Câncer de cólon e morte de Paulo Caruso: entenda doença e complicações que ela pode provocar


Quanto mais o tumor avança, uma maior variedade de sintomas podem surgir, assim como podem ocorrer complicações secundárias, como metástases

Por Renata Okumura

Embora o câncer de cólon e do reto, também chamado de câncer de intestino, seja uma doença tratável e frequentemente curável, caso seja detectado precocemente, quando a doença se espalha pelo organismo do paciente, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas, de acordo com informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

O cartunista paulistano Paulo Caruso, de 73 anos, morreu na manhã deste sábado, 4, no Hospital Nove de Julho, em São Paulo, onde estava internado havia algumas semanas para tratar complicações deste tipo de tumor, com o qual sofria desde 2016. Suas caricaturas marcadas pela sátira foram referência para a história política do Brasil.

O cartunista paulistano Paulo Caruso, de 73 anos, morreu na manhã deste sábado, 4, de acordo com informações do Hospital Nove de Julho, onde ele estava internado. Foto: Paulo Giandalia/Estadão
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Segundo o Inca, o tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma (31,3% do total de casos). É seguido pelo de mama feminina (10,5%); depois, próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).

O câncer colorretal abrange tumores que atingem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. Apesar de a incidência ser semelhante em homens e mulheres, a mortalidade, de acordo com o Inca, varia de 8,4% dos casos em pacientes do sexo masculino a 9,6% no sexo feminino. A doença é mais comum entre os 60 e os 65 anos e o intestino grosso é o órgão mais afetado.

“Este tipo de câncer na maioria dos casos é silencioso. Porém, quanto mais o tumor avança, uma maior variedade de sintomas podem surgir”, diz Raphael Brandão, chefe da oncologia do Hospital Moriah, em São Paulo, e fundador da Clínica First, focada em check-up e oncologia.

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Segundo ele, ainda podem ocorrer complicações secundárias, que são as metástases. “Uma metástase no fígado pode ocasionar insuficiência hepática, alterações de coagulação, enquanto uma metástase pulmonar pode provocar insuficiência respiratória. Já a metástase óssea leva o paciente a sentir dores e ter fraturas”, afirma Brandão.

Outros casos da doença

Em janeiro, a cantora Preta Gil, de 48, publicou em seu perfil nas redes sociais um comunicado informando que foi diagnosticada com um câncer que afeta o intestino. Em agosto, a cantora Simony, de 46, também identificou a doença na mesma região.

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A manifestação desse tipo de câncer em pacientes com menos de 50 anos é vista pela Medicina como de início precoce e tem se tornado cada vez mais comum. Entre os possíveis motivos, está o estilo de vida da sociedade, que mudou consideravelmente nas últimas décadas. Sedentarismo, consumo de alimentos ultraprocessados, obesidade, distúrbios no sono e poluição ambiental estão entre os hábitos que favorecem o surgimento da doença.

Entre dezembro de 2022 e janeiro deste ano, o câncer do cólon também foi a causa de morte dos ex-jogadores de futebol Pelé, aos 82 anos, e Roberto Dinamite, aos 68 anos. Pelé tratava um câncer no cólon desde setembro de 2021. Meses depois, exames constataram metástase pelo intestino, fígado e pulmão. Já Dinamite descobriu o câncer no cólon durante uma internação para tratar uma obstrução no intestino em dezembro de 2021. No mês seguinte ao diagnóstico, ele havia iniciado o tratamento.

O que é este tipo de câncer?

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De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de intestino é um tumor que se desenvolve no intestino grosso, chamado também de câncer do cólon e do reto. “É uma doença que pode ser prevenida, pois quase sempre se desenvolve a partir de pólipos, que são lesões benignas que crescem na parede do intestino. Quando o pólipo é retirado evita-se que ele se transforme em câncer”, afirma a pasta.

Sintomas mais comuns

  • Alteração do hábito intestinal - diarreia ou constipação;
  • Anemia ocasionada por sangramento nas fezes;
  • Dor abdominal;
  • Perda de peso sem motivo aparente;
  • Náusea e vômito;
  • Obstrução intestinal;
  • Perfuração intestinal.
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Dor abdominal, perda de peso e vômitos estão entre os sintomas da doença. Foto: Derneuemann/Pixabay

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, no início é comum que os sintomas não apareçam, desta forma os exames preventivos para a detecção precoce do tumor devem ser realizados sempre que recomendados pelo médico. Quanto mais cedo o câncer é tratado, maiores são as chances de cura do paciente.

Na maioria dos casos, o câncer começa com uma pequena lesão ou ferida no intestino, um pólipo (verruga), que não resulta em sintomas. É comum que os sintomas surjam apenas quando a lesão está avançada e obstruindo o intestino, dificultando a passagem das fezes, ou se aprofundou nas camadas do órgão, causando dores.

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Quais fatores contribuem para o desenvolvimento deste tipo de câncer?

  • Alimentação rica em gorduras e pobre em fibras;
  • Fumo;
  • Consumo frequente de bebida alcoólica;
  • Idade acima de 50 anos;
  • Excesso de peso;
  • História de pólipos colorretais e de doenças inflamatórias do intestino.

Prevenção

De acordo com o Ministério da Saúde, com base em informações do Inca, é recomendada a realização anual do exame de sangue oculto nas fezes para pessoas acima de 50 anos.

“Trata-se de exame laboratorial relativamente simples e que pode ser solicitado pelo médico clínico. Para as pessoas com maior risco pode ser necessária a realização de colonoscopia”, afirma a pasta. Para pessoas com histórico na família, os exames devem ser realizados antes. Caso haja sinais de suspeita do câncer, o médico pode solicitar a realização de exames complementares.

A colonoscopia é o principal exame para detectar pólipos e/ou tumores. Foi a forma como a cantora Simony - que passou por quimioterapia e radioterapia - descobriu a doença.

Paciente com histórico na família

Para pessoas com histórico do câncer na família, o recomendado é que se procure um médico o quanto antes para que ele avalie a necessidade e a frequência para que exames de rotina sejam realizados.

Nestes casos, é importante iniciar o rastreio para câncer de cólon a partir dos 45 anos. “Utilizamos uma regra para casos familiares. Ou seja, pegamos a idade em que o familiar apresentou a doença, subtraímos 10 anos e encontramos a idade em que o paciente deverá iniciar o rastreio. Por exemplo: Um paciente diagnosticado aos 45 anos, seu filho deverá iniciar o rastreio aos 35″, afirma Brandão, oncologista do Hospital Moriah.

Para diminuir o risco da doença:

  • Faça atividade física na maioria dos dias da semana;
  • Tenha uma alimentação rica em fibras (frutas, vegetais e grãos) e pobre em gorduras animais;
  • Não fume;
  • Evite o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Realize exames anuais, após os 50 anos, para a detecção precoce da doença. Para pessoas com histórico na família, os exames devem ser realizados antes.

Tratamento médico

O câncer de cólon é uma doença tratável e frequentemente curável. “A cirurgia é o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos (pequenas estruturas que fazem parte do sistema de defesa do corpo) dentro do abdome”, acrescenta o Ministério da Saúde.

O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Ele pode incluir a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, com uso de medicamentos, para diminuir a possibilidade de retorno do tumor. No entanto, de acordo com o Inca, quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas.

O acompanhamento médico é fundamental para monitorar o surgimento de novos tumores no organismo do paciente.

Embora o câncer de cólon e do reto, também chamado de câncer de intestino, seja uma doença tratável e frequentemente curável, caso seja detectado precocemente, quando a doença se espalha pelo organismo do paciente, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas, de acordo com informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

O cartunista paulistano Paulo Caruso, de 73 anos, morreu na manhã deste sábado, 4, no Hospital Nove de Julho, em São Paulo, onde estava internado havia algumas semanas para tratar complicações deste tipo de tumor, com o qual sofria desde 2016. Suas caricaturas marcadas pela sátira foram referência para a história política do Brasil.

O cartunista paulistano Paulo Caruso, de 73 anos, morreu na manhã deste sábado, 4, de acordo com informações do Hospital Nove de Julho, onde ele estava internado. Foto: Paulo Giandalia/Estadão

Segundo o Inca, o tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma (31,3% do total de casos). É seguido pelo de mama feminina (10,5%); depois, próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).

O câncer colorretal abrange tumores que atingem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. Apesar de a incidência ser semelhante em homens e mulheres, a mortalidade, de acordo com o Inca, varia de 8,4% dos casos em pacientes do sexo masculino a 9,6% no sexo feminino. A doença é mais comum entre os 60 e os 65 anos e o intestino grosso é o órgão mais afetado.

“Este tipo de câncer na maioria dos casos é silencioso. Porém, quanto mais o tumor avança, uma maior variedade de sintomas podem surgir”, diz Raphael Brandão, chefe da oncologia do Hospital Moriah, em São Paulo, e fundador da Clínica First, focada em check-up e oncologia.

Segundo ele, ainda podem ocorrer complicações secundárias, que são as metástases. “Uma metástase no fígado pode ocasionar insuficiência hepática, alterações de coagulação, enquanto uma metástase pulmonar pode provocar insuficiência respiratória. Já a metástase óssea leva o paciente a sentir dores e ter fraturas”, afirma Brandão.

Outros casos da doença

Em janeiro, a cantora Preta Gil, de 48, publicou em seu perfil nas redes sociais um comunicado informando que foi diagnosticada com um câncer que afeta o intestino. Em agosto, a cantora Simony, de 46, também identificou a doença na mesma região.

A manifestação desse tipo de câncer em pacientes com menos de 50 anos é vista pela Medicina como de início precoce e tem se tornado cada vez mais comum. Entre os possíveis motivos, está o estilo de vida da sociedade, que mudou consideravelmente nas últimas décadas. Sedentarismo, consumo de alimentos ultraprocessados, obesidade, distúrbios no sono e poluição ambiental estão entre os hábitos que favorecem o surgimento da doença.

Entre dezembro de 2022 e janeiro deste ano, o câncer do cólon também foi a causa de morte dos ex-jogadores de futebol Pelé, aos 82 anos, e Roberto Dinamite, aos 68 anos. Pelé tratava um câncer no cólon desde setembro de 2021. Meses depois, exames constataram metástase pelo intestino, fígado e pulmão. Já Dinamite descobriu o câncer no cólon durante uma internação para tratar uma obstrução no intestino em dezembro de 2021. No mês seguinte ao diagnóstico, ele havia iniciado o tratamento.

O que é este tipo de câncer?

De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de intestino é um tumor que se desenvolve no intestino grosso, chamado também de câncer do cólon e do reto. “É uma doença que pode ser prevenida, pois quase sempre se desenvolve a partir de pólipos, que são lesões benignas que crescem na parede do intestino. Quando o pólipo é retirado evita-se que ele se transforme em câncer”, afirma a pasta.

Sintomas mais comuns

  • Alteração do hábito intestinal - diarreia ou constipação;
  • Anemia ocasionada por sangramento nas fezes;
  • Dor abdominal;
  • Perda de peso sem motivo aparente;
  • Náusea e vômito;
  • Obstrução intestinal;
  • Perfuração intestinal.
Dor abdominal, perda de peso e vômitos estão entre os sintomas da doença. Foto: Derneuemann/Pixabay

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, no início é comum que os sintomas não apareçam, desta forma os exames preventivos para a detecção precoce do tumor devem ser realizados sempre que recomendados pelo médico. Quanto mais cedo o câncer é tratado, maiores são as chances de cura do paciente.

Na maioria dos casos, o câncer começa com uma pequena lesão ou ferida no intestino, um pólipo (verruga), que não resulta em sintomas. É comum que os sintomas surjam apenas quando a lesão está avançada e obstruindo o intestino, dificultando a passagem das fezes, ou se aprofundou nas camadas do órgão, causando dores.

Quais fatores contribuem para o desenvolvimento deste tipo de câncer?

  • Alimentação rica em gorduras e pobre em fibras;
  • Fumo;
  • Consumo frequente de bebida alcoólica;
  • Idade acima de 50 anos;
  • Excesso de peso;
  • História de pólipos colorretais e de doenças inflamatórias do intestino.

Prevenção

De acordo com o Ministério da Saúde, com base em informações do Inca, é recomendada a realização anual do exame de sangue oculto nas fezes para pessoas acima de 50 anos.

“Trata-se de exame laboratorial relativamente simples e que pode ser solicitado pelo médico clínico. Para as pessoas com maior risco pode ser necessária a realização de colonoscopia”, afirma a pasta. Para pessoas com histórico na família, os exames devem ser realizados antes. Caso haja sinais de suspeita do câncer, o médico pode solicitar a realização de exames complementares.

A colonoscopia é o principal exame para detectar pólipos e/ou tumores. Foi a forma como a cantora Simony - que passou por quimioterapia e radioterapia - descobriu a doença.

Paciente com histórico na família

Para pessoas com histórico do câncer na família, o recomendado é que se procure um médico o quanto antes para que ele avalie a necessidade e a frequência para que exames de rotina sejam realizados.

Nestes casos, é importante iniciar o rastreio para câncer de cólon a partir dos 45 anos. “Utilizamos uma regra para casos familiares. Ou seja, pegamos a idade em que o familiar apresentou a doença, subtraímos 10 anos e encontramos a idade em que o paciente deverá iniciar o rastreio. Por exemplo: Um paciente diagnosticado aos 45 anos, seu filho deverá iniciar o rastreio aos 35″, afirma Brandão, oncologista do Hospital Moriah.

Para diminuir o risco da doença:

  • Faça atividade física na maioria dos dias da semana;
  • Tenha uma alimentação rica em fibras (frutas, vegetais e grãos) e pobre em gorduras animais;
  • Não fume;
  • Evite o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Realize exames anuais, após os 50 anos, para a detecção precoce da doença. Para pessoas com histórico na família, os exames devem ser realizados antes.

Tratamento médico

O câncer de cólon é uma doença tratável e frequentemente curável. “A cirurgia é o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos (pequenas estruturas que fazem parte do sistema de defesa do corpo) dentro do abdome”, acrescenta o Ministério da Saúde.

O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Ele pode incluir a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, com uso de medicamentos, para diminuir a possibilidade de retorno do tumor. No entanto, de acordo com o Inca, quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas.

O acompanhamento médico é fundamental para monitorar o surgimento de novos tumores no organismo do paciente.

Embora o câncer de cólon e do reto, também chamado de câncer de intestino, seja uma doença tratável e frequentemente curável, caso seja detectado precocemente, quando a doença se espalha pelo organismo do paciente, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas, de acordo com informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

O cartunista paulistano Paulo Caruso, de 73 anos, morreu na manhã deste sábado, 4, no Hospital Nove de Julho, em São Paulo, onde estava internado havia algumas semanas para tratar complicações deste tipo de tumor, com o qual sofria desde 2016. Suas caricaturas marcadas pela sátira foram referência para a história política do Brasil.

O cartunista paulistano Paulo Caruso, de 73 anos, morreu na manhã deste sábado, 4, de acordo com informações do Hospital Nove de Julho, onde ele estava internado. Foto: Paulo Giandalia/Estadão

Segundo o Inca, o tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma (31,3% do total de casos). É seguido pelo de mama feminina (10,5%); depois, próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).

O câncer colorretal abrange tumores que atingem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. Apesar de a incidência ser semelhante em homens e mulheres, a mortalidade, de acordo com o Inca, varia de 8,4% dos casos em pacientes do sexo masculino a 9,6% no sexo feminino. A doença é mais comum entre os 60 e os 65 anos e o intestino grosso é o órgão mais afetado.

“Este tipo de câncer na maioria dos casos é silencioso. Porém, quanto mais o tumor avança, uma maior variedade de sintomas podem surgir”, diz Raphael Brandão, chefe da oncologia do Hospital Moriah, em São Paulo, e fundador da Clínica First, focada em check-up e oncologia.

Segundo ele, ainda podem ocorrer complicações secundárias, que são as metástases. “Uma metástase no fígado pode ocasionar insuficiência hepática, alterações de coagulação, enquanto uma metástase pulmonar pode provocar insuficiência respiratória. Já a metástase óssea leva o paciente a sentir dores e ter fraturas”, afirma Brandão.

Outros casos da doença

Em janeiro, a cantora Preta Gil, de 48, publicou em seu perfil nas redes sociais um comunicado informando que foi diagnosticada com um câncer que afeta o intestino. Em agosto, a cantora Simony, de 46, também identificou a doença na mesma região.

A manifestação desse tipo de câncer em pacientes com menos de 50 anos é vista pela Medicina como de início precoce e tem se tornado cada vez mais comum. Entre os possíveis motivos, está o estilo de vida da sociedade, que mudou consideravelmente nas últimas décadas. Sedentarismo, consumo de alimentos ultraprocessados, obesidade, distúrbios no sono e poluição ambiental estão entre os hábitos que favorecem o surgimento da doença.

Entre dezembro de 2022 e janeiro deste ano, o câncer do cólon também foi a causa de morte dos ex-jogadores de futebol Pelé, aos 82 anos, e Roberto Dinamite, aos 68 anos. Pelé tratava um câncer no cólon desde setembro de 2021. Meses depois, exames constataram metástase pelo intestino, fígado e pulmão. Já Dinamite descobriu o câncer no cólon durante uma internação para tratar uma obstrução no intestino em dezembro de 2021. No mês seguinte ao diagnóstico, ele havia iniciado o tratamento.

O que é este tipo de câncer?

De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de intestino é um tumor que se desenvolve no intestino grosso, chamado também de câncer do cólon e do reto. “É uma doença que pode ser prevenida, pois quase sempre se desenvolve a partir de pólipos, que são lesões benignas que crescem na parede do intestino. Quando o pólipo é retirado evita-se que ele se transforme em câncer”, afirma a pasta.

Sintomas mais comuns

  • Alteração do hábito intestinal - diarreia ou constipação;
  • Anemia ocasionada por sangramento nas fezes;
  • Dor abdominal;
  • Perda de peso sem motivo aparente;
  • Náusea e vômito;
  • Obstrução intestinal;
  • Perfuração intestinal.
Dor abdominal, perda de peso e vômitos estão entre os sintomas da doença. Foto: Derneuemann/Pixabay

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, no início é comum que os sintomas não apareçam, desta forma os exames preventivos para a detecção precoce do tumor devem ser realizados sempre que recomendados pelo médico. Quanto mais cedo o câncer é tratado, maiores são as chances de cura do paciente.

Na maioria dos casos, o câncer começa com uma pequena lesão ou ferida no intestino, um pólipo (verruga), que não resulta em sintomas. É comum que os sintomas surjam apenas quando a lesão está avançada e obstruindo o intestino, dificultando a passagem das fezes, ou se aprofundou nas camadas do órgão, causando dores.

Quais fatores contribuem para o desenvolvimento deste tipo de câncer?

  • Alimentação rica em gorduras e pobre em fibras;
  • Fumo;
  • Consumo frequente de bebida alcoólica;
  • Idade acima de 50 anos;
  • Excesso de peso;
  • História de pólipos colorretais e de doenças inflamatórias do intestino.

Prevenção

De acordo com o Ministério da Saúde, com base em informações do Inca, é recomendada a realização anual do exame de sangue oculto nas fezes para pessoas acima de 50 anos.

“Trata-se de exame laboratorial relativamente simples e que pode ser solicitado pelo médico clínico. Para as pessoas com maior risco pode ser necessária a realização de colonoscopia”, afirma a pasta. Para pessoas com histórico na família, os exames devem ser realizados antes. Caso haja sinais de suspeita do câncer, o médico pode solicitar a realização de exames complementares.

A colonoscopia é o principal exame para detectar pólipos e/ou tumores. Foi a forma como a cantora Simony - que passou por quimioterapia e radioterapia - descobriu a doença.

Paciente com histórico na família

Para pessoas com histórico do câncer na família, o recomendado é que se procure um médico o quanto antes para que ele avalie a necessidade e a frequência para que exames de rotina sejam realizados.

Nestes casos, é importante iniciar o rastreio para câncer de cólon a partir dos 45 anos. “Utilizamos uma regra para casos familiares. Ou seja, pegamos a idade em que o familiar apresentou a doença, subtraímos 10 anos e encontramos a idade em que o paciente deverá iniciar o rastreio. Por exemplo: Um paciente diagnosticado aos 45 anos, seu filho deverá iniciar o rastreio aos 35″, afirma Brandão, oncologista do Hospital Moriah.

Para diminuir o risco da doença:

  • Faça atividade física na maioria dos dias da semana;
  • Tenha uma alimentação rica em fibras (frutas, vegetais e grãos) e pobre em gorduras animais;
  • Não fume;
  • Evite o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Realize exames anuais, após os 50 anos, para a detecção precoce da doença. Para pessoas com histórico na família, os exames devem ser realizados antes.

Tratamento médico

O câncer de cólon é uma doença tratável e frequentemente curável. “A cirurgia é o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos (pequenas estruturas que fazem parte do sistema de defesa do corpo) dentro do abdome”, acrescenta o Ministério da Saúde.

O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Ele pode incluir a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, com uso de medicamentos, para diminuir a possibilidade de retorno do tumor. No entanto, de acordo com o Inca, quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas.

O acompanhamento médico é fundamental para monitorar o surgimento de novos tumores no organismo do paciente.

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