Um homem de 36 anos foi baleado por policiais da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e morreu, na noite deste sábado, 10, em Santos, no litoral de São Paulo. Em seu veículo, um Jeep Compass, foi apreendido um fuzil.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito era sobrinho de um líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) e teria ligações com a facção criminosa. Com este, somam 19 os suspeitos mortos este mês na Baixada Santista em confrontos com policiais durante a Operação Verão, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).
De acordo com a pasta, os policiais investigavam denúncia de que o suspeito portava um fuzil e, ao reconhecerem seu carro transitando na Avenida Martins Fontes, no bairro Saboó, tentaram a abordagem. O homem reagiu jogando seu veículo contra a viatura policial. Os PMs reagiram baleando o suspeito.
O homem, que não teve o nome divulgado pela pasta, chegou a ser levado para a Santa Casa de Santos, mas não sobreviveu. No veículo, os policiais encontraram um fuzil calibre 556. Segundo a SSP, o envolvido tinha passagens por tentativa de homicídio e associação criminosa. Os peritos criminais da Polícia Civil fizeram levantamentos no local e as circunstâncias da ocorrência serão apuradas.
De acordo com a Polícia Civil, o homem morto seria sobrinho de Fernando Gonçalves dos Santos, conhecido pelos apelidos de Azul e Colorido, apontado como integrante da cúpula do PCC. Azul cumpre pena por roubo, tráfico de drogas e associação para o tráfico na Penitenciária Federal de Porto Velho (TO).
Em fevereiro de 2019, Santos e outros 21 integrantes da cúpula do PCC, entre eles Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo da facção, foram transferidos da Penitenciária II de Presidente Venceslau para unidades federais. Investigações do Ministério Público Estadual descobriram um plano de resgate dos presos e de ataques a autoridades do judiciário.
Na Baixada Santista, as investigações do MP apontaram que o Azul havia se associado a outros criminosos para controlar o tráfico internacional de cocaína com o uso da estrutura portuária de Santos.
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Baixada Santista sob tensão
O litoral paulista assiste a uma escalada da tensão nas últimas semanas, depois que três policiais militares foram assassinados por suspeitos, desencadeando uma reação das forças de segurança. O policiamento da região, que normalmente é reforçado com a chamada Operação Verão, durante a alta temporada, ganhou um apoio extra após as mortes dos policiais.
A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) transferiu o gabinete da SSP para Santos, na tentativa de frear a onda de violência. Em alguns casos, familiares apontam inocentes entre os mortos pela polícia.
Em nota, a SSP afirmou que todos os casos são investigados pela Polícia Civil, com acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa do homem morto neste sábado e não obteve retorno do advogado que atuou como defensor de Fernando Gonçalves dos Santos em processos recentes.