O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), visitou na manhã deste sábado, 11, a região de Moema onde uma idosa morreu depois de ter o carro levado pelas águas de enchente na última quarta feira, 8, e declarou que o escoamento de água na via foi prejudicado por um bloqueio irregular feito em uma viela sanitária por um condomínio do bairro.
O veículo de Nayde Pereira Capelano, de 88 anos, ficou submerso em alagamento próximo ao cruzamento entre a Rua Gaivota e a Avenida Ibijaú. Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória e, apesar dos esforços de reanimação pelos bombeiros, morreu no local.
Acompanhado de integrantes de seu gabinete, Nunes afirmou que desde 2018 a prefeitura estava ciente dos problemas de escoamento da água das chuvas na região, causados, segundo ele, pelo bloqueio ilegal de uma viela sanitária que ajudaria na vazão da água para o rio Uberabinha, que cruza a região e está canalizado.
Segundo o prefeito, a área foi concretada e ocupada ilegalmente por um condomínio da rua para a construção de áreas de lazer, o que inviabilizou o escoamento das chuvas na região. “Estamos na rua Gaivotas, em Moema, onde passa o (rio) Uberabinha aqui embaixo. Ele foi todo canalizado e, aonde ele passa, tem uma viela sanitária. Portanto, deveria estar desobstruída essa área para poder ter maior permeabilidade para ajudar no volume de chuvas, mas infelizmente as pessoas fecharam e obstruíram essas passagens”, afirmou.
Ele disse que o condomínio chegou a ser notificado sobre a obstrução em 2018, mas que não cumpriu a ordem de liberação do espaço. Nunes não informou se o condomínio sofrerá algum tipo de sanção ou punição pela conduta.
Durante a visita, equipes da prefeitura começaram a remover com britadeiras o bloqueio de um grande ralo. A Prefeitura diz que entrará na Justiça para solicitar autorização para desbloquear as demais áreas tomadas pelas instalações do condomínio.
Segundo o secretário municipal de obras de São Paulo, Marcos Monteiro, que acompanhou o prefeito na visita, a administração municipal está ciente de que somente a liberação da viela não resolve o problema das enchentes na área, que, segundo moradores, é recorrente há anos.
Monteiro anunciou que uma das medidas complementares será a criação de jardins de chuva para aumentar a drenagem na região. O secretário afirmou ainda que há um estudo para a criação de um piscinão na região, mas não há prazos ainda por conta de eventuais desapropriações.
Questionado sobre como a prefeitura está agindo para lidar com o volume de chuva acima do normal que tem atingido a capital neste início de ano, Nunes afirmou que há previsão de investimento de R$ 1,5 bilhão só em obras de drenagem e construção de mais piscinões nos próximos anos.
“É uma cidade que cresceu muito desordenadamente. A gente precisa agora correr contra o tempo para poder dar uma situação melhor. Tem muitas ações sendo desenvolvidas para que a gente possa minimizar os impactos das chuvas na cidade.”
O prefeito ainda reforçou que além das obras físicas, a prefeitura já concluiu o mapeamento das áreas de drenagem da capital para saber onde e como investir melhor as verbas disponíveis em caixa contra enchentes, além do mapeamento e controle de áreas com risco de desabamento na capital, com o realojamento de famílias caso necessário.