Demolição. Puxadinhos que não constavam no projeto original devem ser demolidos. Policiais da cavalaria estimam que as baias de cavalo do "Pavilhão Anju" sejam reconstruídas. O prédio precisou ser derrubado por risco de desabamento - restaram duas paredes de pé. "Com o tempo, infelizmente, houve descuidos e as coisas foram sendo mudadas, fazendo puxadinhos por pressa e urgência. Pode ter tido prejuízo para a obra. Tudo vai voltar como era antigamente", diz o comandante de policiamento de Choque, coronel Cesar Augusto Morelli.Em algumas alas da caserna, o estado é crítico. O piso está comprometido no mezanino principal da Cavalaria, onde um pavilhão inteiro precisou ser inutilizado. O comando desativou todos os andares e os transformou em depósito de materiais - anteriormente, funcionavam ali salas administrativas, de aula do 4.º Esquadrão e uma cantina.Do alto, no mezanino do pavilhão, a vista é privilegiada, de toda a área do Regimento 9 de Julho, as baias e os picadeiros para treinamento hípico. Mas, de perto, ele está bastante deteriorado, com paredes de madeira arrebentadas, piso empoeirado e tijolos à mostra nas paredes.A divisão que cuida das viaturas da Cavalaria, por exemplo, perdeu sua sala própria e trabalha em local improvisado. Com a reforma, deve ter espaço próprio de volta. Por causa da degradação e de uma reforma recente, algumas companhias e seções foram colocadas juntas. "O quartel vai voltar a ser funcional para uso e não só para tirar foto", diz Morelli. "A gente sempre contorna (as dificuldades) em virtude da necessidade operacional, mas estando em pleno funcionamento vai melhorar e muito. Não vai precisar dividir mesa, vai dar mais conforto."O madeiramento original do Quartel da Luz, feito com pinho de Riga importado da Rússia, foi trocado com o tempo, porque estava infestado de cupins. Os pedaços restantes são usados para construção de móveis e estão também na Sala da Memória da Cavalaria e no museu subterrâneo da Rota.Túnel. Agora há também raríssimas telhas francesas vindas de Marselha, gradualmente substituídas ao longo dos anos. Mas, pelo menos na rede de túneis da Rota, ainda é possível ver os tijolos italianos, com desenhos de estrelas, âncoras e foguetes. "Se quem construiu fez desse jeito, parece que queria passar uma mensagem", diz o soldado Joaquim Gonçalves Rocha, da área de logística e finanças, mas que com 20 anos de Rota visita e cuida do emaranhado de caminhos subterrâneos e preserva a história do batalhão.
PRECIOSIDADES
Detalhes da construção preservados na Sala de Memória
MadeirasPinho de Riga, vindo do Império Russo, reforçou o piso
TelhasVindas de uma olaria em Marselha, no sul da França
TijolosProduzidos na Itália com gravuras de estrelas, foguetes, âncoras e até siglas, como FP, de Força Pública