SÃO PAULO - A Polícia Militar prendeu no fim da tarde desta quarta-feira, 7, um suspeito de integrar a equipe de segurança do Primeiro Comando da Capital (PCC) na antiga área da Cracolândia, no centro de São Paulo. José Raimundo Almeida Santos, de 22 anos, aparece em imagens de câmeras de segurança da Prefeitura empunhando uma pistola em meio ao fluxo e realizando disparos.
Santos foi localizado na Rua Conselheiro Nébias, no centro, por uma guarnição do 13º Batalhão da PM. Ao vistoriar o veículo, os agentes encontraram 49 porções de cocaína, 51 de crack e 45 de maconha, além de R$ 6 mil. Ao ser abordado, Santos e outro suspeito, Erick Serra Ribeiro, de 24 anos, teriam oferecido propina aos policiais, que reagiram dando voz de prisão. Eles foram levados ao Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc).
No departamento, estavam sendo autuados na noite desta quarta pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e corrupção ativa. Poderão responder ainda pela posse irregular do veículo, que tem número de identificação adulterado e passará por perícia para verificar se é produto de roubo, além dos crimes relativos às imagens na Cracolândia.
Santos aparece em imagens usadas pela polícia para identificar o tráfico na região do fluxo. Há três semanas, Santos aparece empunhando uma pistola prata, realizando disparos e supostamente organizando o tráfico no local. Ele não foi localizado pela Polícia Civil durante a megaoperação realizada no local há duas semanas. Informalmente aos investigadores, ele confirmou que as imagens confirmam a sua participação no crime.
O advogado Carlos Alberto de Souza, que representa Santos, negou que o seu cliente tenha cometido crimes. "Ele é um coitado. Frequentava a Cracolândia como usuário, e não traficante. Vamos rebater todas as acusações", disse na noite desta quarta, na porta do Denarc, no Bom Retiro.
Os dois suspeitos passaram por exame de corpo de delito e deverão passar a noite presos no 2º DP. Pela manhã, passarão por audiência de custódia, onde a Justiça analisará a necessidade de mantê-los detidos. Outros suspeitos de atuarem como seguranças da facção na área ainda são procurados, como o ex-soldado do Exército Anderson Alves Siqueira Bernardino.