O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), postou no X, o antigo Twitter, uma declaração sobre o tiroteio ocorrido na tarde de sexta, 8, no terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, que feriu quatro pessoas. O empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach era o principal alvo do ataque, e morreu no local.
De acordo com o governador, tudo indica que a ação criminosa está associada ao crime organizado. “Todas as circunstâncias serão rigorosamente investigadas e todos os responsáveis serão severamente punidos. Reforço meu compromisso de seguir combatendo o crime organizado em São Paulo com firmeza e coragem”, acrescentou.
Em post no Instagram, o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, declarou: “Não vamos permitir que situações como essa se repitam em nosso estado”.
O crime
Gritzbach já havia feito delações em investigações sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e era ameaçado pela facção. O empresário voltava de Goiás com a namorada - não há informações sobre se ela ficou ferida. A vítima também já havia sido acusada de ter mandado assassinar um líder da organização criminosa – o que ele negava.
Foram pelo menos 27 disparos, segundo a perícia. Gritzbach foi atingido em várias partes do corpo, como cabeça, tórax e nos braços. O ataque ocorreu por volta das 16 horas.
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Os outros três atingidos são dois motoristas de aplicativo e uma passageira que desembarcava no local. Até o início da noite, a informação é de que o quadro deles era estável. Pelo menos uma das vítimas estava dentro do aeroporto.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), uma das vítimas foi atendida e deu depoimento no local, enquanto as outras duas foram encaminhadas ao Hospital Geral de Guarulhos.
A vítima
Gritzbach era um jovem corretor de imóveis da construtora Porte Engenharia quando conheceu o grupo de traficantes de drogas de Anselmo Bechelli Santa Fausta, o Cara Preta. Foi a acusação de ter mandado matar Cara Preta, em 2021, que motivou a primeira sentença de morte contra ele, decretada pela facção.
Após sequestrá-lo, os bandidos, no entanto, decidiram soltá-lo. Para a polícia, o motivo era o fato de quer só Gritzbach sabia as chaves para o resgate das criptomoedas – matá-lo, seria perder o dinheiro para sempre.
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Em setembro de 2023, ele negociou um acordo de delação com os promotores do Grupo de Atuação Especial e Combate (Gaeco), que concordou com a proposta. O acordo foi homologado pela Justiça em abril de 2024.
Na delação, falou sobre envolvimento do PCC, a maior organização criminosa do País, com o futebol e o mercado imobiliário. O empresário também deu informações sobre os assassinatos de líderes da facção, como Cara Preta e Django. Em nota, a Porte diz que foi informada pela imprensa sobre a morte de Gritzbach, “com quem não mantém negócios há anos”. E afirma que ele foi “corretor de imóveis na empresa apenas entre 2014 e 2018″.