está cercada por grades móveis desde a última segunda-feira, 10. O subprefeito da Sé, Alvaro Camilo, afirma que a instalação de grades faz parte das ações de segurança e zeladoria para proteger os jardins e os locais que estão recebendo as intervenções de paisagismo, poda de árvores e lavagem da área do passeio.

“É um trabalho temporário para organizar a praça, que estava muito desordenada e o retrabalho era muito grande. A gente cortava a grama e a limpeza de manhã, mas à tarde já tínhamos problema com pessoas subindo na grama”, diz Camilo ao Estadão.

O subprefeito afirma que a praça não será cercada permanentemente. Diariamente, as equipes de zeladoria retiram aproximadamente 1,3 tonelada de lixo da praça. Os trabalhos foram iniciados no mês de março, na Praça Clóvis Bevilaqua.

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A Prefeitura afirma que a praça não será cercada permanentemente Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

“Com algumas exceções, a gente não costuma fechar as praças. Nossa intenção é deixá-la aberta. A recuperação da Praça da Sé é uma prioridade zero da subprefeitura no enfrentamento da desordem urbana. Nossa intenção é permitir que as pessoas possam voltar a circular por ali. É o marco central.”

No mês passado, a Prefeitura de São Paulo iniciou um movimento na região para impedir o uso das barracas de camping por pessoas em situação de rua durante o dia. A Prefeitura justifica a remoção das barracas com base em um decreto de 2020, que não permite ocupações permanentes em locais públicos que atrapalhem a livre circulação de pedestres e veículos.

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Objetos como camas e sofás também devem ser removidos, segundo o município, por não serem considerados de “uso pessoal”.

“Não tiro pessoas da rua e não tiro barracas. Antes da ação de zeladoria, temos uma ação social e de saúde oferecendo acolhimento às pessoas. Não retiramos pertences de ninguém”, diz Camilo.

Repressão

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O padre Julio Lancellotti, que desenvolve trabalhos com a população em situação de rua em São Paulo, criticou o poder público pelo cercamento da praça da Sé e definiu a medida como “aporofóbica” e “repressora”.

“Sem dúvida é uma medida aporofóbica”, afirmou. “Cercar a cidade é uma atitude muito primária. Vamos tornar São Paulo a cidade das cercas, porque todos os lugares da capital estão gradeados”, disse o padre, dando como outro exemplo o fechamento da praça Princesa Isabel, também na região central, em maio do ano passado.

“A cidade será humanizada quando ela for para todos e todos tiverem a possibilidade de estar nela de maneira digna, alimentados, tendo casa para morar. Tem que ser dado um primeiro passo, mas o primeiro passo que a Prefeitura dá é sempre o da repressão”, concluiu.

A Praça da Sé, um dos marcos da cidade de São Paulo, está cercada por grades móveis desde a última segunda-feira, 10. O subprefeito da Sé, Alvaro Camilo, afirma que a instalação de grades faz parte das ações de segurança e zeladoria para proteger os jardins e os locais que estão recebendo as intervenções de paisagismo, poda de árvores e lavagem da área do passeio.

“É um trabalho temporário para organizar a praça, que estava muito desordenada e o retrabalho era muito grande. A gente cortava a grama e a limpeza de manhã, mas à tarde já tínhamos problema com pessoas subindo na grama”, diz Camilo ao Estadão.

O subprefeito afirma que a praça não será cercada permanentemente. Diariamente, as equipes de zeladoria retiram aproximadamente 1,3 tonelada de lixo da praça. Os trabalhos foram iniciados no mês de março, na Praça Clóvis Bevilaqua.

A Prefeitura afirma que a praça não será cercada permanentemente Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

“Com algumas exceções, a gente não costuma fechar as praças. Nossa intenção é deixá-la aberta. A recuperação da Praça da Sé é uma prioridade zero da subprefeitura no enfrentamento da desordem urbana. Nossa intenção é permitir que as pessoas possam voltar a circular por ali. É o marco central.”

No mês passado, a Prefeitura de São Paulo iniciou um movimento na região para impedir o uso das barracas de camping por pessoas em situação de rua durante o dia. A Prefeitura justifica a remoção das barracas com base em um decreto de 2020, que não permite ocupações permanentes em locais públicos que atrapalhem a livre circulação de pedestres e veículos.

Objetos como camas e sofás também devem ser removidos, segundo o município, por não serem considerados de “uso pessoal”.

“Não tiro pessoas da rua e não tiro barracas. Antes da ação de zeladoria, temos uma ação social e de saúde oferecendo acolhimento às pessoas. Não retiramos pertences de ninguém”, diz Camilo.

Repressão

O padre Julio Lancellotti, que desenvolve trabalhos com a população em situação de rua em São Paulo, criticou o poder público pelo cercamento da praça da Sé e definiu a medida como “aporofóbica” e “repressora”.

“Sem dúvida é uma medida aporofóbica”, afirmou. “Cercar a cidade é uma atitude muito primária. Vamos tornar São Paulo a cidade das cercas, porque todos os lugares da capital estão gradeados”, disse o padre, dando como outro exemplo o fechamento da praça Princesa Isabel, também na região central, em maio do ano passado.

“A cidade será humanizada quando ela for para todos e todos tiverem a possibilidade de estar nela de maneira digna, alimentados, tendo casa para morar. Tem que ser dado um primeiro passo, mas o primeiro passo que a Prefeitura dá é sempre o da repressão”, concluiu.

A Praça da Sé, um dos marcos da cidade de São Paulo, está cercada por grades móveis desde a última segunda-feira, 10. O subprefeito da Sé, Alvaro Camilo, afirma que a instalação de grades faz parte das ações de segurança e zeladoria para proteger os jardins e os locais que estão recebendo as intervenções de paisagismo, poda de árvores e lavagem da área do passeio.

“É um trabalho temporário para organizar a praça, que estava muito desordenada e o retrabalho era muito grande. A gente cortava a grama e a limpeza de manhã, mas à tarde já tínhamos problema com pessoas subindo na grama”, diz Camilo ao Estadão.

O subprefeito afirma que a praça não será cercada permanentemente. Diariamente, as equipes de zeladoria retiram aproximadamente 1,3 tonelada de lixo da praça. Os trabalhos foram iniciados no mês de março, na Praça Clóvis Bevilaqua.

A Prefeitura afirma que a praça não será cercada permanentemente Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

“Com algumas exceções, a gente não costuma fechar as praças. Nossa intenção é deixá-la aberta. A recuperação da Praça da Sé é uma prioridade zero da subprefeitura no enfrentamento da desordem urbana. Nossa intenção é permitir que as pessoas possam voltar a circular por ali. É o marco central.”

No mês passado, a Prefeitura de São Paulo iniciou um movimento na região para impedir o uso das barracas de camping por pessoas em situação de rua durante o dia. A Prefeitura justifica a remoção das barracas com base em um decreto de 2020, que não permite ocupações permanentes em locais públicos que atrapalhem a livre circulação de pedestres e veículos.

Objetos como camas e sofás também devem ser removidos, segundo o município, por não serem considerados de “uso pessoal”.

“Não tiro pessoas da rua e não tiro barracas. Antes da ação de zeladoria, temos uma ação social e de saúde oferecendo acolhimento às pessoas. Não retiramos pertences de ninguém”, diz Camilo.

Repressão

O padre Julio Lancellotti, que desenvolve trabalhos com a população em situação de rua em São Paulo, criticou o poder público pelo cercamento da praça da Sé e definiu a medida como “aporofóbica” e “repressora”.

“Sem dúvida é uma medida aporofóbica”, afirmou. “Cercar a cidade é uma atitude muito primária. Vamos tornar São Paulo a cidade das cercas, porque todos os lugares da capital estão gradeados”, disse o padre, dando como outro exemplo o fechamento da praça Princesa Isabel, também na região central, em maio do ano passado.

“A cidade será humanizada quando ela for para todos e todos tiverem a possibilidade de estar nela de maneira digna, alimentados, tendo casa para morar. Tem que ser dado um primeiro passo, mas o primeiro passo que a Prefeitura dá é sempre o da repressão”, concluiu.

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