No Pergunte ao Especialista desta semana falamos sobre água no ouvido. Se você também tiver alguma dúvida sobre saúde, psicologia, bem-estar, exercício físico ou nutrição, escreva para ana.lourenco@estadao.com ou envie uma DM para o nosso Instagram.
Sempre que entro em piscinas fico com água nos ouvidos. É normal? Existem maneiras de evitar?
Daniel Cruz, São Paulo
Responde Halana Filgueiras, otorrinolaringologista
Isso não é normal. A cera que nosso ouvido produz tem ações hidrofóbicas, ou seja, ela tem uma ação contra a entrada de água nos ouvidos. Porém, nós temos o péssimo hábito de achar que devemos retirá-la, o que significa tirar a camada protetora de hidratação do ouvido. Isso faz com que a água entre, o que pode ocasionar tanto infecções quanto desconforto.
Com a mobilização que fazemos com a haste flexível dentro da orelha, empurramos a cera para dentro, criando uma espécie de muro. Quando a água ultrapassa esse muro, ela pode ficar presa e aí o paciente pode pular o quanto for que ela não vai sair. Somente com limpeza manual em uma clínica.
Agora, se o paciente não estiver com essa barreira, melhor do que dar os famosos pulinhos, é usar o secador de cabelo em temperatura fria. Você abre um pouco a orelha, como se estivesse levando um puxão de orelha da mãe, e coloca o jato de ar em uma distância de 20, 30 cm da orelha, fazendo a retirada do excesso.
Para pacientes que têm muito contato com água, como nadadores e mergulhadores, recomendo o uso de tampões de silicone maleáveis e da touca.
A longo prazo, é importante somente retirar o incômodo de cera – que se dá quando ela começa a aparecer no canto da orelha externa – após o banho, com toalha, indo até onde o dedo alcança.