37% das pessoas que menstruam têm dificuldades de acesso a itens de higiene, aponta UNICEF


Pesquisa foi realizada por meio de questionário com participação de mais de 2 mil jovens brasileiros; 47% também afirmaram nunca ter recebido aulas ou palestras sobre o tema nas escolas

Por Victória Ribeiro
Atualização:

No cenário atual, o acesso digno e seguro a itens de higiene menstrual permanece um desafio para muitas pessoas que menstruam. Resultados recentes de uma enquete promovida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em parceria com a Viração Educomunicação, revelam que 19% dos participantes já enfrentaram dificuldades financeiras para adquirir absorventes, enquanto 37% já tiveram obstáculos para acessar esses produtos em escolas e locais públicos.

A pesquisa, que marca o Dia Internacional da Dignidade Menstrual, celebrado nesta terça-feira, 28, contou com a opinião de 2,2 mil jovens brasileiros que menstruam, considerando meninas cisgênero (79%), meninos trans (18%) e pessoas não-binárias (3%). Para isso, as entidades utilizaram o U-Report, plataforma do UNICEF com participação de adolescentes e jovens em mais de 90 países, implementada em parceria com a Viração Educomunicação no Brasil. O projeto realiza enquetes via internet, por meio do WhatsApp, Telegram e Facebook.

Segundo pesquisa com mais de 2 mil jovens brasileiros, 19% dos participantes já enfrentaram dificuldades financeiras para adquirir absorventes. Foto: FotoHelin/Adobe Stock
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Os dados da enquete também revelam que a menstruação pode ser uma barreira para a participação plena na educação e na vida social. Cerca de 60% dos participantes já faltaram à escola ou ao trabalho por causa da menstruação, enquanto 86% deixaram de praticar atividade física nessa fase do mês. Além disso, o tabu em torno da menstruação persiste, com 77% dos respondentes relatando constrangimento em escolas ou lugares por causa da menstruação, e quase metade nunca tendo recebido informações sobre o assunto, seja por meio de aulas, palestras ou rodas de conversa.

“O compromisso do UNICEF em garantir os direitos menstruais é fundamental para combater a pobreza menstrual, que impacta negativamente parte daqueles que menstruam no país, perpetuando ciclos de desigualdades, especialmente de gênero”, afirmou Gabriela Monteiro, oficial de participação de adolescentes do UNICEF no Brasil. “A falta de garantias em áreas essenciais como água, saneamento e higiene compromete não apenas a dignidade menstrual, mas também outros direitos fundamentais, como acesso a uma educação de qualidade, moradia digna e saúde abrangente, que inclui saúde menstrual, sexual e reprodutiva”, completou.

É válido ressaltar que a enquete não possui um rigor metodológico de pesquisa, mas são consultas rápidas realizadas por meio de redes sociais, principalmente com participantes de 13 a 24 anos cadastrados na plataforma. Por essa razão, os resultados não podem ser generalizados para toda a população brasileira, embora ofereçam uma visão significativa da realidade em relação à dignidade menstrual no país. É preciso considerar também que, por se tratar de uma pesquisa online, há o risco de enviesamento, com uma concentração de participantes que têm acesso à internet e, portanto, associados a uma determinada realidade socioeconômica — um fator que sugere que os dados podem ser ainda mais alarmantes.

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“A falta de informação contribui para o estigma e gera situações de constrangimento. Precisamos desmistificar a menstruação e criar um ambiente acolhedor para pessoas que menstruam. Os dados da enquete reforçam a necessidade de fortalecer as práticas de educação menstrual, sobretudo nas escolas”, declarou a analista de comunicação da Viração Educomunicação, Ramona Azevedo.

Dignidade x pobreza menstrual

Segundo estudo anteriormente realizado pelo UNICEF, 28% das pessoas que menstruam no Brasil são afetadas pela pobreza menstrual, o que equivale a cerca de 11 milhões. Além disso, 30% dessas também conhecem alguém que sofre do problema. A maioria (40%) têm entre 14-24 anos, o que mostra que esse é um problema que atinge, sobretudo, pessoas mais jovens.

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O mês da Dignidade Menstrual, estabelecido pela ONU em 2014, foi criado como uma estratégia de conscientização e combate à pobreza menstrual. A ideia é a mesma de outras datas relacionadas a questões que violam direitos humanos e, muitas vezes, precisam ter marcos estabelecidos no calendário mundial para que recebam as atenções e debates necessários.

O termo determina a condição de direito das pessoas que menstruam e sugere que elas devem ter acesso a produtos e condições de higiene. Quando elas não têm acesso às duas garantias mencionadas, surge o que chamamos de pobreza menstrual. Importante entender que essa condição vai além do não acesso a absorventes de maneira gratuita. A pessoa precisa também ter condições de higiene, como tomar um banho, por exemplo.

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“A pobreza menstrual é caracterizada pela falta de infraestrutura, recursos e até conhecimento por parte de pessoas que menstruam para cuidados envolvendo a própria menstruação. Ela afeta pessoas que vivem em condições de pobreza e situação de vulnerabilidade, por isso, é fundamental ações e políticas de saúde para reverter o quadro de pobreza menstrual do Brasil e garantir direitos a cada pessoa que menstrua no País”, diz Rayanne França, oficial de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do UNICEF no Brasil.

No cenário atual, o acesso digno e seguro a itens de higiene menstrual permanece um desafio para muitas pessoas que menstruam. Resultados recentes de uma enquete promovida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em parceria com a Viração Educomunicação, revelam que 19% dos participantes já enfrentaram dificuldades financeiras para adquirir absorventes, enquanto 37% já tiveram obstáculos para acessar esses produtos em escolas e locais públicos.

A pesquisa, que marca o Dia Internacional da Dignidade Menstrual, celebrado nesta terça-feira, 28, contou com a opinião de 2,2 mil jovens brasileiros que menstruam, considerando meninas cisgênero (79%), meninos trans (18%) e pessoas não-binárias (3%). Para isso, as entidades utilizaram o U-Report, plataforma do UNICEF com participação de adolescentes e jovens em mais de 90 países, implementada em parceria com a Viração Educomunicação no Brasil. O projeto realiza enquetes via internet, por meio do WhatsApp, Telegram e Facebook.

Segundo pesquisa com mais de 2 mil jovens brasileiros, 19% dos participantes já enfrentaram dificuldades financeiras para adquirir absorventes. Foto: FotoHelin/Adobe Stock

Os dados da enquete também revelam que a menstruação pode ser uma barreira para a participação plena na educação e na vida social. Cerca de 60% dos participantes já faltaram à escola ou ao trabalho por causa da menstruação, enquanto 86% deixaram de praticar atividade física nessa fase do mês. Além disso, o tabu em torno da menstruação persiste, com 77% dos respondentes relatando constrangimento em escolas ou lugares por causa da menstruação, e quase metade nunca tendo recebido informações sobre o assunto, seja por meio de aulas, palestras ou rodas de conversa.

“O compromisso do UNICEF em garantir os direitos menstruais é fundamental para combater a pobreza menstrual, que impacta negativamente parte daqueles que menstruam no país, perpetuando ciclos de desigualdades, especialmente de gênero”, afirmou Gabriela Monteiro, oficial de participação de adolescentes do UNICEF no Brasil. “A falta de garantias em áreas essenciais como água, saneamento e higiene compromete não apenas a dignidade menstrual, mas também outros direitos fundamentais, como acesso a uma educação de qualidade, moradia digna e saúde abrangente, que inclui saúde menstrual, sexual e reprodutiva”, completou.

É válido ressaltar que a enquete não possui um rigor metodológico de pesquisa, mas são consultas rápidas realizadas por meio de redes sociais, principalmente com participantes de 13 a 24 anos cadastrados na plataforma. Por essa razão, os resultados não podem ser generalizados para toda a população brasileira, embora ofereçam uma visão significativa da realidade em relação à dignidade menstrual no país. É preciso considerar também que, por se tratar de uma pesquisa online, há o risco de enviesamento, com uma concentração de participantes que têm acesso à internet e, portanto, associados a uma determinada realidade socioeconômica — um fator que sugere que os dados podem ser ainda mais alarmantes.

“A falta de informação contribui para o estigma e gera situações de constrangimento. Precisamos desmistificar a menstruação e criar um ambiente acolhedor para pessoas que menstruam. Os dados da enquete reforçam a necessidade de fortalecer as práticas de educação menstrual, sobretudo nas escolas”, declarou a analista de comunicação da Viração Educomunicação, Ramona Azevedo.

Dignidade x pobreza menstrual

Segundo estudo anteriormente realizado pelo UNICEF, 28% das pessoas que menstruam no Brasil são afetadas pela pobreza menstrual, o que equivale a cerca de 11 milhões. Além disso, 30% dessas também conhecem alguém que sofre do problema. A maioria (40%) têm entre 14-24 anos, o que mostra que esse é um problema que atinge, sobretudo, pessoas mais jovens.

O mês da Dignidade Menstrual, estabelecido pela ONU em 2014, foi criado como uma estratégia de conscientização e combate à pobreza menstrual. A ideia é a mesma de outras datas relacionadas a questões que violam direitos humanos e, muitas vezes, precisam ter marcos estabelecidos no calendário mundial para que recebam as atenções e debates necessários.

O termo determina a condição de direito das pessoas que menstruam e sugere que elas devem ter acesso a produtos e condições de higiene. Quando elas não têm acesso às duas garantias mencionadas, surge o que chamamos de pobreza menstrual. Importante entender que essa condição vai além do não acesso a absorventes de maneira gratuita. A pessoa precisa também ter condições de higiene, como tomar um banho, por exemplo.

“A pobreza menstrual é caracterizada pela falta de infraestrutura, recursos e até conhecimento por parte de pessoas que menstruam para cuidados envolvendo a própria menstruação. Ela afeta pessoas que vivem em condições de pobreza e situação de vulnerabilidade, por isso, é fundamental ações e políticas de saúde para reverter o quadro de pobreza menstrual do Brasil e garantir direitos a cada pessoa que menstrua no País”, diz Rayanne França, oficial de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do UNICEF no Brasil.

No cenário atual, o acesso digno e seguro a itens de higiene menstrual permanece um desafio para muitas pessoas que menstruam. Resultados recentes de uma enquete promovida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em parceria com a Viração Educomunicação, revelam que 19% dos participantes já enfrentaram dificuldades financeiras para adquirir absorventes, enquanto 37% já tiveram obstáculos para acessar esses produtos em escolas e locais públicos.

A pesquisa, que marca o Dia Internacional da Dignidade Menstrual, celebrado nesta terça-feira, 28, contou com a opinião de 2,2 mil jovens brasileiros que menstruam, considerando meninas cisgênero (79%), meninos trans (18%) e pessoas não-binárias (3%). Para isso, as entidades utilizaram o U-Report, plataforma do UNICEF com participação de adolescentes e jovens em mais de 90 países, implementada em parceria com a Viração Educomunicação no Brasil. O projeto realiza enquetes via internet, por meio do WhatsApp, Telegram e Facebook.

Segundo pesquisa com mais de 2 mil jovens brasileiros, 19% dos participantes já enfrentaram dificuldades financeiras para adquirir absorventes. Foto: FotoHelin/Adobe Stock

Os dados da enquete também revelam que a menstruação pode ser uma barreira para a participação plena na educação e na vida social. Cerca de 60% dos participantes já faltaram à escola ou ao trabalho por causa da menstruação, enquanto 86% deixaram de praticar atividade física nessa fase do mês. Além disso, o tabu em torno da menstruação persiste, com 77% dos respondentes relatando constrangimento em escolas ou lugares por causa da menstruação, e quase metade nunca tendo recebido informações sobre o assunto, seja por meio de aulas, palestras ou rodas de conversa.

“O compromisso do UNICEF em garantir os direitos menstruais é fundamental para combater a pobreza menstrual, que impacta negativamente parte daqueles que menstruam no país, perpetuando ciclos de desigualdades, especialmente de gênero”, afirmou Gabriela Monteiro, oficial de participação de adolescentes do UNICEF no Brasil. “A falta de garantias em áreas essenciais como água, saneamento e higiene compromete não apenas a dignidade menstrual, mas também outros direitos fundamentais, como acesso a uma educação de qualidade, moradia digna e saúde abrangente, que inclui saúde menstrual, sexual e reprodutiva”, completou.

É válido ressaltar que a enquete não possui um rigor metodológico de pesquisa, mas são consultas rápidas realizadas por meio de redes sociais, principalmente com participantes de 13 a 24 anos cadastrados na plataforma. Por essa razão, os resultados não podem ser generalizados para toda a população brasileira, embora ofereçam uma visão significativa da realidade em relação à dignidade menstrual no país. É preciso considerar também que, por se tratar de uma pesquisa online, há o risco de enviesamento, com uma concentração de participantes que têm acesso à internet e, portanto, associados a uma determinada realidade socioeconômica — um fator que sugere que os dados podem ser ainda mais alarmantes.

“A falta de informação contribui para o estigma e gera situações de constrangimento. Precisamos desmistificar a menstruação e criar um ambiente acolhedor para pessoas que menstruam. Os dados da enquete reforçam a necessidade de fortalecer as práticas de educação menstrual, sobretudo nas escolas”, declarou a analista de comunicação da Viração Educomunicação, Ramona Azevedo.

Dignidade x pobreza menstrual

Segundo estudo anteriormente realizado pelo UNICEF, 28% das pessoas que menstruam no Brasil são afetadas pela pobreza menstrual, o que equivale a cerca de 11 milhões. Além disso, 30% dessas também conhecem alguém que sofre do problema. A maioria (40%) têm entre 14-24 anos, o que mostra que esse é um problema que atinge, sobretudo, pessoas mais jovens.

O mês da Dignidade Menstrual, estabelecido pela ONU em 2014, foi criado como uma estratégia de conscientização e combate à pobreza menstrual. A ideia é a mesma de outras datas relacionadas a questões que violam direitos humanos e, muitas vezes, precisam ter marcos estabelecidos no calendário mundial para que recebam as atenções e debates necessários.

O termo determina a condição de direito das pessoas que menstruam e sugere que elas devem ter acesso a produtos e condições de higiene. Quando elas não têm acesso às duas garantias mencionadas, surge o que chamamos de pobreza menstrual. Importante entender que essa condição vai além do não acesso a absorventes de maneira gratuita. A pessoa precisa também ter condições de higiene, como tomar um banho, por exemplo.

“A pobreza menstrual é caracterizada pela falta de infraestrutura, recursos e até conhecimento por parte de pessoas que menstruam para cuidados envolvendo a própria menstruação. Ela afeta pessoas que vivem em condições de pobreza e situação de vulnerabilidade, por isso, é fundamental ações e políticas de saúde para reverter o quadro de pobreza menstrual do Brasil e garantir direitos a cada pessoa que menstrua no País”, diz Rayanne França, oficial de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do UNICEF no Brasil.

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