SÃO PAULO – Profissionais de saúde e das forças de segurança de São Paulo, o que inclui policiais civis e militares, terão aumento de 20% nos salários a partir de março, anunciou nesta quinta-feira, 10, o governador João Doria (PSDB). Demais servidores do Estado terão acréscimo de 10% na remuneração. O anúncio da medida, que ainda deve ser aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado (Alesp), ocorre às vésperas de o governador ter de deixar o cargo para concorrer à Presidência.
“Todas as forças policiais, indistintamente, todas as forças de segurança terão um aumento de 20% nos seus salários a partir do próximo dia 1º de março”, anunciou Doria. A medida inclui agentes da ativa e profissionais aposentados de Polícia Civil, Polícia Militar (na qual estão inseridos os Bombeiros) e Polícia Científica. Além dos agentes penitenciários do Estado.
Segundo o governador, o mesmo será feito em relação aos profissionais de saúde. “Todos os profissionais de saúde do Estado de São Paulo vinculados ao governo receberão, a partir do dia 1º de março, 20% de aumento dos seus salários”, informou Doria. “Da mesma maneira, (a medida inclui) os que estão na ativa e os que não estão.”
Os demais servidores de São Paulo – ou seja, que não se enquadram nas categorias de segurança ou saúde – irão receber aumento de 10% nos salários. Ao todo, o Estado conta com 541,1 mil servidores públicos, sendo 276,4 deles da área de segurança e outros 69,7 mil da área da saúde. São 195 mil servidores de outras áreas do governo.
O governo do Estado informou que o aumento nos salários é possibilitado pelo superávit de R$ 5,9 bilhões obtido por São Paulo em 2021. “O balanço fiscal e o superávit fiscal foram fundamentais para que a gente pudesse destinar esses recursos ao aumento salarial em São Paulo”, disse o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB).
O aumento no salário dos servidores ainda terá de ser aprovado pela Alesp, mas as expectativas do governo paulista são positivas. "Nós estamos bastante confiantes de que o debate será conclusivo, positivamente, pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo", disse Doria. Se a medida for aprovada, serão incorporados cerca de R$ 5,6 bilhões de reais por ano na folha de pagamento de São Paulo.
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) informou, em nota, ter recebido o anúncio "como um alento para a classe policial". "Com a recomposição, o governo somente recupera os salários dos policiais dentro do seu período de administração, visto que a inflação acumulada desde o início da gestão Doria soma 19,43%", apontou o sindicato.
Com o reajuste, o salário inicial de um soldado 1ª classe irá saltar de R$ 2.923,70 para R$ 3.508,44. Somando-se aos benefícios, a remuneração mensal chega a R$ 6.243,21. Já no caso de um técnico de enfermagem que trabalha 30 horas por semana, o salário inicial irá de R$ 1.023,28 para R$ 1.227,94, elevando para R$ 2.907,76 a remuneração total – que inclui também os benefícios.
Em dezembro, o governador anunciou um reajuste salarial no piso dos professores da rede estadual de até 73%, condicionado a avaliações periódicas de desempenho do profissional. Pela nova proposta, os aumentos ocorrerão a partir de provas e formações dos docentes e poderão beneficiar 190 mil profissionais da rede estadual. O reajuste dos professores também deve ser aprovado pela Alesp para entrar em vigor.
Conforme mostrou o Estadão, o governador João Doria, que é pré-candidato ao Palácio do Planalto após ter vencido as prévias do PSDB, prepara uma série de medidas de impacto local, mas com potencial de projeção nacional, para 2022. Com prazo apertado – a legislação eleitoral exige que candidatos a outros cargos públicos deixem os atuais mandatos até abril –, Doria corre para priorizar iniciativas que possam servir de vitrine durante a campanha à Presidência.