Quartel da Rota será restaurado pela primeira vez


Sede da corporação na Luz, região central de São Paulo, completa 120 anos e vai ganhar em 2012 uma reforma de R$ 32 milhões

Por Felipe Frazão e Marcelo Godoy

Demolição. Puxadinhos que não constavam no projeto original devem ser demolidos. Policiais da cavalaria estimam que as baias de cavalo do "Pavilhão Anju" sejam reconstruídas. O prédio precisou ser derrubado por risco de desabamento - restaram duas paredes de pé. "Com o tempo, infelizmente, houve descuidos e as coisas foram sendo mudadas, fazendo puxadinhos por pressa e urgência. Pode ter tido prejuízo para a obra. Tudo vai voltar como era antigamente", diz o comandante de policiamento de Choque, coronel Cesar Augusto Morelli.Em algumas alas da caserna, o estado é crítico. O piso está comprometido no mezanino principal da Cavalaria, onde um pavilhão inteiro precisou ser inutilizado. O comando desativou todos os andares e os transformou em depósito de materiais - anteriormente, funcionavam ali salas administrativas, de aula do 4.º Esquadrão e uma cantina.Do alto, no mezanino do pavilhão, a vista é privilegiada, de toda a área do Regimento 9 de Julho, as baias e os picadeiros para treinamento hípico. Mas, de perto, ele está bastante deteriorado, com paredes de madeira arrebentadas, piso empoeirado e tijolos à mostra nas paredes.A divisão que cuida das viaturas da Cavalaria, por exemplo, perdeu sua sala própria e trabalha em local improvisado. Com a reforma, deve ter espaço próprio de volta. Por causa da degradação e de uma reforma recente, algumas companhias e seções foram colocadas juntas. "O quartel vai voltar a ser funcional para uso e não só para tirar foto", diz Morelli. "A gente sempre contorna (as dificuldades) em virtude da necessidade operacional, mas estando em pleno funcionamento vai melhorar e muito. Não vai precisar dividir mesa, vai dar mais conforto."O madeiramento original do Quartel da Luz, feito com pinho de Riga importado da Rússia, foi trocado com o tempo, porque estava infestado de cupins. Os pedaços restantes são usados para construção de móveis e estão também na Sala da Memória da Cavalaria e no museu subterrâneo da Rota.Túnel. Agora há também raríssimas telhas francesas vindas de Marselha, gradualmente substituídas ao longo dos anos. Mas, pelo menos na rede de túneis da Rota, ainda é possível ver os tijolos italianos, com desenhos de estrelas, âncoras e foguetes. "Se quem construiu fez desse jeito, parece que queria passar uma mensagem", diz o soldado Joaquim Gonçalves Rocha, da área de logística e finanças, mas que com 20 anos de Rota visita e cuida do emaranhado de caminhos subterrâneos e preserva a história do batalhão.

PRECIOSIDADES

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Detalhes da construção preservados na Sala de Memória

MadeirasPinho de Riga, vindo do Império Russo, reforçou o piso

TelhasVindas de uma olaria em Marselha, no sul da França

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TijolosProduzidos na Itália com gravuras de estrelas, foguetes, âncoras e até siglas, como FP, de Força Pública

 

 

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Demolição. Puxadinhos que não constavam no projeto original devem ser demolidos. Policiais da cavalaria estimam que as baias de cavalo do "Pavilhão Anju" sejam reconstruídas. O prédio precisou ser derrubado por risco de desabamento - restaram duas paredes de pé. "Com o tempo, infelizmente, houve descuidos e as coisas foram sendo mudadas, fazendo puxadinhos por pressa e urgência. Pode ter tido prejuízo para a obra. Tudo vai voltar como era antigamente", diz o comandante de policiamento de Choque, coronel Cesar Augusto Morelli.Em algumas alas da caserna, o estado é crítico. O piso está comprometido no mezanino principal da Cavalaria, onde um pavilhão inteiro precisou ser inutilizado. O comando desativou todos os andares e os transformou em depósito de materiais - anteriormente, funcionavam ali salas administrativas, de aula do 4.º Esquadrão e uma cantina.Do alto, no mezanino do pavilhão, a vista é privilegiada, de toda a área do Regimento 9 de Julho, as baias e os picadeiros para treinamento hípico. Mas, de perto, ele está bastante deteriorado, com paredes de madeira arrebentadas, piso empoeirado e tijolos à mostra nas paredes.A divisão que cuida das viaturas da Cavalaria, por exemplo, perdeu sua sala própria e trabalha em local improvisado. Com a reforma, deve ter espaço próprio de volta. Por causa da degradação e de uma reforma recente, algumas companhias e seções foram colocadas juntas. "O quartel vai voltar a ser funcional para uso e não só para tirar foto", diz Morelli. "A gente sempre contorna (as dificuldades) em virtude da necessidade operacional, mas estando em pleno funcionamento vai melhorar e muito. Não vai precisar dividir mesa, vai dar mais conforto."O madeiramento original do Quartel da Luz, feito com pinho de Riga importado da Rússia, foi trocado com o tempo, porque estava infestado de cupins. Os pedaços restantes são usados para construção de móveis e estão também na Sala da Memória da Cavalaria e no museu subterrâneo da Rota.Túnel. Agora há também raríssimas telhas francesas vindas de Marselha, gradualmente substituídas ao longo dos anos. Mas, pelo menos na rede de túneis da Rota, ainda é possível ver os tijolos italianos, com desenhos de estrelas, âncoras e foguetes. "Se quem construiu fez desse jeito, parece que queria passar uma mensagem", diz o soldado Joaquim Gonçalves Rocha, da área de logística e finanças, mas que com 20 anos de Rota visita e cuida do emaranhado de caminhos subterrâneos e preserva a história do batalhão.

PRECIOSIDADES

Detalhes da construção preservados na Sala de Memória

MadeirasPinho de Riga, vindo do Império Russo, reforçou o piso

TelhasVindas de uma olaria em Marselha, no sul da França

TijolosProduzidos na Itália com gravuras de estrelas, foguetes, âncoras e até siglas, como FP, de Força Pública

 

 

 

 

Demolição. Puxadinhos que não constavam no projeto original devem ser demolidos. Policiais da cavalaria estimam que as baias de cavalo do "Pavilhão Anju" sejam reconstruídas. O prédio precisou ser derrubado por risco de desabamento - restaram duas paredes de pé. "Com o tempo, infelizmente, houve descuidos e as coisas foram sendo mudadas, fazendo puxadinhos por pressa e urgência. Pode ter tido prejuízo para a obra. Tudo vai voltar como era antigamente", diz o comandante de policiamento de Choque, coronel Cesar Augusto Morelli.Em algumas alas da caserna, o estado é crítico. O piso está comprometido no mezanino principal da Cavalaria, onde um pavilhão inteiro precisou ser inutilizado. O comando desativou todos os andares e os transformou em depósito de materiais - anteriormente, funcionavam ali salas administrativas, de aula do 4.º Esquadrão e uma cantina.Do alto, no mezanino do pavilhão, a vista é privilegiada, de toda a área do Regimento 9 de Julho, as baias e os picadeiros para treinamento hípico. Mas, de perto, ele está bastante deteriorado, com paredes de madeira arrebentadas, piso empoeirado e tijolos à mostra nas paredes.A divisão que cuida das viaturas da Cavalaria, por exemplo, perdeu sua sala própria e trabalha em local improvisado. Com a reforma, deve ter espaço próprio de volta. Por causa da degradação e de uma reforma recente, algumas companhias e seções foram colocadas juntas. "O quartel vai voltar a ser funcional para uso e não só para tirar foto", diz Morelli. "A gente sempre contorna (as dificuldades) em virtude da necessidade operacional, mas estando em pleno funcionamento vai melhorar e muito. Não vai precisar dividir mesa, vai dar mais conforto."O madeiramento original do Quartel da Luz, feito com pinho de Riga importado da Rússia, foi trocado com o tempo, porque estava infestado de cupins. Os pedaços restantes são usados para construção de móveis e estão também na Sala da Memória da Cavalaria e no museu subterrâneo da Rota.Túnel. Agora há também raríssimas telhas francesas vindas de Marselha, gradualmente substituídas ao longo dos anos. Mas, pelo menos na rede de túneis da Rota, ainda é possível ver os tijolos italianos, com desenhos de estrelas, âncoras e foguetes. "Se quem construiu fez desse jeito, parece que queria passar uma mensagem", diz o soldado Joaquim Gonçalves Rocha, da área de logística e finanças, mas que com 20 anos de Rota visita e cuida do emaranhado de caminhos subterrâneos e preserva a história do batalhão.

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MadeirasPinho de Riga, vindo do Império Russo, reforçou o piso

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Detalhes da construção preservados na Sala de Memória

MadeirasPinho de Riga, vindo do Império Russo, reforçou o piso

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TijolosProduzidos na Itália com gravuras de estrelas, foguetes, âncoras e até siglas, como FP, de Força Pública

 

 

 

 

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MadeirasPinho de Riga, vindo do Império Russo, reforçou o piso

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