O governo de São Paulo inaugurou nesta terça-feira, 17, a primeira fase do projeto de revitalização da Usina São Paulo, na Marginal Pinheiros, na zona sul da capital. As obras fazem parte do programa de revitalização do Rio Pinheiros e incluem um novo sistema viário na marginal, com acesso ao local; estacionamento para 250 carros, atendendo também ao Parque Bruno Covas; espaço de eventos e, futuramente, área para escritórios, restaurantes e espaço cultural.
Segundo o governo estadual, nesta primeira etapa de obras foram aplicados R$ 35 milhões para revitalizar a usina e R$ 25 milhões para a construir o novo sistema viário.
A iniciativa privada é responsável pelos espaços de lazer, eventos e escritórios. A concessão foi firmada entre a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) e a Usina São Paulo SPE S.A., sociedade composta pela JHSF (empresa do setor de imóveis e shopping centers, incluindo o Complexo Cidade Jardim), FEHU (Incorporadora) e RFM (construtora e incorporadora).
Foram entregues novas pistas retificadas no trecho da Marginal que passa pela Cidade Jardim e o acesso à área onde ficará o complexo. O estacionamento e o espaço de eventos serão gerenciados pela Casa Fasano. Nos dias sem evento no local, as vagas servirão para frequentadores do Bruno Covas, ao lado do complexo.
Thiago Nagib, CEO da Usina São Paulo, afirma que agora começa a 2ª fase de obras: a reforma do prédio da Usina São Paulo. O local nasceu como Usina Elevatória de Traição em 1940 e controla o nível do Pinheiros, impedindo que ele transborde em períodos de cheias, revertendo o curso da água até a Represa Billings quando necessário.
Com a revitalização, o prédio da usina deve ganhar um rooftop com restaurantes, espaço cultural e vista panorâmica da cidade. A previsão de entrega é até o fim de 2025. “É algo que vai entrar no nosso roteiro turístico da cidade e ligar a Vila Olímpia à Cidade Jardim. As pessoas vão se aproximar do rio e da usina, entendendo como esse sistema funciona”, disse o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em evento no local nesta terça-feira.
A meta do Estado é reduzir em 50% a carga orgânica do Rio Pinheiros em cinco anos, tornando o espaço mais agradável a visitantes. Obras de saneamento vêm sendo feitas em São Paulo e em Guarulhos, além de processos de retirada de resíduos do corpo d’água,
Como mostrou o Estadão, na semana passada, o Rio Pinheiros ficou verde e turvo por conta do excesso de poluição da água, em contato com o tempo seco. Na ocasião, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente afirmou que vem implementando, desde o início de 2023, “uma série de ações de curto, médio e longo prazo, como ampliação do saneamento básico, monitoramento da qualidade da água, desassoreamento e recuperação de fauna e flora” do Tietê e seus afluentes, como o Pinheiros.
Segundo a pasta, a previsão é de que, até 2026, sejam investidos R$ 15,3 bilhões. Segundo o governo, no primeiro ano do programa IntegraTietê foi feita a maior remoção de resíduos nos Rios Tietê e Pinheiros desde 2015, com 1,4 milhão de metros cúbicos de sedimentos removidos, volume equivalente à carga de 99.508 caminhões basculantes.
Entenda o que muda na Marginal Pinheiros
Quatro novas pistas, retas, foram inauguradas no trecho antes exclusivamente curvado da Marginal Pinheiros, sentido Interlagos, na altura da Cidade Jardim. Junto a elas, uma saída de acesso à Usina São Paulo, ao novo espaço de eventos da empresa Casa Fasano e ao Parque Bruno Covas, na margem do rio, com um estacionamento para até 250 veículos.
O estacionamento é de uso prioritário do espaço de eventos, mas ficará aberto ao público, mediante pagamento de valor ainda não divulgado, para visitas ao futuro complexo de restaurantes na Usina São Paulo e ao parque Bruno Covas.
Acima do Pinheiros, o prédio da usina será reformado até o fim do ano que vem e ganhará um rooftop com restaurantes e um espaço cultural, segundo o governo. O topo do prédio funcionará de ligação para pedestres entre o lado Cidade Jardim e o lado Vila Olímpia.
No lado Vila Olímpia, também à margem do Pinheiros, ficará um complexo de escritórios com capacidade para até mil colaboradores — neste momento, já há contrato de duas empresas, que trarão 400 colaboradores ao local nas próximas semanas. A data exata de inauguração dos espaços ainda não foi divulgada.
A Usina São Paulo SPE S/A tem a concessão do espaço de 29.804 metros quadrados até 2044. O consórcio foi o vencedor do processo licitatório, realizado em 2020 pela Emae, ainda na gestão João Doria (então no PSDB).