A vida sobre duas rodas na maior metrópole do Brasil

O mito das ciclofaixas vazias


Uma análise da utilização e da ociosidade das ciclofaixas da cidade

Por Alex Gomes

Dando sequência à reflexão iniciada no último post sobre as ciclofaixas da cidade, no qual abordei a questão da segurança, escrevo agora sobre a ideia de que ninguém utiliza as ciclofaixas. Não são poucos que as consideram estruturas vazias e, por isso, questionam a real necessidade de que elas existam e sejam expandidas. Vou tentar explicar como, na verdade, tais críticas é que são questionáveis.

Quantidade de ciclistas em São Paulo

Vale a pena esclarecer que, ao contrário do que se pensa, São Paulo já possui uma circulação significativa de bicicletas por praticamente todo território. Em 2014, ano em que começaram a ser implantadas novas ciclofaixas na cidade, uma pesquisa feita pelo Ibope registrava a frequência de 261 mil pessoas pedalando diariamente em São Paulo. Parece pouco? Basta comparar a outros modais: os ciclistas são quase oito vezes o número de taxis circulando pela cidade: estimado em aproximadamente 34 mil.

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E esse registro de ciclistas é importante também por apontar uma impressionante tendência de crescimento no uso da bicicleta na cidade: conforme a mesma pesquisa Ibope citada, em 2013 o número de pessoas que pedalava diariamente na cidade era de 175 mil, o que revela que, em apenas um ano, o crescimento foi de 50%.

Um reflexo dessa ocupação das bikes na cidade pode ser obeservada nos bicicletários públicos das estações da CPTM e do Metrô. Quem utiliza tais estruturas em estações distintas como Grajaú (187 vagas), Vila Olímpia (94 vagas) e Butantã (150 vagas) sabe que, dependendo do horário, há poucas vagas disponíveis.

Então por que as ciclofaixas parecem vazias? Vamos lá:

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 Foto: Paulo Alves/Bike Zona Sul

A dinâmica das ciclovias

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A primeira coisa que se deve ter em mente ao avaliar o trânsito de ciclistas é a sua constante fluidez. A bicicleta, por ser um veículo que ocupa um espaço reduzido e por conseguir transpor barreiras com facilidade, não gera congestionamentos. Além disso, há fatores que influenciam os fluxos de bicicletas, como horários de entrada e saída do trabalho ou de escolas e faculdades. Por isso, é totalmente esperado que a ciclovia tenha momentos de ociosidade, como ocorre em inúmeras ruas e calçadas pela cidade.

De qualquer forma, para que alguém possa dizer com exatidão se o fluxo de uma ciclovia ou ciclofaixa é intenso ou baixo, deve ter em mãos números obtidos em contagens de ciclistas feitas segundo metodologias devidamente esclarecidas. O julgamento de quem passa perto de uma ciclovia só em alguns horários carece de consistência. E mesmo a análise de alguém que trabalhe próximo a uma ciclovia não é eficaz pois, por razões óbvias, tal pessoa não fica o tempo todo atenta ao movimento da ciclovia.

 Foto: Estadão
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Graças a processos de contagens de ciclistas, sabe-se que as ciclofaixas em diferentes partes da cidade são utilizadas de forma intensa. Conforme contagens feitas em 2015 pela associação Ciclocidade temos os seguintes registros:

- 1.245 ciclistas na ciclovia da Av. Eliseu de Almeida (12/5/2015);

- 1.941 na Av. Faria Lima (7/4/2015);

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- 2.112 na Av. Paulista (15/9/2015);

Outras contagens feitas pela Ciclocidade em dias específicos de 2015 revelam o intenso fluxo de ciclistas em regiões dotadas de estruturas cicloviárias, como o largo do Socorro, na zona sul, no qual foram registrados 971 ciclistas em um único dia, e na Av. Inajar de Souza, na zona norte, que teve 1.350 ciclistas.

A ociosidade de uma ciclovia

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reference

Outro fator a ser considerado é que a instalação de uma ciclovia pode também ser feita mesmo antes de haver uma circulação de ciclistas na região. Parece uma contradição? Não, se lembrarmos que uma ciclovia não atende somente os ciclistas atuais, mas também estimula o aparecimento de novos. Em outras palavras: ciclovias atendem tanto as demandas existentes como estimulam as futuras.

E onde estão estes ciclistas em potencial? Pela cidade toda, pois conforme pesquisa do Ibope, Rede Nossa São Paulo e Fecomercio SP, 44% dos paulistanos têm interesse em começar a usar a bicicleta como meio de transporte.

Além do mais, uma ciclovia com pouco movimento de ciclistas é tão importante quanto uma de uso intenso pelo simples fato de que são estruturas feitas para salvar vidas. A ociosidade de uma ciclovia não é motivo para que ela seja desfeita. Da mesma forma que não se cogita transformar calçadas em áreas com pouca circulação de pedestres em estacionamentos ou faixas de rolamento.

Basta se atentar à violência no trânsito paulistano - que só em 2014 ceifou 1.195 vidas - para saber que construir estruturas que garantam a segurança das pessoas, como ciclovias e calçadas, são ações fundamentais.

Por último, uma dica para os iniciantes no pedal: se houver uma ciclovia com horas de ociosidade perto de você, aproveite! Elas são ótimos espaços para você aprender ou obter mais desenvoltura, já que não vai precisar ficar preocupado com o intenso movimento que ocorre em ciclovias como as do parque do Ibirapuera que, de tão cheias, não indico para quem ainda não domina a arte de pedalar.

No próximo post falarei sobre a falácia de que ciclovias geram trânsito.

Dando sequência à reflexão iniciada no último post sobre as ciclofaixas da cidade, no qual abordei a questão da segurança, escrevo agora sobre a ideia de que ninguém utiliza as ciclofaixas. Não são poucos que as consideram estruturas vazias e, por isso, questionam a real necessidade de que elas existam e sejam expandidas. Vou tentar explicar como, na verdade, tais críticas é que são questionáveis.

Quantidade de ciclistas em São Paulo

Vale a pena esclarecer que, ao contrário do que se pensa, São Paulo já possui uma circulação significativa de bicicletas por praticamente todo território. Em 2014, ano em que começaram a ser implantadas novas ciclofaixas na cidade, uma pesquisa feita pelo Ibope registrava a frequência de 261 mil pessoas pedalando diariamente em São Paulo. Parece pouco? Basta comparar a outros modais: os ciclistas são quase oito vezes o número de taxis circulando pela cidade: estimado em aproximadamente 34 mil.

E esse registro de ciclistas é importante também por apontar uma impressionante tendência de crescimento no uso da bicicleta na cidade: conforme a mesma pesquisa Ibope citada, em 2013 o número de pessoas que pedalava diariamente na cidade era de 175 mil, o que revela que, em apenas um ano, o crescimento foi de 50%.

Um reflexo dessa ocupação das bikes na cidade pode ser obeservada nos bicicletários públicos das estações da CPTM e do Metrô. Quem utiliza tais estruturas em estações distintas como Grajaú (187 vagas), Vila Olímpia (94 vagas) e Butantã (150 vagas) sabe que, dependendo do horário, há poucas vagas disponíveis.

Então por que as ciclofaixas parecem vazias? Vamos lá:

 Foto: Paulo Alves/Bike Zona Sul

A dinâmica das ciclovias

A primeira coisa que se deve ter em mente ao avaliar o trânsito de ciclistas é a sua constante fluidez. A bicicleta, por ser um veículo que ocupa um espaço reduzido e por conseguir transpor barreiras com facilidade, não gera congestionamentos. Além disso, há fatores que influenciam os fluxos de bicicletas, como horários de entrada e saída do trabalho ou de escolas e faculdades. Por isso, é totalmente esperado que a ciclovia tenha momentos de ociosidade, como ocorre em inúmeras ruas e calçadas pela cidade.

De qualquer forma, para que alguém possa dizer com exatidão se o fluxo de uma ciclovia ou ciclofaixa é intenso ou baixo, deve ter em mãos números obtidos em contagens de ciclistas feitas segundo metodologias devidamente esclarecidas. O julgamento de quem passa perto de uma ciclovia só em alguns horários carece de consistência. E mesmo a análise de alguém que trabalhe próximo a uma ciclovia não é eficaz pois, por razões óbvias, tal pessoa não fica o tempo todo atenta ao movimento da ciclovia.

 Foto: Estadão

Graças a processos de contagens de ciclistas, sabe-se que as ciclofaixas em diferentes partes da cidade são utilizadas de forma intensa. Conforme contagens feitas em 2015 pela associação Ciclocidade temos os seguintes registros:

- 1.245 ciclistas na ciclovia da Av. Eliseu de Almeida (12/5/2015);

- 1.941 na Av. Faria Lima (7/4/2015);

- 2.112 na Av. Paulista (15/9/2015);

Outras contagens feitas pela Ciclocidade em dias específicos de 2015 revelam o intenso fluxo de ciclistas em regiões dotadas de estruturas cicloviárias, como o largo do Socorro, na zona sul, no qual foram registrados 971 ciclistas em um único dia, e na Av. Inajar de Souza, na zona norte, que teve 1.350 ciclistas.

A ociosidade de uma ciclovia

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Outro fator a ser considerado é que a instalação de uma ciclovia pode também ser feita mesmo antes de haver uma circulação de ciclistas na região. Parece uma contradição? Não, se lembrarmos que uma ciclovia não atende somente os ciclistas atuais, mas também estimula o aparecimento de novos. Em outras palavras: ciclovias atendem tanto as demandas existentes como estimulam as futuras.

E onde estão estes ciclistas em potencial? Pela cidade toda, pois conforme pesquisa do Ibope, Rede Nossa São Paulo e Fecomercio SP, 44% dos paulistanos têm interesse em começar a usar a bicicleta como meio de transporte.

Além do mais, uma ciclovia com pouco movimento de ciclistas é tão importante quanto uma de uso intenso pelo simples fato de que são estruturas feitas para salvar vidas. A ociosidade de uma ciclovia não é motivo para que ela seja desfeita. Da mesma forma que não se cogita transformar calçadas em áreas com pouca circulação de pedestres em estacionamentos ou faixas de rolamento.

Basta se atentar à violência no trânsito paulistano - que só em 2014 ceifou 1.195 vidas - para saber que construir estruturas que garantam a segurança das pessoas, como ciclovias e calçadas, são ações fundamentais.

Por último, uma dica para os iniciantes no pedal: se houver uma ciclovia com horas de ociosidade perto de você, aproveite! Elas são ótimos espaços para você aprender ou obter mais desenvoltura, já que não vai precisar ficar preocupado com o intenso movimento que ocorre em ciclovias como as do parque do Ibirapuera que, de tão cheias, não indico para quem ainda não domina a arte de pedalar.

No próximo post falarei sobre a falácia de que ciclovias geram trânsito.

Dando sequência à reflexão iniciada no último post sobre as ciclofaixas da cidade, no qual abordei a questão da segurança, escrevo agora sobre a ideia de que ninguém utiliza as ciclofaixas. Não são poucos que as consideram estruturas vazias e, por isso, questionam a real necessidade de que elas existam e sejam expandidas. Vou tentar explicar como, na verdade, tais críticas é que são questionáveis.

Quantidade de ciclistas em São Paulo

Vale a pena esclarecer que, ao contrário do que se pensa, São Paulo já possui uma circulação significativa de bicicletas por praticamente todo território. Em 2014, ano em que começaram a ser implantadas novas ciclofaixas na cidade, uma pesquisa feita pelo Ibope registrava a frequência de 261 mil pessoas pedalando diariamente em São Paulo. Parece pouco? Basta comparar a outros modais: os ciclistas são quase oito vezes o número de taxis circulando pela cidade: estimado em aproximadamente 34 mil.

E esse registro de ciclistas é importante também por apontar uma impressionante tendência de crescimento no uso da bicicleta na cidade: conforme a mesma pesquisa Ibope citada, em 2013 o número de pessoas que pedalava diariamente na cidade era de 175 mil, o que revela que, em apenas um ano, o crescimento foi de 50%.

Um reflexo dessa ocupação das bikes na cidade pode ser obeservada nos bicicletários públicos das estações da CPTM e do Metrô. Quem utiliza tais estruturas em estações distintas como Grajaú (187 vagas), Vila Olímpia (94 vagas) e Butantã (150 vagas) sabe que, dependendo do horário, há poucas vagas disponíveis.

Então por que as ciclofaixas parecem vazias? Vamos lá:

 Foto: Paulo Alves/Bike Zona Sul

A dinâmica das ciclovias

A primeira coisa que se deve ter em mente ao avaliar o trânsito de ciclistas é a sua constante fluidez. A bicicleta, por ser um veículo que ocupa um espaço reduzido e por conseguir transpor barreiras com facilidade, não gera congestionamentos. Além disso, há fatores que influenciam os fluxos de bicicletas, como horários de entrada e saída do trabalho ou de escolas e faculdades. Por isso, é totalmente esperado que a ciclovia tenha momentos de ociosidade, como ocorre em inúmeras ruas e calçadas pela cidade.

De qualquer forma, para que alguém possa dizer com exatidão se o fluxo de uma ciclovia ou ciclofaixa é intenso ou baixo, deve ter em mãos números obtidos em contagens de ciclistas feitas segundo metodologias devidamente esclarecidas. O julgamento de quem passa perto de uma ciclovia só em alguns horários carece de consistência. E mesmo a análise de alguém que trabalhe próximo a uma ciclovia não é eficaz pois, por razões óbvias, tal pessoa não fica o tempo todo atenta ao movimento da ciclovia.

 Foto: Estadão

Graças a processos de contagens de ciclistas, sabe-se que as ciclofaixas em diferentes partes da cidade são utilizadas de forma intensa. Conforme contagens feitas em 2015 pela associação Ciclocidade temos os seguintes registros:

- 1.245 ciclistas na ciclovia da Av. Eliseu de Almeida (12/5/2015);

- 1.941 na Av. Faria Lima (7/4/2015);

- 2.112 na Av. Paulista (15/9/2015);

Outras contagens feitas pela Ciclocidade em dias específicos de 2015 revelam o intenso fluxo de ciclistas em regiões dotadas de estruturas cicloviárias, como o largo do Socorro, na zona sul, no qual foram registrados 971 ciclistas em um único dia, e na Av. Inajar de Souza, na zona norte, que teve 1.350 ciclistas.

A ociosidade de uma ciclovia

reference

Outro fator a ser considerado é que a instalação de uma ciclovia pode também ser feita mesmo antes de haver uma circulação de ciclistas na região. Parece uma contradição? Não, se lembrarmos que uma ciclovia não atende somente os ciclistas atuais, mas também estimula o aparecimento de novos. Em outras palavras: ciclovias atendem tanto as demandas existentes como estimulam as futuras.

E onde estão estes ciclistas em potencial? Pela cidade toda, pois conforme pesquisa do Ibope, Rede Nossa São Paulo e Fecomercio SP, 44% dos paulistanos têm interesse em começar a usar a bicicleta como meio de transporte.

Além do mais, uma ciclovia com pouco movimento de ciclistas é tão importante quanto uma de uso intenso pelo simples fato de que são estruturas feitas para salvar vidas. A ociosidade de uma ciclovia não é motivo para que ela seja desfeita. Da mesma forma que não se cogita transformar calçadas em áreas com pouca circulação de pedestres em estacionamentos ou faixas de rolamento.

Basta se atentar à violência no trânsito paulistano - que só em 2014 ceifou 1.195 vidas - para saber que construir estruturas que garantam a segurança das pessoas, como ciclovias e calçadas, são ações fundamentais.

Por último, uma dica para os iniciantes no pedal: se houver uma ciclovia com horas de ociosidade perto de você, aproveite! Elas são ótimos espaços para você aprender ou obter mais desenvoltura, já que não vai precisar ficar preocupado com o intenso movimento que ocorre em ciclovias como as do parque do Ibirapuera que, de tão cheias, não indico para quem ainda não domina a arte de pedalar.

No próximo post falarei sobre a falácia de que ciclovias geram trânsito.

Dando sequência à reflexão iniciada no último post sobre as ciclofaixas da cidade, no qual abordei a questão da segurança, escrevo agora sobre a ideia de que ninguém utiliza as ciclofaixas. Não são poucos que as consideram estruturas vazias e, por isso, questionam a real necessidade de que elas existam e sejam expandidas. Vou tentar explicar como, na verdade, tais críticas é que são questionáveis.

Quantidade de ciclistas em São Paulo

Vale a pena esclarecer que, ao contrário do que se pensa, São Paulo já possui uma circulação significativa de bicicletas por praticamente todo território. Em 2014, ano em que começaram a ser implantadas novas ciclofaixas na cidade, uma pesquisa feita pelo Ibope registrava a frequência de 261 mil pessoas pedalando diariamente em São Paulo. Parece pouco? Basta comparar a outros modais: os ciclistas são quase oito vezes o número de taxis circulando pela cidade: estimado em aproximadamente 34 mil.

E esse registro de ciclistas é importante também por apontar uma impressionante tendência de crescimento no uso da bicicleta na cidade: conforme a mesma pesquisa Ibope citada, em 2013 o número de pessoas que pedalava diariamente na cidade era de 175 mil, o que revela que, em apenas um ano, o crescimento foi de 50%.

Um reflexo dessa ocupação das bikes na cidade pode ser obeservada nos bicicletários públicos das estações da CPTM e do Metrô. Quem utiliza tais estruturas em estações distintas como Grajaú (187 vagas), Vila Olímpia (94 vagas) e Butantã (150 vagas) sabe que, dependendo do horário, há poucas vagas disponíveis.

Então por que as ciclofaixas parecem vazias? Vamos lá:

 Foto: Paulo Alves/Bike Zona Sul

A dinâmica das ciclovias

A primeira coisa que se deve ter em mente ao avaliar o trânsito de ciclistas é a sua constante fluidez. A bicicleta, por ser um veículo que ocupa um espaço reduzido e por conseguir transpor barreiras com facilidade, não gera congestionamentos. Além disso, há fatores que influenciam os fluxos de bicicletas, como horários de entrada e saída do trabalho ou de escolas e faculdades. Por isso, é totalmente esperado que a ciclovia tenha momentos de ociosidade, como ocorre em inúmeras ruas e calçadas pela cidade.

De qualquer forma, para que alguém possa dizer com exatidão se o fluxo de uma ciclovia ou ciclofaixa é intenso ou baixo, deve ter em mãos números obtidos em contagens de ciclistas feitas segundo metodologias devidamente esclarecidas. O julgamento de quem passa perto de uma ciclovia só em alguns horários carece de consistência. E mesmo a análise de alguém que trabalhe próximo a uma ciclovia não é eficaz pois, por razões óbvias, tal pessoa não fica o tempo todo atenta ao movimento da ciclovia.

 Foto: Estadão

Graças a processos de contagens de ciclistas, sabe-se que as ciclofaixas em diferentes partes da cidade são utilizadas de forma intensa. Conforme contagens feitas em 2015 pela associação Ciclocidade temos os seguintes registros:

- 1.245 ciclistas na ciclovia da Av. Eliseu de Almeida (12/5/2015);

- 1.941 na Av. Faria Lima (7/4/2015);

- 2.112 na Av. Paulista (15/9/2015);

Outras contagens feitas pela Ciclocidade em dias específicos de 2015 revelam o intenso fluxo de ciclistas em regiões dotadas de estruturas cicloviárias, como o largo do Socorro, na zona sul, no qual foram registrados 971 ciclistas em um único dia, e na Av. Inajar de Souza, na zona norte, que teve 1.350 ciclistas.

A ociosidade de uma ciclovia

reference

Outro fator a ser considerado é que a instalação de uma ciclovia pode também ser feita mesmo antes de haver uma circulação de ciclistas na região. Parece uma contradição? Não, se lembrarmos que uma ciclovia não atende somente os ciclistas atuais, mas também estimula o aparecimento de novos. Em outras palavras: ciclovias atendem tanto as demandas existentes como estimulam as futuras.

E onde estão estes ciclistas em potencial? Pela cidade toda, pois conforme pesquisa do Ibope, Rede Nossa São Paulo e Fecomercio SP, 44% dos paulistanos têm interesse em começar a usar a bicicleta como meio de transporte.

Além do mais, uma ciclovia com pouco movimento de ciclistas é tão importante quanto uma de uso intenso pelo simples fato de que são estruturas feitas para salvar vidas. A ociosidade de uma ciclovia não é motivo para que ela seja desfeita. Da mesma forma que não se cogita transformar calçadas em áreas com pouca circulação de pedestres em estacionamentos ou faixas de rolamento.

Basta se atentar à violência no trânsito paulistano - que só em 2014 ceifou 1.195 vidas - para saber que construir estruturas que garantam a segurança das pessoas, como ciclovias e calçadas, são ações fundamentais.

Por último, uma dica para os iniciantes no pedal: se houver uma ciclovia com horas de ociosidade perto de você, aproveite! Elas são ótimos espaços para você aprender ou obter mais desenvoltura, já que não vai precisar ficar preocupado com o intenso movimento que ocorre em ciclovias como as do parque do Ibirapuera que, de tão cheias, não indico para quem ainda não domina a arte de pedalar.

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