Se mantida a secura de abril, Cantareira fechará ano a 12%


A falta de chuvas superou a estiagem recorde de 2000 e derrubou pela metade a entrada de água prevista no sistema neste mês

Por Fabio Leite
Risco. Bloqueio atmosférico fez pluviometria até esta sexta ficar 39% abaixo da pior registrada Foto: MARCIO FERNANDES/ESTADAO

SÃO PAULO - Após uma sequência de cinco meses chuvosos, os seis mananciais que abastecem a Grande São Paulo devem encerrar neste sábado, 30, o abril mais seco da história. A falta de chuvas superou a estiagem recorde de 2000, quando houve rodízio na capital paulista, e derrubou pela metade a entrada de água prevista no Sistema Cantareira. Projeções feitas pelos gestores dos reservatórios apontam que, se essa vazão repetir-se nos próximos meses, o principal manancial chegará em dezembro com apenas 12% da capacidade, sem incluir o volume morto, nível bem pior do que os 31% do início da crise hídrica, em dezembro de 2013. 

A baixa pluviometria acumulada nos mananciais neste mês, que até esta sexta-feira, 29, era 39% menor do que as piores da série histórica, em abril de 2000, foi provocada por um bloqueio atmosférico que impediu a chegada de frentes úmidas a São Paulo durante quase 30 dias, deixando o clima quente e seco. É um fenômeno semelhante ao visto entre janeiro e fevereiro de 2014, quando a crise no Cantareira foi anunciada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A diferença é que aquele período foi precedido por meses de estiagem, enquanto que o último verão registrou chuvas próximas ou acima da média, por causa do El Niño.

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A redução do volume de chuvas já era esperada para abril, início do período seco, mas o índice recorde e a queda abrupta na vazão dos rios que alimentam as represas do Cantareira acenderam o sinal de alerta dos gestores. “Abril demonstra que a situação climática está absolutamente indefinida e a crise está longe de acabar. É o pior começo do período seco da história, excluindo os dois anos de crise. É muito cedo para acabar com a política de estimulo à economia de água”, afirma Vicente Andreu, presidente da Agência Nacional de Águas (ANA) e um dos gestores do Cantareira.

Fim do bônus. Em março, em meio a uma sequência de meses de altas no nível das represas, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou o fim da crise hídrica e a Sabesp decidiu encerrar, a partir de amanhã, o programa de descontos e multas para estimular a economia de água, que vigoravam desde 2014 e 2015, respectivamente. As medidas foram criticadas por entidades e especialistas em recursos hídricos, que as classificaram como prematuras. 

O manancial recebeu neste mês metade (62,8 bilhões de litros a menos) do que a média de abril. Foi o pior resultado desde setembro de 2015, quando acabou o último período seco, mas ainda assim melhor do que abril de 2014 e 2015. A queda na vazão deste mês, que foi 65% menor do que a de março, fez com que o nível do Cantareira voltasse a cair no dia 17, após quase seis meses de altas ou estabilidade. 

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Nesta sexta, o nível era de 36,3%. “Essa queda de vazão foi muito abrupta e reforça a ideia de que o sistema não está recuperado. Meu receio é que se repita o que aconteceu em 2013 porque a previsão é de chuva abaixo da média com o fim do El Niño”, afirma o geólogo e especialista em recursos hídricos Pedro Côrtes.

As projeções mostram que, se o Cantareira continuar recebendo nos próximos meses 50% do volume esperado e a retirada for mantida nos atuais 23 mil litros por segundo liberados para maio, o manancial chegará em dezembro abaixo do nível mínimo de segurança, de 20%. Segundo Antonio Carlos Zuffo, do Departamento de Hidrologia da Unicamp, a tendência é que o esvaziamento do manancial se acentue durante o inverno, com o aumento da vazão de água para a região de Campinas e a redução das chuvas. “Sempre depois do El Niño vem o La Niña, que tem correlação direta com a redução de precipitação no Sudeste”, afirma.

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Sabesp projeta abastecimento normal neste ano

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou em nota que “mesmo com o fim da crise hídrica, a contribuição da população vai continuar por causa da incorporação dos novos hábitos”. Dados da estatal mostram que hoje a produção de água na Grande São Paulo ainda é cerca de 13% menor do que antes da crise. 

A Sabesp afirma que “projeta abastecimento dentro da normalidade para este ano, já que os mananciais têm hoje mais água em estoque” e “é pequena também a probabilidade de repetição de um período tão seco quanto o que ocorreu durante a crise”. 

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A companhia destaca ainda que, “graças às obras realizadas durante a crise”, hoje é possível atender a muitas residências com água proveniente de mais de um sistema produtor e também captar, se preciso for, o volume morto do Cantareira.

Risco. Bloqueio atmosférico fez pluviometria até esta sexta ficar 39% abaixo da pior registrada Foto: MARCIO FERNANDES/ESTADAO

SÃO PAULO - Após uma sequência de cinco meses chuvosos, os seis mananciais que abastecem a Grande São Paulo devem encerrar neste sábado, 30, o abril mais seco da história. A falta de chuvas superou a estiagem recorde de 2000, quando houve rodízio na capital paulista, e derrubou pela metade a entrada de água prevista no Sistema Cantareira. Projeções feitas pelos gestores dos reservatórios apontam que, se essa vazão repetir-se nos próximos meses, o principal manancial chegará em dezembro com apenas 12% da capacidade, sem incluir o volume morto, nível bem pior do que os 31% do início da crise hídrica, em dezembro de 2013. 

A baixa pluviometria acumulada nos mananciais neste mês, que até esta sexta-feira, 29, era 39% menor do que as piores da série histórica, em abril de 2000, foi provocada por um bloqueio atmosférico que impediu a chegada de frentes úmidas a São Paulo durante quase 30 dias, deixando o clima quente e seco. É um fenômeno semelhante ao visto entre janeiro e fevereiro de 2014, quando a crise no Cantareira foi anunciada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A diferença é que aquele período foi precedido por meses de estiagem, enquanto que o último verão registrou chuvas próximas ou acima da média, por causa do El Niño.

A redução do volume de chuvas já era esperada para abril, início do período seco, mas o índice recorde e a queda abrupta na vazão dos rios que alimentam as represas do Cantareira acenderam o sinal de alerta dos gestores. “Abril demonstra que a situação climática está absolutamente indefinida e a crise está longe de acabar. É o pior começo do período seco da história, excluindo os dois anos de crise. É muito cedo para acabar com a política de estimulo à economia de água”, afirma Vicente Andreu, presidente da Agência Nacional de Águas (ANA) e um dos gestores do Cantareira.

Fim do bônus. Em março, em meio a uma sequência de meses de altas no nível das represas, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou o fim da crise hídrica e a Sabesp decidiu encerrar, a partir de amanhã, o programa de descontos e multas para estimular a economia de água, que vigoravam desde 2014 e 2015, respectivamente. As medidas foram criticadas por entidades e especialistas em recursos hídricos, que as classificaram como prematuras. 

O manancial recebeu neste mês metade (62,8 bilhões de litros a menos) do que a média de abril. Foi o pior resultado desde setembro de 2015, quando acabou o último período seco, mas ainda assim melhor do que abril de 2014 e 2015. A queda na vazão deste mês, que foi 65% menor do que a de março, fez com que o nível do Cantareira voltasse a cair no dia 17, após quase seis meses de altas ou estabilidade. 

Nesta sexta, o nível era de 36,3%. “Essa queda de vazão foi muito abrupta e reforça a ideia de que o sistema não está recuperado. Meu receio é que se repita o que aconteceu em 2013 porque a previsão é de chuva abaixo da média com o fim do El Niño”, afirma o geólogo e especialista em recursos hídricos Pedro Côrtes.

As projeções mostram que, se o Cantareira continuar recebendo nos próximos meses 50% do volume esperado e a retirada for mantida nos atuais 23 mil litros por segundo liberados para maio, o manancial chegará em dezembro abaixo do nível mínimo de segurança, de 20%. Segundo Antonio Carlos Zuffo, do Departamento de Hidrologia da Unicamp, a tendência é que o esvaziamento do manancial se acentue durante o inverno, com o aumento da vazão de água para a região de Campinas e a redução das chuvas. “Sempre depois do El Niño vem o La Niña, que tem correlação direta com a redução de precipitação no Sudeste”, afirma.

Sabesp projeta abastecimento normal neste ano

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou em nota que “mesmo com o fim da crise hídrica, a contribuição da população vai continuar por causa da incorporação dos novos hábitos”. Dados da estatal mostram que hoje a produção de água na Grande São Paulo ainda é cerca de 13% menor do que antes da crise. 

A Sabesp afirma que “projeta abastecimento dentro da normalidade para este ano, já que os mananciais têm hoje mais água em estoque” e “é pequena também a probabilidade de repetição de um período tão seco quanto o que ocorreu durante a crise”. 

A companhia destaca ainda que, “graças às obras realizadas durante a crise”, hoje é possível atender a muitas residências com água proveniente de mais de um sistema produtor e também captar, se preciso for, o volume morto do Cantareira.

Risco. Bloqueio atmosférico fez pluviometria até esta sexta ficar 39% abaixo da pior registrada Foto: MARCIO FERNANDES/ESTADAO

SÃO PAULO - Após uma sequência de cinco meses chuvosos, os seis mananciais que abastecem a Grande São Paulo devem encerrar neste sábado, 30, o abril mais seco da história. A falta de chuvas superou a estiagem recorde de 2000, quando houve rodízio na capital paulista, e derrubou pela metade a entrada de água prevista no Sistema Cantareira. Projeções feitas pelos gestores dos reservatórios apontam que, se essa vazão repetir-se nos próximos meses, o principal manancial chegará em dezembro com apenas 12% da capacidade, sem incluir o volume morto, nível bem pior do que os 31% do início da crise hídrica, em dezembro de 2013. 

A baixa pluviometria acumulada nos mananciais neste mês, que até esta sexta-feira, 29, era 39% menor do que as piores da série histórica, em abril de 2000, foi provocada por um bloqueio atmosférico que impediu a chegada de frentes úmidas a São Paulo durante quase 30 dias, deixando o clima quente e seco. É um fenômeno semelhante ao visto entre janeiro e fevereiro de 2014, quando a crise no Cantareira foi anunciada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A diferença é que aquele período foi precedido por meses de estiagem, enquanto que o último verão registrou chuvas próximas ou acima da média, por causa do El Niño.

A redução do volume de chuvas já era esperada para abril, início do período seco, mas o índice recorde e a queda abrupta na vazão dos rios que alimentam as represas do Cantareira acenderam o sinal de alerta dos gestores. “Abril demonstra que a situação climática está absolutamente indefinida e a crise está longe de acabar. É o pior começo do período seco da história, excluindo os dois anos de crise. É muito cedo para acabar com a política de estimulo à economia de água”, afirma Vicente Andreu, presidente da Agência Nacional de Águas (ANA) e um dos gestores do Cantareira.

Fim do bônus. Em março, em meio a uma sequência de meses de altas no nível das represas, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou o fim da crise hídrica e a Sabesp decidiu encerrar, a partir de amanhã, o programa de descontos e multas para estimular a economia de água, que vigoravam desde 2014 e 2015, respectivamente. As medidas foram criticadas por entidades e especialistas em recursos hídricos, que as classificaram como prematuras. 

O manancial recebeu neste mês metade (62,8 bilhões de litros a menos) do que a média de abril. Foi o pior resultado desde setembro de 2015, quando acabou o último período seco, mas ainda assim melhor do que abril de 2014 e 2015. A queda na vazão deste mês, que foi 65% menor do que a de março, fez com que o nível do Cantareira voltasse a cair no dia 17, após quase seis meses de altas ou estabilidade. 

Nesta sexta, o nível era de 36,3%. “Essa queda de vazão foi muito abrupta e reforça a ideia de que o sistema não está recuperado. Meu receio é que se repita o que aconteceu em 2013 porque a previsão é de chuva abaixo da média com o fim do El Niño”, afirma o geólogo e especialista em recursos hídricos Pedro Côrtes.

As projeções mostram que, se o Cantareira continuar recebendo nos próximos meses 50% do volume esperado e a retirada for mantida nos atuais 23 mil litros por segundo liberados para maio, o manancial chegará em dezembro abaixo do nível mínimo de segurança, de 20%. Segundo Antonio Carlos Zuffo, do Departamento de Hidrologia da Unicamp, a tendência é que o esvaziamento do manancial se acentue durante o inverno, com o aumento da vazão de água para a região de Campinas e a redução das chuvas. “Sempre depois do El Niño vem o La Niña, que tem correlação direta com a redução de precipitação no Sudeste”, afirma.

Sabesp projeta abastecimento normal neste ano

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou em nota que “mesmo com o fim da crise hídrica, a contribuição da população vai continuar por causa da incorporação dos novos hábitos”. Dados da estatal mostram que hoje a produção de água na Grande São Paulo ainda é cerca de 13% menor do que antes da crise. 

A Sabesp afirma que “projeta abastecimento dentro da normalidade para este ano, já que os mananciais têm hoje mais água em estoque” e “é pequena também a probabilidade de repetição de um período tão seco quanto o que ocorreu durante a crise”. 

A companhia destaca ainda que, “graças às obras realizadas durante a crise”, hoje é possível atender a muitas residências com água proveniente de mais de um sistema produtor e também captar, se preciso for, o volume morto do Cantareira.

Risco. Bloqueio atmosférico fez pluviometria até esta sexta ficar 39% abaixo da pior registrada Foto: MARCIO FERNANDES/ESTADAO

SÃO PAULO - Após uma sequência de cinco meses chuvosos, os seis mananciais que abastecem a Grande São Paulo devem encerrar neste sábado, 30, o abril mais seco da história. A falta de chuvas superou a estiagem recorde de 2000, quando houve rodízio na capital paulista, e derrubou pela metade a entrada de água prevista no Sistema Cantareira. Projeções feitas pelos gestores dos reservatórios apontam que, se essa vazão repetir-se nos próximos meses, o principal manancial chegará em dezembro com apenas 12% da capacidade, sem incluir o volume morto, nível bem pior do que os 31% do início da crise hídrica, em dezembro de 2013. 

A baixa pluviometria acumulada nos mananciais neste mês, que até esta sexta-feira, 29, era 39% menor do que as piores da série histórica, em abril de 2000, foi provocada por um bloqueio atmosférico que impediu a chegada de frentes úmidas a São Paulo durante quase 30 dias, deixando o clima quente e seco. É um fenômeno semelhante ao visto entre janeiro e fevereiro de 2014, quando a crise no Cantareira foi anunciada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A diferença é que aquele período foi precedido por meses de estiagem, enquanto que o último verão registrou chuvas próximas ou acima da média, por causa do El Niño.

A redução do volume de chuvas já era esperada para abril, início do período seco, mas o índice recorde e a queda abrupta na vazão dos rios que alimentam as represas do Cantareira acenderam o sinal de alerta dos gestores. “Abril demonstra que a situação climática está absolutamente indefinida e a crise está longe de acabar. É o pior começo do período seco da história, excluindo os dois anos de crise. É muito cedo para acabar com a política de estimulo à economia de água”, afirma Vicente Andreu, presidente da Agência Nacional de Águas (ANA) e um dos gestores do Cantareira.

Fim do bônus. Em março, em meio a uma sequência de meses de altas no nível das represas, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou o fim da crise hídrica e a Sabesp decidiu encerrar, a partir de amanhã, o programa de descontos e multas para estimular a economia de água, que vigoravam desde 2014 e 2015, respectivamente. As medidas foram criticadas por entidades e especialistas em recursos hídricos, que as classificaram como prematuras. 

O manancial recebeu neste mês metade (62,8 bilhões de litros a menos) do que a média de abril. Foi o pior resultado desde setembro de 2015, quando acabou o último período seco, mas ainda assim melhor do que abril de 2014 e 2015. A queda na vazão deste mês, que foi 65% menor do que a de março, fez com que o nível do Cantareira voltasse a cair no dia 17, após quase seis meses de altas ou estabilidade. 

Nesta sexta, o nível era de 36,3%. “Essa queda de vazão foi muito abrupta e reforça a ideia de que o sistema não está recuperado. Meu receio é que se repita o que aconteceu em 2013 porque a previsão é de chuva abaixo da média com o fim do El Niño”, afirma o geólogo e especialista em recursos hídricos Pedro Côrtes.

As projeções mostram que, se o Cantareira continuar recebendo nos próximos meses 50% do volume esperado e a retirada for mantida nos atuais 23 mil litros por segundo liberados para maio, o manancial chegará em dezembro abaixo do nível mínimo de segurança, de 20%. Segundo Antonio Carlos Zuffo, do Departamento de Hidrologia da Unicamp, a tendência é que o esvaziamento do manancial se acentue durante o inverno, com o aumento da vazão de água para a região de Campinas e a redução das chuvas. “Sempre depois do El Niño vem o La Niña, que tem correlação direta com a redução de precipitação no Sudeste”, afirma.

Sabesp projeta abastecimento normal neste ano

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou em nota que “mesmo com o fim da crise hídrica, a contribuição da população vai continuar por causa da incorporação dos novos hábitos”. Dados da estatal mostram que hoje a produção de água na Grande São Paulo ainda é cerca de 13% menor do que antes da crise. 

A Sabesp afirma que “projeta abastecimento dentro da normalidade para este ano, já que os mananciais têm hoje mais água em estoque” e “é pequena também a probabilidade de repetição de um período tão seco quanto o que ocorreu durante a crise”. 

A companhia destaca ainda que, “graças às obras realizadas durante a crise”, hoje é possível atender a muitas residências com água proveniente de mais de um sistema produtor e também captar, se preciso for, o volume morto do Cantareira.

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