Vale do Anhangabaú é reaberto em São Paulo, mas quiosques seguem fechados


Gradis foram retirados mais de quatro meses após inauguração; veja programação de atividades da primeira semana

Por Priscila Mengue e João Ker

Após mais de quatro meses da inauguração oficial, atrasos na obra e problemas na concessão pública, o novo Vale do Anhangabaú foi reaberto ao público nesta segunda-feira, 6, na região central da cidade de São Paulo. Os gradis que isolavam parte da área foram retirados, mas os quiosques comerciais seguem fechados e tem previsão de início do funcionamento em até seis meses. No primeiro dia, houve elogios de skatistas e parte dos frequentadores ao novo espaço, mas críticas à falta de áreas verdes, problemas de iluminação e limpeza dos banheiros. 

A programação das atividades obrigatórias de lazer, esporte e cultura tem previsão de começar a partir das 18h30 desta segunda-feira. A agenda da semana inclui a exposição Cidade do Futuro, com instalações de luminosos em neon criados pelos artistas Felipe Morozini e Verena Smit, e oficinas de dança, defesa pessoal e percussão, dentre outras.

A concessão ainda inclui outros ícones do centro histórico paulistano, como a Praça Ramos de Azevedo, um trecho da Avenida São João (entre as ruas Conselheiro Crispiniano e São Bento), as Galerias Formosa (localizada abaixo do Viaduto do Chá) e Prestes Maia (parcialmente) e os baixos dos Viadutos do Chá e Santa Ifigênia. Todos terão gestão, manutenção, preservação e ativação sociocultural de responsabilidade do consórcio Viva o Vale (liderado pela WTorre Entretenimento e a Urbancom) por 10 anos.

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Esta segunda-feira também marca o início da concessão, processo que passou por adiamentos após a primeira selecionada ser desclassificada em junho. Na sequência, o novo selecionado foi anunciado, com a assinatura do contrato (avaliado em R$ 55,1 milhões, o que inclui um pagamento de R$ 6,5 milhões à Prefeitura e intervenções obrigatórias). O Estadão procurou o consórcio sobre os planos para o local, que enviou um comunicado no qual informa que a previsão de até seis meses para serem abertos. "Serão disponibilizados assim que os mesmos forem locados e entrarem em atuação", diz o texto.

Uma reunião de representantes da WTorre e da Urbancom estava na agenda da manhã do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Skatistas aproveitam a reabertura total do Vale do Anhagabaúna tarde desta segunda-feira, 6 Foto: ALEX SILVA/ESTADAO
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Segundo a Prefeitura, os mais de quatro meses para a liberação total do espaço se devem em parte à pandemia da covid-19. "À medida que houve progressiva melhora na situação sanitária, o local foi gradativamente aberto", justificou em nota. 

"Enquanto isso, houve zeladoria das áreas públicas do Vale, com reparos pontuais e limpeza do local. Os equipamentos, como quiosques e banheiros, estavam sem uso e serão gradativamente liberados pela concessionária, de acordo com a programação de atividades e a necessidade de atendimento ao público”, destacou a gestão.

Em novembro, relatório preliminar do Tribunal de Contas do Município apontou quatro irregularidades no contrato de manutenção firmado pela Secretaria Municipal de Obras e a SPTuris neste ano (em decorrência no atraso da concessão). Entre elas, estavam a falta de licitação, cobrança de taxas ao município e emissão de nota fiscal fora do contrato.

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No edital de concessão, a Prefeitura destacava que os 11 quiosques "são de extrema importância para que seja possível alcançar o objetivo de ativação do espaço, com uso intenso da população". Entre as ocupações sugeridas, estava a locação para cafeterias, restaurantes e bares. Entre os paulistanos que frequentavam a área na tarde desta segunda, a falta de locais para comer e beber já fazia falta.

Com previsão de abertura só para daqui a seis meses, os quiosques no novo Vale do Anhangabaú já foram convertidos em pistas de obstáculos pelos skeitistas da região Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

Manuela Dias, de 16 anos, é uma das que reclamam. Ela trabalha por meio período como vendedora de telemarketing com as amigas Julia Nobre e Amanda Uchoa, de 17 e 18 anos, em uma central ali perto. Com apenas meia hora de intervalo e um tempo ainda mais curto entre a escola e o emprego, elas contam que preferiram gastar o horário livre para descansar em um dos bancos em frente à praça Ramos de Azevedo do que para ir atrás do almoço, mesmo que já fosse quase 18h.

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"Seria bom ter comida aqui por perto, tipo uma lanchonete com mesinhas pra gente sentar e estudar. É a única coisa que está faltando", observa Manuela. "Com o tempo que eu gastaria pra ir até algum lugar comprar comida e voltar aqui pra sentar já teria acabado o nosso intervalo."   

Objetivo da Prefeitura é atrair mais público à noite e nos fins de semana

O objetivo do Município é ampliar a presença da população no vale, principalmente à noite e nos fins de semana, inspirando-se no que ocorre aos domingos na Avenida Paulista. O projeto é uma das séries de propostas das últimas gestões municipais para a região central, como o Parque Augusta, a reforma do Largo do Arouche e a recuperação dos calçadões do triângulo histórico.

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Desde antes da abertura, os espaços que não estavam isolados por gradis têm atraído praticantes de esporte sobre rodas, como patins e skate. Entre as principais mudanças no vale, está a instalação de 850 fontes, que podem operar isoladamente ou formar um espelho d’água, com iluminação noturna. 

Enquanto permanecem fechados, os quiosques foram transformados em mais uma pista com obstáculos para os skatistas da área, que fazem manobras nos corrimões e no chão de madeira dos espaços. A região inteira é uma das mais famosas entre os praticantes do esporte, que comemoraram a lisura da pavimentação, que se estende até o Viaduto do Chá e garante um trecho de "pista coberta" para quem anda sobre rodas por ali.

"Aqui sempre foi um dos melhores lugares da cidade para andar de skate e com a nova obra melhorou bastante, até porque tem mais espaço", comenta a atendente Lorraine Oliveira, de 20 anos. Ela chegou de Salvador à capital paulista há menos de um mês e conta que tem ido quase diariamente ao Vale para praticar o esporte. 

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O resultado da obra dividiu opiniões entre especialistas e frequentadores, especialmente pela pavimentação, paisagismo e custo final (cerca de R$ 105 milhões). "Achei muito gasto para pouca coisa", aponta Vinicius Maia, de 26 anos. O skatista conta que desde 2007 vai diariamente ao local, onde costuma praticar o esporte e gravar vídeos das 13h até as 22h. 

Uma das principais reivindicações de Vinicius, Lorraine e a maioria dos skatistas que frequentam a área é a falta de iluminação nas escadas em frente ao Viaduto da Santa Ifigênia, um problema que começou na semana passada e tem ajudado a dar "um clima estranho" e de "pouca segurança" nos arredores, como eles apontam. A isso, somam-se também as reclamações sobre a sujeira nos banheiros e as lixeiras quebradas que foram registradas logo pela manhã desta segunda, além da "falta de verde" e do "concretaço" em que a área foi transformada. 

Frequentador do Vale do Anhangabaú desde 2007, o skatista Vinicius Maia acha que a obra de revitalização 'gastou muito dinheiro pra pouca coisa' Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

Procurado, o consórcio Viva o Vale afirmou em nota que "a concessão tem seu início hoje, em 6 de dezembro de 2021" e que "será responsável pela manutenção, preservação e realização de calendário de eventos socioculturais no espaço" apenas pelo próximos 10 anos. A reforma arquitetônica, frisam, foi projetada pela Prefeitura.   

O contrato de execução da obra foi assinado em 2017, porém passou por atrasos (o que impactou no custo), prolongando o prazo inicial de dois anos de execução por meio de 14 aditamentos (de natureza diversa, de extensão de datas a suspensão temporária de obra). O projeto anterior do vale era dos reconhecidos arquitetos e urbanistas Rosa Kliass e Jorge Wilheim.

O projeto do Anhangabaú foi idealizado com a consultoria do escritório do arquiteto dinamarquês Jan Gehl e passou por uma série de mudanças (especialmente realizadas pelo escritório Biselli Katchborian) ao longo dos anos. Entre a elaboração da proposta, a realização de audiências públicas, o contrato e a execução, a cidade teve três prefeitos, Fernando Haddad (PT), João Doria (PSDB) e Bruno Covas (PSDB). A inauguração oficial ocorreu, contudo, na gestão Nunes. 

Concessão do Vale do Anhangabaú prevê atividades de pequeno a grande porte

A minuta do contrato de concessão determina a realização de um número mínimo de atividades diárias no espaço, voltadas a públicos de menor porte (de 10 a 249 pessoas) e com propostas socioculturais, educativas, esportivas, recreativas e de lazer. Entre as sugeridas pela Prefeitura, estão aulas de dança, shows de espelhos d'água, meditação e recreação infantil. Há ainda a determinação de ações de maior público também. Outras obrigações do consórcio são a disponibilização de um aplicativo para adivulgação da programação (ao menos para dispositivos com sistema iOS e Android) e o monitoramento por câmeras das áreas. Obras também são exigidas, incluindo as reformas das Galerias Prestes Maia e Formada (estimadas em R$ 2,8 milhões).

Entre as fontes de renda permitidas, estão publicidade, locação de áreas (parte das galerias, quiosques etc) e realização de eventos. Em eventos não ligados à Prefeitura, o consórcio terá exclusividade para vendas de produtos no local. A receita bruta anual estimada pela gestão municipal é de R$ 5,7 milhões (majoritariamente da locação de espaços).

Outros espaços da concessão do Vale do Anhangabaú

Galeria Prestes Maia: marco arquitetônico e urbanístico, por fazer uma ligação para pedestres entre uma área alta e outra baixa do centro. O espaço foi inaugurado em 1940, com estilo art déco e projeto do arquiteto Elisiário Bahiana. A concessão contempla o subsolo, o térreo e o primeiro pavimento, totalizando mais de 4,7 mil metros quadrados (ela não inclui o Salão Almeida Júnior, que receberá o futuro Museu da Cidadania e dos Direitos Humanos

Praça Ramos de Azevedo: datada de 1911, quando era conhecida como Esplanada do Teatro. Ganhou o nome atual em 1928, em homenagem ao arquiteto que construiu o Theatro Municipal. Além de uma estátua de Ramos de Azevedo, inclui a “Fonte dos Desejos”, com imagens de referência a Carlos Gomes.

Praça Pedro Lessa: também conhecida como Praça do Correio, foi inaugurada na década de 1920, junto ao antigo prédio dos Correios. Durante as obras no vale, teve uma de suas esculturas (“Diana, a Caçadora”) furtada. 

Galeria Formosa:  antiga Escola Municipal de Bailado é situada nos baixos do Viaduto do Chá, nas proximidades do Theatro Municipal. Tem cerca de 4,5 mil metros quadrados, divididos em térreo, primeiro pavimento, túnel de acesso à Rua Xavier de Toledo e escadaria que liga o Vale do Anhangabaú ao Viaduto do Chá.

Programação do Vale do Anhangabaú, de 6 a 12 de dezembro

06/12 - Segunda-Feira - RESPIRA 18h30 às 19h - Hora Zen - Práticas de Movimento Somático para Famílias - Área Espaço Livre 19h às 19h30 - Hora Zen - Práticas de Movimento Somático para adultos - Área Terra de Todos 19h30 às 20h - Hora Zen - Meditação, Yoga e Movimento - Praça Ramos de Azevedo

07/12 - Terça-feira - TERÇAS DO SKATE 18h às 18h30 - Skate - sub14 - Área Espaço Livre 19h às 19h30 - Workshop Vídeos para Instagram - Skate/Esporte - Área Terra de Todos 19h30 às 20h - Manobras Skate +14 - Pista de Skate 20h às 20h30 - Workshop Vídeos para Instagram - Skate/Esporte - Área Terra de Todos

08/12 - Quarta-feira - QUARTAS DE RESPEITO 18h às 18h30 - Percussão para mulheres e meninas - Área Terra de Todos 19h às 19h30 - Percussão para mulheres e meninas - Área Terra de Todos 19h às 19h30 - Defesa pessoal para Mulheres - Área Espaço Livre 20h às 20h30 - Defesa Para Todos - Área Espaço Livre

09/12 - Quinta-feira - BAILE DE QUINTA 17h30 às 18h - VOGUE para Adultos e Crianças - Área Espaço Livre 19h às 19h30 - Dança Paratodos - Área Terra de Todos 20h às 20h30 - Dança Paratodos - Área Terra de Todos

10/12 - Sexta-feira - ROLÊ DE SEXTA 14h às 14h30 - Patins sub 14 - Área Terra de Todos 15h30 às 16h - Manobras de Patins - Área Terra de Todos 17h às 17h30 - Manobras de Patins - Área Terra de Todos 18h às 18h30 - Pista Roller Disco - Área Espaço Livre e Skate 19h às 19h30 - Pista Roller Disco - Área Espaço Livre e Skate 20h às 20h30 - Pista Roller Disco - Área Espaço Livre e Skate

11/12 - Sábado - SÁBADOS SP 11h às 16h30 - Comidinhas do Centro - Área Terra de Todos 15h às 15h30 - Roda de Histórias do Centro - Área Espaço Livre 15h30 às 16h - Workshop Vídeos para Instagram - Skate/Esporte - Skate 19h - Exposição NEONS - Cidade do Futuro - Verena Smit - Área Espaço Livre 20h - Exposição NEONS - Cidade do Futuro - Felipe Morozini - Área Espaço Livre

12/12 - Domingo - DOMINGO PARA TODAS AS IDADES 14h às 14h30 - Treino Livre – Área Terra de Todos 15h às 15h30 - Roda de Histórias do Centro – Área Terra de Todos 16h às 16h30 - Defesa Pessoal para Todos – Área Terra de Todos 16h às 16h30 - Treino Livre – Skate 19h – Exposição NEONS - Cidade do Futuro - Verena Smit - Área Espaço Livre 20h – Exposição NEONS - Cidade do Futuro - Felipe Morozini - Área Espaço Livre

Após mais de quatro meses da inauguração oficial, atrasos na obra e problemas na concessão pública, o novo Vale do Anhangabaú foi reaberto ao público nesta segunda-feira, 6, na região central da cidade de São Paulo. Os gradis que isolavam parte da área foram retirados, mas os quiosques comerciais seguem fechados e tem previsão de início do funcionamento em até seis meses. No primeiro dia, houve elogios de skatistas e parte dos frequentadores ao novo espaço, mas críticas à falta de áreas verdes, problemas de iluminação e limpeza dos banheiros. 

A programação das atividades obrigatórias de lazer, esporte e cultura tem previsão de começar a partir das 18h30 desta segunda-feira. A agenda da semana inclui a exposição Cidade do Futuro, com instalações de luminosos em neon criados pelos artistas Felipe Morozini e Verena Smit, e oficinas de dança, defesa pessoal e percussão, dentre outras.

A concessão ainda inclui outros ícones do centro histórico paulistano, como a Praça Ramos de Azevedo, um trecho da Avenida São João (entre as ruas Conselheiro Crispiniano e São Bento), as Galerias Formosa (localizada abaixo do Viaduto do Chá) e Prestes Maia (parcialmente) e os baixos dos Viadutos do Chá e Santa Ifigênia. Todos terão gestão, manutenção, preservação e ativação sociocultural de responsabilidade do consórcio Viva o Vale (liderado pela WTorre Entretenimento e a Urbancom) por 10 anos.

Esta segunda-feira também marca o início da concessão, processo que passou por adiamentos após a primeira selecionada ser desclassificada em junho. Na sequência, o novo selecionado foi anunciado, com a assinatura do contrato (avaliado em R$ 55,1 milhões, o que inclui um pagamento de R$ 6,5 milhões à Prefeitura e intervenções obrigatórias). O Estadão procurou o consórcio sobre os planos para o local, que enviou um comunicado no qual informa que a previsão de até seis meses para serem abertos. "Serão disponibilizados assim que os mesmos forem locados e entrarem em atuação", diz o texto.

Uma reunião de representantes da WTorre e da Urbancom estava na agenda da manhã do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Skatistas aproveitam a reabertura total do Vale do Anhagabaúna tarde desta segunda-feira, 6 Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

Segundo a Prefeitura, os mais de quatro meses para a liberação total do espaço se devem em parte à pandemia da covid-19. "À medida que houve progressiva melhora na situação sanitária, o local foi gradativamente aberto", justificou em nota. 

"Enquanto isso, houve zeladoria das áreas públicas do Vale, com reparos pontuais e limpeza do local. Os equipamentos, como quiosques e banheiros, estavam sem uso e serão gradativamente liberados pela concessionária, de acordo com a programação de atividades e a necessidade de atendimento ao público”, destacou a gestão.

Em novembro, relatório preliminar do Tribunal de Contas do Município apontou quatro irregularidades no contrato de manutenção firmado pela Secretaria Municipal de Obras e a SPTuris neste ano (em decorrência no atraso da concessão). Entre elas, estavam a falta de licitação, cobrança de taxas ao município e emissão de nota fiscal fora do contrato.

No edital de concessão, a Prefeitura destacava que os 11 quiosques "são de extrema importância para que seja possível alcançar o objetivo de ativação do espaço, com uso intenso da população". Entre as ocupações sugeridas, estava a locação para cafeterias, restaurantes e bares. Entre os paulistanos que frequentavam a área na tarde desta segunda, a falta de locais para comer e beber já fazia falta.

Com previsão de abertura só para daqui a seis meses, os quiosques no novo Vale do Anhangabaú já foram convertidos em pistas de obstáculos pelos skeitistas da região Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

Manuela Dias, de 16 anos, é uma das que reclamam. Ela trabalha por meio período como vendedora de telemarketing com as amigas Julia Nobre e Amanda Uchoa, de 17 e 18 anos, em uma central ali perto. Com apenas meia hora de intervalo e um tempo ainda mais curto entre a escola e o emprego, elas contam que preferiram gastar o horário livre para descansar em um dos bancos em frente à praça Ramos de Azevedo do que para ir atrás do almoço, mesmo que já fosse quase 18h.

"Seria bom ter comida aqui por perto, tipo uma lanchonete com mesinhas pra gente sentar e estudar. É a única coisa que está faltando", observa Manuela. "Com o tempo que eu gastaria pra ir até algum lugar comprar comida e voltar aqui pra sentar já teria acabado o nosso intervalo."   

Objetivo da Prefeitura é atrair mais público à noite e nos fins de semana

O objetivo do Município é ampliar a presença da população no vale, principalmente à noite e nos fins de semana, inspirando-se no que ocorre aos domingos na Avenida Paulista. O projeto é uma das séries de propostas das últimas gestões municipais para a região central, como o Parque Augusta, a reforma do Largo do Arouche e a recuperação dos calçadões do triângulo histórico.

Desde antes da abertura, os espaços que não estavam isolados por gradis têm atraído praticantes de esporte sobre rodas, como patins e skate. Entre as principais mudanças no vale, está a instalação de 850 fontes, que podem operar isoladamente ou formar um espelho d’água, com iluminação noturna. 

Enquanto permanecem fechados, os quiosques foram transformados em mais uma pista com obstáculos para os skatistas da área, que fazem manobras nos corrimões e no chão de madeira dos espaços. A região inteira é uma das mais famosas entre os praticantes do esporte, que comemoraram a lisura da pavimentação, que se estende até o Viaduto do Chá e garante um trecho de "pista coberta" para quem anda sobre rodas por ali.

"Aqui sempre foi um dos melhores lugares da cidade para andar de skate e com a nova obra melhorou bastante, até porque tem mais espaço", comenta a atendente Lorraine Oliveira, de 20 anos. Ela chegou de Salvador à capital paulista há menos de um mês e conta que tem ido quase diariamente ao Vale para praticar o esporte. 

O resultado da obra dividiu opiniões entre especialistas e frequentadores, especialmente pela pavimentação, paisagismo e custo final (cerca de R$ 105 milhões). "Achei muito gasto para pouca coisa", aponta Vinicius Maia, de 26 anos. O skatista conta que desde 2007 vai diariamente ao local, onde costuma praticar o esporte e gravar vídeos das 13h até as 22h. 

Uma das principais reivindicações de Vinicius, Lorraine e a maioria dos skatistas que frequentam a área é a falta de iluminação nas escadas em frente ao Viaduto da Santa Ifigênia, um problema que começou na semana passada e tem ajudado a dar "um clima estranho" e de "pouca segurança" nos arredores, como eles apontam. A isso, somam-se também as reclamações sobre a sujeira nos banheiros e as lixeiras quebradas que foram registradas logo pela manhã desta segunda, além da "falta de verde" e do "concretaço" em que a área foi transformada. 

Frequentador do Vale do Anhangabaú desde 2007, o skatista Vinicius Maia acha que a obra de revitalização 'gastou muito dinheiro pra pouca coisa' Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

Procurado, o consórcio Viva o Vale afirmou em nota que "a concessão tem seu início hoje, em 6 de dezembro de 2021" e que "será responsável pela manutenção, preservação e realização de calendário de eventos socioculturais no espaço" apenas pelo próximos 10 anos. A reforma arquitetônica, frisam, foi projetada pela Prefeitura.   

O contrato de execução da obra foi assinado em 2017, porém passou por atrasos (o que impactou no custo), prolongando o prazo inicial de dois anos de execução por meio de 14 aditamentos (de natureza diversa, de extensão de datas a suspensão temporária de obra). O projeto anterior do vale era dos reconhecidos arquitetos e urbanistas Rosa Kliass e Jorge Wilheim.

O projeto do Anhangabaú foi idealizado com a consultoria do escritório do arquiteto dinamarquês Jan Gehl e passou por uma série de mudanças (especialmente realizadas pelo escritório Biselli Katchborian) ao longo dos anos. Entre a elaboração da proposta, a realização de audiências públicas, o contrato e a execução, a cidade teve três prefeitos, Fernando Haddad (PT), João Doria (PSDB) e Bruno Covas (PSDB). A inauguração oficial ocorreu, contudo, na gestão Nunes. 

Concessão do Vale do Anhangabaú prevê atividades de pequeno a grande porte

A minuta do contrato de concessão determina a realização de um número mínimo de atividades diárias no espaço, voltadas a públicos de menor porte (de 10 a 249 pessoas) e com propostas socioculturais, educativas, esportivas, recreativas e de lazer. Entre as sugeridas pela Prefeitura, estão aulas de dança, shows de espelhos d'água, meditação e recreação infantil. Há ainda a determinação de ações de maior público também. Outras obrigações do consórcio são a disponibilização de um aplicativo para adivulgação da programação (ao menos para dispositivos com sistema iOS e Android) e o monitoramento por câmeras das áreas. Obras também são exigidas, incluindo as reformas das Galerias Prestes Maia e Formada (estimadas em R$ 2,8 milhões).

Entre as fontes de renda permitidas, estão publicidade, locação de áreas (parte das galerias, quiosques etc) e realização de eventos. Em eventos não ligados à Prefeitura, o consórcio terá exclusividade para vendas de produtos no local. A receita bruta anual estimada pela gestão municipal é de R$ 5,7 milhões (majoritariamente da locação de espaços).

Outros espaços da concessão do Vale do Anhangabaú

Galeria Prestes Maia: marco arquitetônico e urbanístico, por fazer uma ligação para pedestres entre uma área alta e outra baixa do centro. O espaço foi inaugurado em 1940, com estilo art déco e projeto do arquiteto Elisiário Bahiana. A concessão contempla o subsolo, o térreo e o primeiro pavimento, totalizando mais de 4,7 mil metros quadrados (ela não inclui o Salão Almeida Júnior, que receberá o futuro Museu da Cidadania e dos Direitos Humanos

Praça Ramos de Azevedo: datada de 1911, quando era conhecida como Esplanada do Teatro. Ganhou o nome atual em 1928, em homenagem ao arquiteto que construiu o Theatro Municipal. Além de uma estátua de Ramos de Azevedo, inclui a “Fonte dos Desejos”, com imagens de referência a Carlos Gomes.

Praça Pedro Lessa: também conhecida como Praça do Correio, foi inaugurada na década de 1920, junto ao antigo prédio dos Correios. Durante as obras no vale, teve uma de suas esculturas (“Diana, a Caçadora”) furtada. 

Galeria Formosa:  antiga Escola Municipal de Bailado é situada nos baixos do Viaduto do Chá, nas proximidades do Theatro Municipal. Tem cerca de 4,5 mil metros quadrados, divididos em térreo, primeiro pavimento, túnel de acesso à Rua Xavier de Toledo e escadaria que liga o Vale do Anhangabaú ao Viaduto do Chá.

Programação do Vale do Anhangabaú, de 6 a 12 de dezembro

06/12 - Segunda-Feira - RESPIRA 18h30 às 19h - Hora Zen - Práticas de Movimento Somático para Famílias - Área Espaço Livre 19h às 19h30 - Hora Zen - Práticas de Movimento Somático para adultos - Área Terra de Todos 19h30 às 20h - Hora Zen - Meditação, Yoga e Movimento - Praça Ramos de Azevedo

07/12 - Terça-feira - TERÇAS DO SKATE 18h às 18h30 - Skate - sub14 - Área Espaço Livre 19h às 19h30 - Workshop Vídeos para Instagram - Skate/Esporte - Área Terra de Todos 19h30 às 20h - Manobras Skate +14 - Pista de Skate 20h às 20h30 - Workshop Vídeos para Instagram - Skate/Esporte - Área Terra de Todos

08/12 - Quarta-feira - QUARTAS DE RESPEITO 18h às 18h30 - Percussão para mulheres e meninas - Área Terra de Todos 19h às 19h30 - Percussão para mulheres e meninas - Área Terra de Todos 19h às 19h30 - Defesa pessoal para Mulheres - Área Espaço Livre 20h às 20h30 - Defesa Para Todos - Área Espaço Livre

09/12 - Quinta-feira - BAILE DE QUINTA 17h30 às 18h - VOGUE para Adultos e Crianças - Área Espaço Livre 19h às 19h30 - Dança Paratodos - Área Terra de Todos 20h às 20h30 - Dança Paratodos - Área Terra de Todos

10/12 - Sexta-feira - ROLÊ DE SEXTA 14h às 14h30 - Patins sub 14 - Área Terra de Todos 15h30 às 16h - Manobras de Patins - Área Terra de Todos 17h às 17h30 - Manobras de Patins - Área Terra de Todos 18h às 18h30 - Pista Roller Disco - Área Espaço Livre e Skate 19h às 19h30 - Pista Roller Disco - Área Espaço Livre e Skate 20h às 20h30 - Pista Roller Disco - Área Espaço Livre e Skate

11/12 - Sábado - SÁBADOS SP 11h às 16h30 - Comidinhas do Centro - Área Terra de Todos 15h às 15h30 - Roda de Histórias do Centro - Área Espaço Livre 15h30 às 16h - Workshop Vídeos para Instagram - Skate/Esporte - Skate 19h - Exposição NEONS - Cidade do Futuro - Verena Smit - Área Espaço Livre 20h - Exposição NEONS - Cidade do Futuro - Felipe Morozini - Área Espaço Livre

12/12 - Domingo - DOMINGO PARA TODAS AS IDADES 14h às 14h30 - Treino Livre – Área Terra de Todos 15h às 15h30 - Roda de Histórias do Centro – Área Terra de Todos 16h às 16h30 - Defesa Pessoal para Todos – Área Terra de Todos 16h às 16h30 - Treino Livre – Skate 19h – Exposição NEONS - Cidade do Futuro - Verena Smit - Área Espaço Livre 20h – Exposição NEONS - Cidade do Futuro - Felipe Morozini - Área Espaço Livre

Após mais de quatro meses da inauguração oficial, atrasos na obra e problemas na concessão pública, o novo Vale do Anhangabaú foi reaberto ao público nesta segunda-feira, 6, na região central da cidade de São Paulo. Os gradis que isolavam parte da área foram retirados, mas os quiosques comerciais seguem fechados e tem previsão de início do funcionamento em até seis meses. No primeiro dia, houve elogios de skatistas e parte dos frequentadores ao novo espaço, mas críticas à falta de áreas verdes, problemas de iluminação e limpeza dos banheiros. 

A programação das atividades obrigatórias de lazer, esporte e cultura tem previsão de começar a partir das 18h30 desta segunda-feira. A agenda da semana inclui a exposição Cidade do Futuro, com instalações de luminosos em neon criados pelos artistas Felipe Morozini e Verena Smit, e oficinas de dança, defesa pessoal e percussão, dentre outras.

A concessão ainda inclui outros ícones do centro histórico paulistano, como a Praça Ramos de Azevedo, um trecho da Avenida São João (entre as ruas Conselheiro Crispiniano e São Bento), as Galerias Formosa (localizada abaixo do Viaduto do Chá) e Prestes Maia (parcialmente) e os baixos dos Viadutos do Chá e Santa Ifigênia. Todos terão gestão, manutenção, preservação e ativação sociocultural de responsabilidade do consórcio Viva o Vale (liderado pela WTorre Entretenimento e a Urbancom) por 10 anos.

Esta segunda-feira também marca o início da concessão, processo que passou por adiamentos após a primeira selecionada ser desclassificada em junho. Na sequência, o novo selecionado foi anunciado, com a assinatura do contrato (avaliado em R$ 55,1 milhões, o que inclui um pagamento de R$ 6,5 milhões à Prefeitura e intervenções obrigatórias). O Estadão procurou o consórcio sobre os planos para o local, que enviou um comunicado no qual informa que a previsão de até seis meses para serem abertos. "Serão disponibilizados assim que os mesmos forem locados e entrarem em atuação", diz o texto.

Uma reunião de representantes da WTorre e da Urbancom estava na agenda da manhã do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Skatistas aproveitam a reabertura total do Vale do Anhagabaúna tarde desta segunda-feira, 6 Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

Segundo a Prefeitura, os mais de quatro meses para a liberação total do espaço se devem em parte à pandemia da covid-19. "À medida que houve progressiva melhora na situação sanitária, o local foi gradativamente aberto", justificou em nota. 

"Enquanto isso, houve zeladoria das áreas públicas do Vale, com reparos pontuais e limpeza do local. Os equipamentos, como quiosques e banheiros, estavam sem uso e serão gradativamente liberados pela concessionária, de acordo com a programação de atividades e a necessidade de atendimento ao público”, destacou a gestão.

Em novembro, relatório preliminar do Tribunal de Contas do Município apontou quatro irregularidades no contrato de manutenção firmado pela Secretaria Municipal de Obras e a SPTuris neste ano (em decorrência no atraso da concessão). Entre elas, estavam a falta de licitação, cobrança de taxas ao município e emissão de nota fiscal fora do contrato.

No edital de concessão, a Prefeitura destacava que os 11 quiosques "são de extrema importância para que seja possível alcançar o objetivo de ativação do espaço, com uso intenso da população". Entre as ocupações sugeridas, estava a locação para cafeterias, restaurantes e bares. Entre os paulistanos que frequentavam a área na tarde desta segunda, a falta de locais para comer e beber já fazia falta.

Com previsão de abertura só para daqui a seis meses, os quiosques no novo Vale do Anhangabaú já foram convertidos em pistas de obstáculos pelos skeitistas da região Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

Manuela Dias, de 16 anos, é uma das que reclamam. Ela trabalha por meio período como vendedora de telemarketing com as amigas Julia Nobre e Amanda Uchoa, de 17 e 18 anos, em uma central ali perto. Com apenas meia hora de intervalo e um tempo ainda mais curto entre a escola e o emprego, elas contam que preferiram gastar o horário livre para descansar em um dos bancos em frente à praça Ramos de Azevedo do que para ir atrás do almoço, mesmo que já fosse quase 18h.

"Seria bom ter comida aqui por perto, tipo uma lanchonete com mesinhas pra gente sentar e estudar. É a única coisa que está faltando", observa Manuela. "Com o tempo que eu gastaria pra ir até algum lugar comprar comida e voltar aqui pra sentar já teria acabado o nosso intervalo."   

Objetivo da Prefeitura é atrair mais público à noite e nos fins de semana

O objetivo do Município é ampliar a presença da população no vale, principalmente à noite e nos fins de semana, inspirando-se no que ocorre aos domingos na Avenida Paulista. O projeto é uma das séries de propostas das últimas gestões municipais para a região central, como o Parque Augusta, a reforma do Largo do Arouche e a recuperação dos calçadões do triângulo histórico.

Desde antes da abertura, os espaços que não estavam isolados por gradis têm atraído praticantes de esporte sobre rodas, como patins e skate. Entre as principais mudanças no vale, está a instalação de 850 fontes, que podem operar isoladamente ou formar um espelho d’água, com iluminação noturna. 

Enquanto permanecem fechados, os quiosques foram transformados em mais uma pista com obstáculos para os skatistas da área, que fazem manobras nos corrimões e no chão de madeira dos espaços. A região inteira é uma das mais famosas entre os praticantes do esporte, que comemoraram a lisura da pavimentação, que se estende até o Viaduto do Chá e garante um trecho de "pista coberta" para quem anda sobre rodas por ali.

"Aqui sempre foi um dos melhores lugares da cidade para andar de skate e com a nova obra melhorou bastante, até porque tem mais espaço", comenta a atendente Lorraine Oliveira, de 20 anos. Ela chegou de Salvador à capital paulista há menos de um mês e conta que tem ido quase diariamente ao Vale para praticar o esporte. 

O resultado da obra dividiu opiniões entre especialistas e frequentadores, especialmente pela pavimentação, paisagismo e custo final (cerca de R$ 105 milhões). "Achei muito gasto para pouca coisa", aponta Vinicius Maia, de 26 anos. O skatista conta que desde 2007 vai diariamente ao local, onde costuma praticar o esporte e gravar vídeos das 13h até as 22h. 

Uma das principais reivindicações de Vinicius, Lorraine e a maioria dos skatistas que frequentam a área é a falta de iluminação nas escadas em frente ao Viaduto da Santa Ifigênia, um problema que começou na semana passada e tem ajudado a dar "um clima estranho" e de "pouca segurança" nos arredores, como eles apontam. A isso, somam-se também as reclamações sobre a sujeira nos banheiros e as lixeiras quebradas que foram registradas logo pela manhã desta segunda, além da "falta de verde" e do "concretaço" em que a área foi transformada. 

Frequentador do Vale do Anhangabaú desde 2007, o skatista Vinicius Maia acha que a obra de revitalização 'gastou muito dinheiro pra pouca coisa' Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

Procurado, o consórcio Viva o Vale afirmou em nota que "a concessão tem seu início hoje, em 6 de dezembro de 2021" e que "será responsável pela manutenção, preservação e realização de calendário de eventos socioculturais no espaço" apenas pelo próximos 10 anos. A reforma arquitetônica, frisam, foi projetada pela Prefeitura.   

O contrato de execução da obra foi assinado em 2017, porém passou por atrasos (o que impactou no custo), prolongando o prazo inicial de dois anos de execução por meio de 14 aditamentos (de natureza diversa, de extensão de datas a suspensão temporária de obra). O projeto anterior do vale era dos reconhecidos arquitetos e urbanistas Rosa Kliass e Jorge Wilheim.

O projeto do Anhangabaú foi idealizado com a consultoria do escritório do arquiteto dinamarquês Jan Gehl e passou por uma série de mudanças (especialmente realizadas pelo escritório Biselli Katchborian) ao longo dos anos. Entre a elaboração da proposta, a realização de audiências públicas, o contrato e a execução, a cidade teve três prefeitos, Fernando Haddad (PT), João Doria (PSDB) e Bruno Covas (PSDB). A inauguração oficial ocorreu, contudo, na gestão Nunes. 

Concessão do Vale do Anhangabaú prevê atividades de pequeno a grande porte

A minuta do contrato de concessão determina a realização de um número mínimo de atividades diárias no espaço, voltadas a públicos de menor porte (de 10 a 249 pessoas) e com propostas socioculturais, educativas, esportivas, recreativas e de lazer. Entre as sugeridas pela Prefeitura, estão aulas de dança, shows de espelhos d'água, meditação e recreação infantil. Há ainda a determinação de ações de maior público também. Outras obrigações do consórcio são a disponibilização de um aplicativo para adivulgação da programação (ao menos para dispositivos com sistema iOS e Android) e o monitoramento por câmeras das áreas. Obras também são exigidas, incluindo as reformas das Galerias Prestes Maia e Formada (estimadas em R$ 2,8 milhões).

Entre as fontes de renda permitidas, estão publicidade, locação de áreas (parte das galerias, quiosques etc) e realização de eventos. Em eventos não ligados à Prefeitura, o consórcio terá exclusividade para vendas de produtos no local. A receita bruta anual estimada pela gestão municipal é de R$ 5,7 milhões (majoritariamente da locação de espaços).

Outros espaços da concessão do Vale do Anhangabaú

Galeria Prestes Maia: marco arquitetônico e urbanístico, por fazer uma ligação para pedestres entre uma área alta e outra baixa do centro. O espaço foi inaugurado em 1940, com estilo art déco e projeto do arquiteto Elisiário Bahiana. A concessão contempla o subsolo, o térreo e o primeiro pavimento, totalizando mais de 4,7 mil metros quadrados (ela não inclui o Salão Almeida Júnior, que receberá o futuro Museu da Cidadania e dos Direitos Humanos

Praça Ramos de Azevedo: datada de 1911, quando era conhecida como Esplanada do Teatro. Ganhou o nome atual em 1928, em homenagem ao arquiteto que construiu o Theatro Municipal. Além de uma estátua de Ramos de Azevedo, inclui a “Fonte dos Desejos”, com imagens de referência a Carlos Gomes.

Praça Pedro Lessa: também conhecida como Praça do Correio, foi inaugurada na década de 1920, junto ao antigo prédio dos Correios. Durante as obras no vale, teve uma de suas esculturas (“Diana, a Caçadora”) furtada. 

Galeria Formosa:  antiga Escola Municipal de Bailado é situada nos baixos do Viaduto do Chá, nas proximidades do Theatro Municipal. Tem cerca de 4,5 mil metros quadrados, divididos em térreo, primeiro pavimento, túnel de acesso à Rua Xavier de Toledo e escadaria que liga o Vale do Anhangabaú ao Viaduto do Chá.

Programação do Vale do Anhangabaú, de 6 a 12 de dezembro

06/12 - Segunda-Feira - RESPIRA 18h30 às 19h - Hora Zen - Práticas de Movimento Somático para Famílias - Área Espaço Livre 19h às 19h30 - Hora Zen - Práticas de Movimento Somático para adultos - Área Terra de Todos 19h30 às 20h - Hora Zen - Meditação, Yoga e Movimento - Praça Ramos de Azevedo

07/12 - Terça-feira - TERÇAS DO SKATE 18h às 18h30 - Skate - sub14 - Área Espaço Livre 19h às 19h30 - Workshop Vídeos para Instagram - Skate/Esporte - Área Terra de Todos 19h30 às 20h - Manobras Skate +14 - Pista de Skate 20h às 20h30 - Workshop Vídeos para Instagram - Skate/Esporte - Área Terra de Todos

08/12 - Quarta-feira - QUARTAS DE RESPEITO 18h às 18h30 - Percussão para mulheres e meninas - Área Terra de Todos 19h às 19h30 - Percussão para mulheres e meninas - Área Terra de Todos 19h às 19h30 - Defesa pessoal para Mulheres - Área Espaço Livre 20h às 20h30 - Defesa Para Todos - Área Espaço Livre

09/12 - Quinta-feira - BAILE DE QUINTA 17h30 às 18h - VOGUE para Adultos e Crianças - Área Espaço Livre 19h às 19h30 - Dança Paratodos - Área Terra de Todos 20h às 20h30 - Dança Paratodos - Área Terra de Todos

10/12 - Sexta-feira - ROLÊ DE SEXTA 14h às 14h30 - Patins sub 14 - Área Terra de Todos 15h30 às 16h - Manobras de Patins - Área Terra de Todos 17h às 17h30 - Manobras de Patins - Área Terra de Todos 18h às 18h30 - Pista Roller Disco - Área Espaço Livre e Skate 19h às 19h30 - Pista Roller Disco - Área Espaço Livre e Skate 20h às 20h30 - Pista Roller Disco - Área Espaço Livre e Skate

11/12 - Sábado - SÁBADOS SP 11h às 16h30 - Comidinhas do Centro - Área Terra de Todos 15h às 15h30 - Roda de Histórias do Centro - Área Espaço Livre 15h30 às 16h - Workshop Vídeos para Instagram - Skate/Esporte - Skate 19h - Exposição NEONS - Cidade do Futuro - Verena Smit - Área Espaço Livre 20h - Exposição NEONS - Cidade do Futuro - Felipe Morozini - Área Espaço Livre

12/12 - Domingo - DOMINGO PARA TODAS AS IDADES 14h às 14h30 - Treino Livre – Área Terra de Todos 15h às 15h30 - Roda de Histórias do Centro – Área Terra de Todos 16h às 16h30 - Defesa Pessoal para Todos – Área Terra de Todos 16h às 16h30 - Treino Livre – Skate 19h – Exposição NEONS - Cidade do Futuro - Verena Smit - Área Espaço Livre 20h – Exposição NEONS - Cidade do Futuro - Felipe Morozini - Área Espaço Livre

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