Prefeitura de São Paulo deixa de gastar R$ 2,7 bi em obras anticheia


Apenas R$ 1,1 bilhão dos R$ 3,8 bilhões previstos para intervenções planejadas por Haddad, Doria e Covas saiu do papel desde 2015

Por Bruno Ribeiro

SÃO PAULO - Nos últimos cinco anos, a Prefeitura de São Paulo deixou de gastar R$ 2,7 bilhões em obras para o controle de cheias na cidade. Em números atualizados, entre 2015 e 2019, as administrações de Fernando Haddad (PT), João Doria (PSDB) e a atual, de Bruno Covas (PSDB), planejaram desembolsar R$ 3,8 bilhões em intervenções nos córregos, mas apenas R$ 1,1 bilhão foi investido em projetos que saíram do papel.

Marginal Tietêinundada na altura da Ponte do Limão, na zona norte da capital paulista Foto: Werther Santana/ Estadão

Entre as propostas que ficaram nas pranchetas estão intervenções em ribeirões com histórico de transbordamentos, como o Zavuvus, na zona sul, e o Córrego da Paciência, na zona norte, além de serviços de drenagem na região da Lapa, zona oeste, planejados para ocorrer em meio à construção da Ponte Raimundo Pereira de Magalhães, que ligará a região a Pirituba, na zona norte. 

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Chuva forte causa alagamentos em São Paulo

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Trator carrega pessoas na Lapa

Foto: Ana Carolina Sacoman
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Alagamento em São Paulo

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Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão - 10/02/2020

Não entram nessa conta os serviços de manutenção dos rios e córregos – retirada de entulho e desassoreamento de calhas, um trabalho mais ligado à zeladoria urbana. Entre 2014 e 2019, a previsão de gastos com esses serviços de manutenção era de R$ 970 milhões. Segundo dados da Secretaria Municipal da Fazenda, compilados pelo Estado, 86% dessa verba (R$ 835 milhões) foi gasta.

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Parte da desconexão entre o planejado e o executado na prevenção de alagamentos está ligada ao fato de que a cidade esperava receber, especialmente na gestão Haddad, uma ajuda maior do governo federal para a execução de obras que acabou não se concretizando. Em 2016, por exemplo, último ano de mandato do petista, o orçamento da cidade previa uma transferência da União da ordem de R$ 759 milhões para intervenções de controle de cheias nas bacias dos córregos. Ao fim daquele ano, apenas R$ 16 milhões (2,1% do previsto) foram gastos.

São Paulo alagada

1 | 30

Anhangabaú

Foto: Acervo/ Estadão
2 | 30

Bonde na chuva

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3 | 30

Congestionamento

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Anhangabaú

Foto: Oswaldo Jurno/ Estadão
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Chuvas

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Galerias do Acervo

Foto: Acervo

Na gestão Doria – hoje governador do Estado –, os recursos originários de operações de créditos – empréstimos obtidos pela Prefeitura em instituições financeiras brasileiras e estrangeiras – foram superestimados. Em 2018, esperava-se gastar em obras R$ 46 milhões dessa fonte. No entanto, não houve desembolsos. Em 2019, já sob Covas, a Prefeitura tinha previsão de gastar R$ 133 milhões obtidos por meio desses empréstimos, mas investiu R$ 171 mil.

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Haddad admitiu o não cumprimento de acordos por parte do governo federal para executar os gastos planejados por sua gestão, mas defendeu a eficiência do que saiu do papel. “O que fiz com os córregos é equivalente à construção de dez piscinões”, disse. Em nota, a assessoria de Haddad disse que ele “realizou as obras que podia com recursos próprios, caso da canalização do córrego da Água Preta-Sumaré, além de obras na zona sul, na região da Ponte Baixa e os piscinões cobertos da Cupecê”.

A atual gestão foi procurada, mas até as 20h não respondeu aos questionamentos do Estado.

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Divergência

As obras de melhorias nos córregos tendem a evitar o transbordamento de cursos d’água no bairro onde eles se encontram, mas, por outro lado, aceleram a velocidade com que a água corre para os Rios Tietê e Pinheiros. Por isso, para especialistas, é necessário investimento constante na manutenção da calha desses rios, com a retirada de lodo e lama para evitar o assoreamento. Segundo o governo do Estado, em 2019 foram gastos R$ 49 milhões para a retirada de 400 mil toneladas de material do Tietê. 

O dado é contestado pela oposição na Assembleia. Levantamento da bancada do PT no Sistema de Gerenciamento das Execuções Orçamentárias mostra que, no ano passado, foram gastos R$ 10,2 milhões na atividade. Questionado, o governo estadual apresentou novos dados. Informou que, de 2016 a 2018, houve o investimento de R$ 217,1 milhões em obras de desassoreamento no Tietê e a retirada de 3,9 milhões de metros cúbicos de sedimentos.

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Em 2011, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) chegou a manter uma placa comemorando o fim dos transbordamentos do Tietê. Naquele ano, foram retiradas 2,1 milhões de toneladas do rio, segundo anúncio na época. 

Para a arquiteta Alejandra Devecchi, “a burocracia pública se prendeu à necessidade de obras de urbanização que têm mentalidade do início do século passado, em que a água deveria ser levada para longe. É preciso renaturalizar os rios”, disse ela, que é doutora em urbanismo. / COLABOROU ADRIANA FERRAZ

SÃO PAULO - Nos últimos cinco anos, a Prefeitura de São Paulo deixou de gastar R$ 2,7 bilhões em obras para o controle de cheias na cidade. Em números atualizados, entre 2015 e 2019, as administrações de Fernando Haddad (PT), João Doria (PSDB) e a atual, de Bruno Covas (PSDB), planejaram desembolsar R$ 3,8 bilhões em intervenções nos córregos, mas apenas R$ 1,1 bilhão foi investido em projetos que saíram do papel.

Marginal Tietêinundada na altura da Ponte do Limão, na zona norte da capital paulista Foto: Werther Santana/ Estadão

Entre as propostas que ficaram nas pranchetas estão intervenções em ribeirões com histórico de transbordamentos, como o Zavuvus, na zona sul, e o Córrego da Paciência, na zona norte, além de serviços de drenagem na região da Lapa, zona oeste, planejados para ocorrer em meio à construção da Ponte Raimundo Pereira de Magalhães, que ligará a região a Pirituba, na zona norte. 

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Não entram nessa conta os serviços de manutenção dos rios e córregos – retirada de entulho e desassoreamento de calhas, um trabalho mais ligado à zeladoria urbana. Entre 2014 e 2019, a previsão de gastos com esses serviços de manutenção era de R$ 970 milhões. Segundo dados da Secretaria Municipal da Fazenda, compilados pelo Estado, 86% dessa verba (R$ 835 milhões) foi gasta.

Parte da desconexão entre o planejado e o executado na prevenção de alagamentos está ligada ao fato de que a cidade esperava receber, especialmente na gestão Haddad, uma ajuda maior do governo federal para a execução de obras que acabou não se concretizando. Em 2016, por exemplo, último ano de mandato do petista, o orçamento da cidade previa uma transferência da União da ordem de R$ 759 milhões para intervenções de controle de cheias nas bacias dos córregos. Ao fim daquele ano, apenas R$ 16 milhões (2,1% do previsto) foram gastos.

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Enchente

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Galerias do Acervo

Foto: Acervo

Na gestão Doria – hoje governador do Estado –, os recursos originários de operações de créditos – empréstimos obtidos pela Prefeitura em instituições financeiras brasileiras e estrangeiras – foram superestimados. Em 2018, esperava-se gastar em obras R$ 46 milhões dessa fonte. No entanto, não houve desembolsos. Em 2019, já sob Covas, a Prefeitura tinha previsão de gastar R$ 133 milhões obtidos por meio desses empréstimos, mas investiu R$ 171 mil.

Haddad admitiu o não cumprimento de acordos por parte do governo federal para executar os gastos planejados por sua gestão, mas defendeu a eficiência do que saiu do papel. “O que fiz com os córregos é equivalente à construção de dez piscinões”, disse. Em nota, a assessoria de Haddad disse que ele “realizou as obras que podia com recursos próprios, caso da canalização do córrego da Água Preta-Sumaré, além de obras na zona sul, na região da Ponte Baixa e os piscinões cobertos da Cupecê”.

A atual gestão foi procurada, mas até as 20h não respondeu aos questionamentos do Estado.

Divergência

As obras de melhorias nos córregos tendem a evitar o transbordamento de cursos d’água no bairro onde eles se encontram, mas, por outro lado, aceleram a velocidade com que a água corre para os Rios Tietê e Pinheiros. Por isso, para especialistas, é necessário investimento constante na manutenção da calha desses rios, com a retirada de lodo e lama para evitar o assoreamento. Segundo o governo do Estado, em 2019 foram gastos R$ 49 milhões para a retirada de 400 mil toneladas de material do Tietê. 

O dado é contestado pela oposição na Assembleia. Levantamento da bancada do PT no Sistema de Gerenciamento das Execuções Orçamentárias mostra que, no ano passado, foram gastos R$ 10,2 milhões na atividade. Questionado, o governo estadual apresentou novos dados. Informou que, de 2016 a 2018, houve o investimento de R$ 217,1 milhões em obras de desassoreamento no Tietê e a retirada de 3,9 milhões de metros cúbicos de sedimentos.

Em 2011, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) chegou a manter uma placa comemorando o fim dos transbordamentos do Tietê. Naquele ano, foram retiradas 2,1 milhões de toneladas do rio, segundo anúncio na época. 

Para a arquiteta Alejandra Devecchi, “a burocracia pública se prendeu à necessidade de obras de urbanização que têm mentalidade do início do século passado, em que a água deveria ser levada para longe. É preciso renaturalizar os rios”, disse ela, que é doutora em urbanismo. / COLABOROU ADRIANA FERRAZ

SÃO PAULO - Nos últimos cinco anos, a Prefeitura de São Paulo deixou de gastar R$ 2,7 bilhões em obras para o controle de cheias na cidade. Em números atualizados, entre 2015 e 2019, as administrações de Fernando Haddad (PT), João Doria (PSDB) e a atual, de Bruno Covas (PSDB), planejaram desembolsar R$ 3,8 bilhões em intervenções nos córregos, mas apenas R$ 1,1 bilhão foi investido em projetos que saíram do papel.

Marginal Tietêinundada na altura da Ponte do Limão, na zona norte da capital paulista Foto: Werther Santana/ Estadão

Entre as propostas que ficaram nas pranchetas estão intervenções em ribeirões com histórico de transbordamentos, como o Zavuvus, na zona sul, e o Córrego da Paciência, na zona norte, além de serviços de drenagem na região da Lapa, zona oeste, planejados para ocorrer em meio à construção da Ponte Raimundo Pereira de Magalhães, que ligará a região a Pirituba, na zona norte. 

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Foto: Hélvio Romero/ Estadão - 10/02/2020

Não entram nessa conta os serviços de manutenção dos rios e córregos – retirada de entulho e desassoreamento de calhas, um trabalho mais ligado à zeladoria urbana. Entre 2014 e 2019, a previsão de gastos com esses serviços de manutenção era de R$ 970 milhões. Segundo dados da Secretaria Municipal da Fazenda, compilados pelo Estado, 86% dessa verba (R$ 835 milhões) foi gasta.

Parte da desconexão entre o planejado e o executado na prevenção de alagamentos está ligada ao fato de que a cidade esperava receber, especialmente na gestão Haddad, uma ajuda maior do governo federal para a execução de obras que acabou não se concretizando. Em 2016, por exemplo, último ano de mandato do petista, o orçamento da cidade previa uma transferência da União da ordem de R$ 759 milhões para intervenções de controle de cheias nas bacias dos córregos. Ao fim daquele ano, apenas R$ 16 milhões (2,1% do previsto) foram gastos.

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Anhangabaú

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Bonde na chuva

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Congestionamento

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Caminhão

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Enchente

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Viaduto do Chá

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7 | 30

Anhangabaú

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Tranbordamento Rio Pinheiros

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Árvore

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Carroça

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Ônibus

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Mercado alagado

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Inundação no Cambuci

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Enchente em São Miguel Paulista

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Cambuci alagado

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Marginal Tietê

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Família na chuva

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Enchente no Anhangabaú

Foto: Acervo/Estadão
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Avenida 9 de Julho

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Anhangabaú

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22 | 30

Jockey Club

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Chuvas

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Barco

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Travessia

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Sozinha na chuva

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Mercado Municipal

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Galerias do Acervo

Foto: Acervo

Na gestão Doria – hoje governador do Estado –, os recursos originários de operações de créditos – empréstimos obtidos pela Prefeitura em instituições financeiras brasileiras e estrangeiras – foram superestimados. Em 2018, esperava-se gastar em obras R$ 46 milhões dessa fonte. No entanto, não houve desembolsos. Em 2019, já sob Covas, a Prefeitura tinha previsão de gastar R$ 133 milhões obtidos por meio desses empréstimos, mas investiu R$ 171 mil.

Haddad admitiu o não cumprimento de acordos por parte do governo federal para executar os gastos planejados por sua gestão, mas defendeu a eficiência do que saiu do papel. “O que fiz com os córregos é equivalente à construção de dez piscinões”, disse. Em nota, a assessoria de Haddad disse que ele “realizou as obras que podia com recursos próprios, caso da canalização do córrego da Água Preta-Sumaré, além de obras na zona sul, na região da Ponte Baixa e os piscinões cobertos da Cupecê”.

A atual gestão foi procurada, mas até as 20h não respondeu aos questionamentos do Estado.

Divergência

As obras de melhorias nos córregos tendem a evitar o transbordamento de cursos d’água no bairro onde eles se encontram, mas, por outro lado, aceleram a velocidade com que a água corre para os Rios Tietê e Pinheiros. Por isso, para especialistas, é necessário investimento constante na manutenção da calha desses rios, com a retirada de lodo e lama para evitar o assoreamento. Segundo o governo do Estado, em 2019 foram gastos R$ 49 milhões para a retirada de 400 mil toneladas de material do Tietê. 

O dado é contestado pela oposição na Assembleia. Levantamento da bancada do PT no Sistema de Gerenciamento das Execuções Orçamentárias mostra que, no ano passado, foram gastos R$ 10,2 milhões na atividade. Questionado, o governo estadual apresentou novos dados. Informou que, de 2016 a 2018, houve o investimento de R$ 217,1 milhões em obras de desassoreamento no Tietê e a retirada de 3,9 milhões de metros cúbicos de sedimentos.

Em 2011, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) chegou a manter uma placa comemorando o fim dos transbordamentos do Tietê. Naquele ano, foram retiradas 2,1 milhões de toneladas do rio, segundo anúncio na época. 

Para a arquiteta Alejandra Devecchi, “a burocracia pública se prendeu à necessidade de obras de urbanização que têm mentalidade do início do século passado, em que a água deveria ser levada para longe. É preciso renaturalizar os rios”, disse ela, que é doutora em urbanismo. / COLABOROU ADRIANA FERRAZ

SÃO PAULO - Nos últimos cinco anos, a Prefeitura de São Paulo deixou de gastar R$ 2,7 bilhões em obras para o controle de cheias na cidade. Em números atualizados, entre 2015 e 2019, as administrações de Fernando Haddad (PT), João Doria (PSDB) e a atual, de Bruno Covas (PSDB), planejaram desembolsar R$ 3,8 bilhões em intervenções nos córregos, mas apenas R$ 1,1 bilhão foi investido em projetos que saíram do papel.

Marginal Tietêinundada na altura da Ponte do Limão, na zona norte da capital paulista Foto: Werther Santana/ Estadão

Entre as propostas que ficaram nas pranchetas estão intervenções em ribeirões com histórico de transbordamentos, como o Zavuvus, na zona sul, e o Córrego da Paciência, na zona norte, além de serviços de drenagem na região da Lapa, zona oeste, planejados para ocorrer em meio à construção da Ponte Raimundo Pereira de Magalhães, que ligará a região a Pirituba, na zona norte. 

Chuva forte causa alagamentos em São Paulo

1 | 33

Trator carrega pessoas na Lapa

Foto: Ana Carolina Sacoman
2 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Andre Penner/ AP
3 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Felipe Rau/ Estadão
4 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Andre Penner/ AP
5 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Werther Santana/ Estadão
6 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Miguel Schincariol/ AFP
7 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Fernando Bizerra/ EFE
8 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Rahel Patrasso/ Reuters
9 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Werther Santana/ Estadão
10 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
11 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
12 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
13 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
14 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Werther Santana/ Estadão
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Werther Santana/ Estadão
17 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Werther Santana/ Estadão
18 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
19 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Werther Santana/ Estadão
20 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
21 | 33

Alagamento em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
22 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Fernando Bizerra/ EFE
23 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Fernando Bizerra/ Estadão
24 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Felipe Rau/ Estadão
25 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Miguel Schincariol/ AFP
26 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Werther Santana/ Estadão
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
30 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
31 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
32 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Rahel Patrasso/ Reuters
33 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão - 10/02/2020

Não entram nessa conta os serviços de manutenção dos rios e córregos – retirada de entulho e desassoreamento de calhas, um trabalho mais ligado à zeladoria urbana. Entre 2014 e 2019, a previsão de gastos com esses serviços de manutenção era de R$ 970 milhões. Segundo dados da Secretaria Municipal da Fazenda, compilados pelo Estado, 86% dessa verba (R$ 835 milhões) foi gasta.

Parte da desconexão entre o planejado e o executado na prevenção de alagamentos está ligada ao fato de que a cidade esperava receber, especialmente na gestão Haddad, uma ajuda maior do governo federal para a execução de obras que acabou não se concretizando. Em 2016, por exemplo, último ano de mandato do petista, o orçamento da cidade previa uma transferência da União da ordem de R$ 759 milhões para intervenções de controle de cheias nas bacias dos córregos. Ao fim daquele ano, apenas R$ 16 milhões (2,1% do previsto) foram gastos.

São Paulo alagada

1 | 30

Anhangabaú

Foto: Acervo/ Estadão
2 | 30

Bonde na chuva

Foto: Acervo/Estadão
3 | 30

Congestionamento

Foto: Acervo/Estadão
4 | 30

Caminhão

Foto: Alfredo Rizzutti/ Estadão
5 | 30

Enchente

Foto: Suplemento Rotogravura/ Estadão
6 | 30

Viaduto do Chá

Foto: Acervo/Estadão
7 | 30

Anhangabaú

Foto: Acervo/Estadão
8 | 30

Tranbordamento Rio Pinheiros

Foto: Acervo/Estadão
9 | 30

Chuvas nop Brás

Foto: Acervo/Estadão
10 | 30

Árvore

Foto: Acervo/Estadão
11 | 30

Carroça

Foto: Acervo/Estadão
12 | 30

Ônibus

Foto: Acervo/Estadão
13 | 30

Mercado alagado

Foto: Acervo/Estadão
14 | 30

Inundação no Cambuci

Foto: João Pires/Estadão
15 | 30

Enchente em São Miguel Paulista

Foto: Acervo/Estadão
16 | 30

Cambuci alagado

Foto: Acervo/Estadão
17 | 30

Marginal Tietê

Foto: Acervo/Estadão
18 | 30

Família na chuva

Foto: Alfredo Rizzutti/ Estadão
19 | 30

Enchente no Anhangabaú

Foto: Acervo/Estadão
20 | 30

Avenida 9 de Julho

Foto: Acervo/Estadão
21 | 30

Anhangabaú

Foto: Oswaldo Jurno/ Estadão
22 | 30

Jockey Club

Foto: Acervo/Estadão
23 | 30

Chuvas

Foto: Rotogravura/ Estadão
24 | 30

Barco

Foto: Suplemento Rotogravura/ Estadão
25 | 30

Travessia

Foto: Acervo/Estadão
26 | 30

Guarda- chuvas

Foto: Acervo/Estadão
27 | 30

Sozinha na chuva

Foto: Claudine Petrolli/ Estadão
28 | 30

Mercado Municipal

Foto: Acervo/Estadão
29 | 30

Enchente

Foto: Kenji Honda/ Estadão
30 | 30

Galerias do Acervo

Foto: Acervo

Na gestão Doria – hoje governador do Estado –, os recursos originários de operações de créditos – empréstimos obtidos pela Prefeitura em instituições financeiras brasileiras e estrangeiras – foram superestimados. Em 2018, esperava-se gastar em obras R$ 46 milhões dessa fonte. No entanto, não houve desembolsos. Em 2019, já sob Covas, a Prefeitura tinha previsão de gastar R$ 133 milhões obtidos por meio desses empréstimos, mas investiu R$ 171 mil.

Haddad admitiu o não cumprimento de acordos por parte do governo federal para executar os gastos planejados por sua gestão, mas defendeu a eficiência do que saiu do papel. “O que fiz com os córregos é equivalente à construção de dez piscinões”, disse. Em nota, a assessoria de Haddad disse que ele “realizou as obras que podia com recursos próprios, caso da canalização do córrego da Água Preta-Sumaré, além de obras na zona sul, na região da Ponte Baixa e os piscinões cobertos da Cupecê”.

A atual gestão foi procurada, mas até as 20h não respondeu aos questionamentos do Estado.

Divergência

As obras de melhorias nos córregos tendem a evitar o transbordamento de cursos d’água no bairro onde eles se encontram, mas, por outro lado, aceleram a velocidade com que a água corre para os Rios Tietê e Pinheiros. Por isso, para especialistas, é necessário investimento constante na manutenção da calha desses rios, com a retirada de lodo e lama para evitar o assoreamento. Segundo o governo do Estado, em 2019 foram gastos R$ 49 milhões para a retirada de 400 mil toneladas de material do Tietê. 

O dado é contestado pela oposição na Assembleia. Levantamento da bancada do PT no Sistema de Gerenciamento das Execuções Orçamentárias mostra que, no ano passado, foram gastos R$ 10,2 milhões na atividade. Questionado, o governo estadual apresentou novos dados. Informou que, de 2016 a 2018, houve o investimento de R$ 217,1 milhões em obras de desassoreamento no Tietê e a retirada de 3,9 milhões de metros cúbicos de sedimentos.

Em 2011, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) chegou a manter uma placa comemorando o fim dos transbordamentos do Tietê. Naquele ano, foram retiradas 2,1 milhões de toneladas do rio, segundo anúncio na época. 

Para a arquiteta Alejandra Devecchi, “a burocracia pública se prendeu à necessidade de obras de urbanização que têm mentalidade do início do século passado, em que a água deveria ser levada para longe. É preciso renaturalizar os rios”, disse ela, que é doutora em urbanismo. / COLABOROU ADRIANA FERRAZ

SÃO PAULO - Nos últimos cinco anos, a Prefeitura de São Paulo deixou de gastar R$ 2,7 bilhões em obras para o controle de cheias na cidade. Em números atualizados, entre 2015 e 2019, as administrações de Fernando Haddad (PT), João Doria (PSDB) e a atual, de Bruno Covas (PSDB), planejaram desembolsar R$ 3,8 bilhões em intervenções nos córregos, mas apenas R$ 1,1 bilhão foi investido em projetos que saíram do papel.

Marginal Tietêinundada na altura da Ponte do Limão, na zona norte da capital paulista Foto: Werther Santana/ Estadão

Entre as propostas que ficaram nas pranchetas estão intervenções em ribeirões com histórico de transbordamentos, como o Zavuvus, na zona sul, e o Córrego da Paciência, na zona norte, além de serviços de drenagem na região da Lapa, zona oeste, planejados para ocorrer em meio à construção da Ponte Raimundo Pereira de Magalhães, que ligará a região a Pirituba, na zona norte. 

Chuva forte causa alagamentos em São Paulo

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Trator carrega pessoas na Lapa

Foto: Ana Carolina Sacoman
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Andre Penner/ AP
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Felipe Rau/ Estadão
4 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Andre Penner/ AP
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Werther Santana/ Estadão
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Miguel Schincariol/ AFP
7 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Fernando Bizerra/ EFE
8 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Rahel Patrasso/ Reuters
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Werther Santana/ Estadão
10 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
11 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
12 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
13 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
14 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Werther Santana/ Estadão
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Werther Santana/ Estadão
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Werther Santana/ Estadão
18 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Werther Santana/ Estadão
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
21 | 33

Alagamento em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
22 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Fernando Bizerra/ EFE
23 | 33

Alagamentos em São Paulo

Foto: Fernando Bizerra/ Estadão
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Felipe Rau/ Estadão
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Miguel Schincariol/ AFP
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Werther Santana/ Estadão
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Rahel Patrasso/ Reuters
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Alagamentos em São Paulo

Foto: Hélvio Romero/ Estadão - 10/02/2020

Não entram nessa conta os serviços de manutenção dos rios e córregos – retirada de entulho e desassoreamento de calhas, um trabalho mais ligado à zeladoria urbana. Entre 2014 e 2019, a previsão de gastos com esses serviços de manutenção era de R$ 970 milhões. Segundo dados da Secretaria Municipal da Fazenda, compilados pelo Estado, 86% dessa verba (R$ 835 milhões) foi gasta.

Parte da desconexão entre o planejado e o executado na prevenção de alagamentos está ligada ao fato de que a cidade esperava receber, especialmente na gestão Haddad, uma ajuda maior do governo federal para a execução de obras que acabou não se concretizando. Em 2016, por exemplo, último ano de mandato do petista, o orçamento da cidade previa uma transferência da União da ordem de R$ 759 milhões para intervenções de controle de cheias nas bacias dos córregos. Ao fim daquele ano, apenas R$ 16 milhões (2,1% do previsto) foram gastos.

São Paulo alagada

1 | 30

Anhangabaú

Foto: Acervo/ Estadão
2 | 30

Bonde na chuva

Foto: Acervo/Estadão
3 | 30

Congestionamento

Foto: Acervo/Estadão
4 | 30

Caminhão

Foto: Alfredo Rizzutti/ Estadão
5 | 30

Enchente

Foto: Suplemento Rotogravura/ Estadão
6 | 30

Viaduto do Chá

Foto: Acervo/Estadão
7 | 30

Anhangabaú

Foto: Acervo/Estadão
8 | 30

Tranbordamento Rio Pinheiros

Foto: Acervo/Estadão
9 | 30

Chuvas nop Brás

Foto: Acervo/Estadão
10 | 30

Árvore

Foto: Acervo/Estadão
11 | 30

Carroça

Foto: Acervo/Estadão
12 | 30

Ônibus

Foto: Acervo/Estadão
13 | 30

Mercado alagado

Foto: Acervo/Estadão
14 | 30

Inundação no Cambuci

Foto: João Pires/Estadão
15 | 30

Enchente em São Miguel Paulista

Foto: Acervo/Estadão
16 | 30

Cambuci alagado

Foto: Acervo/Estadão
17 | 30

Marginal Tietê

Foto: Acervo/Estadão
18 | 30

Família na chuva

Foto: Alfredo Rizzutti/ Estadão
19 | 30

Enchente no Anhangabaú

Foto: Acervo/Estadão
20 | 30

Avenida 9 de Julho

Foto: Acervo/Estadão
21 | 30

Anhangabaú

Foto: Oswaldo Jurno/ Estadão
22 | 30

Jockey Club

Foto: Acervo/Estadão
23 | 30

Chuvas

Foto: Rotogravura/ Estadão
24 | 30

Barco

Foto: Suplemento Rotogravura/ Estadão
25 | 30

Travessia

Foto: Acervo/Estadão
26 | 30

Guarda- chuvas

Foto: Acervo/Estadão
27 | 30

Sozinha na chuva

Foto: Claudine Petrolli/ Estadão
28 | 30

Mercado Municipal

Foto: Acervo/Estadão
29 | 30

Enchente

Foto: Kenji Honda/ Estadão
30 | 30

Galerias do Acervo

Foto: Acervo

Na gestão Doria – hoje governador do Estado –, os recursos originários de operações de créditos – empréstimos obtidos pela Prefeitura em instituições financeiras brasileiras e estrangeiras – foram superestimados. Em 2018, esperava-se gastar em obras R$ 46 milhões dessa fonte. No entanto, não houve desembolsos. Em 2019, já sob Covas, a Prefeitura tinha previsão de gastar R$ 133 milhões obtidos por meio desses empréstimos, mas investiu R$ 171 mil.

Haddad admitiu o não cumprimento de acordos por parte do governo federal para executar os gastos planejados por sua gestão, mas defendeu a eficiência do que saiu do papel. “O que fiz com os córregos é equivalente à construção de dez piscinões”, disse. Em nota, a assessoria de Haddad disse que ele “realizou as obras que podia com recursos próprios, caso da canalização do córrego da Água Preta-Sumaré, além de obras na zona sul, na região da Ponte Baixa e os piscinões cobertos da Cupecê”.

A atual gestão foi procurada, mas até as 20h não respondeu aos questionamentos do Estado.

Divergência

As obras de melhorias nos córregos tendem a evitar o transbordamento de cursos d’água no bairro onde eles se encontram, mas, por outro lado, aceleram a velocidade com que a água corre para os Rios Tietê e Pinheiros. Por isso, para especialistas, é necessário investimento constante na manutenção da calha desses rios, com a retirada de lodo e lama para evitar o assoreamento. Segundo o governo do Estado, em 2019 foram gastos R$ 49 milhões para a retirada de 400 mil toneladas de material do Tietê. 

O dado é contestado pela oposição na Assembleia. Levantamento da bancada do PT no Sistema de Gerenciamento das Execuções Orçamentárias mostra que, no ano passado, foram gastos R$ 10,2 milhões na atividade. Questionado, o governo estadual apresentou novos dados. Informou que, de 2016 a 2018, houve o investimento de R$ 217,1 milhões em obras de desassoreamento no Tietê e a retirada de 3,9 milhões de metros cúbicos de sedimentos.

Em 2011, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) chegou a manter uma placa comemorando o fim dos transbordamentos do Tietê. Naquele ano, foram retiradas 2,1 milhões de toneladas do rio, segundo anúncio na época. 

Para a arquiteta Alejandra Devecchi, “a burocracia pública se prendeu à necessidade de obras de urbanização que têm mentalidade do início do século passado, em que a água deveria ser levada para longe. É preciso renaturalizar os rios”, disse ela, que é doutora em urbanismo. / COLABOROU ADRIANA FERRAZ

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