A covid está de volta. Quem tem maior probabilidade de pegar de novo?


Estudo indica que as vacinas e infecções anteriores conseguem ajudar até certo ponto

Por Lisa Jarvis

THE WASHINGTON POST – Um novo estudo apresenta dados que apoiam uma das principais suposições sobre a propagação da covid: a intensidade da exposição ao vírus é importante e as vacinas e infecções anteriores só conseguem ajudar até certo ponto – mas ajudam.

A pesquisa, liderada por cientistas da Escola de Saúde Pública de Yale e publicada na Nature Communications, também reforça a noção comum de que as máscaras e a filtragem do ar podem aumentar a proteção proporcionada pelas vacinas e diminuir o risco de se contrair o vírus. Qualquer pessoa que esteja observando o retorno dos casos de covid em sua comunidade deve levar isso a sério: as infecções não são inevitáveis, e as ferramentas que temos usado para nos proteger não são apenas intuitivas – e certamente não deveriam ser controversas. São cada vez mais apoiadas por evidências.

Embora os dados do mundo real tenham proporcionado aos cientistas uma noção razoável da capacidade de as vacinas protegerem contra os piores resultados do vírus da covid, tem sido difícil compreender sua eficácia na prevenção da transmissão.

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Uma equipe de pesquisadores encontrou uma forma inteligente de tentar mostrar que as vacinas são “vazadas” – isto é, conseguem proteger contra a transmissão, mas só até certo nível de exposição ao vírus. Eles analisaram infecções nas prisões de Connecticut (EUA).

As unidades correcionais oferecem uma oportunidade única para considerar a eficácia das vacinas. Raramente os pesquisadores têm informações tão completas sobre a quem uma pessoa está direta e intensamente exposta (um companheiro de cela), com quem provavelmente mantém contato próximo regular (outras pessoas do mesmo bloco) ou a quem está potencialmente exposta em situações mais transitórias (no contexto mais amplo da comunidade).

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Os pesquisadores também sabiam quantas vezes todas as pessoas já haviam sido infectadas ou vacinadas. Melhor ainda, testes foram realizados com frequência e de acordo com um conjunto de regras, e não com inclinações pessoais.

Ao rastrear infecções durante as ondas Delta e Ômicron, os pesquisadores descobriram que a imunidade híbrida – ter sido vacinado e previamente infectado – fez o melhor trabalho na proteção contra a covid, mesmo quando as pessoas estavam próximas de alguém com o vírus. A imunidade adquirida apenas pela vacinação ou por infecções anteriores era mais fugaz: conferia proteção razoável contra infecções quando a exposição ao vírus era baixa, mas muito menos quando a exposição era elevada.

A pesquisa tem limitações, claro. O estudo é observacional, o que significa que tira conclusões analisando os dados disponíveis, em vez de testar ativamente uma hipótese. Além disso, os cientistas só puderam avaliar o número de infecções, não sua gravidade. E, claro, a população carcerária é fortemente composta por homens jovens. Eu gostaria de ver este estudo repetido em locais onde ocorressem testes igualmente frequentes e baseados em regras entre uma população mais idosa – em lares de idosos, por exemplo.

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Ainda assim, o artigo sugere algo que já não deveria ser controverso: evitar exposição prolongada à covid, mesmo após vacinação e infecção prévia, é uma boa forma de evitar a infecção. “Não estamos contando a ninguém nada que pareça ilógico a partir do que acabamos de passar nos últimos anos”, diz Margaret Lind, epidemiologista da Escola de Medicina de Yale que ajudou a liderar o estudo.

Mas o artigo acrescenta nuances à conversa. O estudo sugere que as máscaras e a ventilação são importantes, não apenas como forma de proteção, mas porque diminuir a exposição ao vírus parece melhorar a eficácia da imunidade conferida pelas vacinas e infecções anteriores, diz Lind.

Mesmo após vacinação e infecção prévia, é importante evitar exposição prolongada à covid-19. 
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E há conclusões claras para o público. Para começar, qualquer pessoa que ainda esteja hesitante em receber as doses de reforço deve repensar sua escolha quando as vacinas atualizadas chegarem nas próximas semanas. Apenas 20% dos adultos nos Estados Unidos receberam o último reforço, portanto há muito espaço para melhorias.

Faz tempo que os dados deixam claro que a atual safra de vacinas é fundamental para salvar vidas e manter os mais vulneráveis fora do hospital. E agora há boas razões para pensar que atualizar os reforços também pode ajudar a evitar algumas infecções.

É um objetivo razoável. Afinal, ainda não temos um bom controle sobre as potenciais consequências para a saúde a longo prazo de repetidas infecções por covid. Então parece óbvio que devemos usar essa ferramenta para tentar minimizar esse risco.

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À medida que os casos aumentam, também vale a pena revisitar formas testadas e comprovadas de reduzir sua exposição ao vírus. Isso pode significar uso de máscara em situações em que o risco pareça mais elevado. E deveria significar mais investimento na melhoria da qualidade do ar interior que respiramos, seja em casa, na escola ou no trabalho. No mínimo, abra uma janela enquanto o tempo ainda está quente.

Esta coluna não necessariamente reflete a opinião do conselho editorial ou da Bloomberg LP e de seus proprietários.

Lisa Jarvis é colunista da Bloomberg Opinion que cobre biotecnologia, saúde e indústria farmacêutica. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

THE WASHINGTON POST – Um novo estudo apresenta dados que apoiam uma das principais suposições sobre a propagação da covid: a intensidade da exposição ao vírus é importante e as vacinas e infecções anteriores só conseguem ajudar até certo ponto – mas ajudam.

A pesquisa, liderada por cientistas da Escola de Saúde Pública de Yale e publicada na Nature Communications, também reforça a noção comum de que as máscaras e a filtragem do ar podem aumentar a proteção proporcionada pelas vacinas e diminuir o risco de se contrair o vírus. Qualquer pessoa que esteja observando o retorno dos casos de covid em sua comunidade deve levar isso a sério: as infecções não são inevitáveis, e as ferramentas que temos usado para nos proteger não são apenas intuitivas – e certamente não deveriam ser controversas. São cada vez mais apoiadas por evidências.

Embora os dados do mundo real tenham proporcionado aos cientistas uma noção razoável da capacidade de as vacinas protegerem contra os piores resultados do vírus da covid, tem sido difícil compreender sua eficácia na prevenção da transmissão.

Uma equipe de pesquisadores encontrou uma forma inteligente de tentar mostrar que as vacinas são “vazadas” – isto é, conseguem proteger contra a transmissão, mas só até certo nível de exposição ao vírus. Eles analisaram infecções nas prisões de Connecticut (EUA).

As unidades correcionais oferecem uma oportunidade única para considerar a eficácia das vacinas. Raramente os pesquisadores têm informações tão completas sobre a quem uma pessoa está direta e intensamente exposta (um companheiro de cela), com quem provavelmente mantém contato próximo regular (outras pessoas do mesmo bloco) ou a quem está potencialmente exposta em situações mais transitórias (no contexto mais amplo da comunidade).

Os pesquisadores também sabiam quantas vezes todas as pessoas já haviam sido infectadas ou vacinadas. Melhor ainda, testes foram realizados com frequência e de acordo com um conjunto de regras, e não com inclinações pessoais.

Ao rastrear infecções durante as ondas Delta e Ômicron, os pesquisadores descobriram que a imunidade híbrida – ter sido vacinado e previamente infectado – fez o melhor trabalho na proteção contra a covid, mesmo quando as pessoas estavam próximas de alguém com o vírus. A imunidade adquirida apenas pela vacinação ou por infecções anteriores era mais fugaz: conferia proteção razoável contra infecções quando a exposição ao vírus era baixa, mas muito menos quando a exposição era elevada.

A pesquisa tem limitações, claro. O estudo é observacional, o que significa que tira conclusões analisando os dados disponíveis, em vez de testar ativamente uma hipótese. Além disso, os cientistas só puderam avaliar o número de infecções, não sua gravidade. E, claro, a população carcerária é fortemente composta por homens jovens. Eu gostaria de ver este estudo repetido em locais onde ocorressem testes igualmente frequentes e baseados em regras entre uma população mais idosa – em lares de idosos, por exemplo.

Ainda assim, o artigo sugere algo que já não deveria ser controverso: evitar exposição prolongada à covid, mesmo após vacinação e infecção prévia, é uma boa forma de evitar a infecção. “Não estamos contando a ninguém nada que pareça ilógico a partir do que acabamos de passar nos últimos anos”, diz Margaret Lind, epidemiologista da Escola de Medicina de Yale que ajudou a liderar o estudo.

Mas o artigo acrescenta nuances à conversa. O estudo sugere que as máscaras e a ventilação são importantes, não apenas como forma de proteção, mas porque diminuir a exposição ao vírus parece melhorar a eficácia da imunidade conferida pelas vacinas e infecções anteriores, diz Lind.

Mesmo após vacinação e infecção prévia, é importante evitar exposição prolongada à covid-19. 

E há conclusões claras para o público. Para começar, qualquer pessoa que ainda esteja hesitante em receber as doses de reforço deve repensar sua escolha quando as vacinas atualizadas chegarem nas próximas semanas. Apenas 20% dos adultos nos Estados Unidos receberam o último reforço, portanto há muito espaço para melhorias.

Faz tempo que os dados deixam claro que a atual safra de vacinas é fundamental para salvar vidas e manter os mais vulneráveis fora do hospital. E agora há boas razões para pensar que atualizar os reforços também pode ajudar a evitar algumas infecções.

É um objetivo razoável. Afinal, ainda não temos um bom controle sobre as potenciais consequências para a saúde a longo prazo de repetidas infecções por covid. Então parece óbvio que devemos usar essa ferramenta para tentar minimizar esse risco.

À medida que os casos aumentam, também vale a pena revisitar formas testadas e comprovadas de reduzir sua exposição ao vírus. Isso pode significar uso de máscara em situações em que o risco pareça mais elevado. E deveria significar mais investimento na melhoria da qualidade do ar interior que respiramos, seja em casa, na escola ou no trabalho. No mínimo, abra uma janela enquanto o tempo ainda está quente.

Esta coluna não necessariamente reflete a opinião do conselho editorial ou da Bloomberg LP e de seus proprietários.

Lisa Jarvis é colunista da Bloomberg Opinion que cobre biotecnologia, saúde e indústria farmacêutica. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

THE WASHINGTON POST – Um novo estudo apresenta dados que apoiam uma das principais suposições sobre a propagação da covid: a intensidade da exposição ao vírus é importante e as vacinas e infecções anteriores só conseguem ajudar até certo ponto – mas ajudam.

A pesquisa, liderada por cientistas da Escola de Saúde Pública de Yale e publicada na Nature Communications, também reforça a noção comum de que as máscaras e a filtragem do ar podem aumentar a proteção proporcionada pelas vacinas e diminuir o risco de se contrair o vírus. Qualquer pessoa que esteja observando o retorno dos casos de covid em sua comunidade deve levar isso a sério: as infecções não são inevitáveis, e as ferramentas que temos usado para nos proteger não são apenas intuitivas – e certamente não deveriam ser controversas. São cada vez mais apoiadas por evidências.

Embora os dados do mundo real tenham proporcionado aos cientistas uma noção razoável da capacidade de as vacinas protegerem contra os piores resultados do vírus da covid, tem sido difícil compreender sua eficácia na prevenção da transmissão.

Uma equipe de pesquisadores encontrou uma forma inteligente de tentar mostrar que as vacinas são “vazadas” – isto é, conseguem proteger contra a transmissão, mas só até certo nível de exposição ao vírus. Eles analisaram infecções nas prisões de Connecticut (EUA).

As unidades correcionais oferecem uma oportunidade única para considerar a eficácia das vacinas. Raramente os pesquisadores têm informações tão completas sobre a quem uma pessoa está direta e intensamente exposta (um companheiro de cela), com quem provavelmente mantém contato próximo regular (outras pessoas do mesmo bloco) ou a quem está potencialmente exposta em situações mais transitórias (no contexto mais amplo da comunidade).

Os pesquisadores também sabiam quantas vezes todas as pessoas já haviam sido infectadas ou vacinadas. Melhor ainda, testes foram realizados com frequência e de acordo com um conjunto de regras, e não com inclinações pessoais.

Ao rastrear infecções durante as ondas Delta e Ômicron, os pesquisadores descobriram que a imunidade híbrida – ter sido vacinado e previamente infectado – fez o melhor trabalho na proteção contra a covid, mesmo quando as pessoas estavam próximas de alguém com o vírus. A imunidade adquirida apenas pela vacinação ou por infecções anteriores era mais fugaz: conferia proteção razoável contra infecções quando a exposição ao vírus era baixa, mas muito menos quando a exposição era elevada.

A pesquisa tem limitações, claro. O estudo é observacional, o que significa que tira conclusões analisando os dados disponíveis, em vez de testar ativamente uma hipótese. Além disso, os cientistas só puderam avaliar o número de infecções, não sua gravidade. E, claro, a população carcerária é fortemente composta por homens jovens. Eu gostaria de ver este estudo repetido em locais onde ocorressem testes igualmente frequentes e baseados em regras entre uma população mais idosa – em lares de idosos, por exemplo.

Ainda assim, o artigo sugere algo que já não deveria ser controverso: evitar exposição prolongada à covid, mesmo após vacinação e infecção prévia, é uma boa forma de evitar a infecção. “Não estamos contando a ninguém nada que pareça ilógico a partir do que acabamos de passar nos últimos anos”, diz Margaret Lind, epidemiologista da Escola de Medicina de Yale que ajudou a liderar o estudo.

Mas o artigo acrescenta nuances à conversa. O estudo sugere que as máscaras e a ventilação são importantes, não apenas como forma de proteção, mas porque diminuir a exposição ao vírus parece melhorar a eficácia da imunidade conferida pelas vacinas e infecções anteriores, diz Lind.

Mesmo após vacinação e infecção prévia, é importante evitar exposição prolongada à covid-19. 

E há conclusões claras para o público. Para começar, qualquer pessoa que ainda esteja hesitante em receber as doses de reforço deve repensar sua escolha quando as vacinas atualizadas chegarem nas próximas semanas. Apenas 20% dos adultos nos Estados Unidos receberam o último reforço, portanto há muito espaço para melhorias.

Faz tempo que os dados deixam claro que a atual safra de vacinas é fundamental para salvar vidas e manter os mais vulneráveis fora do hospital. E agora há boas razões para pensar que atualizar os reforços também pode ajudar a evitar algumas infecções.

É um objetivo razoável. Afinal, ainda não temos um bom controle sobre as potenciais consequências para a saúde a longo prazo de repetidas infecções por covid. Então parece óbvio que devemos usar essa ferramenta para tentar minimizar esse risco.

À medida que os casos aumentam, também vale a pena revisitar formas testadas e comprovadas de reduzir sua exposição ao vírus. Isso pode significar uso de máscara em situações em que o risco pareça mais elevado. E deveria significar mais investimento na melhoria da qualidade do ar interior que respiramos, seja em casa, na escola ou no trabalho. No mínimo, abra uma janela enquanto o tempo ainda está quente.

Esta coluna não necessariamente reflete a opinião do conselho editorial ou da Bloomberg LP e de seus proprietários.

Lisa Jarvis é colunista da Bloomberg Opinion que cobre biotecnologia, saúde e indústria farmacêutica. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

THE WASHINGTON POST – Um novo estudo apresenta dados que apoiam uma das principais suposições sobre a propagação da covid: a intensidade da exposição ao vírus é importante e as vacinas e infecções anteriores só conseguem ajudar até certo ponto – mas ajudam.

A pesquisa, liderada por cientistas da Escola de Saúde Pública de Yale e publicada na Nature Communications, também reforça a noção comum de que as máscaras e a filtragem do ar podem aumentar a proteção proporcionada pelas vacinas e diminuir o risco de se contrair o vírus. Qualquer pessoa que esteja observando o retorno dos casos de covid em sua comunidade deve levar isso a sério: as infecções não são inevitáveis, e as ferramentas que temos usado para nos proteger não são apenas intuitivas – e certamente não deveriam ser controversas. São cada vez mais apoiadas por evidências.

Embora os dados do mundo real tenham proporcionado aos cientistas uma noção razoável da capacidade de as vacinas protegerem contra os piores resultados do vírus da covid, tem sido difícil compreender sua eficácia na prevenção da transmissão.

Uma equipe de pesquisadores encontrou uma forma inteligente de tentar mostrar que as vacinas são “vazadas” – isto é, conseguem proteger contra a transmissão, mas só até certo nível de exposição ao vírus. Eles analisaram infecções nas prisões de Connecticut (EUA).

As unidades correcionais oferecem uma oportunidade única para considerar a eficácia das vacinas. Raramente os pesquisadores têm informações tão completas sobre a quem uma pessoa está direta e intensamente exposta (um companheiro de cela), com quem provavelmente mantém contato próximo regular (outras pessoas do mesmo bloco) ou a quem está potencialmente exposta em situações mais transitórias (no contexto mais amplo da comunidade).

Os pesquisadores também sabiam quantas vezes todas as pessoas já haviam sido infectadas ou vacinadas. Melhor ainda, testes foram realizados com frequência e de acordo com um conjunto de regras, e não com inclinações pessoais.

Ao rastrear infecções durante as ondas Delta e Ômicron, os pesquisadores descobriram que a imunidade híbrida – ter sido vacinado e previamente infectado – fez o melhor trabalho na proteção contra a covid, mesmo quando as pessoas estavam próximas de alguém com o vírus. A imunidade adquirida apenas pela vacinação ou por infecções anteriores era mais fugaz: conferia proteção razoável contra infecções quando a exposição ao vírus era baixa, mas muito menos quando a exposição era elevada.

A pesquisa tem limitações, claro. O estudo é observacional, o que significa que tira conclusões analisando os dados disponíveis, em vez de testar ativamente uma hipótese. Além disso, os cientistas só puderam avaliar o número de infecções, não sua gravidade. E, claro, a população carcerária é fortemente composta por homens jovens. Eu gostaria de ver este estudo repetido em locais onde ocorressem testes igualmente frequentes e baseados em regras entre uma população mais idosa – em lares de idosos, por exemplo.

Ainda assim, o artigo sugere algo que já não deveria ser controverso: evitar exposição prolongada à covid, mesmo após vacinação e infecção prévia, é uma boa forma de evitar a infecção. “Não estamos contando a ninguém nada que pareça ilógico a partir do que acabamos de passar nos últimos anos”, diz Margaret Lind, epidemiologista da Escola de Medicina de Yale que ajudou a liderar o estudo.

Mas o artigo acrescenta nuances à conversa. O estudo sugere que as máscaras e a ventilação são importantes, não apenas como forma de proteção, mas porque diminuir a exposição ao vírus parece melhorar a eficácia da imunidade conferida pelas vacinas e infecções anteriores, diz Lind.

Mesmo após vacinação e infecção prévia, é importante evitar exposição prolongada à covid-19. 

E há conclusões claras para o público. Para começar, qualquer pessoa que ainda esteja hesitante em receber as doses de reforço deve repensar sua escolha quando as vacinas atualizadas chegarem nas próximas semanas. Apenas 20% dos adultos nos Estados Unidos receberam o último reforço, portanto há muito espaço para melhorias.

Faz tempo que os dados deixam claro que a atual safra de vacinas é fundamental para salvar vidas e manter os mais vulneráveis fora do hospital. E agora há boas razões para pensar que atualizar os reforços também pode ajudar a evitar algumas infecções.

É um objetivo razoável. Afinal, ainda não temos um bom controle sobre as potenciais consequências para a saúde a longo prazo de repetidas infecções por covid. Então parece óbvio que devemos usar essa ferramenta para tentar minimizar esse risco.

À medida que os casos aumentam, também vale a pena revisitar formas testadas e comprovadas de reduzir sua exposição ao vírus. Isso pode significar uso de máscara em situações em que o risco pareça mais elevado. E deveria significar mais investimento na melhoria da qualidade do ar interior que respiramos, seja em casa, na escola ou no trabalho. No mínimo, abra uma janela enquanto o tempo ainda está quente.

Esta coluna não necessariamente reflete a opinião do conselho editorial ou da Bloomberg LP e de seus proprietários.

Lisa Jarvis é colunista da Bloomberg Opinion que cobre biotecnologia, saúde e indústria farmacêutica. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

THE WASHINGTON POST – Um novo estudo apresenta dados que apoiam uma das principais suposições sobre a propagação da covid: a intensidade da exposição ao vírus é importante e as vacinas e infecções anteriores só conseguem ajudar até certo ponto – mas ajudam.

A pesquisa, liderada por cientistas da Escola de Saúde Pública de Yale e publicada na Nature Communications, também reforça a noção comum de que as máscaras e a filtragem do ar podem aumentar a proteção proporcionada pelas vacinas e diminuir o risco de se contrair o vírus. Qualquer pessoa que esteja observando o retorno dos casos de covid em sua comunidade deve levar isso a sério: as infecções não são inevitáveis, e as ferramentas que temos usado para nos proteger não são apenas intuitivas – e certamente não deveriam ser controversas. São cada vez mais apoiadas por evidências.

Embora os dados do mundo real tenham proporcionado aos cientistas uma noção razoável da capacidade de as vacinas protegerem contra os piores resultados do vírus da covid, tem sido difícil compreender sua eficácia na prevenção da transmissão.

Uma equipe de pesquisadores encontrou uma forma inteligente de tentar mostrar que as vacinas são “vazadas” – isto é, conseguem proteger contra a transmissão, mas só até certo nível de exposição ao vírus. Eles analisaram infecções nas prisões de Connecticut (EUA).

As unidades correcionais oferecem uma oportunidade única para considerar a eficácia das vacinas. Raramente os pesquisadores têm informações tão completas sobre a quem uma pessoa está direta e intensamente exposta (um companheiro de cela), com quem provavelmente mantém contato próximo regular (outras pessoas do mesmo bloco) ou a quem está potencialmente exposta em situações mais transitórias (no contexto mais amplo da comunidade).

Os pesquisadores também sabiam quantas vezes todas as pessoas já haviam sido infectadas ou vacinadas. Melhor ainda, testes foram realizados com frequência e de acordo com um conjunto de regras, e não com inclinações pessoais.

Ao rastrear infecções durante as ondas Delta e Ômicron, os pesquisadores descobriram que a imunidade híbrida – ter sido vacinado e previamente infectado – fez o melhor trabalho na proteção contra a covid, mesmo quando as pessoas estavam próximas de alguém com o vírus. A imunidade adquirida apenas pela vacinação ou por infecções anteriores era mais fugaz: conferia proteção razoável contra infecções quando a exposição ao vírus era baixa, mas muito menos quando a exposição era elevada.

A pesquisa tem limitações, claro. O estudo é observacional, o que significa que tira conclusões analisando os dados disponíveis, em vez de testar ativamente uma hipótese. Além disso, os cientistas só puderam avaliar o número de infecções, não sua gravidade. E, claro, a população carcerária é fortemente composta por homens jovens. Eu gostaria de ver este estudo repetido em locais onde ocorressem testes igualmente frequentes e baseados em regras entre uma população mais idosa – em lares de idosos, por exemplo.

Ainda assim, o artigo sugere algo que já não deveria ser controverso: evitar exposição prolongada à covid, mesmo após vacinação e infecção prévia, é uma boa forma de evitar a infecção. “Não estamos contando a ninguém nada que pareça ilógico a partir do que acabamos de passar nos últimos anos”, diz Margaret Lind, epidemiologista da Escola de Medicina de Yale que ajudou a liderar o estudo.

Mas o artigo acrescenta nuances à conversa. O estudo sugere que as máscaras e a ventilação são importantes, não apenas como forma de proteção, mas porque diminuir a exposição ao vírus parece melhorar a eficácia da imunidade conferida pelas vacinas e infecções anteriores, diz Lind.

Mesmo após vacinação e infecção prévia, é importante evitar exposição prolongada à covid-19. 

E há conclusões claras para o público. Para começar, qualquer pessoa que ainda esteja hesitante em receber as doses de reforço deve repensar sua escolha quando as vacinas atualizadas chegarem nas próximas semanas. Apenas 20% dos adultos nos Estados Unidos receberam o último reforço, portanto há muito espaço para melhorias.

Faz tempo que os dados deixam claro que a atual safra de vacinas é fundamental para salvar vidas e manter os mais vulneráveis fora do hospital. E agora há boas razões para pensar que atualizar os reforços também pode ajudar a evitar algumas infecções.

É um objetivo razoável. Afinal, ainda não temos um bom controle sobre as potenciais consequências para a saúde a longo prazo de repetidas infecções por covid. Então parece óbvio que devemos usar essa ferramenta para tentar minimizar esse risco.

À medida que os casos aumentam, também vale a pena revisitar formas testadas e comprovadas de reduzir sua exposição ao vírus. Isso pode significar uso de máscara em situações em que o risco pareça mais elevado. E deveria significar mais investimento na melhoria da qualidade do ar interior que respiramos, seja em casa, na escola ou no trabalho. No mínimo, abra uma janela enquanto o tempo ainda está quente.

Esta coluna não necessariamente reflete a opinião do conselho editorial ou da Bloomberg LP e de seus proprietários.

Lisa Jarvis é colunista da Bloomberg Opinion que cobre biotecnologia, saúde e indústria farmacêutica. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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