Ozonioterapia: procedimento que Anitta fez nos EUA não é permitido no Brasil; entenda


Segundo o Conselho Federal de Medicina e a Anvisa, não há comprovação científica de eficácia do tratamento, liberado no País apenas para alguns procedimentos odontológicos e estéticos

Por Roberta Jansen
Atualização:

RIO - Em transmissão ao vivo realizada na última quinta-feira nas redes sociais, a cantora Anitta revelou que se submeteu à ozonioterapia para melhorar o seu condicionamento físico há três meses, nos Estados Unidos. Não há comprovação científica para o tratamento, que não é permitido na prática médica no Brasil.

Anitta fez a live no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, mas não deu detalhes sobre a internação. Disse apenas que não estava relacionada à cirurgia de endometriose a que foi submetida em julho. No último fim de semana, a cantora revelou que havia tratado recentemente uma mononucleose. Também conhecida como doença do beijo, trata-se uma infecção causada pelo vírus Epstein-Barr, transmitida pela saliva, sangue e objetos contaminados, por exemplo. Normalmente, a enfermidade é assintomática e pode ser facilmente confundida com outras doenças respiratórias.

A cantora contou no vídeo que, como parte de sua preparação para escalar o Monte Everest, ela resolveu se submeter à ozonioterapia, em suas palavras, “uma terapia que tira o sangue, mistura com ozônio e volta ao corpo”. E concluiu: “Isso aumenta a imunidade”. A ciência não comprovou esse suposto efeito citado pela artista.

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Anitta contou ter recorrido nos EUA à ozionioterapia, proibida no Brasil. Foto: Valerie Macon/AFP

Ozônio pode ser aplicado de diversas formas

A ozonioterapia é uma terapia experimental que consiste na introdução do ozônio no corpo por diferentes meios, normalmente misturado com alguns líquidos. Em geral, é introduzido pelo reto ou pela vagina ou ainda de forma intramuscular, intravenosa ou subcutânea. O ozônio também pode ser injetado via auto-hemoterapia, que parece ter sido o caso da cantora. Nesse caso, o sangue é retirado do paciente, exposto ao ozônio e, então, reintroduzido.

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A terapia vem sendo proposta como tratamento para as mais diversas condições, entre elas osteoporose, hérnia de disco, feridas crônicas, hepatite B e C, herpes zoster, HIV-Aids, esclerose múltipla, câncer, problemas cardíacos, Alzheimer, doença de Lyme, entre outras. A ozonioterapia chegou a ser cogitada para o tratamento da covid-19. Não há comprovação científica para nenhum desses usos e, por isso, eles são proibidos.

A Sociedade Americana do Câncer alertou, em 2010, que, além de as evidências sobre a eficácia do uso da ozonioterapia contra o câncer serem inconclusivas, o procedimento poderia oferecer perigos. No caso de HIV-Aids, embora tenha sido comprovado que o ozônio mata partículas virais em experiências em laboratório, vários estudos já demonstraram que não tem o mesmo efeito dentro do organismo.

Anvisa não reconhece benefícios no uso do ozônio em tratamentos. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A Administração de Drogas e Alimentos (FDA, na sigla em inglês), o equivalente nos EUA à Anvisa, reiterou em 2006 que, quando inalado, o ozônio é um gás tóxico não indicado para uso médico. A administração também sustenta que, para o ozônio ser eficiente como germicida, teria que ser administrado em quantidades tão altas que seria letal para os próprios seres humanos.

Ozonioterapia não é reconhecida como tratamento no Brasil

No Brasil, a ozonioterapia não é reconhecida como tratamento para nenhuma doença. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), “trata-se de procedimento ainda em caráter experimental, cuja aplicação clínica não está liberada, devendo ocorrer apenas em ambiente de estudos científicos”.

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária autoriza o uso da terapia apenas como auxiliar para alguns procedimentos odontológicos e estéticos. Segundo a autarquia, “não há, até o momento, nenhuma evidência científica significativa de que haja outras aplicações médicas”.

A ozonioterapia está na lista das Práticas Integrativas e Complementares do Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece outros tratamentos alternativos e sem eficácia comprovada cientificamente, como “imposição de mãos”, “reiki”, “constelação familiar”, “aromaterapia” e “shantala”. Entretanto, por causa da disposição do CFM, a terapia não pode ser administrada por médicos.

As indicações de uso com segurança e eficácia aprovadas pela Anvisa para equipamentos médicos emissores de ozônio são:

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  • Dentística: tratamento de cárie dental – ação antimicrobiana
  • Periodontia: prevenção e tratamento dos quadros inflamatórios/infecciosos
  • Endodontia: potencialização da fase de limpeza do sistema de canais radiculares (da raiz do dente)
  • Cirurgia odontológica: auxilio no processo de reparação tecidual
  • Estética: auxílio à limpeza e assepsia da pele

RIO - Em transmissão ao vivo realizada na última quinta-feira nas redes sociais, a cantora Anitta revelou que se submeteu à ozonioterapia para melhorar o seu condicionamento físico há três meses, nos Estados Unidos. Não há comprovação científica para o tratamento, que não é permitido na prática médica no Brasil.

Anitta fez a live no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, mas não deu detalhes sobre a internação. Disse apenas que não estava relacionada à cirurgia de endometriose a que foi submetida em julho. No último fim de semana, a cantora revelou que havia tratado recentemente uma mononucleose. Também conhecida como doença do beijo, trata-se uma infecção causada pelo vírus Epstein-Barr, transmitida pela saliva, sangue e objetos contaminados, por exemplo. Normalmente, a enfermidade é assintomática e pode ser facilmente confundida com outras doenças respiratórias.

A cantora contou no vídeo que, como parte de sua preparação para escalar o Monte Everest, ela resolveu se submeter à ozonioterapia, em suas palavras, “uma terapia que tira o sangue, mistura com ozônio e volta ao corpo”. E concluiu: “Isso aumenta a imunidade”. A ciência não comprovou esse suposto efeito citado pela artista.

Anitta contou ter recorrido nos EUA à ozionioterapia, proibida no Brasil. Foto: Valerie Macon/AFP

Ozônio pode ser aplicado de diversas formas

A ozonioterapia é uma terapia experimental que consiste na introdução do ozônio no corpo por diferentes meios, normalmente misturado com alguns líquidos. Em geral, é introduzido pelo reto ou pela vagina ou ainda de forma intramuscular, intravenosa ou subcutânea. O ozônio também pode ser injetado via auto-hemoterapia, que parece ter sido o caso da cantora. Nesse caso, o sangue é retirado do paciente, exposto ao ozônio e, então, reintroduzido.

A terapia vem sendo proposta como tratamento para as mais diversas condições, entre elas osteoporose, hérnia de disco, feridas crônicas, hepatite B e C, herpes zoster, HIV-Aids, esclerose múltipla, câncer, problemas cardíacos, Alzheimer, doença de Lyme, entre outras. A ozonioterapia chegou a ser cogitada para o tratamento da covid-19. Não há comprovação científica para nenhum desses usos e, por isso, eles são proibidos.

A Sociedade Americana do Câncer alertou, em 2010, que, além de as evidências sobre a eficácia do uso da ozonioterapia contra o câncer serem inconclusivas, o procedimento poderia oferecer perigos. No caso de HIV-Aids, embora tenha sido comprovado que o ozônio mata partículas virais em experiências em laboratório, vários estudos já demonstraram que não tem o mesmo efeito dentro do organismo.

Anvisa não reconhece benefícios no uso do ozônio em tratamentos. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Administração de Drogas e Alimentos (FDA, na sigla em inglês), o equivalente nos EUA à Anvisa, reiterou em 2006 que, quando inalado, o ozônio é um gás tóxico não indicado para uso médico. A administração também sustenta que, para o ozônio ser eficiente como germicida, teria que ser administrado em quantidades tão altas que seria letal para os próprios seres humanos.

Ozonioterapia não é reconhecida como tratamento no Brasil

No Brasil, a ozonioterapia não é reconhecida como tratamento para nenhuma doença. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), “trata-se de procedimento ainda em caráter experimental, cuja aplicação clínica não está liberada, devendo ocorrer apenas em ambiente de estudos científicos”.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária autoriza o uso da terapia apenas como auxiliar para alguns procedimentos odontológicos e estéticos. Segundo a autarquia, “não há, até o momento, nenhuma evidência científica significativa de que haja outras aplicações médicas”.

A ozonioterapia está na lista das Práticas Integrativas e Complementares do Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece outros tratamentos alternativos e sem eficácia comprovada cientificamente, como “imposição de mãos”, “reiki”, “constelação familiar”, “aromaterapia” e “shantala”. Entretanto, por causa da disposição do CFM, a terapia não pode ser administrada por médicos.

As indicações de uso com segurança e eficácia aprovadas pela Anvisa para equipamentos médicos emissores de ozônio são:

  • Dentística: tratamento de cárie dental – ação antimicrobiana
  • Periodontia: prevenção e tratamento dos quadros inflamatórios/infecciosos
  • Endodontia: potencialização da fase de limpeza do sistema de canais radiculares (da raiz do dente)
  • Cirurgia odontológica: auxilio no processo de reparação tecidual
  • Estética: auxílio à limpeza e assepsia da pele

RIO - Em transmissão ao vivo realizada na última quinta-feira nas redes sociais, a cantora Anitta revelou que se submeteu à ozonioterapia para melhorar o seu condicionamento físico há três meses, nos Estados Unidos. Não há comprovação científica para o tratamento, que não é permitido na prática médica no Brasil.

Anitta fez a live no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, mas não deu detalhes sobre a internação. Disse apenas que não estava relacionada à cirurgia de endometriose a que foi submetida em julho. No último fim de semana, a cantora revelou que havia tratado recentemente uma mononucleose. Também conhecida como doença do beijo, trata-se uma infecção causada pelo vírus Epstein-Barr, transmitida pela saliva, sangue e objetos contaminados, por exemplo. Normalmente, a enfermidade é assintomática e pode ser facilmente confundida com outras doenças respiratórias.

A cantora contou no vídeo que, como parte de sua preparação para escalar o Monte Everest, ela resolveu se submeter à ozonioterapia, em suas palavras, “uma terapia que tira o sangue, mistura com ozônio e volta ao corpo”. E concluiu: “Isso aumenta a imunidade”. A ciência não comprovou esse suposto efeito citado pela artista.

Anitta contou ter recorrido nos EUA à ozionioterapia, proibida no Brasil. Foto: Valerie Macon/AFP

Ozônio pode ser aplicado de diversas formas

A ozonioterapia é uma terapia experimental que consiste na introdução do ozônio no corpo por diferentes meios, normalmente misturado com alguns líquidos. Em geral, é introduzido pelo reto ou pela vagina ou ainda de forma intramuscular, intravenosa ou subcutânea. O ozônio também pode ser injetado via auto-hemoterapia, que parece ter sido o caso da cantora. Nesse caso, o sangue é retirado do paciente, exposto ao ozônio e, então, reintroduzido.

A terapia vem sendo proposta como tratamento para as mais diversas condições, entre elas osteoporose, hérnia de disco, feridas crônicas, hepatite B e C, herpes zoster, HIV-Aids, esclerose múltipla, câncer, problemas cardíacos, Alzheimer, doença de Lyme, entre outras. A ozonioterapia chegou a ser cogitada para o tratamento da covid-19. Não há comprovação científica para nenhum desses usos e, por isso, eles são proibidos.

A Sociedade Americana do Câncer alertou, em 2010, que, além de as evidências sobre a eficácia do uso da ozonioterapia contra o câncer serem inconclusivas, o procedimento poderia oferecer perigos. No caso de HIV-Aids, embora tenha sido comprovado que o ozônio mata partículas virais em experiências em laboratório, vários estudos já demonstraram que não tem o mesmo efeito dentro do organismo.

Anvisa não reconhece benefícios no uso do ozônio em tratamentos. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Administração de Drogas e Alimentos (FDA, na sigla em inglês), o equivalente nos EUA à Anvisa, reiterou em 2006 que, quando inalado, o ozônio é um gás tóxico não indicado para uso médico. A administração também sustenta que, para o ozônio ser eficiente como germicida, teria que ser administrado em quantidades tão altas que seria letal para os próprios seres humanos.

Ozonioterapia não é reconhecida como tratamento no Brasil

No Brasil, a ozonioterapia não é reconhecida como tratamento para nenhuma doença. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), “trata-se de procedimento ainda em caráter experimental, cuja aplicação clínica não está liberada, devendo ocorrer apenas em ambiente de estudos científicos”.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária autoriza o uso da terapia apenas como auxiliar para alguns procedimentos odontológicos e estéticos. Segundo a autarquia, “não há, até o momento, nenhuma evidência científica significativa de que haja outras aplicações médicas”.

A ozonioterapia está na lista das Práticas Integrativas e Complementares do Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece outros tratamentos alternativos e sem eficácia comprovada cientificamente, como “imposição de mãos”, “reiki”, “constelação familiar”, “aromaterapia” e “shantala”. Entretanto, por causa da disposição do CFM, a terapia não pode ser administrada por médicos.

As indicações de uso com segurança e eficácia aprovadas pela Anvisa para equipamentos médicos emissores de ozônio são:

  • Dentística: tratamento de cárie dental – ação antimicrobiana
  • Periodontia: prevenção e tratamento dos quadros inflamatórios/infecciosos
  • Endodontia: potencialização da fase de limpeza do sistema de canais radiculares (da raiz do dente)
  • Cirurgia odontológica: auxilio no processo de reparação tecidual
  • Estética: auxílio à limpeza e assepsia da pele

RIO - Em transmissão ao vivo realizada na última quinta-feira nas redes sociais, a cantora Anitta revelou que se submeteu à ozonioterapia para melhorar o seu condicionamento físico há três meses, nos Estados Unidos. Não há comprovação científica para o tratamento, que não é permitido na prática médica no Brasil.

Anitta fez a live no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, mas não deu detalhes sobre a internação. Disse apenas que não estava relacionada à cirurgia de endometriose a que foi submetida em julho. No último fim de semana, a cantora revelou que havia tratado recentemente uma mononucleose. Também conhecida como doença do beijo, trata-se uma infecção causada pelo vírus Epstein-Barr, transmitida pela saliva, sangue e objetos contaminados, por exemplo. Normalmente, a enfermidade é assintomática e pode ser facilmente confundida com outras doenças respiratórias.

A cantora contou no vídeo que, como parte de sua preparação para escalar o Monte Everest, ela resolveu se submeter à ozonioterapia, em suas palavras, “uma terapia que tira o sangue, mistura com ozônio e volta ao corpo”. E concluiu: “Isso aumenta a imunidade”. A ciência não comprovou esse suposto efeito citado pela artista.

Anitta contou ter recorrido nos EUA à ozionioterapia, proibida no Brasil. Foto: Valerie Macon/AFP

Ozônio pode ser aplicado de diversas formas

A ozonioterapia é uma terapia experimental que consiste na introdução do ozônio no corpo por diferentes meios, normalmente misturado com alguns líquidos. Em geral, é introduzido pelo reto ou pela vagina ou ainda de forma intramuscular, intravenosa ou subcutânea. O ozônio também pode ser injetado via auto-hemoterapia, que parece ter sido o caso da cantora. Nesse caso, o sangue é retirado do paciente, exposto ao ozônio e, então, reintroduzido.

A terapia vem sendo proposta como tratamento para as mais diversas condições, entre elas osteoporose, hérnia de disco, feridas crônicas, hepatite B e C, herpes zoster, HIV-Aids, esclerose múltipla, câncer, problemas cardíacos, Alzheimer, doença de Lyme, entre outras. A ozonioterapia chegou a ser cogitada para o tratamento da covid-19. Não há comprovação científica para nenhum desses usos e, por isso, eles são proibidos.

A Sociedade Americana do Câncer alertou, em 2010, que, além de as evidências sobre a eficácia do uso da ozonioterapia contra o câncer serem inconclusivas, o procedimento poderia oferecer perigos. No caso de HIV-Aids, embora tenha sido comprovado que o ozônio mata partículas virais em experiências em laboratório, vários estudos já demonstraram que não tem o mesmo efeito dentro do organismo.

Anvisa não reconhece benefícios no uso do ozônio em tratamentos. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Administração de Drogas e Alimentos (FDA, na sigla em inglês), o equivalente nos EUA à Anvisa, reiterou em 2006 que, quando inalado, o ozônio é um gás tóxico não indicado para uso médico. A administração também sustenta que, para o ozônio ser eficiente como germicida, teria que ser administrado em quantidades tão altas que seria letal para os próprios seres humanos.

Ozonioterapia não é reconhecida como tratamento no Brasil

No Brasil, a ozonioterapia não é reconhecida como tratamento para nenhuma doença. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), “trata-se de procedimento ainda em caráter experimental, cuja aplicação clínica não está liberada, devendo ocorrer apenas em ambiente de estudos científicos”.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária autoriza o uso da terapia apenas como auxiliar para alguns procedimentos odontológicos e estéticos. Segundo a autarquia, “não há, até o momento, nenhuma evidência científica significativa de que haja outras aplicações médicas”.

A ozonioterapia está na lista das Práticas Integrativas e Complementares do Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece outros tratamentos alternativos e sem eficácia comprovada cientificamente, como “imposição de mãos”, “reiki”, “constelação familiar”, “aromaterapia” e “shantala”. Entretanto, por causa da disposição do CFM, a terapia não pode ser administrada por médicos.

As indicações de uso com segurança e eficácia aprovadas pela Anvisa para equipamentos médicos emissores de ozônio são:

  • Dentística: tratamento de cárie dental – ação antimicrobiana
  • Periodontia: prevenção e tratamento dos quadros inflamatórios/infecciosos
  • Endodontia: potencialização da fase de limpeza do sistema de canais radiculares (da raiz do dente)
  • Cirurgia odontológica: auxilio no processo de reparação tecidual
  • Estética: auxílio à limpeza e assepsia da pele

RIO - Em transmissão ao vivo realizada na última quinta-feira nas redes sociais, a cantora Anitta revelou que se submeteu à ozonioterapia para melhorar o seu condicionamento físico há três meses, nos Estados Unidos. Não há comprovação científica para o tratamento, que não é permitido na prática médica no Brasil.

Anitta fez a live no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, mas não deu detalhes sobre a internação. Disse apenas que não estava relacionada à cirurgia de endometriose a que foi submetida em julho. No último fim de semana, a cantora revelou que havia tratado recentemente uma mononucleose. Também conhecida como doença do beijo, trata-se uma infecção causada pelo vírus Epstein-Barr, transmitida pela saliva, sangue e objetos contaminados, por exemplo. Normalmente, a enfermidade é assintomática e pode ser facilmente confundida com outras doenças respiratórias.

A cantora contou no vídeo que, como parte de sua preparação para escalar o Monte Everest, ela resolveu se submeter à ozonioterapia, em suas palavras, “uma terapia que tira o sangue, mistura com ozônio e volta ao corpo”. E concluiu: “Isso aumenta a imunidade”. A ciência não comprovou esse suposto efeito citado pela artista.

Anitta contou ter recorrido nos EUA à ozionioterapia, proibida no Brasil. Foto: Valerie Macon/AFP

Ozônio pode ser aplicado de diversas formas

A ozonioterapia é uma terapia experimental que consiste na introdução do ozônio no corpo por diferentes meios, normalmente misturado com alguns líquidos. Em geral, é introduzido pelo reto ou pela vagina ou ainda de forma intramuscular, intravenosa ou subcutânea. O ozônio também pode ser injetado via auto-hemoterapia, que parece ter sido o caso da cantora. Nesse caso, o sangue é retirado do paciente, exposto ao ozônio e, então, reintroduzido.

A terapia vem sendo proposta como tratamento para as mais diversas condições, entre elas osteoporose, hérnia de disco, feridas crônicas, hepatite B e C, herpes zoster, HIV-Aids, esclerose múltipla, câncer, problemas cardíacos, Alzheimer, doença de Lyme, entre outras. A ozonioterapia chegou a ser cogitada para o tratamento da covid-19. Não há comprovação científica para nenhum desses usos e, por isso, eles são proibidos.

A Sociedade Americana do Câncer alertou, em 2010, que, além de as evidências sobre a eficácia do uso da ozonioterapia contra o câncer serem inconclusivas, o procedimento poderia oferecer perigos. No caso de HIV-Aids, embora tenha sido comprovado que o ozônio mata partículas virais em experiências em laboratório, vários estudos já demonstraram que não tem o mesmo efeito dentro do organismo.

Anvisa não reconhece benefícios no uso do ozônio em tratamentos. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Administração de Drogas e Alimentos (FDA, na sigla em inglês), o equivalente nos EUA à Anvisa, reiterou em 2006 que, quando inalado, o ozônio é um gás tóxico não indicado para uso médico. A administração também sustenta que, para o ozônio ser eficiente como germicida, teria que ser administrado em quantidades tão altas que seria letal para os próprios seres humanos.

Ozonioterapia não é reconhecida como tratamento no Brasil

No Brasil, a ozonioterapia não é reconhecida como tratamento para nenhuma doença. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), “trata-se de procedimento ainda em caráter experimental, cuja aplicação clínica não está liberada, devendo ocorrer apenas em ambiente de estudos científicos”.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária autoriza o uso da terapia apenas como auxiliar para alguns procedimentos odontológicos e estéticos. Segundo a autarquia, “não há, até o momento, nenhuma evidência científica significativa de que haja outras aplicações médicas”.

A ozonioterapia está na lista das Práticas Integrativas e Complementares do Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece outros tratamentos alternativos e sem eficácia comprovada cientificamente, como “imposição de mãos”, “reiki”, “constelação familiar”, “aromaterapia” e “shantala”. Entretanto, por causa da disposição do CFM, a terapia não pode ser administrada por médicos.

As indicações de uso com segurança e eficácia aprovadas pela Anvisa para equipamentos médicos emissores de ozônio são:

  • Dentística: tratamento de cárie dental – ação antimicrobiana
  • Periodontia: prevenção e tratamento dos quadros inflamatórios/infecciosos
  • Endodontia: potencialização da fase de limpeza do sistema de canais radiculares (da raiz do dente)
  • Cirurgia odontológica: auxilio no processo de reparação tecidual
  • Estética: auxílio à limpeza e assepsia da pele

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