Tarifa zero no ônibus de SP deve ser adotada aos domingos ou à noite, diz prefeito


Objetivo é usar medida como uma espécie de teste para entender os efeitos da gratuidade da passagem na cidade

Por Ítalo Lo Re
Atualização:

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta quinta-feira, 23, que avalia adotar a tarifa zero aos domingos ou em períodos noturnos no transporte coletivo da capital paulista. O objetivo, disse ele, é usar a medida como uma teste para entender os efeitos da gratuidade da passagem na cidade.

“O que a gente está pensando, e ainda não está definido, é iniciar um processo para sentir como vai ser o comportamento, se a tarifa zero realmente vai trazer um ganho para a economia, um movimento econômico maior”, disse o prefeito, ao final de evento realizado na manhã desta quinta no centro de São Paulo.

Movimentação em ponto de ônibus na Av. Santo Amaro, na zona sul de São Paulo Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
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A previsão é que a proposta custe entre R$ 400 e R$ 500 milhões por ano. Nunes planeja que a medida seja incluída já no orçamento de 2024. Por conta disso, tem conversado com o relator do orçamento na Câmara Municipal. “São mais de 12 mil ônibus, então qualquer movimento desse tem que ser muito bem pensado”, afirmou o prefeito.

“A ideia que está mais sendo apreciada é a de domingo, que é um dia que não tem tanta movimentação, para o domingo ter o aquecimento da economia. Fazer girar a economia, pensando na geração de emprego, renda e no fortalecimento econômico da cidade”, acrescentou. Como vem mostrando o Estadão, o tema da tarifa zero começou a ser abordado com mais frequência por Nunes a partir do ano passado.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se disse “absolutamente contra” estender a proposta para a rede estadual. “Não consigo ver viabilidade em colocar um sistema que tem 8,3 milhões de passageiros com tarifa zero, que tem estruturas completamente diferentes”, disse, em coletiva de imprensa realizada na sexta-feira, 24, após evento no Palácio dos Bandeirantes. “Para mim, é algo que não se sustenta, não faz sentido e nós não vamos embarcar.”

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Queda de passageiros

A adoção da medida é avaliada pela Prefeitura em um contexto de queda de passageiros no transporte público municipal. “Nós tínhamos, em 2019, nove milhões de passageiros por dia. Hoje, são sete milhões”, disse. “Nós estamos fazendo essas ações, mantendo a tarifa congelada, fazendo reformas de corredor (de ônibus), para poder atrair mais passageiros para o transporte coletivo.”

Em paralelo, segundo levantamento do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) em parceria com a ONG Minha Sampa, o número de viagens ofertadas entre 2019 e este ano diminuíram, em média, 20% na cidade. As regiões mais afetadas são as zonas leste, norte e sul, com quedas de 21,1%. Em nota sobre o estudo, a Prefeitura afirmou que a oferta de transporte público é mantida sempre acima da demanda.

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Subsídio recorde

Nesta ano, já foram pagos R$ 5,3 bilhões em subsídios às empresas de ônibus em São Paulo, segundo a SPTrans. No último ano, o aporte já havia batido recorde, chegando a R$ 5,1 bilhões. Para se ter um parâmetro, o número representa mais do que o dobro do que foi pago em 2016, quando o subsídio chegou a R$ 2,5 bilhões.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, a compensação tarifária “permite que o sistema seja inclusivo com tarifa acessível, integração gratuita entre ônibus, desconto na integração com o sistema sobre trilhos e gratuidade a idosos, estudantes e pessoas com deficiência”.

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“Desde 2020 houve aumento real nos preços dos insumos que definem o valor do custo do sistema de transporte, o que ocasiona aumento na necessidade de investimento”, acrescentou a pasta, em nota enviada por meio da SPTrans. Confira abaixo os subsídios pagos, por ano, às empresas de ônibus:

  • 2023 - R$ 5,3 bilhões (até novembro)
  • 2022 - R$ 5,1 bilhões
  • 2021 - R$ 3,3 bilhões
  • 2020 - R$ 3,3 bilhões
  • 2019 - R$ 2,9 bilhões
  • 2018 - R$ 3 bilhões
  • 2017 - R$ 2,9 bilhões
  • 2016 - R$ 2,5 bilhões
  • 2015 - R$ 1,9 bilhão

Atualmente, o valor da tarifa de ônibus está fixado em R$ 4,40 na capital paulista. “Se vai ter aumento ou não, ainda não sei. Preciso sentar com o governador Tarcísio (de Freitas), tem toda uma questão da integração de CPTM e de Metrô. Mas precisamos atingir essa meta, que é aumentar o número de passageiros”, afirmou Nunes, nesta quinta.

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No começo deste mês, o município de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, instituiu a gratuidade nas linhas de ônibus municipais. A isenção da tarifa é válida para as oito linhas geridas pela Viação Padre Eustáquio (Vipe), concessionária de transportes do município. Foi a terceira cidade da Grande São Paulo a instituir a tarifa zero nos ônibus municipais. A primeira foi Vargem Grande Paulista, em 2019. Um ano depois, foi a vez de Pirapora do Bom Jesus.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta quinta-feira, 23, que avalia adotar a tarifa zero aos domingos ou em períodos noturnos no transporte coletivo da capital paulista. O objetivo, disse ele, é usar a medida como uma teste para entender os efeitos da gratuidade da passagem na cidade.

“O que a gente está pensando, e ainda não está definido, é iniciar um processo para sentir como vai ser o comportamento, se a tarifa zero realmente vai trazer um ganho para a economia, um movimento econômico maior”, disse o prefeito, ao final de evento realizado na manhã desta quinta no centro de São Paulo.

Movimentação em ponto de ônibus na Av. Santo Amaro, na zona sul de São Paulo Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

A previsão é que a proposta custe entre R$ 400 e R$ 500 milhões por ano. Nunes planeja que a medida seja incluída já no orçamento de 2024. Por conta disso, tem conversado com o relator do orçamento na Câmara Municipal. “São mais de 12 mil ônibus, então qualquer movimento desse tem que ser muito bem pensado”, afirmou o prefeito.

“A ideia que está mais sendo apreciada é a de domingo, que é um dia que não tem tanta movimentação, para o domingo ter o aquecimento da economia. Fazer girar a economia, pensando na geração de emprego, renda e no fortalecimento econômico da cidade”, acrescentou. Como vem mostrando o Estadão, o tema da tarifa zero começou a ser abordado com mais frequência por Nunes a partir do ano passado.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se disse “absolutamente contra” estender a proposta para a rede estadual. “Não consigo ver viabilidade em colocar um sistema que tem 8,3 milhões de passageiros com tarifa zero, que tem estruturas completamente diferentes”, disse, em coletiva de imprensa realizada na sexta-feira, 24, após evento no Palácio dos Bandeirantes. “Para mim, é algo que não se sustenta, não faz sentido e nós não vamos embarcar.”

Queda de passageiros

A adoção da medida é avaliada pela Prefeitura em um contexto de queda de passageiros no transporte público municipal. “Nós tínhamos, em 2019, nove milhões de passageiros por dia. Hoje, são sete milhões”, disse. “Nós estamos fazendo essas ações, mantendo a tarifa congelada, fazendo reformas de corredor (de ônibus), para poder atrair mais passageiros para o transporte coletivo.”

Em paralelo, segundo levantamento do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) em parceria com a ONG Minha Sampa, o número de viagens ofertadas entre 2019 e este ano diminuíram, em média, 20% na cidade. As regiões mais afetadas são as zonas leste, norte e sul, com quedas de 21,1%. Em nota sobre o estudo, a Prefeitura afirmou que a oferta de transporte público é mantida sempre acima da demanda.

Subsídio recorde

Nesta ano, já foram pagos R$ 5,3 bilhões em subsídios às empresas de ônibus em São Paulo, segundo a SPTrans. No último ano, o aporte já havia batido recorde, chegando a R$ 5,1 bilhões. Para se ter um parâmetro, o número representa mais do que o dobro do que foi pago em 2016, quando o subsídio chegou a R$ 2,5 bilhões.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, a compensação tarifária “permite que o sistema seja inclusivo com tarifa acessível, integração gratuita entre ônibus, desconto na integração com o sistema sobre trilhos e gratuidade a idosos, estudantes e pessoas com deficiência”.

“Desde 2020 houve aumento real nos preços dos insumos que definem o valor do custo do sistema de transporte, o que ocasiona aumento na necessidade de investimento”, acrescentou a pasta, em nota enviada por meio da SPTrans. Confira abaixo os subsídios pagos, por ano, às empresas de ônibus:

  • 2023 - R$ 5,3 bilhões (até novembro)
  • 2022 - R$ 5,1 bilhões
  • 2021 - R$ 3,3 bilhões
  • 2020 - R$ 3,3 bilhões
  • 2019 - R$ 2,9 bilhões
  • 2018 - R$ 3 bilhões
  • 2017 - R$ 2,9 bilhões
  • 2016 - R$ 2,5 bilhões
  • 2015 - R$ 1,9 bilhão

Atualmente, o valor da tarifa de ônibus está fixado em R$ 4,40 na capital paulista. “Se vai ter aumento ou não, ainda não sei. Preciso sentar com o governador Tarcísio (de Freitas), tem toda uma questão da integração de CPTM e de Metrô. Mas precisamos atingir essa meta, que é aumentar o número de passageiros”, afirmou Nunes, nesta quinta.

No começo deste mês, o município de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, instituiu a gratuidade nas linhas de ônibus municipais. A isenção da tarifa é válida para as oito linhas geridas pela Viação Padre Eustáquio (Vipe), concessionária de transportes do município. Foi a terceira cidade da Grande São Paulo a instituir a tarifa zero nos ônibus municipais. A primeira foi Vargem Grande Paulista, em 2019. Um ano depois, foi a vez de Pirapora do Bom Jesus.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta quinta-feira, 23, que avalia adotar a tarifa zero aos domingos ou em períodos noturnos no transporte coletivo da capital paulista. O objetivo, disse ele, é usar a medida como uma teste para entender os efeitos da gratuidade da passagem na cidade.

“O que a gente está pensando, e ainda não está definido, é iniciar um processo para sentir como vai ser o comportamento, se a tarifa zero realmente vai trazer um ganho para a economia, um movimento econômico maior”, disse o prefeito, ao final de evento realizado na manhã desta quinta no centro de São Paulo.

Movimentação em ponto de ônibus na Av. Santo Amaro, na zona sul de São Paulo Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

A previsão é que a proposta custe entre R$ 400 e R$ 500 milhões por ano. Nunes planeja que a medida seja incluída já no orçamento de 2024. Por conta disso, tem conversado com o relator do orçamento na Câmara Municipal. “São mais de 12 mil ônibus, então qualquer movimento desse tem que ser muito bem pensado”, afirmou o prefeito.

“A ideia que está mais sendo apreciada é a de domingo, que é um dia que não tem tanta movimentação, para o domingo ter o aquecimento da economia. Fazer girar a economia, pensando na geração de emprego, renda e no fortalecimento econômico da cidade”, acrescentou. Como vem mostrando o Estadão, o tema da tarifa zero começou a ser abordado com mais frequência por Nunes a partir do ano passado.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se disse “absolutamente contra” estender a proposta para a rede estadual. “Não consigo ver viabilidade em colocar um sistema que tem 8,3 milhões de passageiros com tarifa zero, que tem estruturas completamente diferentes”, disse, em coletiva de imprensa realizada na sexta-feira, 24, após evento no Palácio dos Bandeirantes. “Para mim, é algo que não se sustenta, não faz sentido e nós não vamos embarcar.”

Queda de passageiros

A adoção da medida é avaliada pela Prefeitura em um contexto de queda de passageiros no transporte público municipal. “Nós tínhamos, em 2019, nove milhões de passageiros por dia. Hoje, são sete milhões”, disse. “Nós estamos fazendo essas ações, mantendo a tarifa congelada, fazendo reformas de corredor (de ônibus), para poder atrair mais passageiros para o transporte coletivo.”

Em paralelo, segundo levantamento do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) em parceria com a ONG Minha Sampa, o número de viagens ofertadas entre 2019 e este ano diminuíram, em média, 20% na cidade. As regiões mais afetadas são as zonas leste, norte e sul, com quedas de 21,1%. Em nota sobre o estudo, a Prefeitura afirmou que a oferta de transporte público é mantida sempre acima da demanda.

Subsídio recorde

Nesta ano, já foram pagos R$ 5,3 bilhões em subsídios às empresas de ônibus em São Paulo, segundo a SPTrans. No último ano, o aporte já havia batido recorde, chegando a R$ 5,1 bilhões. Para se ter um parâmetro, o número representa mais do que o dobro do que foi pago em 2016, quando o subsídio chegou a R$ 2,5 bilhões.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, a compensação tarifária “permite que o sistema seja inclusivo com tarifa acessível, integração gratuita entre ônibus, desconto na integração com o sistema sobre trilhos e gratuidade a idosos, estudantes e pessoas com deficiência”.

“Desde 2020 houve aumento real nos preços dos insumos que definem o valor do custo do sistema de transporte, o que ocasiona aumento na necessidade de investimento”, acrescentou a pasta, em nota enviada por meio da SPTrans. Confira abaixo os subsídios pagos, por ano, às empresas de ônibus:

  • 2023 - R$ 5,3 bilhões (até novembro)
  • 2022 - R$ 5,1 bilhões
  • 2021 - R$ 3,3 bilhões
  • 2020 - R$ 3,3 bilhões
  • 2019 - R$ 2,9 bilhões
  • 2018 - R$ 3 bilhões
  • 2017 - R$ 2,9 bilhões
  • 2016 - R$ 2,5 bilhões
  • 2015 - R$ 1,9 bilhão

Atualmente, o valor da tarifa de ônibus está fixado em R$ 4,40 na capital paulista. “Se vai ter aumento ou não, ainda não sei. Preciso sentar com o governador Tarcísio (de Freitas), tem toda uma questão da integração de CPTM e de Metrô. Mas precisamos atingir essa meta, que é aumentar o número de passageiros”, afirmou Nunes, nesta quinta.

No começo deste mês, o município de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, instituiu a gratuidade nas linhas de ônibus municipais. A isenção da tarifa é válida para as oito linhas geridas pela Viação Padre Eustáquio (Vipe), concessionária de transportes do município. Foi a terceira cidade da Grande São Paulo a instituir a tarifa zero nos ônibus municipais. A primeira foi Vargem Grande Paulista, em 2019. Um ano depois, foi a vez de Pirapora do Bom Jesus.

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