Acidente com arma em sala de ressonância magnética: veja quais objetos exigem cuidado no exame


Advogado foi atingido pela própria arma enquanto acompanhava sua mãe na realização do procedimento em São Paulo

Por Renata Okumura
Atualização:

Utilizada para ajudar no diagnóstico de várias doenças em especialidades como oncologia, neurologia, cardiologia e ortopedia, a ressonância magnética (RM) exige alguns cuidados para que o exame seja feito de forma segura e evite acidentes como o que aconteceu na segunda-feira, 16, quando um homem de 40 anos foi atingido acidentalmente por um disparo de arma de fogo, enquanto acompanhava sua mãe na realização do procedimento.

Segundo o boletim de ocorrência, quando a máquina foi acionada, o magnetismo puxou a arma que estava em sua cintura e disparou, atingindo-o na região do abdômen. Antes de entrar no local, o advogado Leandro Mathias de Novaes assinou um termo de contraindicação de campo magnético para os acompanhantes. Ele foi encaminhado ao Hospital São Luiz.

O exame de ressonância magnética não possui radiação ionizante como a tomografia computadorizada e raio-x, mas envolve a utilização de campos magnéticos e ondas de rádio, desta forma é importante conferir todas as orientações para a realização do procedimento.

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De acordo com Alessandro André Mazzola, físico médico, especialista em física do radiodiagnóstico e diretor do MRIONLINE Protocols & Educations, todo paciente precisa ser orientado quanto ao exame. “É importante explicar que se trata de um equipamento que irá utilizar um forte campo magnético (chamado de campo magnético estático), variações do campo magnético e radiofrequência”, afirma o também integrante da comissão organizadora da Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2023).

Além disso, deve ser informado, caso especificado no pedido médico, o uso de meio de contraste à base de gadolínio. “O conjunto de recomendações ao paciente visa a garantir sua segurança no ambiente e, mais especificamente, no momento de entrar na sala de exames (próximo ao magneto onde o campo magnético é alto) e durante todo seu exame”, diz Mazzola.

Em regra geral, todos os exames de imagem diagnóstica devem ser feitos com os pacientes sem portar objetos, para não gerar artefatos que prejudiquem a aquisição das imagens e sua posterior interpretação. Foto: MRIONLINE/Divulgação
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Além de ser verbalmente orientado pela equipe de enfermagem e técnica, todo paciente que for realizar uma ressonância magnética deverá ser questionado previamente quanto à presença de implantes, próteses, fragmentos metálicos ou dispositivos eletrônicos no seu corpo.

Essa investigação de segurança pode ocorrer, em um primeiro momento, por meio de algumas perguntas feitas ao paciente por telefone no agendamento ou mesmo na recepção do serviço.

“Entretanto, é a investigação por meio de um documento contendo uma pesquisa de segurança em ressonância magnética com perguntas específicas e um consentimento informado, avisando dos riscos e com orientações para o exame, que o paciente deve preencher a próprio punho e assinar. Questões específicas sobre doenças prévias e alergias também são levantadas e ajudam na avaliação do uso dos meios de contraste à base de gadolínio”, diz o especialista.

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O forte campo magnético do equipamento de ressonância magnética está sempre ligado, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Desta forma, os cuidados no ambiente são permanentes e a restrição de acesso, acompanhamento das pessoas de fora do setor e treinamentos devem ser rigorosamente realizados e os procedimentos, seguidos.

Conforme o Ministério da Saúde, a sala de exames deve exibir sinalização nas portas de acesso. “Devem ser informados os riscos e a proibição da entrada de pessoas com implantes ou outros objetos incompatíveis com a tecnologia, em linguagem ou simbologia internacionalmente aceita, compreensível para os indivíduos do público”, afirma a pasta.

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15º DP de Itaim Bibi está investigando o caso do advogado Leandro Mathias, que foi internado após ser atingido pelo disparo da própria arma. Foto: Redes sociais do Leandro Mathias/Reprodução

Quais as recomendações para os pacientes que vão fazer exame de ressonância magnética com relação ao uso de determinados objetos metálicos, em razão do campo magnético?

“Todos os pacientes que serão submetidos ao exame de ressonância magnética devem, obrigatoriamente, responder a um questionário direcionado em que é perguntado sobre a presença de material metálico fixo e/ou móvel no corpo, tais como: próteses, marca-passo, piercings, entre outros”, afirma o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR).

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Segundo a entidade, a partir desta triagem, o paciente é orientado quanto à retirada dos materiais metálicos não compatíveis, sendo explicado que a sua presença dentro da sala de exame é proibida, em razão da força do campo magnético.

No momento exatamente antes do seu exame, o paciente deverá trocar completamente de roupa e deixar seus pertences em um armário ou vestiário, sendo novamente orientado pela equipe e avaliado para ver se cumpriu com a solicitação.

“Se o paciente possuir próteses dentárias móveis, brincos, piercing, maquiagem ou outros adereços esses deverão ser retirados antes de entrar na sala de exames”, acrescenta Mazzola, especialista em física do radiodiagnóstico.

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A mesma orientação vale para qualquer material metálico, como moedas e chaves, ou mesmo armas de fogo. “Um material metálico pode até não ser atraído pelo forte campo magnético (materiais não ferromagnéticos não são atraídos pelo equipamento), mas pode causar outros problemas, como aquecer durante o exame de forma excessiva, levando até a uma queimadura se em contato com a pele ou tecido do paciente”, afirma Mazzola.

A legislação, de acordo com ele, pede que o serviço possua um detector de metais que terá o objetivo de avaliar o paciente logo antes de ingressar na sala de ressonância magnética, garantindo assim que o mesmo não esqueceu ou não deixou nenhum material metálico junto ao seu corpo, salvo os casos que ele possuir alguma prótese, implante ou dispositivo compatível com o exame.

A orientação é válida também para acompanhante?

Sim. “A orientação é válida e obrigatória a todos os que entram na sala de exames: pacientes, acompanhantes e colaboradores”, diz o CBR.

“As recomendações para acompanhantes que irão ingressar na sala de exames junto com o paciente, visto que muitas vezes isso se torna importante para ajudar o paciente a se acalmar para realizar o exame ou reduzir sua sensação de claustrofobia, são as mesmas que para o paciente”, acrescenta Mazzola, físico médico, especialista em física do radiodiagnóstico.

Com a diferença apenas que não é necessário que o acompanhante troque toda sua roupa, mas que toda sua vestimenta seja verificada pela equipe de forma visual e com um detector de metais.

“Havendo qualquer tipo de material metálico solto no seu corpo ou mesmo pertences pessoais como celular, carteira, cartão de crédito, relógio, moedas etc estes deverão ser deixados num armário ou local específico”, diz ele.

E no caso da arma disparada acidentalmente? O que provocou o disparo? A pessoa deve informar que possui uma arma antes de entrar na sala do exame?

“Não é possível afirmar ao certo a causa do disparo. Porém, provavelmente, este se deu pela força do impacto da mesma com o aparelho de ressonância magnética. O acompanhante deve – obrigatoriamente – informar que porta um objeto metálico. O local disponibiliza armários adequados para a guarda de objetos pessoais para esta finalidade”, afirma o CBR.

Ainda segundo Mazzola, é importante destacar que muitos serviços adotam uma política ou rotina específica para armas de fogo. “A instituição pode ter um local adequado de guarda junto à segurança patrimonial da instituição, um cofre ou, ainda, cancelar o exame e pedir para o paciente regressar sem a presença da arma de fogo”, afirma ele.

Algumas tatuagens podem interferir no resultado do exame de ressonância magnética? Há pessoas tatuadas que não podem realizá-lo?

As tatuagens, ricas em componente de ferro, podem gerar artefatos que anulam o sinal magnético, prejudicando a análise regional. Além disso, alguns componentes das tinturas podem absorver o calor gerado no exame, levando em, última análise, ao surgimento de aquecimento local. Não existem relatos de queimaduras relacionadas a tatuagens.

Quais regras devem ser seguidas?

É obrigatório, segundo o CBR, que todos os pacientes e acompanhantes respondam aos questionários dos serviços, atendam as orientações dos colaboradores e respeitem todo o protocolo de segurança (incluindo sinalizações nos setores, avisos de segurança e proibição de material não-compatível na sala de exames).

Quais outros exames também têm entrada restrita de determinados objetos?

Em regra geral, todos os exames de imagem diagnóstica devem ser feitos com os pacientes sem portar objetos, para não gerar artefatos que prejudiquem a aquisição das imagens e sua posterior interpretação. “No entanto, restrições absolutas a material metálico são específicas do campo magnético usado nos exames de ressonância magnética”, diz o CBR.

Recomendações antes da realização de uma ressonância magnética:

  • Embora a maioria seja compatível atualmente com o exame, há alguns dispositivos metálicos ou eletrônicos, como marca-passos cardíacos e próteses metálicas, que não permitem a realização da ressonância magnética. É preciso saber se o dispositivo é ‘não seguro’ ou ‘condicional’. Sendo condicional, poderá realizar, mas deverá seguir as orientações específicas do fabricante.
  • É fundamental que o paciente e acompanhante, se for o caso, sigam corretamente as recomendações para retirar objetos pessoais metálicos, assim como informar no local da realização do exame quaisquer dispositivos presentes no corpo.
  • Orienta-se que sejam removidos objetos pessoais como brincos, anéis, colares, piercings, dentaduras, aparelhos auditivos. Todos os itens são informados antes da realização do exame.
  • O paciente que tiver tatuagens, ricas em componente de ferro, deve informar previamente o profissional que irá realizar a ressonância magnética.
  • Da mesma forma é indicado que a pessoa informe se possui maquiagem.
  • Gestantes podem realizar o exame, mas uma avaliação será feita pelo médico radiologista e o solicitante para avaliar a real necessidade e se o ultrassom não é uma opção.

Utilizada para ajudar no diagnóstico de várias doenças em especialidades como oncologia, neurologia, cardiologia e ortopedia, a ressonância magnética (RM) exige alguns cuidados para que o exame seja feito de forma segura e evite acidentes como o que aconteceu na segunda-feira, 16, quando um homem de 40 anos foi atingido acidentalmente por um disparo de arma de fogo, enquanto acompanhava sua mãe na realização do procedimento.

Segundo o boletim de ocorrência, quando a máquina foi acionada, o magnetismo puxou a arma que estava em sua cintura e disparou, atingindo-o na região do abdômen. Antes de entrar no local, o advogado Leandro Mathias de Novaes assinou um termo de contraindicação de campo magnético para os acompanhantes. Ele foi encaminhado ao Hospital São Luiz.

O exame de ressonância magnética não possui radiação ionizante como a tomografia computadorizada e raio-x, mas envolve a utilização de campos magnéticos e ondas de rádio, desta forma é importante conferir todas as orientações para a realização do procedimento.

De acordo com Alessandro André Mazzola, físico médico, especialista em física do radiodiagnóstico e diretor do MRIONLINE Protocols & Educations, todo paciente precisa ser orientado quanto ao exame. “É importante explicar que se trata de um equipamento que irá utilizar um forte campo magnético (chamado de campo magnético estático), variações do campo magnético e radiofrequência”, afirma o também integrante da comissão organizadora da Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2023).

Além disso, deve ser informado, caso especificado no pedido médico, o uso de meio de contraste à base de gadolínio. “O conjunto de recomendações ao paciente visa a garantir sua segurança no ambiente e, mais especificamente, no momento de entrar na sala de exames (próximo ao magneto onde o campo magnético é alto) e durante todo seu exame”, diz Mazzola.

Em regra geral, todos os exames de imagem diagnóstica devem ser feitos com os pacientes sem portar objetos, para não gerar artefatos que prejudiquem a aquisição das imagens e sua posterior interpretação. Foto: MRIONLINE/Divulgação

Além de ser verbalmente orientado pela equipe de enfermagem e técnica, todo paciente que for realizar uma ressonância magnética deverá ser questionado previamente quanto à presença de implantes, próteses, fragmentos metálicos ou dispositivos eletrônicos no seu corpo.

Essa investigação de segurança pode ocorrer, em um primeiro momento, por meio de algumas perguntas feitas ao paciente por telefone no agendamento ou mesmo na recepção do serviço.

“Entretanto, é a investigação por meio de um documento contendo uma pesquisa de segurança em ressonância magnética com perguntas específicas e um consentimento informado, avisando dos riscos e com orientações para o exame, que o paciente deve preencher a próprio punho e assinar. Questões específicas sobre doenças prévias e alergias também são levantadas e ajudam na avaliação do uso dos meios de contraste à base de gadolínio”, diz o especialista.

O forte campo magnético do equipamento de ressonância magnética está sempre ligado, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Desta forma, os cuidados no ambiente são permanentes e a restrição de acesso, acompanhamento das pessoas de fora do setor e treinamentos devem ser rigorosamente realizados e os procedimentos, seguidos.

Conforme o Ministério da Saúde, a sala de exames deve exibir sinalização nas portas de acesso. “Devem ser informados os riscos e a proibição da entrada de pessoas com implantes ou outros objetos incompatíveis com a tecnologia, em linguagem ou simbologia internacionalmente aceita, compreensível para os indivíduos do público”, afirma a pasta.

15º DP de Itaim Bibi está investigando o caso do advogado Leandro Mathias, que foi internado após ser atingido pelo disparo da própria arma. Foto: Redes sociais do Leandro Mathias/Reprodução

Quais as recomendações para os pacientes que vão fazer exame de ressonância magnética com relação ao uso de determinados objetos metálicos, em razão do campo magnético?

“Todos os pacientes que serão submetidos ao exame de ressonância magnética devem, obrigatoriamente, responder a um questionário direcionado em que é perguntado sobre a presença de material metálico fixo e/ou móvel no corpo, tais como: próteses, marca-passo, piercings, entre outros”, afirma o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR).

Segundo a entidade, a partir desta triagem, o paciente é orientado quanto à retirada dos materiais metálicos não compatíveis, sendo explicado que a sua presença dentro da sala de exame é proibida, em razão da força do campo magnético.

No momento exatamente antes do seu exame, o paciente deverá trocar completamente de roupa e deixar seus pertences em um armário ou vestiário, sendo novamente orientado pela equipe e avaliado para ver se cumpriu com a solicitação.

“Se o paciente possuir próteses dentárias móveis, brincos, piercing, maquiagem ou outros adereços esses deverão ser retirados antes de entrar na sala de exames”, acrescenta Mazzola, especialista em física do radiodiagnóstico.

A mesma orientação vale para qualquer material metálico, como moedas e chaves, ou mesmo armas de fogo. “Um material metálico pode até não ser atraído pelo forte campo magnético (materiais não ferromagnéticos não são atraídos pelo equipamento), mas pode causar outros problemas, como aquecer durante o exame de forma excessiva, levando até a uma queimadura se em contato com a pele ou tecido do paciente”, afirma Mazzola.

A legislação, de acordo com ele, pede que o serviço possua um detector de metais que terá o objetivo de avaliar o paciente logo antes de ingressar na sala de ressonância magnética, garantindo assim que o mesmo não esqueceu ou não deixou nenhum material metálico junto ao seu corpo, salvo os casos que ele possuir alguma prótese, implante ou dispositivo compatível com o exame.

A orientação é válida também para acompanhante?

Sim. “A orientação é válida e obrigatória a todos os que entram na sala de exames: pacientes, acompanhantes e colaboradores”, diz o CBR.

“As recomendações para acompanhantes que irão ingressar na sala de exames junto com o paciente, visto que muitas vezes isso se torna importante para ajudar o paciente a se acalmar para realizar o exame ou reduzir sua sensação de claustrofobia, são as mesmas que para o paciente”, acrescenta Mazzola, físico médico, especialista em física do radiodiagnóstico.

Com a diferença apenas que não é necessário que o acompanhante troque toda sua roupa, mas que toda sua vestimenta seja verificada pela equipe de forma visual e com um detector de metais.

“Havendo qualquer tipo de material metálico solto no seu corpo ou mesmo pertences pessoais como celular, carteira, cartão de crédito, relógio, moedas etc estes deverão ser deixados num armário ou local específico”, diz ele.

E no caso da arma disparada acidentalmente? O que provocou o disparo? A pessoa deve informar que possui uma arma antes de entrar na sala do exame?

“Não é possível afirmar ao certo a causa do disparo. Porém, provavelmente, este se deu pela força do impacto da mesma com o aparelho de ressonância magnética. O acompanhante deve – obrigatoriamente – informar que porta um objeto metálico. O local disponibiliza armários adequados para a guarda de objetos pessoais para esta finalidade”, afirma o CBR.

Ainda segundo Mazzola, é importante destacar que muitos serviços adotam uma política ou rotina específica para armas de fogo. “A instituição pode ter um local adequado de guarda junto à segurança patrimonial da instituição, um cofre ou, ainda, cancelar o exame e pedir para o paciente regressar sem a presença da arma de fogo”, afirma ele.

Algumas tatuagens podem interferir no resultado do exame de ressonância magnética? Há pessoas tatuadas que não podem realizá-lo?

As tatuagens, ricas em componente de ferro, podem gerar artefatos que anulam o sinal magnético, prejudicando a análise regional. Além disso, alguns componentes das tinturas podem absorver o calor gerado no exame, levando em, última análise, ao surgimento de aquecimento local. Não existem relatos de queimaduras relacionadas a tatuagens.

Quais regras devem ser seguidas?

É obrigatório, segundo o CBR, que todos os pacientes e acompanhantes respondam aos questionários dos serviços, atendam as orientações dos colaboradores e respeitem todo o protocolo de segurança (incluindo sinalizações nos setores, avisos de segurança e proibição de material não-compatível na sala de exames).

Quais outros exames também têm entrada restrita de determinados objetos?

Em regra geral, todos os exames de imagem diagnóstica devem ser feitos com os pacientes sem portar objetos, para não gerar artefatos que prejudiquem a aquisição das imagens e sua posterior interpretação. “No entanto, restrições absolutas a material metálico são específicas do campo magnético usado nos exames de ressonância magnética”, diz o CBR.

Recomendações antes da realização de uma ressonância magnética:

  • Embora a maioria seja compatível atualmente com o exame, há alguns dispositivos metálicos ou eletrônicos, como marca-passos cardíacos e próteses metálicas, que não permitem a realização da ressonância magnética. É preciso saber se o dispositivo é ‘não seguro’ ou ‘condicional’. Sendo condicional, poderá realizar, mas deverá seguir as orientações específicas do fabricante.
  • É fundamental que o paciente e acompanhante, se for o caso, sigam corretamente as recomendações para retirar objetos pessoais metálicos, assim como informar no local da realização do exame quaisquer dispositivos presentes no corpo.
  • Orienta-se que sejam removidos objetos pessoais como brincos, anéis, colares, piercings, dentaduras, aparelhos auditivos. Todos os itens são informados antes da realização do exame.
  • O paciente que tiver tatuagens, ricas em componente de ferro, deve informar previamente o profissional que irá realizar a ressonância magnética.
  • Da mesma forma é indicado que a pessoa informe se possui maquiagem.
  • Gestantes podem realizar o exame, mas uma avaliação será feita pelo médico radiologista e o solicitante para avaliar a real necessidade e se o ultrassom não é uma opção.

Utilizada para ajudar no diagnóstico de várias doenças em especialidades como oncologia, neurologia, cardiologia e ortopedia, a ressonância magnética (RM) exige alguns cuidados para que o exame seja feito de forma segura e evite acidentes como o que aconteceu na segunda-feira, 16, quando um homem de 40 anos foi atingido acidentalmente por um disparo de arma de fogo, enquanto acompanhava sua mãe na realização do procedimento.

Segundo o boletim de ocorrência, quando a máquina foi acionada, o magnetismo puxou a arma que estava em sua cintura e disparou, atingindo-o na região do abdômen. Antes de entrar no local, o advogado Leandro Mathias de Novaes assinou um termo de contraindicação de campo magnético para os acompanhantes. Ele foi encaminhado ao Hospital São Luiz.

O exame de ressonância magnética não possui radiação ionizante como a tomografia computadorizada e raio-x, mas envolve a utilização de campos magnéticos e ondas de rádio, desta forma é importante conferir todas as orientações para a realização do procedimento.

De acordo com Alessandro André Mazzola, físico médico, especialista em física do radiodiagnóstico e diretor do MRIONLINE Protocols & Educations, todo paciente precisa ser orientado quanto ao exame. “É importante explicar que se trata de um equipamento que irá utilizar um forte campo magnético (chamado de campo magnético estático), variações do campo magnético e radiofrequência”, afirma o também integrante da comissão organizadora da Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2023).

Além disso, deve ser informado, caso especificado no pedido médico, o uso de meio de contraste à base de gadolínio. “O conjunto de recomendações ao paciente visa a garantir sua segurança no ambiente e, mais especificamente, no momento de entrar na sala de exames (próximo ao magneto onde o campo magnético é alto) e durante todo seu exame”, diz Mazzola.

Em regra geral, todos os exames de imagem diagnóstica devem ser feitos com os pacientes sem portar objetos, para não gerar artefatos que prejudiquem a aquisição das imagens e sua posterior interpretação. Foto: MRIONLINE/Divulgação

Além de ser verbalmente orientado pela equipe de enfermagem e técnica, todo paciente que for realizar uma ressonância magnética deverá ser questionado previamente quanto à presença de implantes, próteses, fragmentos metálicos ou dispositivos eletrônicos no seu corpo.

Essa investigação de segurança pode ocorrer, em um primeiro momento, por meio de algumas perguntas feitas ao paciente por telefone no agendamento ou mesmo na recepção do serviço.

“Entretanto, é a investigação por meio de um documento contendo uma pesquisa de segurança em ressonância magnética com perguntas específicas e um consentimento informado, avisando dos riscos e com orientações para o exame, que o paciente deve preencher a próprio punho e assinar. Questões específicas sobre doenças prévias e alergias também são levantadas e ajudam na avaliação do uso dos meios de contraste à base de gadolínio”, diz o especialista.

O forte campo magnético do equipamento de ressonância magnética está sempre ligado, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Desta forma, os cuidados no ambiente são permanentes e a restrição de acesso, acompanhamento das pessoas de fora do setor e treinamentos devem ser rigorosamente realizados e os procedimentos, seguidos.

Conforme o Ministério da Saúde, a sala de exames deve exibir sinalização nas portas de acesso. “Devem ser informados os riscos e a proibição da entrada de pessoas com implantes ou outros objetos incompatíveis com a tecnologia, em linguagem ou simbologia internacionalmente aceita, compreensível para os indivíduos do público”, afirma a pasta.

15º DP de Itaim Bibi está investigando o caso do advogado Leandro Mathias, que foi internado após ser atingido pelo disparo da própria arma. Foto: Redes sociais do Leandro Mathias/Reprodução

Quais as recomendações para os pacientes que vão fazer exame de ressonância magnética com relação ao uso de determinados objetos metálicos, em razão do campo magnético?

“Todos os pacientes que serão submetidos ao exame de ressonância magnética devem, obrigatoriamente, responder a um questionário direcionado em que é perguntado sobre a presença de material metálico fixo e/ou móvel no corpo, tais como: próteses, marca-passo, piercings, entre outros”, afirma o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR).

Segundo a entidade, a partir desta triagem, o paciente é orientado quanto à retirada dos materiais metálicos não compatíveis, sendo explicado que a sua presença dentro da sala de exame é proibida, em razão da força do campo magnético.

No momento exatamente antes do seu exame, o paciente deverá trocar completamente de roupa e deixar seus pertences em um armário ou vestiário, sendo novamente orientado pela equipe e avaliado para ver se cumpriu com a solicitação.

“Se o paciente possuir próteses dentárias móveis, brincos, piercing, maquiagem ou outros adereços esses deverão ser retirados antes de entrar na sala de exames”, acrescenta Mazzola, especialista em física do radiodiagnóstico.

A mesma orientação vale para qualquer material metálico, como moedas e chaves, ou mesmo armas de fogo. “Um material metálico pode até não ser atraído pelo forte campo magnético (materiais não ferromagnéticos não são atraídos pelo equipamento), mas pode causar outros problemas, como aquecer durante o exame de forma excessiva, levando até a uma queimadura se em contato com a pele ou tecido do paciente”, afirma Mazzola.

A legislação, de acordo com ele, pede que o serviço possua um detector de metais que terá o objetivo de avaliar o paciente logo antes de ingressar na sala de ressonância magnética, garantindo assim que o mesmo não esqueceu ou não deixou nenhum material metálico junto ao seu corpo, salvo os casos que ele possuir alguma prótese, implante ou dispositivo compatível com o exame.

A orientação é válida também para acompanhante?

Sim. “A orientação é válida e obrigatória a todos os que entram na sala de exames: pacientes, acompanhantes e colaboradores”, diz o CBR.

“As recomendações para acompanhantes que irão ingressar na sala de exames junto com o paciente, visto que muitas vezes isso se torna importante para ajudar o paciente a se acalmar para realizar o exame ou reduzir sua sensação de claustrofobia, são as mesmas que para o paciente”, acrescenta Mazzola, físico médico, especialista em física do radiodiagnóstico.

Com a diferença apenas que não é necessário que o acompanhante troque toda sua roupa, mas que toda sua vestimenta seja verificada pela equipe de forma visual e com um detector de metais.

“Havendo qualquer tipo de material metálico solto no seu corpo ou mesmo pertences pessoais como celular, carteira, cartão de crédito, relógio, moedas etc estes deverão ser deixados num armário ou local específico”, diz ele.

E no caso da arma disparada acidentalmente? O que provocou o disparo? A pessoa deve informar que possui uma arma antes de entrar na sala do exame?

“Não é possível afirmar ao certo a causa do disparo. Porém, provavelmente, este se deu pela força do impacto da mesma com o aparelho de ressonância magnética. O acompanhante deve – obrigatoriamente – informar que porta um objeto metálico. O local disponibiliza armários adequados para a guarda de objetos pessoais para esta finalidade”, afirma o CBR.

Ainda segundo Mazzola, é importante destacar que muitos serviços adotam uma política ou rotina específica para armas de fogo. “A instituição pode ter um local adequado de guarda junto à segurança patrimonial da instituição, um cofre ou, ainda, cancelar o exame e pedir para o paciente regressar sem a presença da arma de fogo”, afirma ele.

Algumas tatuagens podem interferir no resultado do exame de ressonância magnética? Há pessoas tatuadas que não podem realizá-lo?

As tatuagens, ricas em componente de ferro, podem gerar artefatos que anulam o sinal magnético, prejudicando a análise regional. Além disso, alguns componentes das tinturas podem absorver o calor gerado no exame, levando em, última análise, ao surgimento de aquecimento local. Não existem relatos de queimaduras relacionadas a tatuagens.

Quais regras devem ser seguidas?

É obrigatório, segundo o CBR, que todos os pacientes e acompanhantes respondam aos questionários dos serviços, atendam as orientações dos colaboradores e respeitem todo o protocolo de segurança (incluindo sinalizações nos setores, avisos de segurança e proibição de material não-compatível na sala de exames).

Quais outros exames também têm entrada restrita de determinados objetos?

Em regra geral, todos os exames de imagem diagnóstica devem ser feitos com os pacientes sem portar objetos, para não gerar artefatos que prejudiquem a aquisição das imagens e sua posterior interpretação. “No entanto, restrições absolutas a material metálico são específicas do campo magnético usado nos exames de ressonância magnética”, diz o CBR.

Recomendações antes da realização de uma ressonância magnética:

  • Embora a maioria seja compatível atualmente com o exame, há alguns dispositivos metálicos ou eletrônicos, como marca-passos cardíacos e próteses metálicas, que não permitem a realização da ressonância magnética. É preciso saber se o dispositivo é ‘não seguro’ ou ‘condicional’. Sendo condicional, poderá realizar, mas deverá seguir as orientações específicas do fabricante.
  • É fundamental que o paciente e acompanhante, se for o caso, sigam corretamente as recomendações para retirar objetos pessoais metálicos, assim como informar no local da realização do exame quaisquer dispositivos presentes no corpo.
  • Orienta-se que sejam removidos objetos pessoais como brincos, anéis, colares, piercings, dentaduras, aparelhos auditivos. Todos os itens são informados antes da realização do exame.
  • O paciente que tiver tatuagens, ricas em componente de ferro, deve informar previamente o profissional que irá realizar a ressonância magnética.
  • Da mesma forma é indicado que a pessoa informe se possui maquiagem.
  • Gestantes podem realizar o exame, mas uma avaliação será feita pelo médico radiologista e o solicitante para avaliar a real necessidade e se o ultrassom não é uma opção.

Utilizada para ajudar no diagnóstico de várias doenças em especialidades como oncologia, neurologia, cardiologia e ortopedia, a ressonância magnética (RM) exige alguns cuidados para que o exame seja feito de forma segura e evite acidentes como o que aconteceu na segunda-feira, 16, quando um homem de 40 anos foi atingido acidentalmente por um disparo de arma de fogo, enquanto acompanhava sua mãe na realização do procedimento.

Segundo o boletim de ocorrência, quando a máquina foi acionada, o magnetismo puxou a arma que estava em sua cintura e disparou, atingindo-o na região do abdômen. Antes de entrar no local, o advogado Leandro Mathias de Novaes assinou um termo de contraindicação de campo magnético para os acompanhantes. Ele foi encaminhado ao Hospital São Luiz.

O exame de ressonância magnética não possui radiação ionizante como a tomografia computadorizada e raio-x, mas envolve a utilização de campos magnéticos e ondas de rádio, desta forma é importante conferir todas as orientações para a realização do procedimento.

De acordo com Alessandro André Mazzola, físico médico, especialista em física do radiodiagnóstico e diretor do MRIONLINE Protocols & Educations, todo paciente precisa ser orientado quanto ao exame. “É importante explicar que se trata de um equipamento que irá utilizar um forte campo magnético (chamado de campo magnético estático), variações do campo magnético e radiofrequência”, afirma o também integrante da comissão organizadora da Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2023).

Além disso, deve ser informado, caso especificado no pedido médico, o uso de meio de contraste à base de gadolínio. “O conjunto de recomendações ao paciente visa a garantir sua segurança no ambiente e, mais especificamente, no momento de entrar na sala de exames (próximo ao magneto onde o campo magnético é alto) e durante todo seu exame”, diz Mazzola.

Em regra geral, todos os exames de imagem diagnóstica devem ser feitos com os pacientes sem portar objetos, para não gerar artefatos que prejudiquem a aquisição das imagens e sua posterior interpretação. Foto: MRIONLINE/Divulgação

Além de ser verbalmente orientado pela equipe de enfermagem e técnica, todo paciente que for realizar uma ressonância magnética deverá ser questionado previamente quanto à presença de implantes, próteses, fragmentos metálicos ou dispositivos eletrônicos no seu corpo.

Essa investigação de segurança pode ocorrer, em um primeiro momento, por meio de algumas perguntas feitas ao paciente por telefone no agendamento ou mesmo na recepção do serviço.

“Entretanto, é a investigação por meio de um documento contendo uma pesquisa de segurança em ressonância magnética com perguntas específicas e um consentimento informado, avisando dos riscos e com orientações para o exame, que o paciente deve preencher a próprio punho e assinar. Questões específicas sobre doenças prévias e alergias também são levantadas e ajudam na avaliação do uso dos meios de contraste à base de gadolínio”, diz o especialista.

O forte campo magnético do equipamento de ressonância magnética está sempre ligado, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Desta forma, os cuidados no ambiente são permanentes e a restrição de acesso, acompanhamento das pessoas de fora do setor e treinamentos devem ser rigorosamente realizados e os procedimentos, seguidos.

Conforme o Ministério da Saúde, a sala de exames deve exibir sinalização nas portas de acesso. “Devem ser informados os riscos e a proibição da entrada de pessoas com implantes ou outros objetos incompatíveis com a tecnologia, em linguagem ou simbologia internacionalmente aceita, compreensível para os indivíduos do público”, afirma a pasta.

15º DP de Itaim Bibi está investigando o caso do advogado Leandro Mathias, que foi internado após ser atingido pelo disparo da própria arma. Foto: Redes sociais do Leandro Mathias/Reprodução

Quais as recomendações para os pacientes que vão fazer exame de ressonância magnética com relação ao uso de determinados objetos metálicos, em razão do campo magnético?

“Todos os pacientes que serão submetidos ao exame de ressonância magnética devem, obrigatoriamente, responder a um questionário direcionado em que é perguntado sobre a presença de material metálico fixo e/ou móvel no corpo, tais como: próteses, marca-passo, piercings, entre outros”, afirma o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR).

Segundo a entidade, a partir desta triagem, o paciente é orientado quanto à retirada dos materiais metálicos não compatíveis, sendo explicado que a sua presença dentro da sala de exame é proibida, em razão da força do campo magnético.

No momento exatamente antes do seu exame, o paciente deverá trocar completamente de roupa e deixar seus pertences em um armário ou vestiário, sendo novamente orientado pela equipe e avaliado para ver se cumpriu com a solicitação.

“Se o paciente possuir próteses dentárias móveis, brincos, piercing, maquiagem ou outros adereços esses deverão ser retirados antes de entrar na sala de exames”, acrescenta Mazzola, especialista em física do radiodiagnóstico.

A mesma orientação vale para qualquer material metálico, como moedas e chaves, ou mesmo armas de fogo. “Um material metálico pode até não ser atraído pelo forte campo magnético (materiais não ferromagnéticos não são atraídos pelo equipamento), mas pode causar outros problemas, como aquecer durante o exame de forma excessiva, levando até a uma queimadura se em contato com a pele ou tecido do paciente”, afirma Mazzola.

A legislação, de acordo com ele, pede que o serviço possua um detector de metais que terá o objetivo de avaliar o paciente logo antes de ingressar na sala de ressonância magnética, garantindo assim que o mesmo não esqueceu ou não deixou nenhum material metálico junto ao seu corpo, salvo os casos que ele possuir alguma prótese, implante ou dispositivo compatível com o exame.

A orientação é válida também para acompanhante?

Sim. “A orientação é válida e obrigatória a todos os que entram na sala de exames: pacientes, acompanhantes e colaboradores”, diz o CBR.

“As recomendações para acompanhantes que irão ingressar na sala de exames junto com o paciente, visto que muitas vezes isso se torna importante para ajudar o paciente a se acalmar para realizar o exame ou reduzir sua sensação de claustrofobia, são as mesmas que para o paciente”, acrescenta Mazzola, físico médico, especialista em física do radiodiagnóstico.

Com a diferença apenas que não é necessário que o acompanhante troque toda sua roupa, mas que toda sua vestimenta seja verificada pela equipe de forma visual e com um detector de metais.

“Havendo qualquer tipo de material metálico solto no seu corpo ou mesmo pertences pessoais como celular, carteira, cartão de crédito, relógio, moedas etc estes deverão ser deixados num armário ou local específico”, diz ele.

E no caso da arma disparada acidentalmente? O que provocou o disparo? A pessoa deve informar que possui uma arma antes de entrar na sala do exame?

“Não é possível afirmar ao certo a causa do disparo. Porém, provavelmente, este se deu pela força do impacto da mesma com o aparelho de ressonância magnética. O acompanhante deve – obrigatoriamente – informar que porta um objeto metálico. O local disponibiliza armários adequados para a guarda de objetos pessoais para esta finalidade”, afirma o CBR.

Ainda segundo Mazzola, é importante destacar que muitos serviços adotam uma política ou rotina específica para armas de fogo. “A instituição pode ter um local adequado de guarda junto à segurança patrimonial da instituição, um cofre ou, ainda, cancelar o exame e pedir para o paciente regressar sem a presença da arma de fogo”, afirma ele.

Algumas tatuagens podem interferir no resultado do exame de ressonância magnética? Há pessoas tatuadas que não podem realizá-lo?

As tatuagens, ricas em componente de ferro, podem gerar artefatos que anulam o sinal magnético, prejudicando a análise regional. Além disso, alguns componentes das tinturas podem absorver o calor gerado no exame, levando em, última análise, ao surgimento de aquecimento local. Não existem relatos de queimaduras relacionadas a tatuagens.

Quais regras devem ser seguidas?

É obrigatório, segundo o CBR, que todos os pacientes e acompanhantes respondam aos questionários dos serviços, atendam as orientações dos colaboradores e respeitem todo o protocolo de segurança (incluindo sinalizações nos setores, avisos de segurança e proibição de material não-compatível na sala de exames).

Quais outros exames também têm entrada restrita de determinados objetos?

Em regra geral, todos os exames de imagem diagnóstica devem ser feitos com os pacientes sem portar objetos, para não gerar artefatos que prejudiquem a aquisição das imagens e sua posterior interpretação. “No entanto, restrições absolutas a material metálico são específicas do campo magnético usado nos exames de ressonância magnética”, diz o CBR.

Recomendações antes da realização de uma ressonância magnética:

  • Embora a maioria seja compatível atualmente com o exame, há alguns dispositivos metálicos ou eletrônicos, como marca-passos cardíacos e próteses metálicas, que não permitem a realização da ressonância magnética. É preciso saber se o dispositivo é ‘não seguro’ ou ‘condicional’. Sendo condicional, poderá realizar, mas deverá seguir as orientações específicas do fabricante.
  • É fundamental que o paciente e acompanhante, se for o caso, sigam corretamente as recomendações para retirar objetos pessoais metálicos, assim como informar no local da realização do exame quaisquer dispositivos presentes no corpo.
  • Orienta-se que sejam removidos objetos pessoais como brincos, anéis, colares, piercings, dentaduras, aparelhos auditivos. Todos os itens são informados antes da realização do exame.
  • O paciente que tiver tatuagens, ricas em componente de ferro, deve informar previamente o profissional que irá realizar a ressonância magnética.
  • Da mesma forma é indicado que a pessoa informe se possui maquiagem.
  • Gestantes podem realizar o exame, mas uma avaliação será feita pelo médico radiologista e o solicitante para avaliar a real necessidade e se o ultrassom não é uma opção.

Utilizada para ajudar no diagnóstico de várias doenças em especialidades como oncologia, neurologia, cardiologia e ortopedia, a ressonância magnética (RM) exige alguns cuidados para que o exame seja feito de forma segura e evite acidentes como o que aconteceu na segunda-feira, 16, quando um homem de 40 anos foi atingido acidentalmente por um disparo de arma de fogo, enquanto acompanhava sua mãe na realização do procedimento.

Segundo o boletim de ocorrência, quando a máquina foi acionada, o magnetismo puxou a arma que estava em sua cintura e disparou, atingindo-o na região do abdômen. Antes de entrar no local, o advogado Leandro Mathias de Novaes assinou um termo de contraindicação de campo magnético para os acompanhantes. Ele foi encaminhado ao Hospital São Luiz.

O exame de ressonância magnética não possui radiação ionizante como a tomografia computadorizada e raio-x, mas envolve a utilização de campos magnéticos e ondas de rádio, desta forma é importante conferir todas as orientações para a realização do procedimento.

De acordo com Alessandro André Mazzola, físico médico, especialista em física do radiodiagnóstico e diretor do MRIONLINE Protocols & Educations, todo paciente precisa ser orientado quanto ao exame. “É importante explicar que se trata de um equipamento que irá utilizar um forte campo magnético (chamado de campo magnético estático), variações do campo magnético e radiofrequência”, afirma o também integrante da comissão organizadora da Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2023).

Além disso, deve ser informado, caso especificado no pedido médico, o uso de meio de contraste à base de gadolínio. “O conjunto de recomendações ao paciente visa a garantir sua segurança no ambiente e, mais especificamente, no momento de entrar na sala de exames (próximo ao magneto onde o campo magnético é alto) e durante todo seu exame”, diz Mazzola.

Em regra geral, todos os exames de imagem diagnóstica devem ser feitos com os pacientes sem portar objetos, para não gerar artefatos que prejudiquem a aquisição das imagens e sua posterior interpretação. Foto: MRIONLINE/Divulgação

Além de ser verbalmente orientado pela equipe de enfermagem e técnica, todo paciente que for realizar uma ressonância magnética deverá ser questionado previamente quanto à presença de implantes, próteses, fragmentos metálicos ou dispositivos eletrônicos no seu corpo.

Essa investigação de segurança pode ocorrer, em um primeiro momento, por meio de algumas perguntas feitas ao paciente por telefone no agendamento ou mesmo na recepção do serviço.

“Entretanto, é a investigação por meio de um documento contendo uma pesquisa de segurança em ressonância magnética com perguntas específicas e um consentimento informado, avisando dos riscos e com orientações para o exame, que o paciente deve preencher a próprio punho e assinar. Questões específicas sobre doenças prévias e alergias também são levantadas e ajudam na avaliação do uso dos meios de contraste à base de gadolínio”, diz o especialista.

O forte campo magnético do equipamento de ressonância magnética está sempre ligado, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Desta forma, os cuidados no ambiente são permanentes e a restrição de acesso, acompanhamento das pessoas de fora do setor e treinamentos devem ser rigorosamente realizados e os procedimentos, seguidos.

Conforme o Ministério da Saúde, a sala de exames deve exibir sinalização nas portas de acesso. “Devem ser informados os riscos e a proibição da entrada de pessoas com implantes ou outros objetos incompatíveis com a tecnologia, em linguagem ou simbologia internacionalmente aceita, compreensível para os indivíduos do público”, afirma a pasta.

15º DP de Itaim Bibi está investigando o caso do advogado Leandro Mathias, que foi internado após ser atingido pelo disparo da própria arma. Foto: Redes sociais do Leandro Mathias/Reprodução

Quais as recomendações para os pacientes que vão fazer exame de ressonância magnética com relação ao uso de determinados objetos metálicos, em razão do campo magnético?

“Todos os pacientes que serão submetidos ao exame de ressonância magnética devem, obrigatoriamente, responder a um questionário direcionado em que é perguntado sobre a presença de material metálico fixo e/ou móvel no corpo, tais como: próteses, marca-passo, piercings, entre outros”, afirma o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR).

Segundo a entidade, a partir desta triagem, o paciente é orientado quanto à retirada dos materiais metálicos não compatíveis, sendo explicado que a sua presença dentro da sala de exame é proibida, em razão da força do campo magnético.

No momento exatamente antes do seu exame, o paciente deverá trocar completamente de roupa e deixar seus pertences em um armário ou vestiário, sendo novamente orientado pela equipe e avaliado para ver se cumpriu com a solicitação.

“Se o paciente possuir próteses dentárias móveis, brincos, piercing, maquiagem ou outros adereços esses deverão ser retirados antes de entrar na sala de exames”, acrescenta Mazzola, especialista em física do radiodiagnóstico.

A mesma orientação vale para qualquer material metálico, como moedas e chaves, ou mesmo armas de fogo. “Um material metálico pode até não ser atraído pelo forte campo magnético (materiais não ferromagnéticos não são atraídos pelo equipamento), mas pode causar outros problemas, como aquecer durante o exame de forma excessiva, levando até a uma queimadura se em contato com a pele ou tecido do paciente”, afirma Mazzola.

A legislação, de acordo com ele, pede que o serviço possua um detector de metais que terá o objetivo de avaliar o paciente logo antes de ingressar na sala de ressonância magnética, garantindo assim que o mesmo não esqueceu ou não deixou nenhum material metálico junto ao seu corpo, salvo os casos que ele possuir alguma prótese, implante ou dispositivo compatível com o exame.

A orientação é válida também para acompanhante?

Sim. “A orientação é válida e obrigatória a todos os que entram na sala de exames: pacientes, acompanhantes e colaboradores”, diz o CBR.

“As recomendações para acompanhantes que irão ingressar na sala de exames junto com o paciente, visto que muitas vezes isso se torna importante para ajudar o paciente a se acalmar para realizar o exame ou reduzir sua sensação de claustrofobia, são as mesmas que para o paciente”, acrescenta Mazzola, físico médico, especialista em física do radiodiagnóstico.

Com a diferença apenas que não é necessário que o acompanhante troque toda sua roupa, mas que toda sua vestimenta seja verificada pela equipe de forma visual e com um detector de metais.

“Havendo qualquer tipo de material metálico solto no seu corpo ou mesmo pertences pessoais como celular, carteira, cartão de crédito, relógio, moedas etc estes deverão ser deixados num armário ou local específico”, diz ele.

E no caso da arma disparada acidentalmente? O que provocou o disparo? A pessoa deve informar que possui uma arma antes de entrar na sala do exame?

“Não é possível afirmar ao certo a causa do disparo. Porém, provavelmente, este se deu pela força do impacto da mesma com o aparelho de ressonância magnética. O acompanhante deve – obrigatoriamente – informar que porta um objeto metálico. O local disponibiliza armários adequados para a guarda de objetos pessoais para esta finalidade”, afirma o CBR.

Ainda segundo Mazzola, é importante destacar que muitos serviços adotam uma política ou rotina específica para armas de fogo. “A instituição pode ter um local adequado de guarda junto à segurança patrimonial da instituição, um cofre ou, ainda, cancelar o exame e pedir para o paciente regressar sem a presença da arma de fogo”, afirma ele.

Algumas tatuagens podem interferir no resultado do exame de ressonância magnética? Há pessoas tatuadas que não podem realizá-lo?

As tatuagens, ricas em componente de ferro, podem gerar artefatos que anulam o sinal magnético, prejudicando a análise regional. Além disso, alguns componentes das tinturas podem absorver o calor gerado no exame, levando em, última análise, ao surgimento de aquecimento local. Não existem relatos de queimaduras relacionadas a tatuagens.

Quais regras devem ser seguidas?

É obrigatório, segundo o CBR, que todos os pacientes e acompanhantes respondam aos questionários dos serviços, atendam as orientações dos colaboradores e respeitem todo o protocolo de segurança (incluindo sinalizações nos setores, avisos de segurança e proibição de material não-compatível na sala de exames).

Quais outros exames também têm entrada restrita de determinados objetos?

Em regra geral, todos os exames de imagem diagnóstica devem ser feitos com os pacientes sem portar objetos, para não gerar artefatos que prejudiquem a aquisição das imagens e sua posterior interpretação. “No entanto, restrições absolutas a material metálico são específicas do campo magnético usado nos exames de ressonância magnética”, diz o CBR.

Recomendações antes da realização de uma ressonância magnética:

  • Embora a maioria seja compatível atualmente com o exame, há alguns dispositivos metálicos ou eletrônicos, como marca-passos cardíacos e próteses metálicas, que não permitem a realização da ressonância magnética. É preciso saber se o dispositivo é ‘não seguro’ ou ‘condicional’. Sendo condicional, poderá realizar, mas deverá seguir as orientações específicas do fabricante.
  • É fundamental que o paciente e acompanhante, se for o caso, sigam corretamente as recomendações para retirar objetos pessoais metálicos, assim como informar no local da realização do exame quaisquer dispositivos presentes no corpo.
  • Orienta-se que sejam removidos objetos pessoais como brincos, anéis, colares, piercings, dentaduras, aparelhos auditivos. Todos os itens são informados antes da realização do exame.
  • O paciente que tiver tatuagens, ricas em componente de ferro, deve informar previamente o profissional que irá realizar a ressonância magnética.
  • Da mesma forma é indicado que a pessoa informe se possui maquiagem.
  • Gestantes podem realizar o exame, mas uma avaliação será feita pelo médico radiologista e o solicitante para avaliar a real necessidade e se o ultrassom não é uma opção.

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