Brinquedos ajudam no processo de inclusão social de crianças


Modelos da Barbie e novos personagens de quadrinhos ajudam crianças com deficiência a se sentirem integradas à sociedade

Por Paula Felix

SÃO PAULO - Antônia de Albuquerque Vidal, de 5 anos, está encantada com suas novas bonecas. Diagnosticada com atrofia muscular espinhal, doença rara e degenerativa que afeta os neurônios e interfere na parte motora, ela ganhou da tia uma boneca Barbie cadeirante no final de setembro. No começo do mês, foi presenteada pela enfermeira que a acompanha com uma versão da boneca que usa uma prótese.

Os modelos da Barbie estão entre os brinquedos inclusivos que chegaram ao mercado neste ano. Os gibis também se atualizaram, com lançamento de revistas da Turma da Mônica com personagem autista e outro diagnosticado com epilepsia. A distrofia muscular de Duchenne também foi abordada pelos quadrinhos. 

A Lego desenvolveu peças em braille e lançou para ser utilizado em escolas por crianças cegas ou com baixa visão. “As Barbies são o xodó. Quando brinca com as amigas, ela fala: ‘Não deixa cair, cuidado para empurrar’. A cadeira tem freio, trava e cinto”, diz a mãe de Antônia, a engenheira de produção Bruna Vidal, de 30 anos.

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Bruna conta que a filha só tinha visto personagens cadeirantes em desenhos e livros, mas nunca em brinquedos. “Quando ela viu, foi o máximo. Também foi para a gente, porque eu tive a boneca Barbie, minha irmã teve, ela representa a infância das meninas. É importante ter essa opção, porque a criança precisa se enxergar na sociedade e no mundo como uma pessoa comum, para que ela não se sinta diferente.”

As bonecas foram lançadas em março e a marca recebeu elogios de crianças e adultos, diz Marcela Morales, gerente sênior de marketing da Barbie da América Latina. “A variedade da linha é criada para inspirar as garotas a contar mais histórias e encontrar uma boneca com quem elas possam se identificar. Nós, como marca, podemos promover diversos tipos de discussão, como falar sobre deficiências físicas ao incluí-las em nossa linha de bonecas fashion, trazendo uma visão ainda maior e multidimensional de beleza e de moda.”

Raphael Martins Amaral, de 7 anos, ganhou uma cadeira de rodas da Hot Wheels de uma amiga de sua mãe, a auxiliar administrativo Natália Cristina Martins dos Reis, de 35 anos. “Ela falou: ‘Agora, meus amigos da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) podem ser radicais.” O brinquedo é inspirado no atleta norte-americano Aaron Fotheringham, conhecido como Wheelz, que faz acrobacias usando cadeira de rodas.

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Natália Cristina eseu filho, Raphael. Foto: Werther Santana/Estadão

O menino tem distrofia e faz exames genéticos para determinar qual é o tipo. Neste ano, participou de eventos com Edu, personagem da Turma da Mônica que tem distrofia muscular de Duchenne e já apareceu em duas edições do gibi neste ano.

“Participamos da exposição do personagem na Paulista. O gibi trata da distrofia e ele passa a entender melhor. Algumas horas, ele fica triste, mas, com os brinquedos, todo mundo acaba brincando junto”, conta a mãe. 

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Bullying. Coordenadora de Terapia Ocupacional Infantil e Adulto da AACD, Lina Borges diz que as crianças “nascem programadas para brincar” e destaca que esses brinquedos não são voltados só para quem algum tipo de deficiência. “Vai ter empatia, autoestima e identificação, mas o objetivo é atingir pais, padrinhos e tios que dar esse brinquedo de presente para criança que não tem deficiência, para que faça parte da vida. Quando for fazer a representação e o jogo simbólico para colocar na sua realidade, isso estará melhor elaborado e não terá bullying.”

Mãe de Iker Gomes de Oliveira, de 9 anos, a professora de espanhol Cecília Barrau Valda, de 38 anos, soltou a criatividade e confeccionou brinquedos para o filho, com encurtamento de membros. “Fiz um boneco de crochê do jeitinho dele, há três ou quatro meses, para ele sentir que é bonito do jeito que é.”

Turma da Mônica ganha personagem autista e epilético

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Em 2004, a Turma da Mônica ganhou o personagem Luca, que é cadeirante. Depois, vieram Humberto, deficiente auditivo, e Dorinha, que é cega.

“A Turma da Mônica é um grupo de personagens que vive e age como nossos filhos ou conhecidos. E todos nós temos amigos com algum tipo de deficiência. Aprendemos as regras da inclusão aí”, diz o quadrinista Mauricio de Sousa.

Superintendente da Associação de Amigos do Autista (AMA), Ana Maria Serrajordia Ros de Mello destaca a importância do personagem autista André. “Muitas crianças com diagnóstico de autismo são fisicamente parecidas com as outras, mas são muito diferentes no comportamento e isso costuma gerar algum constrangimento para os familiares.”

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O personagem Haroldo, com epilepsia, também agradou. “Uma das coisas mais importantes para os familiares é, além do controle das crises, que seus filhos sejam aceitos no ambiente social, escolar e, no futuro, no ambiente profissional”, diz Vera Cristina Terra, presidente da Liga Brasileira de Epilepsia.

Diretor médico científico da União Química, empresa parceira no gibi sobre epilepsia, Miguel Giuducissi Filho diz que o objetivo da iniciativa é combater o preconceito.

"Temos a explicação feita de forma suave com o que deve ser feito com a criança. A proposta é que, com o conhecimento, evite-se o bullying."

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E muitas pessoas se interessaram pelo gibi. "Recebemos quase 500 solicitações de associações de pacientes, escolas e pais nas duas primeiras semanas."

SÃO PAULO - Antônia de Albuquerque Vidal, de 5 anos, está encantada com suas novas bonecas. Diagnosticada com atrofia muscular espinhal, doença rara e degenerativa que afeta os neurônios e interfere na parte motora, ela ganhou da tia uma boneca Barbie cadeirante no final de setembro. No começo do mês, foi presenteada pela enfermeira que a acompanha com uma versão da boneca que usa uma prótese.

Os modelos da Barbie estão entre os brinquedos inclusivos que chegaram ao mercado neste ano. Os gibis também se atualizaram, com lançamento de revistas da Turma da Mônica com personagem autista e outro diagnosticado com epilepsia. A distrofia muscular de Duchenne também foi abordada pelos quadrinhos. 

A Lego desenvolveu peças em braille e lançou para ser utilizado em escolas por crianças cegas ou com baixa visão. “As Barbies são o xodó. Quando brinca com as amigas, ela fala: ‘Não deixa cair, cuidado para empurrar’. A cadeira tem freio, trava e cinto”, diz a mãe de Antônia, a engenheira de produção Bruna Vidal, de 30 anos.

Bruna conta que a filha só tinha visto personagens cadeirantes em desenhos e livros, mas nunca em brinquedos. “Quando ela viu, foi o máximo. Também foi para a gente, porque eu tive a boneca Barbie, minha irmã teve, ela representa a infância das meninas. É importante ter essa opção, porque a criança precisa se enxergar na sociedade e no mundo como uma pessoa comum, para que ela não se sinta diferente.”

As bonecas foram lançadas em março e a marca recebeu elogios de crianças e adultos, diz Marcela Morales, gerente sênior de marketing da Barbie da América Latina. “A variedade da linha é criada para inspirar as garotas a contar mais histórias e encontrar uma boneca com quem elas possam se identificar. Nós, como marca, podemos promover diversos tipos de discussão, como falar sobre deficiências físicas ao incluí-las em nossa linha de bonecas fashion, trazendo uma visão ainda maior e multidimensional de beleza e de moda.”

Raphael Martins Amaral, de 7 anos, ganhou uma cadeira de rodas da Hot Wheels de uma amiga de sua mãe, a auxiliar administrativo Natália Cristina Martins dos Reis, de 35 anos. “Ela falou: ‘Agora, meus amigos da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) podem ser radicais.” O brinquedo é inspirado no atleta norte-americano Aaron Fotheringham, conhecido como Wheelz, que faz acrobacias usando cadeira de rodas.

Natália Cristina eseu filho, Raphael. Foto: Werther Santana/Estadão

O menino tem distrofia e faz exames genéticos para determinar qual é o tipo. Neste ano, participou de eventos com Edu, personagem da Turma da Mônica que tem distrofia muscular de Duchenne e já apareceu em duas edições do gibi neste ano.

“Participamos da exposição do personagem na Paulista. O gibi trata da distrofia e ele passa a entender melhor. Algumas horas, ele fica triste, mas, com os brinquedos, todo mundo acaba brincando junto”, conta a mãe. 

Bullying. Coordenadora de Terapia Ocupacional Infantil e Adulto da AACD, Lina Borges diz que as crianças “nascem programadas para brincar” e destaca que esses brinquedos não são voltados só para quem algum tipo de deficiência. “Vai ter empatia, autoestima e identificação, mas o objetivo é atingir pais, padrinhos e tios que dar esse brinquedo de presente para criança que não tem deficiência, para que faça parte da vida. Quando for fazer a representação e o jogo simbólico para colocar na sua realidade, isso estará melhor elaborado e não terá bullying.”

Mãe de Iker Gomes de Oliveira, de 9 anos, a professora de espanhol Cecília Barrau Valda, de 38 anos, soltou a criatividade e confeccionou brinquedos para o filho, com encurtamento de membros. “Fiz um boneco de crochê do jeitinho dele, há três ou quatro meses, para ele sentir que é bonito do jeito que é.”

Turma da Mônica ganha personagem autista e epilético

Em 2004, a Turma da Mônica ganhou o personagem Luca, que é cadeirante. Depois, vieram Humberto, deficiente auditivo, e Dorinha, que é cega.

“A Turma da Mônica é um grupo de personagens que vive e age como nossos filhos ou conhecidos. E todos nós temos amigos com algum tipo de deficiência. Aprendemos as regras da inclusão aí”, diz o quadrinista Mauricio de Sousa.

Superintendente da Associação de Amigos do Autista (AMA), Ana Maria Serrajordia Ros de Mello destaca a importância do personagem autista André. “Muitas crianças com diagnóstico de autismo são fisicamente parecidas com as outras, mas são muito diferentes no comportamento e isso costuma gerar algum constrangimento para os familiares.”

O personagem Haroldo, com epilepsia, também agradou. “Uma das coisas mais importantes para os familiares é, além do controle das crises, que seus filhos sejam aceitos no ambiente social, escolar e, no futuro, no ambiente profissional”, diz Vera Cristina Terra, presidente da Liga Brasileira de Epilepsia.

Diretor médico científico da União Química, empresa parceira no gibi sobre epilepsia, Miguel Giuducissi Filho diz que o objetivo da iniciativa é combater o preconceito.

"Temos a explicação feita de forma suave com o que deve ser feito com a criança. A proposta é que, com o conhecimento, evite-se o bullying."

E muitas pessoas se interessaram pelo gibi. "Recebemos quase 500 solicitações de associações de pacientes, escolas e pais nas duas primeiras semanas."

SÃO PAULO - Antônia de Albuquerque Vidal, de 5 anos, está encantada com suas novas bonecas. Diagnosticada com atrofia muscular espinhal, doença rara e degenerativa que afeta os neurônios e interfere na parte motora, ela ganhou da tia uma boneca Barbie cadeirante no final de setembro. No começo do mês, foi presenteada pela enfermeira que a acompanha com uma versão da boneca que usa uma prótese.

Os modelos da Barbie estão entre os brinquedos inclusivos que chegaram ao mercado neste ano. Os gibis também se atualizaram, com lançamento de revistas da Turma da Mônica com personagem autista e outro diagnosticado com epilepsia. A distrofia muscular de Duchenne também foi abordada pelos quadrinhos. 

A Lego desenvolveu peças em braille e lançou para ser utilizado em escolas por crianças cegas ou com baixa visão. “As Barbies são o xodó. Quando brinca com as amigas, ela fala: ‘Não deixa cair, cuidado para empurrar’. A cadeira tem freio, trava e cinto”, diz a mãe de Antônia, a engenheira de produção Bruna Vidal, de 30 anos.

Bruna conta que a filha só tinha visto personagens cadeirantes em desenhos e livros, mas nunca em brinquedos. “Quando ela viu, foi o máximo. Também foi para a gente, porque eu tive a boneca Barbie, minha irmã teve, ela representa a infância das meninas. É importante ter essa opção, porque a criança precisa se enxergar na sociedade e no mundo como uma pessoa comum, para que ela não se sinta diferente.”

As bonecas foram lançadas em março e a marca recebeu elogios de crianças e adultos, diz Marcela Morales, gerente sênior de marketing da Barbie da América Latina. “A variedade da linha é criada para inspirar as garotas a contar mais histórias e encontrar uma boneca com quem elas possam se identificar. Nós, como marca, podemos promover diversos tipos de discussão, como falar sobre deficiências físicas ao incluí-las em nossa linha de bonecas fashion, trazendo uma visão ainda maior e multidimensional de beleza e de moda.”

Raphael Martins Amaral, de 7 anos, ganhou uma cadeira de rodas da Hot Wheels de uma amiga de sua mãe, a auxiliar administrativo Natália Cristina Martins dos Reis, de 35 anos. “Ela falou: ‘Agora, meus amigos da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) podem ser radicais.” O brinquedo é inspirado no atleta norte-americano Aaron Fotheringham, conhecido como Wheelz, que faz acrobacias usando cadeira de rodas.

Natália Cristina eseu filho, Raphael. Foto: Werther Santana/Estadão

O menino tem distrofia e faz exames genéticos para determinar qual é o tipo. Neste ano, participou de eventos com Edu, personagem da Turma da Mônica que tem distrofia muscular de Duchenne e já apareceu em duas edições do gibi neste ano.

“Participamos da exposição do personagem na Paulista. O gibi trata da distrofia e ele passa a entender melhor. Algumas horas, ele fica triste, mas, com os brinquedos, todo mundo acaba brincando junto”, conta a mãe. 

Bullying. Coordenadora de Terapia Ocupacional Infantil e Adulto da AACD, Lina Borges diz que as crianças “nascem programadas para brincar” e destaca que esses brinquedos não são voltados só para quem algum tipo de deficiência. “Vai ter empatia, autoestima e identificação, mas o objetivo é atingir pais, padrinhos e tios que dar esse brinquedo de presente para criança que não tem deficiência, para que faça parte da vida. Quando for fazer a representação e o jogo simbólico para colocar na sua realidade, isso estará melhor elaborado e não terá bullying.”

Mãe de Iker Gomes de Oliveira, de 9 anos, a professora de espanhol Cecília Barrau Valda, de 38 anos, soltou a criatividade e confeccionou brinquedos para o filho, com encurtamento de membros. “Fiz um boneco de crochê do jeitinho dele, há três ou quatro meses, para ele sentir que é bonito do jeito que é.”

Turma da Mônica ganha personagem autista e epilético

Em 2004, a Turma da Mônica ganhou o personagem Luca, que é cadeirante. Depois, vieram Humberto, deficiente auditivo, e Dorinha, que é cega.

“A Turma da Mônica é um grupo de personagens que vive e age como nossos filhos ou conhecidos. E todos nós temos amigos com algum tipo de deficiência. Aprendemos as regras da inclusão aí”, diz o quadrinista Mauricio de Sousa.

Superintendente da Associação de Amigos do Autista (AMA), Ana Maria Serrajordia Ros de Mello destaca a importância do personagem autista André. “Muitas crianças com diagnóstico de autismo são fisicamente parecidas com as outras, mas são muito diferentes no comportamento e isso costuma gerar algum constrangimento para os familiares.”

O personagem Haroldo, com epilepsia, também agradou. “Uma das coisas mais importantes para os familiares é, além do controle das crises, que seus filhos sejam aceitos no ambiente social, escolar e, no futuro, no ambiente profissional”, diz Vera Cristina Terra, presidente da Liga Brasileira de Epilepsia.

Diretor médico científico da União Química, empresa parceira no gibi sobre epilepsia, Miguel Giuducissi Filho diz que o objetivo da iniciativa é combater o preconceito.

"Temos a explicação feita de forma suave com o que deve ser feito com a criança. A proposta é que, com o conhecimento, evite-se o bullying."

E muitas pessoas se interessaram pelo gibi. "Recebemos quase 500 solicitações de associações de pacientes, escolas e pais nas duas primeiras semanas."

SÃO PAULO - Antônia de Albuquerque Vidal, de 5 anos, está encantada com suas novas bonecas. Diagnosticada com atrofia muscular espinhal, doença rara e degenerativa que afeta os neurônios e interfere na parte motora, ela ganhou da tia uma boneca Barbie cadeirante no final de setembro. No começo do mês, foi presenteada pela enfermeira que a acompanha com uma versão da boneca que usa uma prótese.

Os modelos da Barbie estão entre os brinquedos inclusivos que chegaram ao mercado neste ano. Os gibis também se atualizaram, com lançamento de revistas da Turma da Mônica com personagem autista e outro diagnosticado com epilepsia. A distrofia muscular de Duchenne também foi abordada pelos quadrinhos. 

A Lego desenvolveu peças em braille e lançou para ser utilizado em escolas por crianças cegas ou com baixa visão. “As Barbies são o xodó. Quando brinca com as amigas, ela fala: ‘Não deixa cair, cuidado para empurrar’. A cadeira tem freio, trava e cinto”, diz a mãe de Antônia, a engenheira de produção Bruna Vidal, de 30 anos.

Bruna conta que a filha só tinha visto personagens cadeirantes em desenhos e livros, mas nunca em brinquedos. “Quando ela viu, foi o máximo. Também foi para a gente, porque eu tive a boneca Barbie, minha irmã teve, ela representa a infância das meninas. É importante ter essa opção, porque a criança precisa se enxergar na sociedade e no mundo como uma pessoa comum, para que ela não se sinta diferente.”

As bonecas foram lançadas em março e a marca recebeu elogios de crianças e adultos, diz Marcela Morales, gerente sênior de marketing da Barbie da América Latina. “A variedade da linha é criada para inspirar as garotas a contar mais histórias e encontrar uma boneca com quem elas possam se identificar. Nós, como marca, podemos promover diversos tipos de discussão, como falar sobre deficiências físicas ao incluí-las em nossa linha de bonecas fashion, trazendo uma visão ainda maior e multidimensional de beleza e de moda.”

Raphael Martins Amaral, de 7 anos, ganhou uma cadeira de rodas da Hot Wheels de uma amiga de sua mãe, a auxiliar administrativo Natália Cristina Martins dos Reis, de 35 anos. “Ela falou: ‘Agora, meus amigos da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) podem ser radicais.” O brinquedo é inspirado no atleta norte-americano Aaron Fotheringham, conhecido como Wheelz, que faz acrobacias usando cadeira de rodas.

Natália Cristina eseu filho, Raphael. Foto: Werther Santana/Estadão

O menino tem distrofia e faz exames genéticos para determinar qual é o tipo. Neste ano, participou de eventos com Edu, personagem da Turma da Mônica que tem distrofia muscular de Duchenne e já apareceu em duas edições do gibi neste ano.

“Participamos da exposição do personagem na Paulista. O gibi trata da distrofia e ele passa a entender melhor. Algumas horas, ele fica triste, mas, com os brinquedos, todo mundo acaba brincando junto”, conta a mãe. 

Bullying. Coordenadora de Terapia Ocupacional Infantil e Adulto da AACD, Lina Borges diz que as crianças “nascem programadas para brincar” e destaca que esses brinquedos não são voltados só para quem algum tipo de deficiência. “Vai ter empatia, autoestima e identificação, mas o objetivo é atingir pais, padrinhos e tios que dar esse brinquedo de presente para criança que não tem deficiência, para que faça parte da vida. Quando for fazer a representação e o jogo simbólico para colocar na sua realidade, isso estará melhor elaborado e não terá bullying.”

Mãe de Iker Gomes de Oliveira, de 9 anos, a professora de espanhol Cecília Barrau Valda, de 38 anos, soltou a criatividade e confeccionou brinquedos para o filho, com encurtamento de membros. “Fiz um boneco de crochê do jeitinho dele, há três ou quatro meses, para ele sentir que é bonito do jeito que é.”

Turma da Mônica ganha personagem autista e epilético

Em 2004, a Turma da Mônica ganhou o personagem Luca, que é cadeirante. Depois, vieram Humberto, deficiente auditivo, e Dorinha, que é cega.

“A Turma da Mônica é um grupo de personagens que vive e age como nossos filhos ou conhecidos. E todos nós temos amigos com algum tipo de deficiência. Aprendemos as regras da inclusão aí”, diz o quadrinista Mauricio de Sousa.

Superintendente da Associação de Amigos do Autista (AMA), Ana Maria Serrajordia Ros de Mello destaca a importância do personagem autista André. “Muitas crianças com diagnóstico de autismo são fisicamente parecidas com as outras, mas são muito diferentes no comportamento e isso costuma gerar algum constrangimento para os familiares.”

O personagem Haroldo, com epilepsia, também agradou. “Uma das coisas mais importantes para os familiares é, além do controle das crises, que seus filhos sejam aceitos no ambiente social, escolar e, no futuro, no ambiente profissional”, diz Vera Cristina Terra, presidente da Liga Brasileira de Epilepsia.

Diretor médico científico da União Química, empresa parceira no gibi sobre epilepsia, Miguel Giuducissi Filho diz que o objetivo da iniciativa é combater o preconceito.

"Temos a explicação feita de forma suave com o que deve ser feito com a criança. A proposta é que, com o conhecimento, evite-se o bullying."

E muitas pessoas se interessaram pelo gibi. "Recebemos quase 500 solicitações de associações de pacientes, escolas e pais nas duas primeiras semanas."

SÃO PAULO - Antônia de Albuquerque Vidal, de 5 anos, está encantada com suas novas bonecas. Diagnosticada com atrofia muscular espinhal, doença rara e degenerativa que afeta os neurônios e interfere na parte motora, ela ganhou da tia uma boneca Barbie cadeirante no final de setembro. No começo do mês, foi presenteada pela enfermeira que a acompanha com uma versão da boneca que usa uma prótese.

Os modelos da Barbie estão entre os brinquedos inclusivos que chegaram ao mercado neste ano. Os gibis também se atualizaram, com lançamento de revistas da Turma da Mônica com personagem autista e outro diagnosticado com epilepsia. A distrofia muscular de Duchenne também foi abordada pelos quadrinhos. 

A Lego desenvolveu peças em braille e lançou para ser utilizado em escolas por crianças cegas ou com baixa visão. “As Barbies são o xodó. Quando brinca com as amigas, ela fala: ‘Não deixa cair, cuidado para empurrar’. A cadeira tem freio, trava e cinto”, diz a mãe de Antônia, a engenheira de produção Bruna Vidal, de 30 anos.

Bruna conta que a filha só tinha visto personagens cadeirantes em desenhos e livros, mas nunca em brinquedos. “Quando ela viu, foi o máximo. Também foi para a gente, porque eu tive a boneca Barbie, minha irmã teve, ela representa a infância das meninas. É importante ter essa opção, porque a criança precisa se enxergar na sociedade e no mundo como uma pessoa comum, para que ela não se sinta diferente.”

As bonecas foram lançadas em março e a marca recebeu elogios de crianças e adultos, diz Marcela Morales, gerente sênior de marketing da Barbie da América Latina. “A variedade da linha é criada para inspirar as garotas a contar mais histórias e encontrar uma boneca com quem elas possam se identificar. Nós, como marca, podemos promover diversos tipos de discussão, como falar sobre deficiências físicas ao incluí-las em nossa linha de bonecas fashion, trazendo uma visão ainda maior e multidimensional de beleza e de moda.”

Raphael Martins Amaral, de 7 anos, ganhou uma cadeira de rodas da Hot Wheels de uma amiga de sua mãe, a auxiliar administrativo Natália Cristina Martins dos Reis, de 35 anos. “Ela falou: ‘Agora, meus amigos da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) podem ser radicais.” O brinquedo é inspirado no atleta norte-americano Aaron Fotheringham, conhecido como Wheelz, que faz acrobacias usando cadeira de rodas.

Natália Cristina eseu filho, Raphael. Foto: Werther Santana/Estadão

O menino tem distrofia e faz exames genéticos para determinar qual é o tipo. Neste ano, participou de eventos com Edu, personagem da Turma da Mônica que tem distrofia muscular de Duchenne e já apareceu em duas edições do gibi neste ano.

“Participamos da exposição do personagem na Paulista. O gibi trata da distrofia e ele passa a entender melhor. Algumas horas, ele fica triste, mas, com os brinquedos, todo mundo acaba brincando junto”, conta a mãe. 

Bullying. Coordenadora de Terapia Ocupacional Infantil e Adulto da AACD, Lina Borges diz que as crianças “nascem programadas para brincar” e destaca que esses brinquedos não são voltados só para quem algum tipo de deficiência. “Vai ter empatia, autoestima e identificação, mas o objetivo é atingir pais, padrinhos e tios que dar esse brinquedo de presente para criança que não tem deficiência, para que faça parte da vida. Quando for fazer a representação e o jogo simbólico para colocar na sua realidade, isso estará melhor elaborado e não terá bullying.”

Mãe de Iker Gomes de Oliveira, de 9 anos, a professora de espanhol Cecília Barrau Valda, de 38 anos, soltou a criatividade e confeccionou brinquedos para o filho, com encurtamento de membros. “Fiz um boneco de crochê do jeitinho dele, há três ou quatro meses, para ele sentir que é bonito do jeito que é.”

Turma da Mônica ganha personagem autista e epilético

Em 2004, a Turma da Mônica ganhou o personagem Luca, que é cadeirante. Depois, vieram Humberto, deficiente auditivo, e Dorinha, que é cega.

“A Turma da Mônica é um grupo de personagens que vive e age como nossos filhos ou conhecidos. E todos nós temos amigos com algum tipo de deficiência. Aprendemos as regras da inclusão aí”, diz o quadrinista Mauricio de Sousa.

Superintendente da Associação de Amigos do Autista (AMA), Ana Maria Serrajordia Ros de Mello destaca a importância do personagem autista André. “Muitas crianças com diagnóstico de autismo são fisicamente parecidas com as outras, mas são muito diferentes no comportamento e isso costuma gerar algum constrangimento para os familiares.”

O personagem Haroldo, com epilepsia, também agradou. “Uma das coisas mais importantes para os familiares é, além do controle das crises, que seus filhos sejam aceitos no ambiente social, escolar e, no futuro, no ambiente profissional”, diz Vera Cristina Terra, presidente da Liga Brasileira de Epilepsia.

Diretor médico científico da União Química, empresa parceira no gibi sobre epilepsia, Miguel Giuducissi Filho diz que o objetivo da iniciativa é combater o preconceito.

"Temos a explicação feita de forma suave com o que deve ser feito com a criança. A proposta é que, com o conhecimento, evite-se o bullying."

E muitas pessoas se interessaram pelo gibi. "Recebemos quase 500 solicitações de associações de pacientes, escolas e pais nas duas primeiras semanas."

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