SP bate recorde de incêndios; entenda como focos continuam mesmo com chegada da chuva


Número de queimadas entre janeiro e setembro supera todo o ano de 2010; entre as ações do governo do Estado estão a abertura de novas vagas para bombeiros e a prisão de mais de 20 suspeitos de envolvimento em ações criminosas

Por Caio Possati
Atualização:

O número de incêndios registrados no Estado de São Paulo em 2024 já é o maior de toda a série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que realiza o monitoramento das queimadas pelo Brasil desde 1998. O território paulista soma, entre janeiro e o dia 20 de setembro, 7.293 focos de incêndio, dois a mais que os 7.291 identificados em todo ano de 2010, até então o recorde para o índice.

Nesta sexta-feira, 20, a quantidade de queimadas nas cidades paulistas foi de 66, segundo dados do Inpe. Na semana passada, São Paulo viu o número de focos de incêndio crescer em municípios do interior e também na região metropolitana da capital. Mais de 80 parques e áreas de preservação, incluindo uma parte Parque Estadual da Cantareira, tiveram que ser fechados temporariamente até o dia 29 sob o risco de incêndios.

Incêndio em mata na cidade de Mairiporã, na Grande São Paulo. Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 12/09/2024
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O governo estadual chegou a montar um Gabinete de Crise para acompanhar a situação das queimadas pelo Estado durante “24 horas por dia”, disponibilizou R$ 10 milhões em crédito suplementar para reforçar as ações de combate às chamas. Outra medida divulgada pelo governo paulista foi a abertura de 13,5 mil vagas para integrantes do Corpo de Bombeiros ajudarem no controle e eliminação do fogo.

A Operação São Paulo sem Fogo, do governo do Estado, aplicou mais de R$ 25 milhões em multas para crimes relacionados a queimadas criminosas desde janeiro até 16 setembro deste ano. Ao todo, 23 pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento em ações de início intencional de fogo.

Atualmente, a Polícia Ambiental conta com 1.866 PMs e 933 viaturas empregadas nas ações de fiscalização e combate. A Fundação Florestal, responsável pelas Unidades de Conservação do Estado ampliou o número de bombeiros civis em quase 80% neste mês para combater as chamas, passando de 57 para 102 profissionais.

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O recorde foi batido em uma semana de arrefecimento dos incêndios por conta da chegada de uma frente fria que trouxe chuva para algumas regiões do Estado no último final de semana. Nos últimos dias, entre segunda e quinta-feira, o Inpe registrou 26 focos de incêndios - na semana anterior, a mais crítica do mês até o momento, o número chegou a mais de 940.

Ao longo da semana, a quantidade de cidades atingidas pelas chamas diminuiu na comparação com os dias anteriores, mas focos ainda foram combatidos em municípios como Mococa, Cajuru e Bananal.

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A escassez de chuvas somada às altas temperaturas têm contribuído para o retrato de queimadas recordes. O ateamento de fogo intencional também vem sendo investigado pelas forças policiais.

Mesmo com a chuva, a Defesa Civil recomenda que a população siga com atenção aos cuidados para evitar novas queimadas. Entre as recomendações está não jogar bituca de cigarro às margens das rodovias, nem queimar lixo e tampouco limpar o terreno utilizando fogo. A soltura de balões, além de proibida, configura crime ambiental.

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Defesa Civil alerta para risco de incêndios no interior

Com o afastamento da frente fria que trouxe chuva para a capital e outras cidades paulistas nos últimos dias, a Defesa Civil do Estado alerta com a possibilidades de novos incêndios no Estado a partir deste final de semana por conta de uma nova elevação nas temperaturas.

A máxima na cidade de São Paulo pode chegar a 31º, enquanto em Ribeirão Preto, 37°C. “Este cenário aumenta o risco para queimadas, principalmente nas regiões onde o tempo seco predomina”, diz a Defesa Civil.

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“No Centro-Oeste e Centro-Norte as temperaturas máximas variam entre 33°C em Franca, 36° em Bauru e Presidente Prudente, 37° em Ribeirão Preto e São José do Rio Preto e 38° em Araçatuba. A umidade relativa do ar mínima nesses locais varia entre 39% em Franca e 24% em Bauru”, acrescenta.

As chuvas deverão se concentrar nos municípios da faixa leste do Estado, no Vale do Ribeira e Litoral Paulista. Nas regiões Norte, Oeste e Centro a chuva será fraca e não atingirá todos as cidades.

Tempo seco

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O crescimento no número de queimadas em 2024 começou a ser puxado no mês de agosto, registrado como o mais severo em termos de incêndios em toda a série histórica. Foram 3.612 focos no período, conforme monitoramento do Inpe.

Em setembro, os índices de pontos de fogo em São Paulo começaram altos na primeira semana - os dias 1 e 4 tiveram 176 e 322 focos de incêndios, respectivamente -, e voltaram a subir de forma considerável depois do dia 9, quando foram contados 149 focos. Nos dias seguintes, os dados continuaram elevados.

Combate a incêndio no Pico das Cabras, na região de Campinas. Foto: ROGERIO CAPELA/PMC

Como o Estadão mostrou, a seca e o calor já levaram municípios a adotar ou prever racionamento de água no interior de São Paulo. Cidades importantes como Bauru e São José do Rio Preto enfrentaram escassez de água para abastecimento. Em Bauru e outras cidades, foi adotado um rodízio.

Diante da crise de seca, baixa qualidade do ar e possível permanência dos incêndios, a Secretaria de Estado da Saúde; de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística; a Cetesb e a Defesa Civil assinaram uma nota técnica orientando a população a voltar a usar máscaras para evitar a inalação do material particulado originário das queimadas.

Na semana passada, a cidade de São Paulo figurou no topo da lista de cidades com a pior qualidade do ar entre todas as grandes metrópoles do mundo.

O alto nível de poluição na capital foi causado, principalmente, pela presença das fumaças de queimadas em outras regiões do Brasil, que alcançaram o Sudeste nos últimos dias. O material particulado se misturou com a poluição produzida na cidade, e se estacionou sobre os paulistanos muito por conta das ausências de chuvas e ventos fortes. a chuva dos últimos dias melhorou o cenário.

Em todo o Brasil

A área queimada no Brasil este ano mais do que dobrou em relação a 2023. Desde janeiro, foram destruídos quase 11,4 milhões de hectares (cerca de 11 milhões de campos de futebol), alta de 116% em relação a 2023. O levantamento é do Monitor do Fogo, do MapBiomas, que reúne ONGs, universidades e empresas de tecnologia.

Segundo o MapBiomas, quase três em cada quatro hectares (70%) queimados foram de vegetação nativa, boa parte no Cerrado. Praticamente a metade (49%) dos incêndios se concentrou no mês de agosto. Somente naquele mês foram 5,65 milhões de hectares destruídos, área equivalente à do Estado da Paraíba.

O número de incêndios registrados no Estado de São Paulo em 2024 já é o maior de toda a série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que realiza o monitoramento das queimadas pelo Brasil desde 1998. O território paulista soma, entre janeiro e o dia 20 de setembro, 7.293 focos de incêndio, dois a mais que os 7.291 identificados em todo ano de 2010, até então o recorde para o índice.

Nesta sexta-feira, 20, a quantidade de queimadas nas cidades paulistas foi de 66, segundo dados do Inpe. Na semana passada, São Paulo viu o número de focos de incêndio crescer em municípios do interior e também na região metropolitana da capital. Mais de 80 parques e áreas de preservação, incluindo uma parte Parque Estadual da Cantareira, tiveram que ser fechados temporariamente até o dia 29 sob o risco de incêndios.

Incêndio em mata na cidade de Mairiporã, na Grande São Paulo. Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 12/09/2024

O governo estadual chegou a montar um Gabinete de Crise para acompanhar a situação das queimadas pelo Estado durante “24 horas por dia”, disponibilizou R$ 10 milhões em crédito suplementar para reforçar as ações de combate às chamas. Outra medida divulgada pelo governo paulista foi a abertura de 13,5 mil vagas para integrantes do Corpo de Bombeiros ajudarem no controle e eliminação do fogo.

A Operação São Paulo sem Fogo, do governo do Estado, aplicou mais de R$ 25 milhões em multas para crimes relacionados a queimadas criminosas desde janeiro até 16 setembro deste ano. Ao todo, 23 pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento em ações de início intencional de fogo.

Atualmente, a Polícia Ambiental conta com 1.866 PMs e 933 viaturas empregadas nas ações de fiscalização e combate. A Fundação Florestal, responsável pelas Unidades de Conservação do Estado ampliou o número de bombeiros civis em quase 80% neste mês para combater as chamas, passando de 57 para 102 profissionais.

O recorde foi batido em uma semana de arrefecimento dos incêndios por conta da chegada de uma frente fria que trouxe chuva para algumas regiões do Estado no último final de semana. Nos últimos dias, entre segunda e quinta-feira, o Inpe registrou 26 focos de incêndios - na semana anterior, a mais crítica do mês até o momento, o número chegou a mais de 940.

Ao longo da semana, a quantidade de cidades atingidas pelas chamas diminuiu na comparação com os dias anteriores, mas focos ainda foram combatidos em municípios como Mococa, Cajuru e Bananal.

A escassez de chuvas somada às altas temperaturas têm contribuído para o retrato de queimadas recordes. O ateamento de fogo intencional também vem sendo investigado pelas forças policiais.

Mesmo com a chuva, a Defesa Civil recomenda que a população siga com atenção aos cuidados para evitar novas queimadas. Entre as recomendações está não jogar bituca de cigarro às margens das rodovias, nem queimar lixo e tampouco limpar o terreno utilizando fogo. A soltura de balões, além de proibida, configura crime ambiental.

Defesa Civil alerta para risco de incêndios no interior

Com o afastamento da frente fria que trouxe chuva para a capital e outras cidades paulistas nos últimos dias, a Defesa Civil do Estado alerta com a possibilidades de novos incêndios no Estado a partir deste final de semana por conta de uma nova elevação nas temperaturas.

A máxima na cidade de São Paulo pode chegar a 31º, enquanto em Ribeirão Preto, 37°C. “Este cenário aumenta o risco para queimadas, principalmente nas regiões onde o tempo seco predomina”, diz a Defesa Civil.

“No Centro-Oeste e Centro-Norte as temperaturas máximas variam entre 33°C em Franca, 36° em Bauru e Presidente Prudente, 37° em Ribeirão Preto e São José do Rio Preto e 38° em Araçatuba. A umidade relativa do ar mínima nesses locais varia entre 39% em Franca e 24% em Bauru”, acrescenta.

As chuvas deverão se concentrar nos municípios da faixa leste do Estado, no Vale do Ribeira e Litoral Paulista. Nas regiões Norte, Oeste e Centro a chuva será fraca e não atingirá todos as cidades.

Tempo seco

O crescimento no número de queimadas em 2024 começou a ser puxado no mês de agosto, registrado como o mais severo em termos de incêndios em toda a série histórica. Foram 3.612 focos no período, conforme monitoramento do Inpe.

Em setembro, os índices de pontos de fogo em São Paulo começaram altos na primeira semana - os dias 1 e 4 tiveram 176 e 322 focos de incêndios, respectivamente -, e voltaram a subir de forma considerável depois do dia 9, quando foram contados 149 focos. Nos dias seguintes, os dados continuaram elevados.

Combate a incêndio no Pico das Cabras, na região de Campinas. Foto: ROGERIO CAPELA/PMC

Como o Estadão mostrou, a seca e o calor já levaram municípios a adotar ou prever racionamento de água no interior de São Paulo. Cidades importantes como Bauru e São José do Rio Preto enfrentaram escassez de água para abastecimento. Em Bauru e outras cidades, foi adotado um rodízio.

Diante da crise de seca, baixa qualidade do ar e possível permanência dos incêndios, a Secretaria de Estado da Saúde; de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística; a Cetesb e a Defesa Civil assinaram uma nota técnica orientando a população a voltar a usar máscaras para evitar a inalação do material particulado originário das queimadas.

Na semana passada, a cidade de São Paulo figurou no topo da lista de cidades com a pior qualidade do ar entre todas as grandes metrópoles do mundo.

O alto nível de poluição na capital foi causado, principalmente, pela presença das fumaças de queimadas em outras regiões do Brasil, que alcançaram o Sudeste nos últimos dias. O material particulado se misturou com a poluição produzida na cidade, e se estacionou sobre os paulistanos muito por conta das ausências de chuvas e ventos fortes. a chuva dos últimos dias melhorou o cenário.

Em todo o Brasil

A área queimada no Brasil este ano mais do que dobrou em relação a 2023. Desde janeiro, foram destruídos quase 11,4 milhões de hectares (cerca de 11 milhões de campos de futebol), alta de 116% em relação a 2023. O levantamento é do Monitor do Fogo, do MapBiomas, que reúne ONGs, universidades e empresas de tecnologia.

Segundo o MapBiomas, quase três em cada quatro hectares (70%) queimados foram de vegetação nativa, boa parte no Cerrado. Praticamente a metade (49%) dos incêndios se concentrou no mês de agosto. Somente naquele mês foram 5,65 milhões de hectares destruídos, área equivalente à do Estado da Paraíba.

O número de incêndios registrados no Estado de São Paulo em 2024 já é o maior de toda a série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que realiza o monitoramento das queimadas pelo Brasil desde 1998. O território paulista soma, entre janeiro e o dia 20 de setembro, 7.293 focos de incêndio, dois a mais que os 7.291 identificados em todo ano de 2010, até então o recorde para o índice.

Nesta sexta-feira, 20, a quantidade de queimadas nas cidades paulistas foi de 66, segundo dados do Inpe. Na semana passada, São Paulo viu o número de focos de incêndio crescer em municípios do interior e também na região metropolitana da capital. Mais de 80 parques e áreas de preservação, incluindo uma parte Parque Estadual da Cantareira, tiveram que ser fechados temporariamente até o dia 29 sob o risco de incêndios.

Incêndio em mata na cidade de Mairiporã, na Grande São Paulo. Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 12/09/2024

O governo estadual chegou a montar um Gabinete de Crise para acompanhar a situação das queimadas pelo Estado durante “24 horas por dia”, disponibilizou R$ 10 milhões em crédito suplementar para reforçar as ações de combate às chamas. Outra medida divulgada pelo governo paulista foi a abertura de 13,5 mil vagas para integrantes do Corpo de Bombeiros ajudarem no controle e eliminação do fogo.

A Operação São Paulo sem Fogo, do governo do Estado, aplicou mais de R$ 25 milhões em multas para crimes relacionados a queimadas criminosas desde janeiro até 16 setembro deste ano. Ao todo, 23 pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento em ações de início intencional de fogo.

Atualmente, a Polícia Ambiental conta com 1.866 PMs e 933 viaturas empregadas nas ações de fiscalização e combate. A Fundação Florestal, responsável pelas Unidades de Conservação do Estado ampliou o número de bombeiros civis em quase 80% neste mês para combater as chamas, passando de 57 para 102 profissionais.

O recorde foi batido em uma semana de arrefecimento dos incêndios por conta da chegada de uma frente fria que trouxe chuva para algumas regiões do Estado no último final de semana. Nos últimos dias, entre segunda e quinta-feira, o Inpe registrou 26 focos de incêndios - na semana anterior, a mais crítica do mês até o momento, o número chegou a mais de 940.

Ao longo da semana, a quantidade de cidades atingidas pelas chamas diminuiu na comparação com os dias anteriores, mas focos ainda foram combatidos em municípios como Mococa, Cajuru e Bananal.

A escassez de chuvas somada às altas temperaturas têm contribuído para o retrato de queimadas recordes. O ateamento de fogo intencional também vem sendo investigado pelas forças policiais.

Mesmo com a chuva, a Defesa Civil recomenda que a população siga com atenção aos cuidados para evitar novas queimadas. Entre as recomendações está não jogar bituca de cigarro às margens das rodovias, nem queimar lixo e tampouco limpar o terreno utilizando fogo. A soltura de balões, além de proibida, configura crime ambiental.

Defesa Civil alerta para risco de incêndios no interior

Com o afastamento da frente fria que trouxe chuva para a capital e outras cidades paulistas nos últimos dias, a Defesa Civil do Estado alerta com a possibilidades de novos incêndios no Estado a partir deste final de semana por conta de uma nova elevação nas temperaturas.

A máxima na cidade de São Paulo pode chegar a 31º, enquanto em Ribeirão Preto, 37°C. “Este cenário aumenta o risco para queimadas, principalmente nas regiões onde o tempo seco predomina”, diz a Defesa Civil.

“No Centro-Oeste e Centro-Norte as temperaturas máximas variam entre 33°C em Franca, 36° em Bauru e Presidente Prudente, 37° em Ribeirão Preto e São José do Rio Preto e 38° em Araçatuba. A umidade relativa do ar mínima nesses locais varia entre 39% em Franca e 24% em Bauru”, acrescenta.

As chuvas deverão se concentrar nos municípios da faixa leste do Estado, no Vale do Ribeira e Litoral Paulista. Nas regiões Norte, Oeste e Centro a chuva será fraca e não atingirá todos as cidades.

Tempo seco

O crescimento no número de queimadas em 2024 começou a ser puxado no mês de agosto, registrado como o mais severo em termos de incêndios em toda a série histórica. Foram 3.612 focos no período, conforme monitoramento do Inpe.

Em setembro, os índices de pontos de fogo em São Paulo começaram altos na primeira semana - os dias 1 e 4 tiveram 176 e 322 focos de incêndios, respectivamente -, e voltaram a subir de forma considerável depois do dia 9, quando foram contados 149 focos. Nos dias seguintes, os dados continuaram elevados.

Combate a incêndio no Pico das Cabras, na região de Campinas. Foto: ROGERIO CAPELA/PMC

Como o Estadão mostrou, a seca e o calor já levaram municípios a adotar ou prever racionamento de água no interior de São Paulo. Cidades importantes como Bauru e São José do Rio Preto enfrentaram escassez de água para abastecimento. Em Bauru e outras cidades, foi adotado um rodízio.

Diante da crise de seca, baixa qualidade do ar e possível permanência dos incêndios, a Secretaria de Estado da Saúde; de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística; a Cetesb e a Defesa Civil assinaram uma nota técnica orientando a população a voltar a usar máscaras para evitar a inalação do material particulado originário das queimadas.

Na semana passada, a cidade de São Paulo figurou no topo da lista de cidades com a pior qualidade do ar entre todas as grandes metrópoles do mundo.

O alto nível de poluição na capital foi causado, principalmente, pela presença das fumaças de queimadas em outras regiões do Brasil, que alcançaram o Sudeste nos últimos dias. O material particulado se misturou com a poluição produzida na cidade, e se estacionou sobre os paulistanos muito por conta das ausências de chuvas e ventos fortes. a chuva dos últimos dias melhorou o cenário.

Em todo o Brasil

A área queimada no Brasil este ano mais do que dobrou em relação a 2023. Desde janeiro, foram destruídos quase 11,4 milhões de hectares (cerca de 11 milhões de campos de futebol), alta de 116% em relação a 2023. O levantamento é do Monitor do Fogo, do MapBiomas, que reúne ONGs, universidades e empresas de tecnologia.

Segundo o MapBiomas, quase três em cada quatro hectares (70%) queimados foram de vegetação nativa, boa parte no Cerrado. Praticamente a metade (49%) dos incêndios se concentrou no mês de agosto. Somente naquele mês foram 5,65 milhões de hectares destruídos, área equivalente à do Estado da Paraíba.

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