O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou um posicionamento na sexta-feira, 14, recomendando que a população não consuma o adoçante aspartame. A orientação do Inca ocorre após o produto ser incluído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em uma lista de substâncias “possivelmente cancerígenas” .
Em uma nota técnica de quatro páginas, o Inca faz um histórico das evidências científicas relativas ao uso de aspartame e conclui que a população deve deixar de lado o produto e optar por uma alimentação saudável.
“Considerando a atual classificação do aspartame pela Iarc (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, da OMS) como possível carcinógeno para humanos; considerando também as evidências científicas que apontam que o consumo de bebidas adoçadas com adoçantes artificiais não colaboram para o controle da obesidade, podendo ainda contribuir com o excesso de peso corporal; e por fim, considerando a associação direta do excesso de gordura corporal com pelo menos 15 tipos de câncer, o Inca aconselha à população geral evitar o consumo de qualquer tipo de adoçante artificial e adotar uma alimentação saudável, ou seja, baseada em alimentos in natura e minimamente processados e limitada em alimentos ultraprocessados”, diz a nota.
O aspartame passou a ser utilizado amplamente sobretudo após a década de 1980 como uma opção ao açúcar. O produto foi visto como uma alternativa para obter o mesmo efeito adocicado, porém sem as calorias provenientes do açúcar. A partir disso, acabou sendo incluído na dieta da população com cada vez mais frequência.
“Seu apelo é obviamente relacionado ao seu sabor doce sem calorias, o que foi considerado, inicialmente saudável. No entanto, com o aumento dramático da exposição da população a esses agentes, coincidindo com o aumento da obesidade e das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), é imperioso avaliar com cautela a utilização dessa substância”, afirma a nota do Inca.
O aspartame é utilizado em uma ampla gama de produtos industrializados, como a Coca-Cola Zero. Apesar da classificação emitida, a OMS não reviu a indicação de limites de consumo indicados para a substância. Dessa forma, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também manteve as recomendações vigentes sobre o produto. A Anvisa afirmou que, caso a OMS altere as indicações de limites, haverá uma nova análise da agência.
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