SÃO PAULO - Em sessão marcada por bate-boca, vereadores paulistanos se recusaram a votar nesta quarta-feira, 28, o pacote de concessões de serviços e equipamentos públicos à iniciativa privada do prefeito João Doria (PSDB), que teve de ser novamente adiado. O plano do governo era aprová-lo em definitivo neste semestre, mas sem apoio até dentro da base a votação do projeto deve ser concluída somente em agosto.
Apesar da pressão do presidente da Câmara e aliado de Doria, Milton Leite (DEM), que tentou acelerar a tramitação do projeto, vereadores de oposição e da base se uniram para barrar a iniciativa. A sessão chegou a ficar suspensa por mais de duas horas. Na volta, Leite prometeu colocar o projeto em votação nesta quinta e garantiu que será aprovado em primeira votação.
O primeiro revés desta quarta para Doria foi na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que havia adiado, na semana passada, a discussão do pacote de concessões por duas sessões, a pedido do PT, empurrando a votação para agosto. Nesta quarta, o vereador Claudinho de Souza (PSDB) propôs recolocar o projeto na pauta, para que fosse aprovado na CCJ e votado no mesmo dia no plenário. Mas o pedido foi rejeitado por 5 votos a 4 – um dos contrários à vontade de Doria foi o também tucano Mario Covas Neto, presidente da CCJ. “Não tinha lógica desfazer uma decisão coletiva da semana passada para atender ao desejo de uma pressa injustificada”, disse ele.
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Na sequência, Leite abriu sessão plenária convocando um congresso de comissões (reunião conjunta para analisar um projeto), de forma a conseguir aprovar o pacote de concessões ainda nesta quarta, o que revoltou parte dos vereadores.
O secretário municipal de Relações Governamentais, Milton Flávio, diz que a base se comprometeu a votar em primeira discussão o pacote de desestatização (pendente de aprovação na Comissão de Constituição e Justiça) e a concessão do Pacaembu (aprovada na CCJ nesta quarta) como contrapartida à sanção do Programa de Parcelamento Incentivado e da anistia às multas de IPTU e de barulho das igrejas. Inicialmente, a gestão Doria era contra o perdão de dívidas a templos religiosos. Em julho, haverá recesso parlamentar.