O foco agora é Perdizes, onde está localizado o Parque da Água Branca, em São Paulo. Moradores e o Ministério Público estão articulados para tentar impedir a construção de dois prédios que, segundo eles, podem afetar as nascentes do parque - que já aconteceu no passado. Mas essa não é a primeira vez que a população local se organiza na capital paulista.
Em 2016, na Avenida Pompeia, zona oeste, a população local se mobilizou contra a demolição de sete casas para a construção de um edifício residencial com 22 andares. O temor era de que as fontes da Praça Homero Silva secassem. Mas esse não foi o único problema enfrentado. O lago cristalino que abrigava peixes e plantas como a ninfeias e os aguapés amanheceu certa manhã turvo, com carpas e tilápias mortas espalhadas ao redor e com parte da vegetação destruída. Três anos antes, na Vila Ema, zona leste, moradores haviam conseguido barrar a construção de um condomínio residencial de quatro torres em uma área de 17 mil metros quadrados - ou dois campos de futebol. Mas São Paulo também é cidade de boas notícias. Moradores das Vilas Jataí, Beatriz e Ida, na zona oeste, começaram a se articular há dois anos para transformar os três bairros em um ecobairro. Aqui você confere a iniciativa. E há ainda moradores de São Paulo que se organizam - já são 125 grupos - e atuam em 98 corpos d’água das bacias do Alto e Médio Tietê, dentro do projeto Observando os Rios, da SOS Mata Atlântica, e trabalham como verdadeiros fiscais da natureza. São os dados que eles coletam que ajudam a traçar o perfil da qualidade do principal rio paulistano.