O Brasil registrou 946 novas mortes pela covid-19 nesta quarta-feira, 2, o maior número desde 18 de agosto do ano passado. A última vez que o Brasil havia registrado mais de 900 mortes foi no dia 25 de agosto de 2021. A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 653, a pior marca desde o dia 31 de agosto.
Já o número de novas infecções notificadas nesta terça-feira foi de 188.552. A média móvel de casos caiu pelo segundo dia consecutivo e é de 179.962. Nesta segunda-feira, a média móvel de casos havia chegado a 188 mil, o maior número desde o início da pandemia.
No total, o Brasil tem 629.078 mortos e 25.813.685 casos da doença. Os dados diários do Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h.
Os Estados que mais registraram mortes nas últimas 24 horas foram São Paulo (363), Minas Gerais (109) e Rio Grande do Sul (57). O Ceará não atualizou os dados nesta quarta-feira, 2. O Estado alegou um erro no sistema de notificação do Ministério da Saúde. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo também alegou que não conseguiu extrair todos os dados do sistema.
A explosão de casos é vista como efeito da Ômicron, apontada desde que foi detectada, em novembro, como mais transmissível. Especialistas afirmam que esse fator se alia ao relaxamento das medidas de distanciamento social em todo o País.
Apesar da maioria dos casos serem considerados leves - fator atribuído à vacinação e a menor gravidade da Ômicron - o número de mortos também tem crescido diariamente no Brasil. Essa quantidade permanece distante dos registrados no primeiro semestre de 2021, quando o País chegou a ter 4 mil mortes diárias.
Em números proporcionais, a letalidade da covid-19 diminuiu - ou seja, hoje há mais pessoas se infectando do que no ano passado e menos morrendo. Entretanto, infectologistas alertam para o fato de o número de casos ser muito grande e, portanto, a proporção de mortes poder gerar uma quantidade absoluta de vítimas alta. "Estamos confortáveis com o número de mortes diárias porque já tivemos 4 mil? Eu não me sinto confortável", disse o infectologista Carlos Magno Fortaleza ao Estadão na última semana.
O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho de 2020, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados.