Prefeitura de SP cria vagas de estacionamento em cima de calçadão para público do Theatro Municipal


Vagas podem ser usadas em dias de apresentações no período noturno, entre 19h e 2h; medida divide opiniões de especialistas e empresários

Por Gonçalo Junior
Atualização:

Frequentadores do Theatro Municipal de São Paulo poderão estacionar os veículos nos calçadões próximos à Praça Ramos de Azevedo, onde se localiza o teatro, na região central da capital paulista. A liberação de vagas de Zona Azul é uma medida da Secretaria de Mobilidade e Trânsito e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e será válida para a programação noturna de peças e espetáculos, entre 19h e 2h.

Ao todo, serão 275 vagas, 200 delas na Alameda Barão de Itapetininga e nas Conselheiros Crispiniano e Marconi, e outras 75 no entorno. Os espaços podem ser usados por meio do aplicativo Estapar. As datas de liberação das vagas ainda não foram divulgadas.

O Estadão acompanhou parte do trabalho da pintura das marcações na calçada na manhã desta quinta-feira, 19. As vagas ficam exatamente nos calçadões onde circulam centenas de pedestres e também onde ficam montadas barracas de comércio informal. Durante o dia é quase impossível imaginar a circulação de carros por ali.

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Marcação para estacionamento de carros no calçadão em frente ao Theatro Municipal, no centro de São Paulo. Foto: Felipe Rau/Estadão

A CET justifica a medida em função da baixa circulação de pedestres no período da liberação aliada à alta demanda de vagas por estacionamento na região em dias de apresentações.

A Prefeitura de São Paulo alerta que a permissão para estacionamento não se estende à circulação de veículos pelo calçadão. “Haverá orientação dos condutores para que o acesso seja restrito às vagas, para o momento de chegada e saída, não sendo permitida a circulação veicular nos calçadões em nenhuma circunstância”, diz comunicado do poder municipal.

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A CET esclarece que as novas vagas não estão relacionadas às obras de requalificação dos calçadões do centro em andamento no chamado Triângulo Histórico, que compreende o Largo São Francisco, o Largo São Bento e a Praça da Sé.

Comerciantes mostram preocupação com a segurança

Comerciantes e pessoas que circulam diariamente pelo centro mostram preocupação com a segurança de quem estacionar o carro à noite no centro. Gerente de um restaurante na Rua Marconi há três anos, Antonio Carlos Barbosa, de 54 anos, conta que a queda da circulação de pedestres à noite pode aumentar a sensação de insegurança dos frequentadores do teatro. “As vagas vão facilitar o acesso, vai ficar mais fácil parar, mas é preciso aumentar a preocupação com a segurança também”, diz.

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Para diminuir essa sensação de insegurança, centros culturais da região central criam esquemas especiais. O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), localizado na Álvares Penteado, na região da Sé, possui estacionamentos conveniados e traslado gratuito dos visitantes até o endereço das exposições e eventos artísticos. Bares e restaurantes adotam medidas semelhantes, colocando seguranças para “escoltar” os clientes até os locais. É o caso do Bar dos Arcos.

Medida divide opiniões de empresários e especialistas

A iniciativa divide as opiniões de empresários e especialistas. Facundo Guerra, um dos empreendedores mais importantes da noite paulistana, afirma que a liberação das vagas pode compensar a escassez de estacionamentos acessíveis na região. “Suponho que (o projeto) seja positivo, desde que não impacte os pedestres. Aquela região é carente de estacionamentos por preços acessíveis. A falta de lugar para estacionar incomoda bastante. Eu, particularmente, só vou trabalhar de uber ou táxi”, afirma Facundo.

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Por outro lado, atender à demanda dos veículos é um erro histórico na visão de Rafael Calabria, coordenador de Mobilidade Urbana do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). “Essa medida vai na contramão da legislação, seja o Plano de Mobilidade ou o Plano Diretor, que tenta desestimular o carro. Não é um crime, não é ilegal usar carro, mas contraria as legislações. Teremos ainda mais trânsito no centro”, diz.

Essa é a mesma opinião de Suzana Nogueira, especialista em Mobilidade Urbana. “Diversas cidades na América e Europa vêm desestimulando ou restringindo a circulação de autos nas áreas centrais, em decorrência de diversos estudos e políticas de promoção à mobilidade sustentável”, afirma a profissional da Lenog Arquitetura.

Rubens Amatto, fundador e curador da Casa de Francisca, espaço sociocultural no centro de São Paulo, afirma que os calçadões são um dos poucos lugares na cidade em que os pedestres ainda são prioridade. “O Theatro Municipal está a menos de uma quadra do metrô. Em uma cidade como São Paulo, o metrô deveria ser 24h e com uma segurança pública mais presente também. Sou a favor do transporte público gratuito, garantindo o direito de todos a locomoção e a democratização do acesso entre os bairros mais centrais e periféricos”, diz.

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A delimitação das vagas nos calçadões é uma oportunidade para promover a inclusão das pessoas com deficiência, como analisa Ciça Cordeiro, pessoa com deficiência e consultora em Acessibilidade no Grupo Talento Incluir.

“A iniciativa da Prefeitura é muito importante, mas é bom pensar nas pessoas com deficiência, que são consumidoras, inclusive de cultura. Facilitar o acesso das pessoas ao Theatro Municipal e reservar parte das vagas próximas à entrada para pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, idosos, gestantes, fará com que essas pessoas frequentem o lugar”, afirma Ciça Cordeiro.

Frequentadores do Theatro Municipal de São Paulo poderão estacionar os veículos nos calçadões próximos à Praça Ramos de Azevedo, onde se localiza o teatro, na região central da capital paulista. A liberação de vagas de Zona Azul é uma medida da Secretaria de Mobilidade e Trânsito e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e será válida para a programação noturna de peças e espetáculos, entre 19h e 2h.

Ao todo, serão 275 vagas, 200 delas na Alameda Barão de Itapetininga e nas Conselheiros Crispiniano e Marconi, e outras 75 no entorno. Os espaços podem ser usados por meio do aplicativo Estapar. As datas de liberação das vagas ainda não foram divulgadas.

O Estadão acompanhou parte do trabalho da pintura das marcações na calçada na manhã desta quinta-feira, 19. As vagas ficam exatamente nos calçadões onde circulam centenas de pedestres e também onde ficam montadas barracas de comércio informal. Durante o dia é quase impossível imaginar a circulação de carros por ali.

Marcação para estacionamento de carros no calçadão em frente ao Theatro Municipal, no centro de São Paulo. Foto: Felipe Rau/Estadão

A CET justifica a medida em função da baixa circulação de pedestres no período da liberação aliada à alta demanda de vagas por estacionamento na região em dias de apresentações.

A Prefeitura de São Paulo alerta que a permissão para estacionamento não se estende à circulação de veículos pelo calçadão. “Haverá orientação dos condutores para que o acesso seja restrito às vagas, para o momento de chegada e saída, não sendo permitida a circulação veicular nos calçadões em nenhuma circunstância”, diz comunicado do poder municipal.

A CET esclarece que as novas vagas não estão relacionadas às obras de requalificação dos calçadões do centro em andamento no chamado Triângulo Histórico, que compreende o Largo São Francisco, o Largo São Bento e a Praça da Sé.

Comerciantes mostram preocupação com a segurança

Comerciantes e pessoas que circulam diariamente pelo centro mostram preocupação com a segurança de quem estacionar o carro à noite no centro. Gerente de um restaurante na Rua Marconi há três anos, Antonio Carlos Barbosa, de 54 anos, conta que a queda da circulação de pedestres à noite pode aumentar a sensação de insegurança dos frequentadores do teatro. “As vagas vão facilitar o acesso, vai ficar mais fácil parar, mas é preciso aumentar a preocupação com a segurança também”, diz.

Para diminuir essa sensação de insegurança, centros culturais da região central criam esquemas especiais. O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), localizado na Álvares Penteado, na região da Sé, possui estacionamentos conveniados e traslado gratuito dos visitantes até o endereço das exposições e eventos artísticos. Bares e restaurantes adotam medidas semelhantes, colocando seguranças para “escoltar” os clientes até os locais. É o caso do Bar dos Arcos.

Medida divide opiniões de empresários e especialistas

A iniciativa divide as opiniões de empresários e especialistas. Facundo Guerra, um dos empreendedores mais importantes da noite paulistana, afirma que a liberação das vagas pode compensar a escassez de estacionamentos acessíveis na região. “Suponho que (o projeto) seja positivo, desde que não impacte os pedestres. Aquela região é carente de estacionamentos por preços acessíveis. A falta de lugar para estacionar incomoda bastante. Eu, particularmente, só vou trabalhar de uber ou táxi”, afirma Facundo.

Por outro lado, atender à demanda dos veículos é um erro histórico na visão de Rafael Calabria, coordenador de Mobilidade Urbana do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). “Essa medida vai na contramão da legislação, seja o Plano de Mobilidade ou o Plano Diretor, que tenta desestimular o carro. Não é um crime, não é ilegal usar carro, mas contraria as legislações. Teremos ainda mais trânsito no centro”, diz.

Essa é a mesma opinião de Suzana Nogueira, especialista em Mobilidade Urbana. “Diversas cidades na América e Europa vêm desestimulando ou restringindo a circulação de autos nas áreas centrais, em decorrência de diversos estudos e políticas de promoção à mobilidade sustentável”, afirma a profissional da Lenog Arquitetura.

Rubens Amatto, fundador e curador da Casa de Francisca, espaço sociocultural no centro de São Paulo, afirma que os calçadões são um dos poucos lugares na cidade em que os pedestres ainda são prioridade. “O Theatro Municipal está a menos de uma quadra do metrô. Em uma cidade como São Paulo, o metrô deveria ser 24h e com uma segurança pública mais presente também. Sou a favor do transporte público gratuito, garantindo o direito de todos a locomoção e a democratização do acesso entre os bairros mais centrais e periféricos”, diz.

A delimitação das vagas nos calçadões é uma oportunidade para promover a inclusão das pessoas com deficiência, como analisa Ciça Cordeiro, pessoa com deficiência e consultora em Acessibilidade no Grupo Talento Incluir.

“A iniciativa da Prefeitura é muito importante, mas é bom pensar nas pessoas com deficiência, que são consumidoras, inclusive de cultura. Facilitar o acesso das pessoas ao Theatro Municipal e reservar parte das vagas próximas à entrada para pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, idosos, gestantes, fará com que essas pessoas frequentem o lugar”, afirma Ciça Cordeiro.

Frequentadores do Theatro Municipal de São Paulo poderão estacionar os veículos nos calçadões próximos à Praça Ramos de Azevedo, onde se localiza o teatro, na região central da capital paulista. A liberação de vagas de Zona Azul é uma medida da Secretaria de Mobilidade e Trânsito e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e será válida para a programação noturna de peças e espetáculos, entre 19h e 2h.

Ao todo, serão 275 vagas, 200 delas na Alameda Barão de Itapetininga e nas Conselheiros Crispiniano e Marconi, e outras 75 no entorno. Os espaços podem ser usados por meio do aplicativo Estapar. As datas de liberação das vagas ainda não foram divulgadas.

O Estadão acompanhou parte do trabalho da pintura das marcações na calçada na manhã desta quinta-feira, 19. As vagas ficam exatamente nos calçadões onde circulam centenas de pedestres e também onde ficam montadas barracas de comércio informal. Durante o dia é quase impossível imaginar a circulação de carros por ali.

Marcação para estacionamento de carros no calçadão em frente ao Theatro Municipal, no centro de São Paulo. Foto: Felipe Rau/Estadão

A CET justifica a medida em função da baixa circulação de pedestres no período da liberação aliada à alta demanda de vagas por estacionamento na região em dias de apresentações.

A Prefeitura de São Paulo alerta que a permissão para estacionamento não se estende à circulação de veículos pelo calçadão. “Haverá orientação dos condutores para que o acesso seja restrito às vagas, para o momento de chegada e saída, não sendo permitida a circulação veicular nos calçadões em nenhuma circunstância”, diz comunicado do poder municipal.

A CET esclarece que as novas vagas não estão relacionadas às obras de requalificação dos calçadões do centro em andamento no chamado Triângulo Histórico, que compreende o Largo São Francisco, o Largo São Bento e a Praça da Sé.

Comerciantes mostram preocupação com a segurança

Comerciantes e pessoas que circulam diariamente pelo centro mostram preocupação com a segurança de quem estacionar o carro à noite no centro. Gerente de um restaurante na Rua Marconi há três anos, Antonio Carlos Barbosa, de 54 anos, conta que a queda da circulação de pedestres à noite pode aumentar a sensação de insegurança dos frequentadores do teatro. “As vagas vão facilitar o acesso, vai ficar mais fácil parar, mas é preciso aumentar a preocupação com a segurança também”, diz.

Para diminuir essa sensação de insegurança, centros culturais da região central criam esquemas especiais. O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), localizado na Álvares Penteado, na região da Sé, possui estacionamentos conveniados e traslado gratuito dos visitantes até o endereço das exposições e eventos artísticos. Bares e restaurantes adotam medidas semelhantes, colocando seguranças para “escoltar” os clientes até os locais. É o caso do Bar dos Arcos.

Medida divide opiniões de empresários e especialistas

A iniciativa divide as opiniões de empresários e especialistas. Facundo Guerra, um dos empreendedores mais importantes da noite paulistana, afirma que a liberação das vagas pode compensar a escassez de estacionamentos acessíveis na região. “Suponho que (o projeto) seja positivo, desde que não impacte os pedestres. Aquela região é carente de estacionamentos por preços acessíveis. A falta de lugar para estacionar incomoda bastante. Eu, particularmente, só vou trabalhar de uber ou táxi”, afirma Facundo.

Por outro lado, atender à demanda dos veículos é um erro histórico na visão de Rafael Calabria, coordenador de Mobilidade Urbana do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). “Essa medida vai na contramão da legislação, seja o Plano de Mobilidade ou o Plano Diretor, que tenta desestimular o carro. Não é um crime, não é ilegal usar carro, mas contraria as legislações. Teremos ainda mais trânsito no centro”, diz.

Essa é a mesma opinião de Suzana Nogueira, especialista em Mobilidade Urbana. “Diversas cidades na América e Europa vêm desestimulando ou restringindo a circulação de autos nas áreas centrais, em decorrência de diversos estudos e políticas de promoção à mobilidade sustentável”, afirma a profissional da Lenog Arquitetura.

Rubens Amatto, fundador e curador da Casa de Francisca, espaço sociocultural no centro de São Paulo, afirma que os calçadões são um dos poucos lugares na cidade em que os pedestres ainda são prioridade. “O Theatro Municipal está a menos de uma quadra do metrô. Em uma cidade como São Paulo, o metrô deveria ser 24h e com uma segurança pública mais presente também. Sou a favor do transporte público gratuito, garantindo o direito de todos a locomoção e a democratização do acesso entre os bairros mais centrais e periféricos”, diz.

A delimitação das vagas nos calçadões é uma oportunidade para promover a inclusão das pessoas com deficiência, como analisa Ciça Cordeiro, pessoa com deficiência e consultora em Acessibilidade no Grupo Talento Incluir.

“A iniciativa da Prefeitura é muito importante, mas é bom pensar nas pessoas com deficiência, que são consumidoras, inclusive de cultura. Facilitar o acesso das pessoas ao Theatro Municipal e reservar parte das vagas próximas à entrada para pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, idosos, gestantes, fará com que essas pessoas frequentem o lugar”, afirma Ciça Cordeiro.

Frequentadores do Theatro Municipal de São Paulo poderão estacionar os veículos nos calçadões próximos à Praça Ramos de Azevedo, onde se localiza o teatro, na região central da capital paulista. A liberação de vagas de Zona Azul é uma medida da Secretaria de Mobilidade e Trânsito e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e será válida para a programação noturna de peças e espetáculos, entre 19h e 2h.

Ao todo, serão 275 vagas, 200 delas na Alameda Barão de Itapetininga e nas Conselheiros Crispiniano e Marconi, e outras 75 no entorno. Os espaços podem ser usados por meio do aplicativo Estapar. As datas de liberação das vagas ainda não foram divulgadas.

O Estadão acompanhou parte do trabalho da pintura das marcações na calçada na manhã desta quinta-feira, 19. As vagas ficam exatamente nos calçadões onde circulam centenas de pedestres e também onde ficam montadas barracas de comércio informal. Durante o dia é quase impossível imaginar a circulação de carros por ali.

Marcação para estacionamento de carros no calçadão em frente ao Theatro Municipal, no centro de São Paulo. Foto: Felipe Rau/Estadão

A CET justifica a medida em função da baixa circulação de pedestres no período da liberação aliada à alta demanda de vagas por estacionamento na região em dias de apresentações.

A Prefeitura de São Paulo alerta que a permissão para estacionamento não se estende à circulação de veículos pelo calçadão. “Haverá orientação dos condutores para que o acesso seja restrito às vagas, para o momento de chegada e saída, não sendo permitida a circulação veicular nos calçadões em nenhuma circunstância”, diz comunicado do poder municipal.

A CET esclarece que as novas vagas não estão relacionadas às obras de requalificação dos calçadões do centro em andamento no chamado Triângulo Histórico, que compreende o Largo São Francisco, o Largo São Bento e a Praça da Sé.

Comerciantes mostram preocupação com a segurança

Comerciantes e pessoas que circulam diariamente pelo centro mostram preocupação com a segurança de quem estacionar o carro à noite no centro. Gerente de um restaurante na Rua Marconi há três anos, Antonio Carlos Barbosa, de 54 anos, conta que a queda da circulação de pedestres à noite pode aumentar a sensação de insegurança dos frequentadores do teatro. “As vagas vão facilitar o acesso, vai ficar mais fácil parar, mas é preciso aumentar a preocupação com a segurança também”, diz.

Para diminuir essa sensação de insegurança, centros culturais da região central criam esquemas especiais. O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), localizado na Álvares Penteado, na região da Sé, possui estacionamentos conveniados e traslado gratuito dos visitantes até o endereço das exposições e eventos artísticos. Bares e restaurantes adotam medidas semelhantes, colocando seguranças para “escoltar” os clientes até os locais. É o caso do Bar dos Arcos.

Medida divide opiniões de empresários e especialistas

A iniciativa divide as opiniões de empresários e especialistas. Facundo Guerra, um dos empreendedores mais importantes da noite paulistana, afirma que a liberação das vagas pode compensar a escassez de estacionamentos acessíveis na região. “Suponho que (o projeto) seja positivo, desde que não impacte os pedestres. Aquela região é carente de estacionamentos por preços acessíveis. A falta de lugar para estacionar incomoda bastante. Eu, particularmente, só vou trabalhar de uber ou táxi”, afirma Facundo.

Por outro lado, atender à demanda dos veículos é um erro histórico na visão de Rafael Calabria, coordenador de Mobilidade Urbana do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). “Essa medida vai na contramão da legislação, seja o Plano de Mobilidade ou o Plano Diretor, que tenta desestimular o carro. Não é um crime, não é ilegal usar carro, mas contraria as legislações. Teremos ainda mais trânsito no centro”, diz.

Essa é a mesma opinião de Suzana Nogueira, especialista em Mobilidade Urbana. “Diversas cidades na América e Europa vêm desestimulando ou restringindo a circulação de autos nas áreas centrais, em decorrência de diversos estudos e políticas de promoção à mobilidade sustentável”, afirma a profissional da Lenog Arquitetura.

Rubens Amatto, fundador e curador da Casa de Francisca, espaço sociocultural no centro de São Paulo, afirma que os calçadões são um dos poucos lugares na cidade em que os pedestres ainda são prioridade. “O Theatro Municipal está a menos de uma quadra do metrô. Em uma cidade como São Paulo, o metrô deveria ser 24h e com uma segurança pública mais presente também. Sou a favor do transporte público gratuito, garantindo o direito de todos a locomoção e a democratização do acesso entre os bairros mais centrais e periféricos”, diz.

A delimitação das vagas nos calçadões é uma oportunidade para promover a inclusão das pessoas com deficiência, como analisa Ciça Cordeiro, pessoa com deficiência e consultora em Acessibilidade no Grupo Talento Incluir.

“A iniciativa da Prefeitura é muito importante, mas é bom pensar nas pessoas com deficiência, que são consumidoras, inclusive de cultura. Facilitar o acesso das pessoas ao Theatro Municipal e reservar parte das vagas próximas à entrada para pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, idosos, gestantes, fará com que essas pessoas frequentem o lugar”, afirma Ciça Cordeiro.

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