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De um lado, vêem-se argumentos científicos de renomadas autoridades médicas brasileiras e internacionais, fundamentando a vacinação como segura inclusive para crianças acima de 5 anos. De outro, em nome de uma "medicina política", não há limite à ignorância no sentido de ir contra a ciência, mesmo diante de todas as evidências científicas e de inacreditáveis 620 mil mortes só no Brasil. O advogado Antônio Carlos Mendes, ex-subprocurador-geral da República, que faleceu de covid-19 ano passado, costumava dizer que se mede inteligência pelo teste de QI porque ela é mensurável e limitada. Mas que ainda não tinham inventado um "QB" porque a burrice humana pode não ter limite. Que o cidadão Jair Bolsonaro não acredite, não goste da vacina e não queira vacinar a si mesmo e sua família poderia, no limite, ser considerado um direito dele. Agora, não é essa postura que se impõe a um presidente da República para governar uma nação com 213 milhões pessoas e uma das maiores economias do mundo. A instituição da Presidência da República é maior que a pessoa que a ocupa, seja ela quem for. É preocupante quando o presidente estabelece uma política pública de saúde segregacionista à população, que prejudica sobretudo os mais carentes que não têm acesso fácil a médicos. É revoltante assistir à tentativa de dificultar a vacinação de crianças contra a covid-19, quando há recomendação técnica no sentido oposto da Anvisa e da comunidade médica e científica mundial. A situação fica ainda mais grave quando se tem um médico cardiologista no comando do Ministério da Saúde que parece ter esquecido do seu juramento de Hipócrates, e que também não se preocupa com a educação - vide o seu grotesco gesto com o dedo em Nova York, tão pouco com a saúde das crianças quando diz "morte de crianças por covid estão em patamar baixo". Conservadorismo ou progressismo nada têm a ver com direito à vida, reiterando ser essa a principal obrigação do Estado, independentemente da orientação política ou ideológica do governo de plantão. Recentemente, o ex-presidente americano Donald Trump veio a público defender a dose de reforço da vacina e disse que ela "é uma das maiores conquistas da humanidade". Em 2020, se falou que o governo federal não compraria vacinas da Pfizer pelo fato da empresa não assumir responsabilidades frente aos riscos de possíveis efeitos colaterais. Por essa razão, perdeu-se muito tempo e milhares de pessoas morreram sem ter a oportunidade de tomar a vacina. Agora, fosse esse um argumento consistente, teria o governo de banir das farmácias e hospitais praticamente todos os remédios, pois, de uma simples aspirina a um quimioterápico, tudo oferece algum risco à saúde. Basta ler a bula. Aliás, por acaso o governo adotou a mesma postura restritiva em relação às demais vacinas que tomamos a vida inteira? O problema das consequências é que elas sempre vêm depois, já dizia o conselheiro Acácio, personagem de Eça de Queiroz no memorável livro "O Primo Basílio". Assim, todos nós estamos sentindo os efeitos dessa postura antivacina, consequência do negacionismo da ciência. Além das perdas de vidas que poderiam ter sido evitadas, vamos atrasando o combate à pandemia. E, com isso, vamos também retardando a tão necessária retomada da economia para gerar prosperidade, novos empregos e uma distribuição de renda mais justa, fundamental num país com tantas desigualdades. Não há dicotomia entre lutar pela vida e desenvolver a economia. Ao contrário. Ou saímos todos juntos e fortalecidos como sociedade desse buraco ou ninguém se salva. O surgimento da Ômicron vem provar que ou a vacinação é para todos, sejam crianças, jovens, adultos e idosos, ou seremos sempre surpreendidos com novas cepas e mais desastres sanitários, sociais e econômicos. Como cidadãos temos o dever de lutar contra a ignorância e pela valorização da ciência e da vida. Nesse sentido, é importante destacar a coragem, a dedicação e a competência dos profissionais de saúde, cientistas e instituições brasileiras que estão na linha de frente no combate à pandemia há quase dois anos. Independentemente de crença religiosa, ideologia ou orientação político-partidária a questão é muito maior: é da luta pela vida. Essa é a única razão deste artigo. Sem ela, não tem economia, não tem nada. *José Seripieri Junior, fundador e CEO da Qsaúde, healthtec e operadora de planos de saúde
De um lado, vêem-se argumentos científicos de renomadas autoridades médicas brasileiras e internacionais, fundamentando a vacinação como segura inclusive para crianças acima de 5 anos. De outro, em nome de uma "medicina política", não há limite à ignorância no sentido de ir contra a ciência, mesmo diante de todas as evidências científicas e de inacreditáveis 620 mil mortes só no Brasil. O advogado Antônio Carlos Mendes, ex-subprocurador-geral da República, que faleceu de covid-19 ano passado, costumava dizer que se mede inteligência pelo teste de QI porque ela é mensurável e limitada. Mas que ainda não tinham inventado um "QB" porque a burrice humana pode não ter limite. Que o cidadão Jair Bolsonaro não acredite, não goste da vacina e não queira vacinar a si mesmo e sua família poderia, no limite, ser considerado um direito dele. Agora, não é essa postura que se impõe a um presidente da República para governar uma nação com 213 milhões pessoas e uma das maiores economias do mundo. A instituição da Presidência da República é maior que a pessoa que a ocupa, seja ela quem for. É preocupante quando o presidente estabelece uma política pública de saúde segregacionista à população, que prejudica sobretudo os mais carentes que não têm acesso fácil a médicos. É revoltante assistir à tentativa de dificultar a vacinação de crianças contra a covid-19, quando há recomendação técnica no sentido oposto da Anvisa e da comunidade médica e científica mundial. A situação fica ainda mais grave quando se tem um médico cardiologista no comando do Ministério da Saúde que parece ter esquecido do seu juramento de Hipócrates, e que também não se preocupa com a educação - vide o seu grotesco gesto com o dedo em Nova York, tão pouco com a saúde das crianças quando diz "morte de crianças por covid estão em patamar baixo". Conservadorismo ou progressismo nada têm a ver com direito à vida, reiterando ser essa a principal obrigação do Estado, independentemente da orientação política ou ideológica do governo de plantão. Recentemente, o ex-presidente americano Donald Trump veio a público defender a dose de reforço da vacina e disse que ela "é uma das maiores conquistas da humanidade". Em 2020, se falou que o governo federal não compraria vacinas da Pfizer pelo fato da empresa não assumir responsabilidades frente aos riscos de possíveis efeitos colaterais. Por essa razão, perdeu-se muito tempo e milhares de pessoas morreram sem ter a oportunidade de tomar a vacina. Agora, fosse esse um argumento consistente, teria o governo de banir das farmácias e hospitais praticamente todos os remédios, pois, de uma simples aspirina a um quimioterápico, tudo oferece algum risco à saúde. Basta ler a bula. Aliás, por acaso o governo adotou a mesma postura restritiva em relação às demais vacinas que tomamos a vida inteira? O problema das consequências é que elas sempre vêm depois, já dizia o conselheiro Acácio, personagem de Eça de Queiroz no memorável livro "O Primo Basílio". Assim, todos nós estamos sentindo os efeitos dessa postura antivacina, consequência do negacionismo da ciência. Além das perdas de vidas que poderiam ter sido evitadas, vamos atrasando o combate à pandemia. E, com isso, vamos também retardando a tão necessária retomada da economia para gerar prosperidade, novos empregos e uma distribuição de renda mais justa, fundamental num país com tantas desigualdades. Não há dicotomia entre lutar pela vida e desenvolver a economia. Ao contrário. Ou saímos todos juntos e fortalecidos como sociedade desse buraco ou ninguém se salva. O surgimento da Ômicron vem provar que ou a vacinação é para todos, sejam crianças, jovens, adultos e idosos, ou seremos sempre surpreendidos com novas cepas e mais desastres sanitários, sociais e econômicos. Como cidadãos temos o dever de lutar contra a ignorância e pela valorização da ciência e da vida. Nesse sentido, é importante destacar a coragem, a dedicação e a competência dos profissionais de saúde, cientistas e instituições brasileiras que estão na linha de frente no combate à pandemia há quase dois anos. Independentemente de crença religiosa, ideologia ou orientação político-partidária a questão é muito maior: é da luta pela vida. Essa é a única razão deste artigo. Sem ela, não tem economia, não tem nada. *José Seripieri Junior, fundador e CEO da Qsaúde, healthtec e operadora de planos de saúde
De um lado, vêem-se argumentos científicos de renomadas autoridades médicas brasileiras e internacionais, fundamentando a vacinação como segura inclusive para crianças acima de 5 anos. De outro, em nome de uma "medicina política", não há limite à ignorância no sentido de ir contra a ciência, mesmo diante de todas as evidências científicas e de inacreditáveis 620 mil mortes só no Brasil. O advogado Antônio Carlos Mendes, ex-subprocurador-geral da República, que faleceu de covid-19 ano passado, costumava dizer que se mede inteligência pelo teste de QI porque ela é mensurável e limitada. Mas que ainda não tinham inventado um "QB" porque a burrice humana pode não ter limite. Que o cidadão Jair Bolsonaro não acredite, não goste da vacina e não queira vacinar a si mesmo e sua família poderia, no limite, ser considerado um direito dele. Agora, não é essa postura que se impõe a um presidente da República para governar uma nação com 213 milhões pessoas e uma das maiores economias do mundo. A instituição da Presidência da República é maior que a pessoa que a ocupa, seja ela quem for. É preocupante quando o presidente estabelece uma política pública de saúde segregacionista à população, que prejudica sobretudo os mais carentes que não têm acesso fácil a médicos. É revoltante assistir à tentativa de dificultar a vacinação de crianças contra a covid-19, quando há recomendação técnica no sentido oposto da Anvisa e da comunidade médica e científica mundial. A situação fica ainda mais grave quando se tem um médico cardiologista no comando do Ministério da Saúde que parece ter esquecido do seu juramento de Hipócrates, e que também não se preocupa com a educação - vide o seu grotesco gesto com o dedo em Nova York, tão pouco com a saúde das crianças quando diz "morte de crianças por covid estão em patamar baixo". Conservadorismo ou progressismo nada têm a ver com direito à vida, reiterando ser essa a principal obrigação do Estado, independentemente da orientação política ou ideológica do governo de plantão. Recentemente, o ex-presidente americano Donald Trump veio a público defender a dose de reforço da vacina e disse que ela "é uma das maiores conquistas da humanidade". Em 2020, se falou que o governo federal não compraria vacinas da Pfizer pelo fato da empresa não assumir responsabilidades frente aos riscos de possíveis efeitos colaterais. Por essa razão, perdeu-se muito tempo e milhares de pessoas morreram sem ter a oportunidade de tomar a vacina. Agora, fosse esse um argumento consistente, teria o governo de banir das farmácias e hospitais praticamente todos os remédios, pois, de uma simples aspirina a um quimioterápico, tudo oferece algum risco à saúde. Basta ler a bula. Aliás, por acaso o governo adotou a mesma postura restritiva em relação às demais vacinas que tomamos a vida inteira? O problema das consequências é que elas sempre vêm depois, já dizia o conselheiro Acácio, personagem de Eça de Queiroz no memorável livro "O Primo Basílio". Assim, todos nós estamos sentindo os efeitos dessa postura antivacina, consequência do negacionismo da ciência. Além das perdas de vidas que poderiam ter sido evitadas, vamos atrasando o combate à pandemia. E, com isso, vamos também retardando a tão necessária retomada da economia para gerar prosperidade, novos empregos e uma distribuição de renda mais justa, fundamental num país com tantas desigualdades. Não há dicotomia entre lutar pela vida e desenvolver a economia. Ao contrário. Ou saímos todos juntos e fortalecidos como sociedade desse buraco ou ninguém se salva. O surgimento da Ômicron vem provar que ou a vacinação é para todos, sejam crianças, jovens, adultos e idosos, ou seremos sempre surpreendidos com novas cepas e mais desastres sanitários, sociais e econômicos. Como cidadãos temos o dever de lutar contra a ignorância e pela valorização da ciência e da vida. Nesse sentido, é importante destacar a coragem, a dedicação e a competência dos profissionais de saúde, cientistas e instituições brasileiras que estão na linha de frente no combate à pandemia há quase dois anos. Independentemente de crença religiosa, ideologia ou orientação político-partidária a questão é muito maior: é da luta pela vida. Essa é a única razão deste artigo. Sem ela, não tem economia, não tem nada. *José Seripieri Junior, fundador e CEO da Qsaúde, healthtec e operadora de planos de saúde
De um lado, vêem-se argumentos científicos de renomadas autoridades médicas brasileiras e internacionais, fundamentando a vacinação como segura inclusive para crianças acima de 5 anos. De outro, em nome de uma "medicina política", não há limite à ignorância no sentido de ir contra a ciência, mesmo diante de todas as evidências científicas e de inacreditáveis 620 mil mortes só no Brasil. O advogado Antônio Carlos Mendes, ex-subprocurador-geral da República, que faleceu de covid-19 ano passado, costumava dizer que se mede inteligência pelo teste de QI porque ela é mensurável e limitada. Mas que ainda não tinham inventado um "QB" porque a burrice humana pode não ter limite. Que o cidadão Jair Bolsonaro não acredite, não goste da vacina e não queira vacinar a si mesmo e sua família poderia, no limite, ser considerado um direito dele. Agora, não é essa postura que se impõe a um presidente da República para governar uma nação com 213 milhões pessoas e uma das maiores economias do mundo. A instituição da Presidência da República é maior que a pessoa que a ocupa, seja ela quem for. É preocupante quando o presidente estabelece uma política pública de saúde segregacionista à população, que prejudica sobretudo os mais carentes que não têm acesso fácil a médicos. É revoltante assistir à tentativa de dificultar a vacinação de crianças contra a covid-19, quando há recomendação técnica no sentido oposto da Anvisa e da comunidade médica e científica mundial. A situação fica ainda mais grave quando se tem um médico cardiologista no comando do Ministério da Saúde que parece ter esquecido do seu juramento de Hipócrates, e que também não se preocupa com a educação - vide o seu grotesco gesto com o dedo em Nova York, tão pouco com a saúde das crianças quando diz "morte de crianças por covid estão em patamar baixo". Conservadorismo ou progressismo nada têm a ver com direito à vida, reiterando ser essa a principal obrigação do Estado, independentemente da orientação política ou ideológica do governo de plantão. Recentemente, o ex-presidente americano Donald Trump veio a público defender a dose de reforço da vacina e disse que ela "é uma das maiores conquistas da humanidade". Em 2020, se falou que o governo federal não compraria vacinas da Pfizer pelo fato da empresa não assumir responsabilidades frente aos riscos de possíveis efeitos colaterais. Por essa razão, perdeu-se muito tempo e milhares de pessoas morreram sem ter a oportunidade de tomar a vacina. Agora, fosse esse um argumento consistente, teria o governo de banir das farmácias e hospitais praticamente todos os remédios, pois, de uma simples aspirina a um quimioterápico, tudo oferece algum risco à saúde. Basta ler a bula. Aliás, por acaso o governo adotou a mesma postura restritiva em relação às demais vacinas que tomamos a vida inteira? O problema das consequências é que elas sempre vêm depois, já dizia o conselheiro Acácio, personagem de Eça de Queiroz no memorável livro "O Primo Basílio". Assim, todos nós estamos sentindo os efeitos dessa postura antivacina, consequência do negacionismo da ciência. Além das perdas de vidas que poderiam ter sido evitadas, vamos atrasando o combate à pandemia. E, com isso, vamos também retardando a tão necessária retomada da economia para gerar prosperidade, novos empregos e uma distribuição de renda mais justa, fundamental num país com tantas desigualdades. Não há dicotomia entre lutar pela vida e desenvolver a economia. Ao contrário. Ou saímos todos juntos e fortalecidos como sociedade desse buraco ou ninguém se salva. O surgimento da Ômicron vem provar que ou a vacinação é para todos, sejam crianças, jovens, adultos e idosos, ou seremos sempre surpreendidos com novas cepas e mais desastres sanitários, sociais e econômicos. Como cidadãos temos o dever de lutar contra a ignorância e pela valorização da ciência e da vida. Nesse sentido, é importante destacar a coragem, a dedicação e a competência dos profissionais de saúde, cientistas e instituições brasileiras que estão na linha de frente no combate à pandemia há quase dois anos. Independentemente de crença religiosa, ideologia ou orientação político-partidária a questão é muito maior: é da luta pela vida. Essa é a única razão deste artigo. Sem ela, não tem economia, não tem nada. *José Seripieri Junior, fundador e CEO da Qsaúde, healthtec e operadora de planos de saúde
De um lado, vêem-se argumentos científicos de renomadas autoridades médicas brasileiras e internacionais, fundamentando a vacinação como segura inclusive para crianças acima de 5 anos. De outro, em nome de uma "medicina política", não há limite à ignorância no sentido de ir contra a ciência, mesmo diante de todas as evidências científicas e de inacreditáveis 620 mil mortes só no Brasil. O advogado Antônio Carlos Mendes, ex-subprocurador-geral da República, que faleceu de covid-19 ano passado, costumava dizer que se mede inteligência pelo teste de QI porque ela é mensurável e limitada. Mas que ainda não tinham inventado um "QB" porque a burrice humana pode não ter limite. Que o cidadão Jair Bolsonaro não acredite, não goste da vacina e não queira vacinar a si mesmo e sua família poderia, no limite, ser considerado um direito dele. Agora, não é essa postura que se impõe a um presidente da República para governar uma nação com 213 milhões pessoas e uma das maiores economias do mundo. A instituição da Presidência da República é maior que a pessoa que a ocupa, seja ela quem for. É preocupante quando o presidente estabelece uma política pública de saúde segregacionista à população, que prejudica sobretudo os mais carentes que não têm acesso fácil a médicos. É revoltante assistir à tentativa de dificultar a vacinação de crianças contra a covid-19, quando há recomendação técnica no sentido oposto da Anvisa e da comunidade médica e científica mundial. A situação fica ainda mais grave quando se tem um médico cardiologista no comando do Ministério da Saúde que parece ter esquecido do seu juramento de Hipócrates, e que também não se preocupa com a educação - vide o seu grotesco gesto com o dedo em Nova York, tão pouco com a saúde das crianças quando diz "morte de crianças por covid estão em patamar baixo". Conservadorismo ou progressismo nada têm a ver com direito à vida, reiterando ser essa a principal obrigação do Estado, independentemente da orientação política ou ideológica do governo de plantão. Recentemente, o ex-presidente americano Donald Trump veio a público defender a dose de reforço da vacina e disse que ela "é uma das maiores conquistas da humanidade". Em 2020, se falou que o governo federal não compraria vacinas da Pfizer pelo fato da empresa não assumir responsabilidades frente aos riscos de possíveis efeitos colaterais. Por essa razão, perdeu-se muito tempo e milhares de pessoas morreram sem ter a oportunidade de tomar a vacina. Agora, fosse esse um argumento consistente, teria o governo de banir das farmácias e hospitais praticamente todos os remédios, pois, de uma simples aspirina a um quimioterápico, tudo oferece algum risco à saúde. Basta ler a bula. Aliás, por acaso o governo adotou a mesma postura restritiva em relação às demais vacinas que tomamos a vida inteira? O problema das consequências é que elas sempre vêm depois, já dizia o conselheiro Acácio, personagem de Eça de Queiroz no memorável livro "O Primo Basílio". Assim, todos nós estamos sentindo os efeitos dessa postura antivacina, consequência do negacionismo da ciência. Além das perdas de vidas que poderiam ter sido evitadas, vamos atrasando o combate à pandemia. E, com isso, vamos também retardando a tão necessária retomada da economia para gerar prosperidade, novos empregos e uma distribuição de renda mais justa, fundamental num país com tantas desigualdades. Não há dicotomia entre lutar pela vida e desenvolver a economia. Ao contrário. Ou saímos todos juntos e fortalecidos como sociedade desse buraco ou ninguém se salva. O surgimento da Ômicron vem provar que ou a vacinação é para todos, sejam crianças, jovens, adultos e idosos, ou seremos sempre surpreendidos com novas cepas e mais desastres sanitários, sociais e econômicos. Como cidadãos temos o dever de lutar contra a ignorância e pela valorização da ciência e da vida. Nesse sentido, é importante destacar a coragem, a dedicação e a competência dos profissionais de saúde, cientistas e instituições brasileiras que estão na linha de frente no combate à pandemia há quase dois anos. Independentemente de crença religiosa, ideologia ou orientação político-partidária a questão é muito maior: é da luta pela vida. Essa é a única razão deste artigo. Sem ela, não tem economia, não tem nada. *José Seripieri Junior, fundador e CEO da Qsaúde, healthtec e operadora de planos de saúde