A região de Moema, na zona sul de São Paulo, ainda tem nesta quarta-feira, 10, as marcas da destruição causada pelas chuvas dos dois dias anteriores. O local tem ruas fechadas por completo ou parcialmente enquanto agentes da Prefeitura realizavam a retirada de árvores que caíram na tempestade.
Um homem morreu e uma mulher ficou ferida em frente ao Hospital do Servidor Público Estadual nessa terça-feira, 9. Ela é auxiliar de enfermagem na unidade médica e a vítima era seu marido. A previsão de mais chuvas nos próximos dias.
“Em um quarteirão, já contei umas sete árvores caídas. É uma pena, já temos tão pouca vegetação e ainda perdemos mais a cada chuva que cai em São Paulo”, afirma Paulo Marcos Fernandes, 64 anos, aposentado e morador do bairro há mais de 30 anos.
Alguns acessos à avenida 23 de Maio estavam bloqueados por conta da vegetação que cedeu, em especial no entorno do prédio do Tribunal de Contas do Município (TCM), na Avenida Professor Ascendino Reis, próximo à Avenida Rubem Berta.
Árvores grandes e pesadas caíram na região, deixando um poste de energia elétrica em risco de queda e um carro completamente destruído. Na manhã de terça, funcionários do tribunal já relatavam dificuldades em acessar a região e problemas com falta de energia por conta da chuva.
De acordo com moradores e comerciantes de Moema, o fornecimento de energia elétrica foi interrompido por poucos minutos durante a tempestade, por volta das 18h, e opera normalmente nesta quarta. Um prédio na Avenida Chibarás, no entanto, estava sem energia desde a noite de terça.
O poste que o abastece foi danificado e uma equipe da Enel realizava o reparo no momento em que a reportagem passou pelo local. Segundo o porteiro, o edifício tem gerador de energia e, por isso, os elevadores estavam funcionando, mas moradores reclamavam da falta de luz.
Os comerciantes pequenos, sem acesso a geradores, dizem que o medo de queda de árvores e interrupção da energia elétrica é constante, especialmente depois do apagão que aconteceu no final de 2023. Eles dizem, no entanto, que não houve novos episódios de falta de luz prolongada desde então.
“Dependemos totalmente da energia que vem da rua. Não temos geradores e trabalhamos com comida. Não dá pra ficar sem freezer e geladeira por muito tempo”, afirma Maria Aline Schetzan, 47 anos, empresária.
O Corpo de Bombeiros informou que foram registrados 186 chamados para quedas de árvores em São Paulo e na região metropolitana entre meia-noite e 18h20 desta terça.