Na manhã desta segunda-feira, 22, o apresentador Otaviano Costa, de 51 anos, compartilhou com seus seguidores nas redes sociais que passou por uma cirurgia após ser diagnosticado com um aneurisma da artéria aorta ascendente torácica, na região do coração.
A condição é caracterizada pela dilatação anormal da artéria, e é um dos tipos de aneurisma que mais oferecem risco de morte porque o vaso pode se romper, causando hemorragia.
No geral, os aneurismas podem ocorrer em artérias em diferentes regiões corpo, como cérebro, coração, rins ou abdômen. Segundo o cardiologista Fabio Grunspun Pitta, do Hospital Israelita Albert Einstein, os tipos mais comuns são o aneurisma da aorta torácica, como o de Otaviano Costa, e o aneurisma abdominal.
“Ambos são graves, pois podem evoluir para a ruptura. Entretanto, o aneurisma da aorta torácica, por estar numa região mais nobre, é mais perigoso. Uma vez rompido, pode levar a complicações mais sérias”, afirma Pitta.
Nessas situações, o paciente pode perder muito sangue para o abdome ou para o tórax, e isso ocorre rapidamente. “É uma complicação muito grave, uma das maiores emergências da medicina”, diz o cardiologista.
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Os aneurismas cerebrais também estão associados a uma alta taxa de mortalidade, de acordo com o Ministério da Saúde. Quando se rompem, causam um acidente vascular cerebral (AVC) em que o sangue extravasa para outras partes do cérebro.
Nem todo aneurisma, porém, demanda internação e cirurgia. “Aneurismas que crescem muito rápido ou que têm diâmetros elevados podem necessitar de cirurgia. Mas aqueles que crescem lentamente e não têm diâmetros muito elevados podem ficar em tratamento clínico, com controle da pressão e de fatores de risco como diabetes e tabagismo”, explica Pitta.
Há sinais?
Os aneurismas costumam se formar silenciosamente, sem sinais evidentes, por isso são mais fáceis de detectar por exames de imagem. No entanto, quando crescem, podem comprimir parte do organismo e gerar sintomas.
“Aneurismas com diâmetros já elevados ou que estão em contato com algum outro órgão podem provocar dor torácica ou dor abdominal, de acordo com a sua localização. Mas a maior parte dos aneurismas são silenciosos e acabam sendo detectados em exames de check-up”, diz Pitta.
Além da dor, sinais como dor de cabeça súbita, náuseas e perda de consciência também podem indicar a presença ou a ruptura de um aneurisma.
Cuidados
O principal fator de risco para o aneurisma é a idade, uma vez que o envelhecimento das artérias favorece o problema. Pacientes com doenças do colágeno, como as síndromes de Marfan e de Ehlers-Danlos - condições que levam a uma alteração estrutural da parede dos vasos -, também têm maior risco.
“Vale a pena ter um cuidado e fazer os check-ups que a idade já exige. Se as pessoas fizerem os check-ups habituais, a partir dos 45 anos, será detectada a maior parte dos aneurismas”, afirma Pitta.
Segundo o cardiologista, muitos médicos de outras especialidades já têm familiaridade com o diagnóstico e a indicação do tratamento para esses casos. Se houver necessidade de cirurgia, os responsáveis podem ser o cirurgião vascular, o cirurgião cardiotorácico ou o cirurgião gastrointestinal, de acordo com a localização do aneurisma. O acompanhamento também pode ser feito por esses profissionais, pelo clínico geral ou pelo próprio cardiologista.
Além disso, alguns hábitos são considerados fatores de risco modificáveis para o aneurisma porque favorecem sua formação e ruptura. Entram na lista o tabagismo, a hipertensão arterial não controlada, a obesidade, o colesterol elevado e a aterosclerose, que leva à formação de placas de gordura na parede das artérias.
“O uso de drogas que elevam a frequência cardíaca, como a cocaína, também ajuda no desenvolvimento de aneurismas”, alerta o cardiologista.
Além de evitar o consumo de drogas, o especialista recomenda a manutenção de hábitos saudáveis, que auxiliam na prevenção da aterosclerose, incluindo realizar atividade física e adotar uma alimentação saudável e equilibrada.