Sesc apresenta peça sobre dois autores que impulsionaram negros no teatro brasileiro


‘Exílio: notas de um mal-estar que não passa’, do coletivo Legítima Defesa, está em cartaz no Sesc 14 Bis com resgate das obras dos dramaturgos Abdias Nascimento e Augusto Boal

Por Gonçalo Junior
Atualização:

A intersecção das obras dos dramaturgos Abdias Nascimento, nome fundamental na luta dos negros por representatividade nos palcos, e Augusto Boal, figura-chave na busca por um teatro genuinamente brasileiro, é o ponto de partida da peça Exílio: notas de um mal-estar que não passa que estreia no Sesc 14 Bis, região central, nesta sexta-feira, 18.

Peça 'Exílio: uma mal-estar que não passa' estreia no Sesc 14 Bis, em São Paulo Foto: Pérola Dutra

A montagem é assinada pelo coletivo Legítima Defesa, que busca a representação e valorização da negritude em diversas linguagens artísticas por meio de ações poéticas e políticas. O coletivo vem realizando imersões poéticas em lugares com pouca representatividade negra, como Museu de Arte de São Paulo (MASP), Pinacoteca e Bienal de São Paulo, entre outros.

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A peça é fundamentada na ideia da relação entre Nascimento e Boal pouco explorada pela historiografia, uma história quase não contada. “Nosso principal argumento é que o início do Teatro Experimental do Negro se funde com o começo da carreira dramatúrgica do Boal, já que o primeiro texto que ele escreveu foi para o TEN”, comenta o diretor Eugenio Lima.

Em 1944, Abdias Nascimento (1914-2011) fundou o TEN, primeira entidade a relacionar a luta negra pelos direitos civis à valorização na cultura, nas artes e na educação. O movimento criou uma nova perspectiva da presença do negro no teatro brasileiro moderno, com a formação de nomes importantes, como Ruth de Souza e Léa Garcia.

Intelectual completo, Abdias foi professor emérito da Universidade do Estado de Nova York (EUA) e foi senador da República. Seu nome foi um dos sugeridos pela Prefeitura de São Paulo em uma votação popular sobre novas estátuas que serão erguidas na cidade para homenagear personalidades negras.

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Boal contribuiu para o desenvolvimento de um teatro brasileiro, procurando uma linguagem que traduzisse a realidade do País, o que imprimiu uma dimensão política e social ao seu trabalho. As práticas do Teatro do Oprimido, técnica que o tornou mundialmente conhecido, reafirmam a importância do espectador e trata temas como machismo, racismo, homofobia, entre outros. Boal escreveu quatro textos para o TEN: O Logro (1953), O Cavalo e o Santo (1954), Filha Moça (1956) e Laio se Matou (1958).

“Abdias Nascimento e Augusto Boal tinham intersecção concreta e projeto político comum. Havia um pacto, uma aliança entre os dois”, diz Eugenio. “Ambos acreditavam que o Brasil é um país racista e que o embranquecimento da população é um projeto vigente, e o teatro reflete isso. A população negra não está representada nem no palco nem na plateia”, completa.

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A peça é definida pelo próprio grupo Legítima Defesa como uma “transcriação da poética” do período de exílio de Nascimento e a sua relação com Boal (1931-2009). Para criar o espetáculo, os dramaturgos Eugênio Lima e Claudia Schapira se inspiraram livremente nas peças escritas pelos dois e pesquisaram o acervo do Teatro Experimental do Negro.

Na narrativa de Exílio, um grupo de atores e atrizes investiga todas essas relações enquanto tenta montar trechos de várias das peças, mas sempre enfrentam bloqueios.

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Serviço: Exílio: notas de um mal-estar que não passa

Data: 18 de outubro a 10 de novembro, de quinta a sábado, às 20h, e, aos domingos, às 18h

Atenção: no dia 27 de outubro não haverá espetáculo; no dia 8 de novembro, haverá uma sessão às 15h e outra às 20h

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Local: Sesc 14 Bis - Rua Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista - São Paulo

Ingresso: R$60 (inteira), R$30 (meia-entrada) e 18 (credencial plena) nas bilheterias das unidades do Sesc São Paulo, pelo aplicativo Credencial Sesc ou pelo site centralrelacionamento.sescsp.org.br

Telefone: (11) 3016-7700

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Duração: 90 minutos

Classificação: 16 anos

* Este conteúdo foi produzido em parceria com o grupo Legítima Defesa, coletivo de artistas, atores e atrizes, djs e músicos criado em 2015 e que atua na reflexão e representação da negritude em diferentes linguagens artísticas.

A intersecção das obras dos dramaturgos Abdias Nascimento, nome fundamental na luta dos negros por representatividade nos palcos, e Augusto Boal, figura-chave na busca por um teatro genuinamente brasileiro, é o ponto de partida da peça Exílio: notas de um mal-estar que não passa que estreia no Sesc 14 Bis, região central, nesta sexta-feira, 18.

Peça 'Exílio: uma mal-estar que não passa' estreia no Sesc 14 Bis, em São Paulo Foto: Pérola Dutra

A montagem é assinada pelo coletivo Legítima Defesa, que busca a representação e valorização da negritude em diversas linguagens artísticas por meio de ações poéticas e políticas. O coletivo vem realizando imersões poéticas em lugares com pouca representatividade negra, como Museu de Arte de São Paulo (MASP), Pinacoteca e Bienal de São Paulo, entre outros.

A peça é fundamentada na ideia da relação entre Nascimento e Boal pouco explorada pela historiografia, uma história quase não contada. “Nosso principal argumento é que o início do Teatro Experimental do Negro se funde com o começo da carreira dramatúrgica do Boal, já que o primeiro texto que ele escreveu foi para o TEN”, comenta o diretor Eugenio Lima.

Em 1944, Abdias Nascimento (1914-2011) fundou o TEN, primeira entidade a relacionar a luta negra pelos direitos civis à valorização na cultura, nas artes e na educação. O movimento criou uma nova perspectiva da presença do negro no teatro brasileiro moderno, com a formação de nomes importantes, como Ruth de Souza e Léa Garcia.

Intelectual completo, Abdias foi professor emérito da Universidade do Estado de Nova York (EUA) e foi senador da República. Seu nome foi um dos sugeridos pela Prefeitura de São Paulo em uma votação popular sobre novas estátuas que serão erguidas na cidade para homenagear personalidades negras.

Boal contribuiu para o desenvolvimento de um teatro brasileiro, procurando uma linguagem que traduzisse a realidade do País, o que imprimiu uma dimensão política e social ao seu trabalho. As práticas do Teatro do Oprimido, técnica que o tornou mundialmente conhecido, reafirmam a importância do espectador e trata temas como machismo, racismo, homofobia, entre outros. Boal escreveu quatro textos para o TEN: O Logro (1953), O Cavalo e o Santo (1954), Filha Moça (1956) e Laio se Matou (1958).

“Abdias Nascimento e Augusto Boal tinham intersecção concreta e projeto político comum. Havia um pacto, uma aliança entre os dois”, diz Eugenio. “Ambos acreditavam que o Brasil é um país racista e que o embranquecimento da população é um projeto vigente, e o teatro reflete isso. A população negra não está representada nem no palco nem na plateia”, completa.

A peça é definida pelo próprio grupo Legítima Defesa como uma “transcriação da poética” do período de exílio de Nascimento e a sua relação com Boal (1931-2009). Para criar o espetáculo, os dramaturgos Eugênio Lima e Claudia Schapira se inspiraram livremente nas peças escritas pelos dois e pesquisaram o acervo do Teatro Experimental do Negro.

Na narrativa de Exílio, um grupo de atores e atrizes investiga todas essas relações enquanto tenta montar trechos de várias das peças, mas sempre enfrentam bloqueios.

Serviço: Exílio: notas de um mal-estar que não passa

Data: 18 de outubro a 10 de novembro, de quinta a sábado, às 20h, e, aos domingos, às 18h

Atenção: no dia 27 de outubro não haverá espetáculo; no dia 8 de novembro, haverá uma sessão às 15h e outra às 20h

Local: Sesc 14 Bis - Rua Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista - São Paulo

Ingresso: R$60 (inteira), R$30 (meia-entrada) e 18 (credencial plena) nas bilheterias das unidades do Sesc São Paulo, pelo aplicativo Credencial Sesc ou pelo site centralrelacionamento.sescsp.org.br

Telefone: (11) 3016-7700

Duração: 90 minutos

Classificação: 16 anos

* Este conteúdo foi produzido em parceria com o grupo Legítima Defesa, coletivo de artistas, atores e atrizes, djs e músicos criado em 2015 e que atua na reflexão e representação da negritude em diferentes linguagens artísticas.

A intersecção das obras dos dramaturgos Abdias Nascimento, nome fundamental na luta dos negros por representatividade nos palcos, e Augusto Boal, figura-chave na busca por um teatro genuinamente brasileiro, é o ponto de partida da peça Exílio: notas de um mal-estar que não passa que estreia no Sesc 14 Bis, região central, nesta sexta-feira, 18.

Peça 'Exílio: uma mal-estar que não passa' estreia no Sesc 14 Bis, em São Paulo Foto: Pérola Dutra

A montagem é assinada pelo coletivo Legítima Defesa, que busca a representação e valorização da negritude em diversas linguagens artísticas por meio de ações poéticas e políticas. O coletivo vem realizando imersões poéticas em lugares com pouca representatividade negra, como Museu de Arte de São Paulo (MASP), Pinacoteca e Bienal de São Paulo, entre outros.

A peça é fundamentada na ideia da relação entre Nascimento e Boal pouco explorada pela historiografia, uma história quase não contada. “Nosso principal argumento é que o início do Teatro Experimental do Negro se funde com o começo da carreira dramatúrgica do Boal, já que o primeiro texto que ele escreveu foi para o TEN”, comenta o diretor Eugenio Lima.

Em 1944, Abdias Nascimento (1914-2011) fundou o TEN, primeira entidade a relacionar a luta negra pelos direitos civis à valorização na cultura, nas artes e na educação. O movimento criou uma nova perspectiva da presença do negro no teatro brasileiro moderno, com a formação de nomes importantes, como Ruth de Souza e Léa Garcia.

Intelectual completo, Abdias foi professor emérito da Universidade do Estado de Nova York (EUA) e foi senador da República. Seu nome foi um dos sugeridos pela Prefeitura de São Paulo em uma votação popular sobre novas estátuas que serão erguidas na cidade para homenagear personalidades negras.

Boal contribuiu para o desenvolvimento de um teatro brasileiro, procurando uma linguagem que traduzisse a realidade do País, o que imprimiu uma dimensão política e social ao seu trabalho. As práticas do Teatro do Oprimido, técnica que o tornou mundialmente conhecido, reafirmam a importância do espectador e trata temas como machismo, racismo, homofobia, entre outros. Boal escreveu quatro textos para o TEN: O Logro (1953), O Cavalo e o Santo (1954), Filha Moça (1956) e Laio se Matou (1958).

“Abdias Nascimento e Augusto Boal tinham intersecção concreta e projeto político comum. Havia um pacto, uma aliança entre os dois”, diz Eugenio. “Ambos acreditavam que o Brasil é um país racista e que o embranquecimento da população é um projeto vigente, e o teatro reflete isso. A população negra não está representada nem no palco nem na plateia”, completa.

A peça é definida pelo próprio grupo Legítima Defesa como uma “transcriação da poética” do período de exílio de Nascimento e a sua relação com Boal (1931-2009). Para criar o espetáculo, os dramaturgos Eugênio Lima e Claudia Schapira se inspiraram livremente nas peças escritas pelos dois e pesquisaram o acervo do Teatro Experimental do Negro.

Na narrativa de Exílio, um grupo de atores e atrizes investiga todas essas relações enquanto tenta montar trechos de várias das peças, mas sempre enfrentam bloqueios.

Serviço: Exílio: notas de um mal-estar que não passa

Data: 18 de outubro a 10 de novembro, de quinta a sábado, às 20h, e, aos domingos, às 18h

Atenção: no dia 27 de outubro não haverá espetáculo; no dia 8 de novembro, haverá uma sessão às 15h e outra às 20h

Local: Sesc 14 Bis - Rua Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista - São Paulo

Ingresso: R$60 (inteira), R$30 (meia-entrada) e 18 (credencial plena) nas bilheterias das unidades do Sesc São Paulo, pelo aplicativo Credencial Sesc ou pelo site centralrelacionamento.sescsp.org.br

Telefone: (11) 3016-7700

Duração: 90 minutos

Classificação: 16 anos

* Este conteúdo foi produzido em parceria com o grupo Legítima Defesa, coletivo de artistas, atores e atrizes, djs e músicos criado em 2015 e que atua na reflexão e representação da negritude em diferentes linguagens artísticas.

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