Açaí faz bem à saúde: confira os benefícios associados ao alimento


Além de garantir disposição, o fruto apresenta efeitos protetores às artérias e ao cérebro, com impactos no humor; confira dicas de consumo para não colocar tudo a perder

Por Regina Célia Pereira
Atualização:

Se, há algumas décadas, o açaí ficava restrito às cuias dos povos ribeirinhos da Amazônia, agora é popular não apenas de norte a sul do Brasil, mas também nos quatro cantos do planeta. Muitos gringos saboreiam no café da manhã e existem lojas especializadas em cidades como Madri, na Espanha. Também marca presença em centros de pesquisa mundo afora.

O açaí, fruto amazônico, dá origem a um creme que faz sucesso no Brasil inteiro. Foto: XM4THX/Adobe Stock

Parte da receita do sucesso é um mix de substâncias protetoras. A começar pelo básico. “Assim como a maioria dos frutos, o açaí contém vitaminas e sais minerais”, comenta a nutricionista Maísa Mota Antunes, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Oferta as vitaminas A, C e E, parceiras da saúde ocular e da imunidade, além de algumas integrantes do complexo B. Já entre os minerais, vale menção para o magnésio e o potássio, essenciais aos músculos.

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A bióloga Ivana Cruz, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), acrescenta ainda a quantidade de fibras do fruto. “Oferece mais do que a manga, o abacaxi ou a laranja”, compara.

“Ele fornece gorduras benéficas”, diz Cássia Carvalho, nutricionista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Trata-se das poli-insaturadas e das monoinsaturadas – as responsáveis pela fama do azeite de oliva. Inclusive, aquela textura cremosa, presente no conteúdo servido nas tigelas, seria consequência dessa parcela gordurosa.

Mas o que chama mais a atenção dos cientistas é a soma de compostos conhecidos como polifenóis. Tais substâncias são produzidas pelo vegetal para protegê-lo das mudanças do clima e até de insetos. E são diversos tipos, entre os quais flavonoides, que somam uma extensa lista de integrantes. “Homoorientina, orientina, taxifolina desoxihexose, isovitexina e escoparina são exemplos”, conta a professora Ivana.

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No mesmo grupo estão ainda as celebradas antocianinas, que são pigmentos por trás da coloração roxa, quase negra do fruto.

Essa mistura e a sinergia entre eles potencializa os efeitos, sobretudo antioxidantes e anti-inflamatórios. Por isso é que o açaí desponta em tantas pesquisas.

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Destacando as evidências

O alimento coleciona indícios de proteção cardiovascular. Aliás, há mais um ingrediente da fruta que merece ser mencionado por essa função: o fitosterol. Ele apresenta estrutura química parecida com a do colesterol. E, como ambos são similares, disputam vagas para entrar nas células intestinais. Assim, o fitosterol ocupa alguns lugares e uma parte do colesterol acaba eliminada durante o processo digestivo, reduzindo seus níveis na circulação.

Já a turma das antocianinas e afins, além de ação antioxidante, tem a capacidade de brecar processos inflamatórios nos vasos sanguíneos, resguardando-os da formação das placas de ateroma.

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Outro beneficiado pelos componentes do açaí é o cérebro. Ivana vem investigando os feitos à saúde mental há mais de 15 anos. Um dos trabalhos, realizado em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Universidade de Toronto no Canadá, atesta os efeitos neuroprotetores.

“O fruto pode ser considerado “mood food”, conta. Ela se refere a um grupo de alimentos que contribuem para o bem-estar emocional.

Isso porque tanto nutrientes quanto fitoquímicos podem afetar neurotransmissores e processos cerebrais envolvidos na regulação do humor.

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No combo de benefícios atrelados ao consumo, também vale salientar que a composição do fruto é garantia de disposição e muitos esportistas lançam mão do alimento para manter o pique.

Ressalte-se que toda essa riqueza é relacionada ao fruto in natura.

A composição do açaí surpreende pesquisadores do mundo todo. Foto: Alexander Ruiz/Adobe Stock
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O conteúdo da tigela

Para quem não tem a sorte de tê-lo por perto, como a população amazônica, sobretudo, os que vivem no Pará, o jeito é contentar-se com opções industrializadas. Nesse caso, a dica é redobrar a atenção.

“Existem produtos no mercado que contêm xarope de glicose na formulação”, avisa Maísa. Nesse caso, além de muito mais doces, eles podem apresentar o dobro do valor calórico.

“A sugestão é observar o rótulo e buscar versões com o menor número de ingredientes e com maior percentual da fruta”, ensina Cássia. Deve-se priorizar a polpa congelada, de preferência feita exclusivamente de açaí, sem acréscimos de xarope de guaraná, entre outros incrementos.

Há ainda o açaí liofilizado, ou seja, o vegetal desidratado e em forma de pó. Outra vez, olho vivo nos detalhes estampados na embalagem.

Quem consome pertinho da floresta descreve seu gosto como algo terroso e lá é comum saborear nas refeições principais, junto de peixes, farinha de mandioca, entre outros pratos. Por lá também é comum encontrar um tipo de suco, chamado de vinho, mas sem álcool, que é o fruto misturado com água. Alguns são mais grossos, outros mais diluídos.

Para além das tradições culinárias, o que se vê mais ao sul do Brasil são combinações bastante criativas.

“Se mistura com confeitos, leite condensado, paçoca e tantos ingredientes inusitados”, comenta Maísa. Assim, crescem as chances de se anular os benefícios. Sem contar a granola, que, embora seja nutritiva, adiciona mais uma porção de calorias e de açúcar.

Para não botar tudo a perder, a sugestão é combinar com frutas como o morango, o kiwi, a banana, a uva... “Dá para preparar shake proteico com whey protein”, indica Cássia.

E ainda assim, nada de extrapolar na dose. Mesmo para alimentos repletos de virtudes, o excesso nunca é bem-vindo.

Se, há algumas décadas, o açaí ficava restrito às cuias dos povos ribeirinhos da Amazônia, agora é popular não apenas de norte a sul do Brasil, mas também nos quatro cantos do planeta. Muitos gringos saboreiam no café da manhã e existem lojas especializadas em cidades como Madri, na Espanha. Também marca presença em centros de pesquisa mundo afora.

O açaí, fruto amazônico, dá origem a um creme que faz sucesso no Brasil inteiro. Foto: XM4THX/Adobe Stock

Parte da receita do sucesso é um mix de substâncias protetoras. A começar pelo básico. “Assim como a maioria dos frutos, o açaí contém vitaminas e sais minerais”, comenta a nutricionista Maísa Mota Antunes, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Oferta as vitaminas A, C e E, parceiras da saúde ocular e da imunidade, além de algumas integrantes do complexo B. Já entre os minerais, vale menção para o magnésio e o potássio, essenciais aos músculos.

A bióloga Ivana Cruz, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), acrescenta ainda a quantidade de fibras do fruto. “Oferece mais do que a manga, o abacaxi ou a laranja”, compara.

“Ele fornece gorduras benéficas”, diz Cássia Carvalho, nutricionista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Trata-se das poli-insaturadas e das monoinsaturadas – as responsáveis pela fama do azeite de oliva. Inclusive, aquela textura cremosa, presente no conteúdo servido nas tigelas, seria consequência dessa parcela gordurosa.

Mas o que chama mais a atenção dos cientistas é a soma de compostos conhecidos como polifenóis. Tais substâncias são produzidas pelo vegetal para protegê-lo das mudanças do clima e até de insetos. E são diversos tipos, entre os quais flavonoides, que somam uma extensa lista de integrantes. “Homoorientina, orientina, taxifolina desoxihexose, isovitexina e escoparina são exemplos”, conta a professora Ivana.

No mesmo grupo estão ainda as celebradas antocianinas, que são pigmentos por trás da coloração roxa, quase negra do fruto.

Essa mistura e a sinergia entre eles potencializa os efeitos, sobretudo antioxidantes e anti-inflamatórios. Por isso é que o açaí desponta em tantas pesquisas.

Destacando as evidências

O alimento coleciona indícios de proteção cardiovascular. Aliás, há mais um ingrediente da fruta que merece ser mencionado por essa função: o fitosterol. Ele apresenta estrutura química parecida com a do colesterol. E, como ambos são similares, disputam vagas para entrar nas células intestinais. Assim, o fitosterol ocupa alguns lugares e uma parte do colesterol acaba eliminada durante o processo digestivo, reduzindo seus níveis na circulação.

Já a turma das antocianinas e afins, além de ação antioxidante, tem a capacidade de brecar processos inflamatórios nos vasos sanguíneos, resguardando-os da formação das placas de ateroma.

Outro beneficiado pelos componentes do açaí é o cérebro. Ivana vem investigando os feitos à saúde mental há mais de 15 anos. Um dos trabalhos, realizado em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Universidade de Toronto no Canadá, atesta os efeitos neuroprotetores.

“O fruto pode ser considerado “mood food”, conta. Ela se refere a um grupo de alimentos que contribuem para o bem-estar emocional.

Isso porque tanto nutrientes quanto fitoquímicos podem afetar neurotransmissores e processos cerebrais envolvidos na regulação do humor.

No combo de benefícios atrelados ao consumo, também vale salientar que a composição do fruto é garantia de disposição e muitos esportistas lançam mão do alimento para manter o pique.

Ressalte-se que toda essa riqueza é relacionada ao fruto in natura.

A composição do açaí surpreende pesquisadores do mundo todo. Foto: Alexander Ruiz/Adobe Stock

O conteúdo da tigela

Para quem não tem a sorte de tê-lo por perto, como a população amazônica, sobretudo, os que vivem no Pará, o jeito é contentar-se com opções industrializadas. Nesse caso, a dica é redobrar a atenção.

“Existem produtos no mercado que contêm xarope de glicose na formulação”, avisa Maísa. Nesse caso, além de muito mais doces, eles podem apresentar o dobro do valor calórico.

“A sugestão é observar o rótulo e buscar versões com o menor número de ingredientes e com maior percentual da fruta”, ensina Cássia. Deve-se priorizar a polpa congelada, de preferência feita exclusivamente de açaí, sem acréscimos de xarope de guaraná, entre outros incrementos.

Há ainda o açaí liofilizado, ou seja, o vegetal desidratado e em forma de pó. Outra vez, olho vivo nos detalhes estampados na embalagem.

Quem consome pertinho da floresta descreve seu gosto como algo terroso e lá é comum saborear nas refeições principais, junto de peixes, farinha de mandioca, entre outros pratos. Por lá também é comum encontrar um tipo de suco, chamado de vinho, mas sem álcool, que é o fruto misturado com água. Alguns são mais grossos, outros mais diluídos.

Para além das tradições culinárias, o que se vê mais ao sul do Brasil são combinações bastante criativas.

“Se mistura com confeitos, leite condensado, paçoca e tantos ingredientes inusitados”, comenta Maísa. Assim, crescem as chances de se anular os benefícios. Sem contar a granola, que, embora seja nutritiva, adiciona mais uma porção de calorias e de açúcar.

Para não botar tudo a perder, a sugestão é combinar com frutas como o morango, o kiwi, a banana, a uva... “Dá para preparar shake proteico com whey protein”, indica Cássia.

E ainda assim, nada de extrapolar na dose. Mesmo para alimentos repletos de virtudes, o excesso nunca é bem-vindo.

Se, há algumas décadas, o açaí ficava restrito às cuias dos povos ribeirinhos da Amazônia, agora é popular não apenas de norte a sul do Brasil, mas também nos quatro cantos do planeta. Muitos gringos saboreiam no café da manhã e existem lojas especializadas em cidades como Madri, na Espanha. Também marca presença em centros de pesquisa mundo afora.

O açaí, fruto amazônico, dá origem a um creme que faz sucesso no Brasil inteiro. Foto: XM4THX/Adobe Stock

Parte da receita do sucesso é um mix de substâncias protetoras. A começar pelo básico. “Assim como a maioria dos frutos, o açaí contém vitaminas e sais minerais”, comenta a nutricionista Maísa Mota Antunes, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Oferta as vitaminas A, C e E, parceiras da saúde ocular e da imunidade, além de algumas integrantes do complexo B. Já entre os minerais, vale menção para o magnésio e o potássio, essenciais aos músculos.

A bióloga Ivana Cruz, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), acrescenta ainda a quantidade de fibras do fruto. “Oferece mais do que a manga, o abacaxi ou a laranja”, compara.

“Ele fornece gorduras benéficas”, diz Cássia Carvalho, nutricionista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Trata-se das poli-insaturadas e das monoinsaturadas – as responsáveis pela fama do azeite de oliva. Inclusive, aquela textura cremosa, presente no conteúdo servido nas tigelas, seria consequência dessa parcela gordurosa.

Mas o que chama mais a atenção dos cientistas é a soma de compostos conhecidos como polifenóis. Tais substâncias são produzidas pelo vegetal para protegê-lo das mudanças do clima e até de insetos. E são diversos tipos, entre os quais flavonoides, que somam uma extensa lista de integrantes. “Homoorientina, orientina, taxifolina desoxihexose, isovitexina e escoparina são exemplos”, conta a professora Ivana.

No mesmo grupo estão ainda as celebradas antocianinas, que são pigmentos por trás da coloração roxa, quase negra do fruto.

Essa mistura e a sinergia entre eles potencializa os efeitos, sobretudo antioxidantes e anti-inflamatórios. Por isso é que o açaí desponta em tantas pesquisas.

Destacando as evidências

O alimento coleciona indícios de proteção cardiovascular. Aliás, há mais um ingrediente da fruta que merece ser mencionado por essa função: o fitosterol. Ele apresenta estrutura química parecida com a do colesterol. E, como ambos são similares, disputam vagas para entrar nas células intestinais. Assim, o fitosterol ocupa alguns lugares e uma parte do colesterol acaba eliminada durante o processo digestivo, reduzindo seus níveis na circulação.

Já a turma das antocianinas e afins, além de ação antioxidante, tem a capacidade de brecar processos inflamatórios nos vasos sanguíneos, resguardando-os da formação das placas de ateroma.

Outro beneficiado pelos componentes do açaí é o cérebro. Ivana vem investigando os feitos à saúde mental há mais de 15 anos. Um dos trabalhos, realizado em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Universidade de Toronto no Canadá, atesta os efeitos neuroprotetores.

“O fruto pode ser considerado “mood food”, conta. Ela se refere a um grupo de alimentos que contribuem para o bem-estar emocional.

Isso porque tanto nutrientes quanto fitoquímicos podem afetar neurotransmissores e processos cerebrais envolvidos na regulação do humor.

No combo de benefícios atrelados ao consumo, também vale salientar que a composição do fruto é garantia de disposição e muitos esportistas lançam mão do alimento para manter o pique.

Ressalte-se que toda essa riqueza é relacionada ao fruto in natura.

A composição do açaí surpreende pesquisadores do mundo todo. Foto: Alexander Ruiz/Adobe Stock

O conteúdo da tigela

Para quem não tem a sorte de tê-lo por perto, como a população amazônica, sobretudo, os que vivem no Pará, o jeito é contentar-se com opções industrializadas. Nesse caso, a dica é redobrar a atenção.

“Existem produtos no mercado que contêm xarope de glicose na formulação”, avisa Maísa. Nesse caso, além de muito mais doces, eles podem apresentar o dobro do valor calórico.

“A sugestão é observar o rótulo e buscar versões com o menor número de ingredientes e com maior percentual da fruta”, ensina Cássia. Deve-se priorizar a polpa congelada, de preferência feita exclusivamente de açaí, sem acréscimos de xarope de guaraná, entre outros incrementos.

Há ainda o açaí liofilizado, ou seja, o vegetal desidratado e em forma de pó. Outra vez, olho vivo nos detalhes estampados na embalagem.

Quem consome pertinho da floresta descreve seu gosto como algo terroso e lá é comum saborear nas refeições principais, junto de peixes, farinha de mandioca, entre outros pratos. Por lá também é comum encontrar um tipo de suco, chamado de vinho, mas sem álcool, que é o fruto misturado com água. Alguns são mais grossos, outros mais diluídos.

Para além das tradições culinárias, o que se vê mais ao sul do Brasil são combinações bastante criativas.

“Se mistura com confeitos, leite condensado, paçoca e tantos ingredientes inusitados”, comenta Maísa. Assim, crescem as chances de se anular os benefícios. Sem contar a granola, que, embora seja nutritiva, adiciona mais uma porção de calorias e de açúcar.

Para não botar tudo a perder, a sugestão é combinar com frutas como o morango, o kiwi, a banana, a uva... “Dá para preparar shake proteico com whey protein”, indica Cássia.

E ainda assim, nada de extrapolar na dose. Mesmo para alimentos repletos de virtudes, o excesso nunca é bem-vindo.

Se, há algumas décadas, o açaí ficava restrito às cuias dos povos ribeirinhos da Amazônia, agora é popular não apenas de norte a sul do Brasil, mas também nos quatro cantos do planeta. Muitos gringos saboreiam no café da manhã e existem lojas especializadas em cidades como Madri, na Espanha. Também marca presença em centros de pesquisa mundo afora.

O açaí, fruto amazônico, dá origem a um creme que faz sucesso no Brasil inteiro. Foto: XM4THX/Adobe Stock

Parte da receita do sucesso é um mix de substâncias protetoras. A começar pelo básico. “Assim como a maioria dos frutos, o açaí contém vitaminas e sais minerais”, comenta a nutricionista Maísa Mota Antunes, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Oferta as vitaminas A, C e E, parceiras da saúde ocular e da imunidade, além de algumas integrantes do complexo B. Já entre os minerais, vale menção para o magnésio e o potássio, essenciais aos músculos.

A bióloga Ivana Cruz, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), acrescenta ainda a quantidade de fibras do fruto. “Oferece mais do que a manga, o abacaxi ou a laranja”, compara.

“Ele fornece gorduras benéficas”, diz Cássia Carvalho, nutricionista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Trata-se das poli-insaturadas e das monoinsaturadas – as responsáveis pela fama do azeite de oliva. Inclusive, aquela textura cremosa, presente no conteúdo servido nas tigelas, seria consequência dessa parcela gordurosa.

Mas o que chama mais a atenção dos cientistas é a soma de compostos conhecidos como polifenóis. Tais substâncias são produzidas pelo vegetal para protegê-lo das mudanças do clima e até de insetos. E são diversos tipos, entre os quais flavonoides, que somam uma extensa lista de integrantes. “Homoorientina, orientina, taxifolina desoxihexose, isovitexina e escoparina são exemplos”, conta a professora Ivana.

No mesmo grupo estão ainda as celebradas antocianinas, que são pigmentos por trás da coloração roxa, quase negra do fruto.

Essa mistura e a sinergia entre eles potencializa os efeitos, sobretudo antioxidantes e anti-inflamatórios. Por isso é que o açaí desponta em tantas pesquisas.

Destacando as evidências

O alimento coleciona indícios de proteção cardiovascular. Aliás, há mais um ingrediente da fruta que merece ser mencionado por essa função: o fitosterol. Ele apresenta estrutura química parecida com a do colesterol. E, como ambos são similares, disputam vagas para entrar nas células intestinais. Assim, o fitosterol ocupa alguns lugares e uma parte do colesterol acaba eliminada durante o processo digestivo, reduzindo seus níveis na circulação.

Já a turma das antocianinas e afins, além de ação antioxidante, tem a capacidade de brecar processos inflamatórios nos vasos sanguíneos, resguardando-os da formação das placas de ateroma.

Outro beneficiado pelos componentes do açaí é o cérebro. Ivana vem investigando os feitos à saúde mental há mais de 15 anos. Um dos trabalhos, realizado em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Universidade de Toronto no Canadá, atesta os efeitos neuroprotetores.

“O fruto pode ser considerado “mood food”, conta. Ela se refere a um grupo de alimentos que contribuem para o bem-estar emocional.

Isso porque tanto nutrientes quanto fitoquímicos podem afetar neurotransmissores e processos cerebrais envolvidos na regulação do humor.

No combo de benefícios atrelados ao consumo, também vale salientar que a composição do fruto é garantia de disposição e muitos esportistas lançam mão do alimento para manter o pique.

Ressalte-se que toda essa riqueza é relacionada ao fruto in natura.

A composição do açaí surpreende pesquisadores do mundo todo. Foto: Alexander Ruiz/Adobe Stock

O conteúdo da tigela

Para quem não tem a sorte de tê-lo por perto, como a população amazônica, sobretudo, os que vivem no Pará, o jeito é contentar-se com opções industrializadas. Nesse caso, a dica é redobrar a atenção.

“Existem produtos no mercado que contêm xarope de glicose na formulação”, avisa Maísa. Nesse caso, além de muito mais doces, eles podem apresentar o dobro do valor calórico.

“A sugestão é observar o rótulo e buscar versões com o menor número de ingredientes e com maior percentual da fruta”, ensina Cássia. Deve-se priorizar a polpa congelada, de preferência feita exclusivamente de açaí, sem acréscimos de xarope de guaraná, entre outros incrementos.

Há ainda o açaí liofilizado, ou seja, o vegetal desidratado e em forma de pó. Outra vez, olho vivo nos detalhes estampados na embalagem.

Quem consome pertinho da floresta descreve seu gosto como algo terroso e lá é comum saborear nas refeições principais, junto de peixes, farinha de mandioca, entre outros pratos. Por lá também é comum encontrar um tipo de suco, chamado de vinho, mas sem álcool, que é o fruto misturado com água. Alguns são mais grossos, outros mais diluídos.

Para além das tradições culinárias, o que se vê mais ao sul do Brasil são combinações bastante criativas.

“Se mistura com confeitos, leite condensado, paçoca e tantos ingredientes inusitados”, comenta Maísa. Assim, crescem as chances de se anular os benefícios. Sem contar a granola, que, embora seja nutritiva, adiciona mais uma porção de calorias e de açúcar.

Para não botar tudo a perder, a sugestão é combinar com frutas como o morango, o kiwi, a banana, a uva... “Dá para preparar shake proteico com whey protein”, indica Cássia.

E ainda assim, nada de extrapolar na dose. Mesmo para alimentos repletos de virtudes, o excesso nunca é bem-vindo.

Se, há algumas décadas, o açaí ficava restrito às cuias dos povos ribeirinhos da Amazônia, agora é popular não apenas de norte a sul do Brasil, mas também nos quatro cantos do planeta. Muitos gringos saboreiam no café da manhã e existem lojas especializadas em cidades como Madri, na Espanha. Também marca presença em centros de pesquisa mundo afora.

O açaí, fruto amazônico, dá origem a um creme que faz sucesso no Brasil inteiro. Foto: XM4THX/Adobe Stock

Parte da receita do sucesso é um mix de substâncias protetoras. A começar pelo básico. “Assim como a maioria dos frutos, o açaí contém vitaminas e sais minerais”, comenta a nutricionista Maísa Mota Antunes, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Oferta as vitaminas A, C e E, parceiras da saúde ocular e da imunidade, além de algumas integrantes do complexo B. Já entre os minerais, vale menção para o magnésio e o potássio, essenciais aos músculos.

A bióloga Ivana Cruz, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), acrescenta ainda a quantidade de fibras do fruto. “Oferece mais do que a manga, o abacaxi ou a laranja”, compara.

“Ele fornece gorduras benéficas”, diz Cássia Carvalho, nutricionista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Trata-se das poli-insaturadas e das monoinsaturadas – as responsáveis pela fama do azeite de oliva. Inclusive, aquela textura cremosa, presente no conteúdo servido nas tigelas, seria consequência dessa parcela gordurosa.

Mas o que chama mais a atenção dos cientistas é a soma de compostos conhecidos como polifenóis. Tais substâncias são produzidas pelo vegetal para protegê-lo das mudanças do clima e até de insetos. E são diversos tipos, entre os quais flavonoides, que somam uma extensa lista de integrantes. “Homoorientina, orientina, taxifolina desoxihexose, isovitexina e escoparina são exemplos”, conta a professora Ivana.

No mesmo grupo estão ainda as celebradas antocianinas, que são pigmentos por trás da coloração roxa, quase negra do fruto.

Essa mistura e a sinergia entre eles potencializa os efeitos, sobretudo antioxidantes e anti-inflamatórios. Por isso é que o açaí desponta em tantas pesquisas.

Destacando as evidências

O alimento coleciona indícios de proteção cardiovascular. Aliás, há mais um ingrediente da fruta que merece ser mencionado por essa função: o fitosterol. Ele apresenta estrutura química parecida com a do colesterol. E, como ambos são similares, disputam vagas para entrar nas células intestinais. Assim, o fitosterol ocupa alguns lugares e uma parte do colesterol acaba eliminada durante o processo digestivo, reduzindo seus níveis na circulação.

Já a turma das antocianinas e afins, além de ação antioxidante, tem a capacidade de brecar processos inflamatórios nos vasos sanguíneos, resguardando-os da formação das placas de ateroma.

Outro beneficiado pelos componentes do açaí é o cérebro. Ivana vem investigando os feitos à saúde mental há mais de 15 anos. Um dos trabalhos, realizado em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Universidade de Toronto no Canadá, atesta os efeitos neuroprotetores.

“O fruto pode ser considerado “mood food”, conta. Ela se refere a um grupo de alimentos que contribuem para o bem-estar emocional.

Isso porque tanto nutrientes quanto fitoquímicos podem afetar neurotransmissores e processos cerebrais envolvidos na regulação do humor.

No combo de benefícios atrelados ao consumo, também vale salientar que a composição do fruto é garantia de disposição e muitos esportistas lançam mão do alimento para manter o pique.

Ressalte-se que toda essa riqueza é relacionada ao fruto in natura.

A composição do açaí surpreende pesquisadores do mundo todo. Foto: Alexander Ruiz/Adobe Stock

O conteúdo da tigela

Para quem não tem a sorte de tê-lo por perto, como a população amazônica, sobretudo, os que vivem no Pará, o jeito é contentar-se com opções industrializadas. Nesse caso, a dica é redobrar a atenção.

“Existem produtos no mercado que contêm xarope de glicose na formulação”, avisa Maísa. Nesse caso, além de muito mais doces, eles podem apresentar o dobro do valor calórico.

“A sugestão é observar o rótulo e buscar versões com o menor número de ingredientes e com maior percentual da fruta”, ensina Cássia. Deve-se priorizar a polpa congelada, de preferência feita exclusivamente de açaí, sem acréscimos de xarope de guaraná, entre outros incrementos.

Há ainda o açaí liofilizado, ou seja, o vegetal desidratado e em forma de pó. Outra vez, olho vivo nos detalhes estampados na embalagem.

Quem consome pertinho da floresta descreve seu gosto como algo terroso e lá é comum saborear nas refeições principais, junto de peixes, farinha de mandioca, entre outros pratos. Por lá também é comum encontrar um tipo de suco, chamado de vinho, mas sem álcool, que é o fruto misturado com água. Alguns são mais grossos, outros mais diluídos.

Para além das tradições culinárias, o que se vê mais ao sul do Brasil são combinações bastante criativas.

“Se mistura com confeitos, leite condensado, paçoca e tantos ingredientes inusitados”, comenta Maísa. Assim, crescem as chances de se anular os benefícios. Sem contar a granola, que, embora seja nutritiva, adiciona mais uma porção de calorias e de açúcar.

Para não botar tudo a perder, a sugestão é combinar com frutas como o morango, o kiwi, a banana, a uva... “Dá para preparar shake proteico com whey protein”, indica Cássia.

E ainda assim, nada de extrapolar na dose. Mesmo para alimentos repletos de virtudes, o excesso nunca é bem-vindo.

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