‘Histórias de Terapia’: Canal nas redes mostra poder da conversa enquanto se lava a louça suja


Enaltecendo a individualidade de cada um por meio de suas histórias de vida, Alexandre Simone e Lucas Galdino unem diferentes nichos com a escuta empática

Por Ana Lourenço

Algo sobre o momento íntimo de lavar louça faz com que tenhamos as melhores ideias possíveis para qualquer tipo de problema. Enquanto as mãos tiram as sujeiras dos pratos e talheres, a cabeça divaga sem rumo através de canções, lembranças e ideias criativas. Mas e se dois estranhos entrassem na sua casa e conversassem com você sobre a vida enquanto você fazia a limpeza?

Essa é a ideia inicial de Histórias de Terapia, página criada pelos comunicadores Alexandre Simone e Lucas Galdino. “Ali no conforto dela, fazendo algo do cotidiano e nada glamourizado, a gente percebe a importância das histórias, encontra um lugar de identificação e descobre a necessidade da conversa, que a gente se afastou ao longo dos anos”, diz Alexandre. “Meu objetivo é fazer uma revolução social através das histórias”, afirma Lucas.

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Em 2018, quando ambos estavam descontentes com o trabalho e buscavam maneiras de seguir carreira de maneira criativa e satisfatória, decidiram fazer um programa de entrevistas online. Mas, em vez de algo formal com cadeiras e microfones, optaram por mostrar algo cotidiano e real: a limpeza de casa.

Os vídeos começam com uma pia cheia e desorganizada e a pessoa entrevistada vai limpando os pratos e contando a história de sua vida. Enquanto faz o desabafo, também garante a ordem na cozinha, que termina brilhando.

“O nome é uma brincadeira linguística, de ter a pia, porque queríamos entrevistar as pessoas de uma forma diferente e deixá-las à vontade”, explica Lucas. “E isso surgiu de uma coisa que a gente fazia na minha antiga casa, que tinha um balcão na cozinha, e toda vez que um chegava do trabalho e o outro estava lavando louça, a gente ficava ali conversando sobre o dia.”

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O ato de conversar sobre as dificuldades do cotidiano, por si só, é uma tentativa de cura. Como se, ao mesmo tempo em que as palavras saem da boca, fossem com elas as dores sofridas. Além disso, os criadores percebem que falta um lugar seguro para as pessoas compartilharem ou desabafarem. “Enquanto algumas, que nem estão acostumadas com câmeras, nos deixam entrar e gravar, outras só querem ser ouvidas. Nem querem gravar e aparecer no canal”, diz Alexandre.

“A gente não tenta nem quer substituir a terapia, mas sim trazer insights sobre assuntos que podem ser falados, com histórias que merecem ser ouvidas”, afirma Lucas.

Ali no conforto dela, a gente percebe a importância das histórias, encontra um lugar de identificação e descobre a necessidade da conversa

Alexandre Simone, co-criador da página ‘Terapia’

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“E a gente percebeu que existia essa potência de que a história de uma pessoa que você não faz ideia de quem seja pode te causar reações muito positivas, seja de empatia, de identificação ou de respeito mesmo”, completa Alexandre.

Mudança interna

As histórias, em sua grande maioria, são de pessoas anônimas para incentivar a escuta e mostrar que qualquer um pode ter uma trajetória surpreendente. A falta de pessoas conhecidas também faz com que a identificação seja ainda maior e sem prejulgamentos, além de forçar os internautas a conhecerem gente de fora da sua bolha de contatos e ver o tanto de similaridade que existe ali. A partir disso, a revolução acontece com vulnerabilidade e aceitação do outro.

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Respeito: ‘Existir outras possibilidades de vida não invalidam a sua”, afirma Lucas Foto: Juliana Frug

“Se fôssemos todos homogêneos ia ser um saco. Essa é a beleza da diversidade e existirem outras possibilidades de vida não invalidam a sua. Dá para a gente se inspirar e aprender”, diz Lucas.

”Eu sempre tenho uma sensação de que a gente ainda não achou um jeito de viver em sociedade direito e a gente busca, o tempo inteiro, a resposta de como a gente vai viver em coletivo. E o único jeito é ouvindo as pessoas, sabendo o que elas estão passando, quais são suas dores. Isso nos aproxima uns dos outros, encontramos pontos em comum”, afirma Alexandre.

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Depois de cinco anos, mais de 230 histórias contadas por meio de vídeos e podcasts e um livro, a página reuniu um grupo de mais 550 mil pessoas e mudou a visão de mundo que os dois tinham. “Sempre fomos muito curiosos sobre gente, mas aprendemos a ouvir melhor, escutar de fato as pessoas. E não só nas entrevistas, mas no mercado, no elevador, no ônibus. A história do outro muda a gente”, diz Lucas.

Algo sobre o momento íntimo de lavar louça faz com que tenhamos as melhores ideias possíveis para qualquer tipo de problema. Enquanto as mãos tiram as sujeiras dos pratos e talheres, a cabeça divaga sem rumo através de canções, lembranças e ideias criativas. Mas e se dois estranhos entrassem na sua casa e conversassem com você sobre a vida enquanto você fazia a limpeza?

Essa é a ideia inicial de Histórias de Terapia, página criada pelos comunicadores Alexandre Simone e Lucas Galdino. “Ali no conforto dela, fazendo algo do cotidiano e nada glamourizado, a gente percebe a importância das histórias, encontra um lugar de identificação e descobre a necessidade da conversa, que a gente se afastou ao longo dos anos”, diz Alexandre. “Meu objetivo é fazer uma revolução social através das histórias”, afirma Lucas.

Em 2018, quando ambos estavam descontentes com o trabalho e buscavam maneiras de seguir carreira de maneira criativa e satisfatória, decidiram fazer um programa de entrevistas online. Mas, em vez de algo formal com cadeiras e microfones, optaram por mostrar algo cotidiano e real: a limpeza de casa.

Os vídeos começam com uma pia cheia e desorganizada e a pessoa entrevistada vai limpando os pratos e contando a história de sua vida. Enquanto faz o desabafo, também garante a ordem na cozinha, que termina brilhando.

“O nome é uma brincadeira linguística, de ter a pia, porque queríamos entrevistar as pessoas de uma forma diferente e deixá-las à vontade”, explica Lucas. “E isso surgiu de uma coisa que a gente fazia na minha antiga casa, que tinha um balcão na cozinha, e toda vez que um chegava do trabalho e o outro estava lavando louça, a gente ficava ali conversando sobre o dia.”

O ato de conversar sobre as dificuldades do cotidiano, por si só, é uma tentativa de cura. Como se, ao mesmo tempo em que as palavras saem da boca, fossem com elas as dores sofridas. Além disso, os criadores percebem que falta um lugar seguro para as pessoas compartilharem ou desabafarem. “Enquanto algumas, que nem estão acostumadas com câmeras, nos deixam entrar e gravar, outras só querem ser ouvidas. Nem querem gravar e aparecer no canal”, diz Alexandre.

“A gente não tenta nem quer substituir a terapia, mas sim trazer insights sobre assuntos que podem ser falados, com histórias que merecem ser ouvidas”, afirma Lucas.

Ali no conforto dela, a gente percebe a importância das histórias, encontra um lugar de identificação e descobre a necessidade da conversa

Alexandre Simone, co-criador da página ‘Terapia’

“E a gente percebeu que existia essa potência de que a história de uma pessoa que você não faz ideia de quem seja pode te causar reações muito positivas, seja de empatia, de identificação ou de respeito mesmo”, completa Alexandre.

Mudança interna

As histórias, em sua grande maioria, são de pessoas anônimas para incentivar a escuta e mostrar que qualquer um pode ter uma trajetória surpreendente. A falta de pessoas conhecidas também faz com que a identificação seja ainda maior e sem prejulgamentos, além de forçar os internautas a conhecerem gente de fora da sua bolha de contatos e ver o tanto de similaridade que existe ali. A partir disso, a revolução acontece com vulnerabilidade e aceitação do outro.

Respeito: ‘Existir outras possibilidades de vida não invalidam a sua”, afirma Lucas Foto: Juliana Frug

“Se fôssemos todos homogêneos ia ser um saco. Essa é a beleza da diversidade e existirem outras possibilidades de vida não invalidam a sua. Dá para a gente se inspirar e aprender”, diz Lucas.

”Eu sempre tenho uma sensação de que a gente ainda não achou um jeito de viver em sociedade direito e a gente busca, o tempo inteiro, a resposta de como a gente vai viver em coletivo. E o único jeito é ouvindo as pessoas, sabendo o que elas estão passando, quais são suas dores. Isso nos aproxima uns dos outros, encontramos pontos em comum”, afirma Alexandre.

Depois de cinco anos, mais de 230 histórias contadas por meio de vídeos e podcasts e um livro, a página reuniu um grupo de mais 550 mil pessoas e mudou a visão de mundo que os dois tinham. “Sempre fomos muito curiosos sobre gente, mas aprendemos a ouvir melhor, escutar de fato as pessoas. E não só nas entrevistas, mas no mercado, no elevador, no ônibus. A história do outro muda a gente”, diz Lucas.

Algo sobre o momento íntimo de lavar louça faz com que tenhamos as melhores ideias possíveis para qualquer tipo de problema. Enquanto as mãos tiram as sujeiras dos pratos e talheres, a cabeça divaga sem rumo através de canções, lembranças e ideias criativas. Mas e se dois estranhos entrassem na sua casa e conversassem com você sobre a vida enquanto você fazia a limpeza?

Essa é a ideia inicial de Histórias de Terapia, página criada pelos comunicadores Alexandre Simone e Lucas Galdino. “Ali no conforto dela, fazendo algo do cotidiano e nada glamourizado, a gente percebe a importância das histórias, encontra um lugar de identificação e descobre a necessidade da conversa, que a gente se afastou ao longo dos anos”, diz Alexandre. “Meu objetivo é fazer uma revolução social através das histórias”, afirma Lucas.

Em 2018, quando ambos estavam descontentes com o trabalho e buscavam maneiras de seguir carreira de maneira criativa e satisfatória, decidiram fazer um programa de entrevistas online. Mas, em vez de algo formal com cadeiras e microfones, optaram por mostrar algo cotidiano e real: a limpeza de casa.

Os vídeos começam com uma pia cheia e desorganizada e a pessoa entrevistada vai limpando os pratos e contando a história de sua vida. Enquanto faz o desabafo, também garante a ordem na cozinha, que termina brilhando.

“O nome é uma brincadeira linguística, de ter a pia, porque queríamos entrevistar as pessoas de uma forma diferente e deixá-las à vontade”, explica Lucas. “E isso surgiu de uma coisa que a gente fazia na minha antiga casa, que tinha um balcão na cozinha, e toda vez que um chegava do trabalho e o outro estava lavando louça, a gente ficava ali conversando sobre o dia.”

O ato de conversar sobre as dificuldades do cotidiano, por si só, é uma tentativa de cura. Como se, ao mesmo tempo em que as palavras saem da boca, fossem com elas as dores sofridas. Além disso, os criadores percebem que falta um lugar seguro para as pessoas compartilharem ou desabafarem. “Enquanto algumas, que nem estão acostumadas com câmeras, nos deixam entrar e gravar, outras só querem ser ouvidas. Nem querem gravar e aparecer no canal”, diz Alexandre.

“A gente não tenta nem quer substituir a terapia, mas sim trazer insights sobre assuntos que podem ser falados, com histórias que merecem ser ouvidas”, afirma Lucas.

Ali no conforto dela, a gente percebe a importância das histórias, encontra um lugar de identificação e descobre a necessidade da conversa

Alexandre Simone, co-criador da página ‘Terapia’

“E a gente percebeu que existia essa potência de que a história de uma pessoa que você não faz ideia de quem seja pode te causar reações muito positivas, seja de empatia, de identificação ou de respeito mesmo”, completa Alexandre.

Mudança interna

As histórias, em sua grande maioria, são de pessoas anônimas para incentivar a escuta e mostrar que qualquer um pode ter uma trajetória surpreendente. A falta de pessoas conhecidas também faz com que a identificação seja ainda maior e sem prejulgamentos, além de forçar os internautas a conhecerem gente de fora da sua bolha de contatos e ver o tanto de similaridade que existe ali. A partir disso, a revolução acontece com vulnerabilidade e aceitação do outro.

Respeito: ‘Existir outras possibilidades de vida não invalidam a sua”, afirma Lucas Foto: Juliana Frug

“Se fôssemos todos homogêneos ia ser um saco. Essa é a beleza da diversidade e existirem outras possibilidades de vida não invalidam a sua. Dá para a gente se inspirar e aprender”, diz Lucas.

”Eu sempre tenho uma sensação de que a gente ainda não achou um jeito de viver em sociedade direito e a gente busca, o tempo inteiro, a resposta de como a gente vai viver em coletivo. E o único jeito é ouvindo as pessoas, sabendo o que elas estão passando, quais são suas dores. Isso nos aproxima uns dos outros, encontramos pontos em comum”, afirma Alexandre.

Depois de cinco anos, mais de 230 histórias contadas por meio de vídeos e podcasts e um livro, a página reuniu um grupo de mais 550 mil pessoas e mudou a visão de mundo que os dois tinham. “Sempre fomos muito curiosos sobre gente, mas aprendemos a ouvir melhor, escutar de fato as pessoas. E não só nas entrevistas, mas no mercado, no elevador, no ônibus. A história do outro muda a gente”, diz Lucas.

Algo sobre o momento íntimo de lavar louça faz com que tenhamos as melhores ideias possíveis para qualquer tipo de problema. Enquanto as mãos tiram as sujeiras dos pratos e talheres, a cabeça divaga sem rumo através de canções, lembranças e ideias criativas. Mas e se dois estranhos entrassem na sua casa e conversassem com você sobre a vida enquanto você fazia a limpeza?

Essa é a ideia inicial de Histórias de Terapia, página criada pelos comunicadores Alexandre Simone e Lucas Galdino. “Ali no conforto dela, fazendo algo do cotidiano e nada glamourizado, a gente percebe a importância das histórias, encontra um lugar de identificação e descobre a necessidade da conversa, que a gente se afastou ao longo dos anos”, diz Alexandre. “Meu objetivo é fazer uma revolução social através das histórias”, afirma Lucas.

Em 2018, quando ambos estavam descontentes com o trabalho e buscavam maneiras de seguir carreira de maneira criativa e satisfatória, decidiram fazer um programa de entrevistas online. Mas, em vez de algo formal com cadeiras e microfones, optaram por mostrar algo cotidiano e real: a limpeza de casa.

Os vídeos começam com uma pia cheia e desorganizada e a pessoa entrevistada vai limpando os pratos e contando a história de sua vida. Enquanto faz o desabafo, também garante a ordem na cozinha, que termina brilhando.

“O nome é uma brincadeira linguística, de ter a pia, porque queríamos entrevistar as pessoas de uma forma diferente e deixá-las à vontade”, explica Lucas. “E isso surgiu de uma coisa que a gente fazia na minha antiga casa, que tinha um balcão na cozinha, e toda vez que um chegava do trabalho e o outro estava lavando louça, a gente ficava ali conversando sobre o dia.”

O ato de conversar sobre as dificuldades do cotidiano, por si só, é uma tentativa de cura. Como se, ao mesmo tempo em que as palavras saem da boca, fossem com elas as dores sofridas. Além disso, os criadores percebem que falta um lugar seguro para as pessoas compartilharem ou desabafarem. “Enquanto algumas, que nem estão acostumadas com câmeras, nos deixam entrar e gravar, outras só querem ser ouvidas. Nem querem gravar e aparecer no canal”, diz Alexandre.

“A gente não tenta nem quer substituir a terapia, mas sim trazer insights sobre assuntos que podem ser falados, com histórias que merecem ser ouvidas”, afirma Lucas.

Ali no conforto dela, a gente percebe a importância das histórias, encontra um lugar de identificação e descobre a necessidade da conversa

Alexandre Simone, co-criador da página ‘Terapia’

“E a gente percebeu que existia essa potência de que a história de uma pessoa que você não faz ideia de quem seja pode te causar reações muito positivas, seja de empatia, de identificação ou de respeito mesmo”, completa Alexandre.

Mudança interna

As histórias, em sua grande maioria, são de pessoas anônimas para incentivar a escuta e mostrar que qualquer um pode ter uma trajetória surpreendente. A falta de pessoas conhecidas também faz com que a identificação seja ainda maior e sem prejulgamentos, além de forçar os internautas a conhecerem gente de fora da sua bolha de contatos e ver o tanto de similaridade que existe ali. A partir disso, a revolução acontece com vulnerabilidade e aceitação do outro.

Respeito: ‘Existir outras possibilidades de vida não invalidam a sua”, afirma Lucas Foto: Juliana Frug

“Se fôssemos todos homogêneos ia ser um saco. Essa é a beleza da diversidade e existirem outras possibilidades de vida não invalidam a sua. Dá para a gente se inspirar e aprender”, diz Lucas.

”Eu sempre tenho uma sensação de que a gente ainda não achou um jeito de viver em sociedade direito e a gente busca, o tempo inteiro, a resposta de como a gente vai viver em coletivo. E o único jeito é ouvindo as pessoas, sabendo o que elas estão passando, quais são suas dores. Isso nos aproxima uns dos outros, encontramos pontos em comum”, afirma Alexandre.

Depois de cinco anos, mais de 230 histórias contadas por meio de vídeos e podcasts e um livro, a página reuniu um grupo de mais 550 mil pessoas e mudou a visão de mundo que os dois tinham. “Sempre fomos muito curiosos sobre gente, mas aprendemos a ouvir melhor, escutar de fato as pessoas. E não só nas entrevistas, mas no mercado, no elevador, no ônibus. A história do outro muda a gente”, diz Lucas.

Algo sobre o momento íntimo de lavar louça faz com que tenhamos as melhores ideias possíveis para qualquer tipo de problema. Enquanto as mãos tiram as sujeiras dos pratos e talheres, a cabeça divaga sem rumo através de canções, lembranças e ideias criativas. Mas e se dois estranhos entrassem na sua casa e conversassem com você sobre a vida enquanto você fazia a limpeza?

Essa é a ideia inicial de Histórias de Terapia, página criada pelos comunicadores Alexandre Simone e Lucas Galdino. “Ali no conforto dela, fazendo algo do cotidiano e nada glamourizado, a gente percebe a importância das histórias, encontra um lugar de identificação e descobre a necessidade da conversa, que a gente se afastou ao longo dos anos”, diz Alexandre. “Meu objetivo é fazer uma revolução social através das histórias”, afirma Lucas.

Em 2018, quando ambos estavam descontentes com o trabalho e buscavam maneiras de seguir carreira de maneira criativa e satisfatória, decidiram fazer um programa de entrevistas online. Mas, em vez de algo formal com cadeiras e microfones, optaram por mostrar algo cotidiano e real: a limpeza de casa.

Os vídeos começam com uma pia cheia e desorganizada e a pessoa entrevistada vai limpando os pratos e contando a história de sua vida. Enquanto faz o desabafo, também garante a ordem na cozinha, que termina brilhando.

“O nome é uma brincadeira linguística, de ter a pia, porque queríamos entrevistar as pessoas de uma forma diferente e deixá-las à vontade”, explica Lucas. “E isso surgiu de uma coisa que a gente fazia na minha antiga casa, que tinha um balcão na cozinha, e toda vez que um chegava do trabalho e o outro estava lavando louça, a gente ficava ali conversando sobre o dia.”

O ato de conversar sobre as dificuldades do cotidiano, por si só, é uma tentativa de cura. Como se, ao mesmo tempo em que as palavras saem da boca, fossem com elas as dores sofridas. Além disso, os criadores percebem que falta um lugar seguro para as pessoas compartilharem ou desabafarem. “Enquanto algumas, que nem estão acostumadas com câmeras, nos deixam entrar e gravar, outras só querem ser ouvidas. Nem querem gravar e aparecer no canal”, diz Alexandre.

“A gente não tenta nem quer substituir a terapia, mas sim trazer insights sobre assuntos que podem ser falados, com histórias que merecem ser ouvidas”, afirma Lucas.

Ali no conforto dela, a gente percebe a importância das histórias, encontra um lugar de identificação e descobre a necessidade da conversa

Alexandre Simone, co-criador da página ‘Terapia’

“E a gente percebeu que existia essa potência de que a história de uma pessoa que você não faz ideia de quem seja pode te causar reações muito positivas, seja de empatia, de identificação ou de respeito mesmo”, completa Alexandre.

Mudança interna

As histórias, em sua grande maioria, são de pessoas anônimas para incentivar a escuta e mostrar que qualquer um pode ter uma trajetória surpreendente. A falta de pessoas conhecidas também faz com que a identificação seja ainda maior e sem prejulgamentos, além de forçar os internautas a conhecerem gente de fora da sua bolha de contatos e ver o tanto de similaridade que existe ali. A partir disso, a revolução acontece com vulnerabilidade e aceitação do outro.

Respeito: ‘Existir outras possibilidades de vida não invalidam a sua”, afirma Lucas Foto: Juliana Frug

“Se fôssemos todos homogêneos ia ser um saco. Essa é a beleza da diversidade e existirem outras possibilidades de vida não invalidam a sua. Dá para a gente se inspirar e aprender”, diz Lucas.

”Eu sempre tenho uma sensação de que a gente ainda não achou um jeito de viver em sociedade direito e a gente busca, o tempo inteiro, a resposta de como a gente vai viver em coletivo. E o único jeito é ouvindo as pessoas, sabendo o que elas estão passando, quais são suas dores. Isso nos aproxima uns dos outros, encontramos pontos em comum”, afirma Alexandre.

Depois de cinco anos, mais de 230 histórias contadas por meio de vídeos e podcasts e um livro, a página reuniu um grupo de mais 550 mil pessoas e mudou a visão de mundo que os dois tinham. “Sempre fomos muito curiosos sobre gente, mas aprendemos a ouvir melhor, escutar de fato as pessoas. E não só nas entrevistas, mas no mercado, no elevador, no ônibus. A história do outro muda a gente”, diz Lucas.

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