Só cinco cidades ainda resistem ao avanço do coronavírus no Estado de São Paulo


Últimas ‘trincheiras’ contra o avanço da pandemia estão em rincões com menos de 5 mil habitantes e sem leitos de UTI

Por José Maria Tomazela

SOROCABA – Passados 140 dias da confirmação do primeiro caso, o coronavírus só não chegou, até esta quarta-feira (15), em cinco dos 645 municípios do Estado de São Paulo. As últimas ‘trincheiras’ contra o avanço do vírus estão em rincões distantes do estado. São cidades com menos de 5 mil habitantes, sem leitos de UTI e, em caso de doença grave, as prefeituras precisam enviar os pacientes para hospitais de outras cidades. Juntos, esses municípios ainda livres do vírus somam 18,6 mil moradores.

São José do Barreiro, a 269 km de São Paulo, na divisa com o Rio de Janeiro, ainda tem barreiras instaladas na entrada e na saída da área urbana desde meados de março. A cidade de 4.174 moradores, encravada no Parque Nacional da Serra da Bocaina, atrai turistas pelas belas paisagens. Além do parque, hotéis, pousadas e fazendas históricas estão fechados. “Mesmo com todo o trabalho, é um milagre estarmos sem casos, pois não têm como impedir que os visitantes entrem, principalmente nos fins de semana”, disse a chefe de gabinete da prefeitura Beatriz Carvalho Martins.

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São José do Barreiro ainda mantém barreiras para desestimular a entrada de turistas. Faixas alertam para pontos turísticos fechados por causa da pandemia Foto: Divulgação/PMSJB

Na mesma região e a 190 km da capital, Lagoinha, de 4.954 moradores, resiste ao vírus que atinge com intensidade todas as cidades do entorno. A cidade se isolou com barreiras e a prefeitura faz campanha para que as pessoas comprem no comércio local, evitando a saída para compras em cidades maiores da região. “As pessoas estão preferindo se abastecer por aqui mesmo para não correr risco, pois as cidades próximas estão com muitos casos”, disse o comerciante Carlos Eduardo Coelho, dono de um mercadinho. Parte do comércio não essencial já reabriu.

Em Florínea, funcionários da prefeitura foram treinados para fazer máscaras e a proteção facial foi entregue a todos os moradores. “Entregamos casa por casa para que ninguém alegasse que não tinha e reforçamos a fiscalização”, conta o secretário da Cultura, Ítalo Garcia. A cidade de 2.676, fica à margem do Rio Paranapanema, na divisa com o Paraná, a 484 km da capital. O rio represado atrai veranistas e pescadores. “Temos dois condomínios de chácaras que recebem turistas e adeptos da pesca esportiva nos fins de semana, mas fizemos um trabalho intenso com eles”, disse.

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Outro foco de preocupação é a penitenciária, com 1.701 presos, mais que a metade da população. “Instalamos barreiras, fechamos o comércio, mas no presídio, a ação do município é limitada. Felizmente o vírus não entrou lá”, disse Garcia. Na fase laranja do Plano São Paulo, a cidade reabriu parte do comércio não essencial. Em Ribeirão Corrente, na região norte, a 420 km da capital, os 164 anos do município, em junho passaram em branco pela primeira vez. A prefeitura fez um apelo para que os 4.718 moradores homenageassem a cidade ficando em casa.

Em Cruzália, com 2.073 moradores, um homem apresentou sintomas e um teste deu positivo para o vírus. De acordo com a prefeitura, o paciente é morador de outro município, por isso o caso não foi contabilizado e a cidade se mantém sem coronavírus. “O morador procurou nossa equipe de saúde com sintomas de gripe. Fizemos o teste rápido e deu positivo, mas ele retornou à sua cidade de origem, por isso o caso é de lá”, informou a prefeitura. Segundo o município, as pessoas que tiveram contato com o paciente foram contatadas e estão em isolamento preventivo.

Infectado

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Até o início de julho, eram doze cidades ainda sem coronavírus no Estado. Em lugares onde todos se conhecem, a chegada do vírus assusta os moradores. Foi o que aconteceu em Jeriquara (4.873 habitantes), com o primeiro caso confirmado no dia 9. O prefeito Eder Gonçalves (PSDB) fez live em rede social para tranquilizar moradores que exigiam que o nome do infectado fosse revelado. “Imploro que mantenham o isolamento. Aqui todo mundo conhece todo mundo e um precisa cuidar do outro”, disse.

No dia 2, em boletim extra, a secretaria da saúde de Arco Íris (1.791 habitantes), anunciou o primeiro caso. “A paciente trabalha na área de saúde em Tupã, cidade vizinha, e só vem a Arco Íris para dormir. Curiosamente, nem as colegas de trabalho, nem a mãe e as duas crianças que moram com ela tiveram o vírus, por isso vamos pedir que ela refaça o teste”, disse a prefeita Ana Serafim (PTB). A prefeita lembra que o município abriga a aldeia indígena Vanuíre, da etnia kaigang, com 300 índios – nenhum pegou o vírus.

Na noite de segunda-feira (12), Nova Independência confirmou o primeiro caso entre os 3.969 habitantes. O paciente, um idoso, está internado na Santa Casa de Andradina. No mesmo dia, a prefeitura de Nova Canaã Paulista, com 1.881 moradores, confirmou dois casos positivos e um óbito suspeito. No dia 13, foi a vez de Bonsucesso de Itararé, 3.954 moradores, confirmar o primeiro caso positivo. Logo surgiu outro caso suspeito e o coronavírus virou o principal assunto da cidade. Nesta quarta, 34 pessoas já tinham sido colocadas em isolamento.

SOROCABA – Passados 140 dias da confirmação do primeiro caso, o coronavírus só não chegou, até esta quarta-feira (15), em cinco dos 645 municípios do Estado de São Paulo. As últimas ‘trincheiras’ contra o avanço do vírus estão em rincões distantes do estado. São cidades com menos de 5 mil habitantes, sem leitos de UTI e, em caso de doença grave, as prefeituras precisam enviar os pacientes para hospitais de outras cidades. Juntos, esses municípios ainda livres do vírus somam 18,6 mil moradores.

São José do Barreiro, a 269 km de São Paulo, na divisa com o Rio de Janeiro, ainda tem barreiras instaladas na entrada e na saída da área urbana desde meados de março. A cidade de 4.174 moradores, encravada no Parque Nacional da Serra da Bocaina, atrai turistas pelas belas paisagens. Além do parque, hotéis, pousadas e fazendas históricas estão fechados. “Mesmo com todo o trabalho, é um milagre estarmos sem casos, pois não têm como impedir que os visitantes entrem, principalmente nos fins de semana”, disse a chefe de gabinete da prefeitura Beatriz Carvalho Martins.

São José do Barreiro ainda mantém barreiras para desestimular a entrada de turistas. Faixas alertam para pontos turísticos fechados por causa da pandemia Foto: Divulgação/PMSJB

Na mesma região e a 190 km da capital, Lagoinha, de 4.954 moradores, resiste ao vírus que atinge com intensidade todas as cidades do entorno. A cidade se isolou com barreiras e a prefeitura faz campanha para que as pessoas comprem no comércio local, evitando a saída para compras em cidades maiores da região. “As pessoas estão preferindo se abastecer por aqui mesmo para não correr risco, pois as cidades próximas estão com muitos casos”, disse o comerciante Carlos Eduardo Coelho, dono de um mercadinho. Parte do comércio não essencial já reabriu.

Em Florínea, funcionários da prefeitura foram treinados para fazer máscaras e a proteção facial foi entregue a todos os moradores. “Entregamos casa por casa para que ninguém alegasse que não tinha e reforçamos a fiscalização”, conta o secretário da Cultura, Ítalo Garcia. A cidade de 2.676, fica à margem do Rio Paranapanema, na divisa com o Paraná, a 484 km da capital. O rio represado atrai veranistas e pescadores. “Temos dois condomínios de chácaras que recebem turistas e adeptos da pesca esportiva nos fins de semana, mas fizemos um trabalho intenso com eles”, disse.

Outro foco de preocupação é a penitenciária, com 1.701 presos, mais que a metade da população. “Instalamos barreiras, fechamos o comércio, mas no presídio, a ação do município é limitada. Felizmente o vírus não entrou lá”, disse Garcia. Na fase laranja do Plano São Paulo, a cidade reabriu parte do comércio não essencial. Em Ribeirão Corrente, na região norte, a 420 km da capital, os 164 anos do município, em junho passaram em branco pela primeira vez. A prefeitura fez um apelo para que os 4.718 moradores homenageassem a cidade ficando em casa.

Em Cruzália, com 2.073 moradores, um homem apresentou sintomas e um teste deu positivo para o vírus. De acordo com a prefeitura, o paciente é morador de outro município, por isso o caso não foi contabilizado e a cidade se mantém sem coronavírus. “O morador procurou nossa equipe de saúde com sintomas de gripe. Fizemos o teste rápido e deu positivo, mas ele retornou à sua cidade de origem, por isso o caso é de lá”, informou a prefeitura. Segundo o município, as pessoas que tiveram contato com o paciente foram contatadas e estão em isolamento preventivo.

Infectado

Até o início de julho, eram doze cidades ainda sem coronavírus no Estado. Em lugares onde todos se conhecem, a chegada do vírus assusta os moradores. Foi o que aconteceu em Jeriquara (4.873 habitantes), com o primeiro caso confirmado no dia 9. O prefeito Eder Gonçalves (PSDB) fez live em rede social para tranquilizar moradores que exigiam que o nome do infectado fosse revelado. “Imploro que mantenham o isolamento. Aqui todo mundo conhece todo mundo e um precisa cuidar do outro”, disse.

No dia 2, em boletim extra, a secretaria da saúde de Arco Íris (1.791 habitantes), anunciou o primeiro caso. “A paciente trabalha na área de saúde em Tupã, cidade vizinha, e só vem a Arco Íris para dormir. Curiosamente, nem as colegas de trabalho, nem a mãe e as duas crianças que moram com ela tiveram o vírus, por isso vamos pedir que ela refaça o teste”, disse a prefeita Ana Serafim (PTB). A prefeita lembra que o município abriga a aldeia indígena Vanuíre, da etnia kaigang, com 300 índios – nenhum pegou o vírus.

Na noite de segunda-feira (12), Nova Independência confirmou o primeiro caso entre os 3.969 habitantes. O paciente, um idoso, está internado na Santa Casa de Andradina. No mesmo dia, a prefeitura de Nova Canaã Paulista, com 1.881 moradores, confirmou dois casos positivos e um óbito suspeito. No dia 13, foi a vez de Bonsucesso de Itararé, 3.954 moradores, confirmar o primeiro caso positivo. Logo surgiu outro caso suspeito e o coronavírus virou o principal assunto da cidade. Nesta quarta, 34 pessoas já tinham sido colocadas em isolamento.

SOROCABA – Passados 140 dias da confirmação do primeiro caso, o coronavírus só não chegou, até esta quarta-feira (15), em cinco dos 645 municípios do Estado de São Paulo. As últimas ‘trincheiras’ contra o avanço do vírus estão em rincões distantes do estado. São cidades com menos de 5 mil habitantes, sem leitos de UTI e, em caso de doença grave, as prefeituras precisam enviar os pacientes para hospitais de outras cidades. Juntos, esses municípios ainda livres do vírus somam 18,6 mil moradores.

São José do Barreiro, a 269 km de São Paulo, na divisa com o Rio de Janeiro, ainda tem barreiras instaladas na entrada e na saída da área urbana desde meados de março. A cidade de 4.174 moradores, encravada no Parque Nacional da Serra da Bocaina, atrai turistas pelas belas paisagens. Além do parque, hotéis, pousadas e fazendas históricas estão fechados. “Mesmo com todo o trabalho, é um milagre estarmos sem casos, pois não têm como impedir que os visitantes entrem, principalmente nos fins de semana”, disse a chefe de gabinete da prefeitura Beatriz Carvalho Martins.

São José do Barreiro ainda mantém barreiras para desestimular a entrada de turistas. Faixas alertam para pontos turísticos fechados por causa da pandemia Foto: Divulgação/PMSJB

Na mesma região e a 190 km da capital, Lagoinha, de 4.954 moradores, resiste ao vírus que atinge com intensidade todas as cidades do entorno. A cidade se isolou com barreiras e a prefeitura faz campanha para que as pessoas comprem no comércio local, evitando a saída para compras em cidades maiores da região. “As pessoas estão preferindo se abastecer por aqui mesmo para não correr risco, pois as cidades próximas estão com muitos casos”, disse o comerciante Carlos Eduardo Coelho, dono de um mercadinho. Parte do comércio não essencial já reabriu.

Em Florínea, funcionários da prefeitura foram treinados para fazer máscaras e a proteção facial foi entregue a todos os moradores. “Entregamos casa por casa para que ninguém alegasse que não tinha e reforçamos a fiscalização”, conta o secretário da Cultura, Ítalo Garcia. A cidade de 2.676, fica à margem do Rio Paranapanema, na divisa com o Paraná, a 484 km da capital. O rio represado atrai veranistas e pescadores. “Temos dois condomínios de chácaras que recebem turistas e adeptos da pesca esportiva nos fins de semana, mas fizemos um trabalho intenso com eles”, disse.

Outro foco de preocupação é a penitenciária, com 1.701 presos, mais que a metade da população. “Instalamos barreiras, fechamos o comércio, mas no presídio, a ação do município é limitada. Felizmente o vírus não entrou lá”, disse Garcia. Na fase laranja do Plano São Paulo, a cidade reabriu parte do comércio não essencial. Em Ribeirão Corrente, na região norte, a 420 km da capital, os 164 anos do município, em junho passaram em branco pela primeira vez. A prefeitura fez um apelo para que os 4.718 moradores homenageassem a cidade ficando em casa.

Em Cruzália, com 2.073 moradores, um homem apresentou sintomas e um teste deu positivo para o vírus. De acordo com a prefeitura, o paciente é morador de outro município, por isso o caso não foi contabilizado e a cidade se mantém sem coronavírus. “O morador procurou nossa equipe de saúde com sintomas de gripe. Fizemos o teste rápido e deu positivo, mas ele retornou à sua cidade de origem, por isso o caso é de lá”, informou a prefeitura. Segundo o município, as pessoas que tiveram contato com o paciente foram contatadas e estão em isolamento preventivo.

Infectado

Até o início de julho, eram doze cidades ainda sem coronavírus no Estado. Em lugares onde todos se conhecem, a chegada do vírus assusta os moradores. Foi o que aconteceu em Jeriquara (4.873 habitantes), com o primeiro caso confirmado no dia 9. O prefeito Eder Gonçalves (PSDB) fez live em rede social para tranquilizar moradores que exigiam que o nome do infectado fosse revelado. “Imploro que mantenham o isolamento. Aqui todo mundo conhece todo mundo e um precisa cuidar do outro”, disse.

No dia 2, em boletim extra, a secretaria da saúde de Arco Íris (1.791 habitantes), anunciou o primeiro caso. “A paciente trabalha na área de saúde em Tupã, cidade vizinha, e só vem a Arco Íris para dormir. Curiosamente, nem as colegas de trabalho, nem a mãe e as duas crianças que moram com ela tiveram o vírus, por isso vamos pedir que ela refaça o teste”, disse a prefeita Ana Serafim (PTB). A prefeita lembra que o município abriga a aldeia indígena Vanuíre, da etnia kaigang, com 300 índios – nenhum pegou o vírus.

Na noite de segunda-feira (12), Nova Independência confirmou o primeiro caso entre os 3.969 habitantes. O paciente, um idoso, está internado na Santa Casa de Andradina. No mesmo dia, a prefeitura de Nova Canaã Paulista, com 1.881 moradores, confirmou dois casos positivos e um óbito suspeito. No dia 13, foi a vez de Bonsucesso de Itararé, 3.954 moradores, confirmar o primeiro caso positivo. Logo surgiu outro caso suspeito e o coronavírus virou o principal assunto da cidade. Nesta quarta, 34 pessoas já tinham sido colocadas em isolamento.

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