Como cuidar da sua lombar e evitar dores nas costas


A lombalgia pode atingir até 84% das pessoas em algum momento da vida. Procurar o tratamento adequado é fundamental para que o problema não se torne crônico

Por Kátia Arima

A mão apoiada na parte inferior das costas e a testa franzida sinalizam: a dor lombar (lombalgia) está atrapalhando a sua vida. Com esse incômodo, fica difícil se manter sentado e se movimentar. O problema é comum: pode atingir até 84% das pessoas em algum momento da vida, segundo artigo científico publicado no Journal of Spinal Disorders em junho de 2020. Embora seja mais prevalente entre idosos, a lombalgia é queixa de pessoas de diferentes faixas etárias e não faz distinção de condição socioeconômica. As causas, a intensidade e a frequência dessa dor variam caso a caso, mas quase sempre trazem prejuízos para a vida social e profissional de quem é acometido por ela.

Desorientadas e apressadas, muitas pessoas recorrem à automedicação indiscriminadamente. “É comum que os pacientes que sofrem com dor lombar usem o remédio do vizinho, pois a tendência é ir pelo caminho mais fácil. Mas o abuso de alguns medicamentos é muito perigoso para a saúde”, alerta o ortopedista Renato Ueta, chefe do Grupo da Coluna do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os remédios indicados pelo médico são importantes para diminuir a dor para que o paciente possa entrar com as medidas de reabilitação, explica Ueta.

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Quando a dor lombar aparecer, ou mesmo com um simples sinal de que a lombar vai “travar”, é melhor procurar um médico, de especialidades como ortopedia, reumatologia, fisiatria e neurologia, ou um fisioterapeuta. Cada um no seu papel, tanto o médico como o fisioterapeuta podem atuar – geralmente em dupla – quando o assunto é dor lombar.

Rodrigo Silva Freitas, de 38 anos, faz exercícios para evitar dores na lombar Foto: Taba Benedicto/Estadão

O olhar atencioso de um bom profissional é fundamental, já que a lombalgia pode refletir causas mais graves como fraturas dos ossos, problemas nos rins e câncer – se houver algum indício, será preciso investigar e, neste caso, o fisioterapeuta fará o encaminhamento do paciente para um médico para que ele descarte essas possibilidades antes da intervenção terapêutica.

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Na maioria dos casos, no entanto, não é possível para o profissional de saúde determinar a causa exata da dor lombar. “Por mais que desejemos apontar um único culpado pela dor, geralmente ela é multifatorial”, comenta Ueta. Estresse, depressão, exercício físico mal realizado ou excessivo são algumas das possíveis causas da lombalgia.

Por mais que desejemos apontar um único culpado pela dor, geralmente ela é multifatorial

Renato Ueta, ortopedista

Mas a má postura e o sedentarismo são os fatores que o ortopedista considera mais relevantes – e que se intensificaram na pandemia. “Observamos um aumento brutal de pessoas com queixa de dores lombares, já que muitas delas deixaram de se exercitar, viveram sob estresse e passaram horas sentadas na frente do computador, muitas vezes com ergonomia inadequada”, diz Ueta.

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Opções de tratamento para a lombalgia

Em home office, a arquiteta Patricia França Azeredo, de 43 anos, sofreu com as dores na lombar no fim de 2020. “No meio do dia, eu já sentia dores que comprometiam o meu rendimento. Eu passava até 10 horas sentada e a minha cadeira não era muito boa”, conta. Com ajuda da sua fisioterapeuta, Patricia comprou uma nova cadeira, praticou exercícios e conseguiu superar a crise. Para que a dor não volte, ela faz acupuntura semanalmente, além de praticar caminhadas com frequência.

A acupuntura traz bons resultados na diminuição das dores lombares, especialmente nos pacientes crônicos (dor que dura mais de 12 semanas), afirma o médico acupunturista e ortopedista André Tsai, presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA) e vice-presidente do Comitê de Dor da SBOT.

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“Na medicina tradicional chinesa, a aplicação de agulhas no corpo restabelece o fluxo de Qi, o que diminui a tensão na região dolorida. Na visão da medicina ocidental, essas agulhas conseguem liberar substâncias como a endorfina e serotonina, que trazem bem-estar”, explica. A terapia permite atenuar as dores, diminuindo assim a necessidade dos medicamentos para dor, o que é especialmente benéfico para quem já usa outros remédios por conta de outras doenças.

No tratamento não medicamentoso de reabilitação, os exercícios físicos são a principal recomendação, afirma a fisioterapeuta Amélia Pasqual Marques, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

“Antigamente, a recomendação para esse tipo de dor era o repouso, hoje sabemos que para cuidar da dor é preciso se movimentar”, garante. “Mas é preciso ser orientado por um bom profissional, que faça uma avaliação e indique os movimentos mais adequados para aquele caso, naquele momento.” Ela explica que o fisioterapeuta também lança mão de terapias complementares como ultrassom, laser e tens, que ajudam a relaxar os músculos e diminuir as dores.

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Antigamente, a recomendação para esse tipo de dor era o repouso, hoje sabemos que para cuidar da dor é preciso se movimentar

Amélia Pasqual Marques, fisioterapeuta

A advogada Renata Colaço Fransani Finardi, de 57 anos, sofreu por quase sete anos com dor na lombar. Teve sua primeira crise em 2006, que a impediu de fazer tarefas básicas do dia a dia, como pegar a sua filha bebê no colo. Foi diagnosticada com hérnia de disco pelo ortopedista, que prescreveu medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, além de indicar fisioterapia.

“Fiquei 20 dias de repouso, pois não conseguia ficar de pé nem por 2 segundos, já que a dor era fortíssima”, recorda. Depois de alguns meses de calmaria, porém, as crises se repetiam, com piora no quadro da hérnia de disco. “Isso me abalava física e emocionalmente. Era apavorante.”

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Renata Colaço sofreu com dores na lombar por sete anos. Hoje, faz exercícios específicos para fortalecer a musculatura das costas  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Renata se consultou com diversos médicos e fez RPG (Reeducação Postural Global), acupuntura e seitai (técnica manipulativa japonesa para problemas de coluna). O ortopedista levantou a possibilidade de fazer uma cirurgia para a hérnia, mas ela resolveu dar uma chance para o pilates.

“Fortaleci a musculatura da região lombar e aprendi a contrair o abdômen e usar os glúteos para proteger a lombar em qualquer movimento que a requisite, com a ajuda de fisioterapeutas competentes. Eles também me ensinaram a me movimentar sem comprometer a lombar, na hora de me abaixar, de levantar um objeto e de fazer trabalhos domésticos”, completa ela, que desde 2013 não tem mais lombalgia.

Pilates e outros exercícios físicos

O pilates é um exercício “padrão ouro” para dores na lombar, afirma Sandra Amaral, especialista em fisioterapia musculoesquelética. Porém, ela esclarece que quem passou por uma crise deve procurar o pilates clínico, em que o fisioterapeuta vai atender à demanda específica do paciente. “Quando estiver zerado, ele poderá praticar o pilates fitness, que deixa o corpo lindo e delineado”, observa.

Praticar exercícios não é garantia de uma lombar saudável, já que quando mal executados ou com carga excessiva podem trazer um impacto negativo, alerta Sandra. “Já atendi pessoas com excelente forma física, que participam de campeonatos de esportes, mas se focam apenas no aeróbico e não fortalecem os músculos da coluna, que são muito solicitados.”

Ela recomenda que praticantes de corrida, futebol, ciclismo e vôlei, que proporcionam alto impacto na lombar, recebam atendimento de um fisioterapeuta que os ensine a ter cuidados específicos para se protegerem de lesões. “Se a pessoa simplesmente toma um analgésico e melhora, ela vai repetir o movimento que machucou a sua lombar. Ela precisa se reeducar para fazer os movimentos de forma segura, antes de retomar as atividades normais”, ensina.

Se a pessoa simplesmente toma um analgésico e melhora, ela vai repetir o movimento que machucou a sua lombar. Ela precisa se reeducar para fazer os movimentos de forma segura

Sandra Amaral, fisioterapeuta

O empreendedor Rodrigo da Silva Bispo de Freitas, de 38 anos, pratica musculação, corrida, ginástica funcional e alongamento. Nem parece a mesma pessoa que sofria com a dor lombar enquanto estava sentado, seja para trabalhar ou dirigir. A lesão na lombar era reflexo de uma pisada torta, decorrente de uma torção no tornozelo há 13 anos.

“Na época, abandonei as lutas marciais, a corrida e a pedalada”, declara. Para se livrar das dores, Freitas mergulhou na fisioterapia: foi submetido a sessões de calor, de liberação miofascial, RPG, além de trabalhar a mobilidade de quadril. “Comecei a prestar atenção na minha forma de pisar e melhorar a minha postura na hora de sentar”, admite. Dez semanas depois, não sentia mais dores.

Autoconhecimento é importante

A fisioterapeuta Roberta dos Santos Cavenaghi, da clínica Physioterapia, em São Paulo, é responsável pelo tratamento de Freitas, e afirma que a dedicação do paciente é essencial para conseguir alcançar um bom resultado. “A maioria das pessoas chega a um serviço de fisioterapia querendo a cura em 10 sessões, número estipulado por planos de saúde. Mas não existe prazo para ensinar novas habilidades. Sendo assim, muitos desistem e ficam em uma procura sem-fim por alívios rápidos, quando na verdade a cura está nas mãos dele”, avisa.

Segundo o ortopedista Renato Ueta, pilates e ioga são ideais para a prevenção da lombalgia, mas o mais importante é que a pessoa pratique o esporte preferido com frequência. “Quando não há mais dor, o fundamental é que cada um respeite os seus limites. Se uma pessoa gosta de dança, é isso que ela tem de fazer, pois com isso ela mantém a atividade física e tem prazer, o que a ajudará a lidar com o estresse.”

A longo prazo, os cuidados podem ser deixados de lado. A vida corrida, a falta de disciplina e o orçamento restrito levaram a arquiteta Letícia Paula dos Santos, de 40 anos, a pausar a prática de exercícios físicos e pilates. Com isso, voltou a sentir dores lombares todas as manhãs.

A mudança de hábitos, que inclui a prática de exercícios físicos, é necessária para prevenir novas crises

Liza Lambert, fisioterapeuta

Sua primeira crise aconteceu quando tinha 27 anos – ela forçava a coluna para carregar os dois filhos pequenos. “Estava assistindo à aula. Quando fui levantar da cadeira, travei”, comenta. Procurou um ortopedista, que solicitou exames e notou que o espaço entre as vértebras estava pequeno. “Ele me orientou para melhorar a postura e fortalecer os músculos, além de receitar remédios”, diz Letícia, que fez algumas sessões de fisioterapia que a ajudaram a se livrar das dores. Mesmo assim, teve uma segunda crise dois anos depois, desencadeada pelo levantamento de um colchão. “Fiquei no chão por um bom tempo, sem conseguir me levantar.”

Letícia já levou um puxão de orelha da sua fisioterapeuta Liza Lambert, a quem recorre nos momentos de dor. “A mudança de hábitos, que inclui a prática de exercícios físicos, é necessária para prevenir novas crises. Para não ter dores recorrentes, é preciso se cuidar sempre”, completa Liza.

CUIDADOS PARA PREVENIR DORES NA LOMBAR

  • Sente-se direito: Não passe muitas horas sentado na mesma posição. Faça pausas, levante-se da cadeira para uma caminhada, faça um alongamento. Quando sentado em uma cadeira, use o encosto para acomodar as costas e não escorregue o quadril para frente.
  • Ergonomia: É preciso estar atento às suas condições de trabalho, como altura de sua cadeira e de sua mesa, que vai refletir na sua postura.
  • Sono: Durma em um colchão firme, que não precisa ser duro. Uma almofada entre as pernas quando dormir de lado pode dar mais conforto.
  • Carga pesada: Levantar e puxar objetos pesados coloca a sua coluna em risco. Procure ferramentas que o ajudem nessa tarefa.
  • Automedicação: Se tiver dores, busque um médico para orientá-lo no tratamento, que, provavelmente, não será apenas medicamentoso.
  • Diagnóstico: Faça uma avaliação cuidadosa com um profissional, baseada na conversa (anamnese) e em exames físicos e clínicos.
  • Mexa-se: Tanto na prevenção de crises como na reabilitação da lombar, a prática de exercícios é a recomendação de ouro dos especialistas. Procure um fisioterapeuta para orientá-lo sobre os melhores exercícios para a sua condição – e mantenha a prática na sua rotina.
  • Peso: Procure se manter com o peso adequado para o seu corpo.
  • Cuide da saúde mental: A depressão e o transtorno de ansiedade podem estar associados às dores lombares, por conta da sensibilização do sistema nervoso central.
  • Sapato de salto alto: O uso constante pode causar encurtamento de alguns músculos, o que poderá refletir na região lombar. Alterne com o uso de sapatos de salto baixo e faça alongamentos da parte posterior das pernas.

A mão apoiada na parte inferior das costas e a testa franzida sinalizam: a dor lombar (lombalgia) está atrapalhando a sua vida. Com esse incômodo, fica difícil se manter sentado e se movimentar. O problema é comum: pode atingir até 84% das pessoas em algum momento da vida, segundo artigo científico publicado no Journal of Spinal Disorders em junho de 2020. Embora seja mais prevalente entre idosos, a lombalgia é queixa de pessoas de diferentes faixas etárias e não faz distinção de condição socioeconômica. As causas, a intensidade e a frequência dessa dor variam caso a caso, mas quase sempre trazem prejuízos para a vida social e profissional de quem é acometido por ela.

Desorientadas e apressadas, muitas pessoas recorrem à automedicação indiscriminadamente. “É comum que os pacientes que sofrem com dor lombar usem o remédio do vizinho, pois a tendência é ir pelo caminho mais fácil. Mas o abuso de alguns medicamentos é muito perigoso para a saúde”, alerta o ortopedista Renato Ueta, chefe do Grupo da Coluna do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os remédios indicados pelo médico são importantes para diminuir a dor para que o paciente possa entrar com as medidas de reabilitação, explica Ueta.

Quando a dor lombar aparecer, ou mesmo com um simples sinal de que a lombar vai “travar”, é melhor procurar um médico, de especialidades como ortopedia, reumatologia, fisiatria e neurologia, ou um fisioterapeuta. Cada um no seu papel, tanto o médico como o fisioterapeuta podem atuar – geralmente em dupla – quando o assunto é dor lombar.

Rodrigo Silva Freitas, de 38 anos, faz exercícios para evitar dores na lombar Foto: Taba Benedicto/Estadão

O olhar atencioso de um bom profissional é fundamental, já que a lombalgia pode refletir causas mais graves como fraturas dos ossos, problemas nos rins e câncer – se houver algum indício, será preciso investigar e, neste caso, o fisioterapeuta fará o encaminhamento do paciente para um médico para que ele descarte essas possibilidades antes da intervenção terapêutica.

Na maioria dos casos, no entanto, não é possível para o profissional de saúde determinar a causa exata da dor lombar. “Por mais que desejemos apontar um único culpado pela dor, geralmente ela é multifatorial”, comenta Ueta. Estresse, depressão, exercício físico mal realizado ou excessivo são algumas das possíveis causas da lombalgia.

Por mais que desejemos apontar um único culpado pela dor, geralmente ela é multifatorial

Renato Ueta, ortopedista

Mas a má postura e o sedentarismo são os fatores que o ortopedista considera mais relevantes – e que se intensificaram na pandemia. “Observamos um aumento brutal de pessoas com queixa de dores lombares, já que muitas delas deixaram de se exercitar, viveram sob estresse e passaram horas sentadas na frente do computador, muitas vezes com ergonomia inadequada”, diz Ueta.

Opções de tratamento para a lombalgia

Em home office, a arquiteta Patricia França Azeredo, de 43 anos, sofreu com as dores na lombar no fim de 2020. “No meio do dia, eu já sentia dores que comprometiam o meu rendimento. Eu passava até 10 horas sentada e a minha cadeira não era muito boa”, conta. Com ajuda da sua fisioterapeuta, Patricia comprou uma nova cadeira, praticou exercícios e conseguiu superar a crise. Para que a dor não volte, ela faz acupuntura semanalmente, além de praticar caminhadas com frequência.

A acupuntura traz bons resultados na diminuição das dores lombares, especialmente nos pacientes crônicos (dor que dura mais de 12 semanas), afirma o médico acupunturista e ortopedista André Tsai, presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA) e vice-presidente do Comitê de Dor da SBOT.

“Na medicina tradicional chinesa, a aplicação de agulhas no corpo restabelece o fluxo de Qi, o que diminui a tensão na região dolorida. Na visão da medicina ocidental, essas agulhas conseguem liberar substâncias como a endorfina e serotonina, que trazem bem-estar”, explica. A terapia permite atenuar as dores, diminuindo assim a necessidade dos medicamentos para dor, o que é especialmente benéfico para quem já usa outros remédios por conta de outras doenças.

No tratamento não medicamentoso de reabilitação, os exercícios físicos são a principal recomendação, afirma a fisioterapeuta Amélia Pasqual Marques, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

“Antigamente, a recomendação para esse tipo de dor era o repouso, hoje sabemos que para cuidar da dor é preciso se movimentar”, garante. “Mas é preciso ser orientado por um bom profissional, que faça uma avaliação e indique os movimentos mais adequados para aquele caso, naquele momento.” Ela explica que o fisioterapeuta também lança mão de terapias complementares como ultrassom, laser e tens, que ajudam a relaxar os músculos e diminuir as dores.

Antigamente, a recomendação para esse tipo de dor era o repouso, hoje sabemos que para cuidar da dor é preciso se movimentar

Amélia Pasqual Marques, fisioterapeuta

A advogada Renata Colaço Fransani Finardi, de 57 anos, sofreu por quase sete anos com dor na lombar. Teve sua primeira crise em 2006, que a impediu de fazer tarefas básicas do dia a dia, como pegar a sua filha bebê no colo. Foi diagnosticada com hérnia de disco pelo ortopedista, que prescreveu medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, além de indicar fisioterapia.

“Fiquei 20 dias de repouso, pois não conseguia ficar de pé nem por 2 segundos, já que a dor era fortíssima”, recorda. Depois de alguns meses de calmaria, porém, as crises se repetiam, com piora no quadro da hérnia de disco. “Isso me abalava física e emocionalmente. Era apavorante.”

Renata Colaço sofreu com dores na lombar por sete anos. Hoje, faz exercícios específicos para fortalecer a musculatura das costas  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Renata se consultou com diversos médicos e fez RPG (Reeducação Postural Global), acupuntura e seitai (técnica manipulativa japonesa para problemas de coluna). O ortopedista levantou a possibilidade de fazer uma cirurgia para a hérnia, mas ela resolveu dar uma chance para o pilates.

“Fortaleci a musculatura da região lombar e aprendi a contrair o abdômen e usar os glúteos para proteger a lombar em qualquer movimento que a requisite, com a ajuda de fisioterapeutas competentes. Eles também me ensinaram a me movimentar sem comprometer a lombar, na hora de me abaixar, de levantar um objeto e de fazer trabalhos domésticos”, completa ela, que desde 2013 não tem mais lombalgia.

Pilates e outros exercícios físicos

O pilates é um exercício “padrão ouro” para dores na lombar, afirma Sandra Amaral, especialista em fisioterapia musculoesquelética. Porém, ela esclarece que quem passou por uma crise deve procurar o pilates clínico, em que o fisioterapeuta vai atender à demanda específica do paciente. “Quando estiver zerado, ele poderá praticar o pilates fitness, que deixa o corpo lindo e delineado”, observa.

Praticar exercícios não é garantia de uma lombar saudável, já que quando mal executados ou com carga excessiva podem trazer um impacto negativo, alerta Sandra. “Já atendi pessoas com excelente forma física, que participam de campeonatos de esportes, mas se focam apenas no aeróbico e não fortalecem os músculos da coluna, que são muito solicitados.”

Ela recomenda que praticantes de corrida, futebol, ciclismo e vôlei, que proporcionam alto impacto na lombar, recebam atendimento de um fisioterapeuta que os ensine a ter cuidados específicos para se protegerem de lesões. “Se a pessoa simplesmente toma um analgésico e melhora, ela vai repetir o movimento que machucou a sua lombar. Ela precisa se reeducar para fazer os movimentos de forma segura, antes de retomar as atividades normais”, ensina.

Se a pessoa simplesmente toma um analgésico e melhora, ela vai repetir o movimento que machucou a sua lombar. Ela precisa se reeducar para fazer os movimentos de forma segura

Sandra Amaral, fisioterapeuta

O empreendedor Rodrigo da Silva Bispo de Freitas, de 38 anos, pratica musculação, corrida, ginástica funcional e alongamento. Nem parece a mesma pessoa que sofria com a dor lombar enquanto estava sentado, seja para trabalhar ou dirigir. A lesão na lombar era reflexo de uma pisada torta, decorrente de uma torção no tornozelo há 13 anos.

“Na época, abandonei as lutas marciais, a corrida e a pedalada”, declara. Para se livrar das dores, Freitas mergulhou na fisioterapia: foi submetido a sessões de calor, de liberação miofascial, RPG, além de trabalhar a mobilidade de quadril. “Comecei a prestar atenção na minha forma de pisar e melhorar a minha postura na hora de sentar”, admite. Dez semanas depois, não sentia mais dores.

Autoconhecimento é importante

A fisioterapeuta Roberta dos Santos Cavenaghi, da clínica Physioterapia, em São Paulo, é responsável pelo tratamento de Freitas, e afirma que a dedicação do paciente é essencial para conseguir alcançar um bom resultado. “A maioria das pessoas chega a um serviço de fisioterapia querendo a cura em 10 sessões, número estipulado por planos de saúde. Mas não existe prazo para ensinar novas habilidades. Sendo assim, muitos desistem e ficam em uma procura sem-fim por alívios rápidos, quando na verdade a cura está nas mãos dele”, avisa.

Segundo o ortopedista Renato Ueta, pilates e ioga são ideais para a prevenção da lombalgia, mas o mais importante é que a pessoa pratique o esporte preferido com frequência. “Quando não há mais dor, o fundamental é que cada um respeite os seus limites. Se uma pessoa gosta de dança, é isso que ela tem de fazer, pois com isso ela mantém a atividade física e tem prazer, o que a ajudará a lidar com o estresse.”

A longo prazo, os cuidados podem ser deixados de lado. A vida corrida, a falta de disciplina e o orçamento restrito levaram a arquiteta Letícia Paula dos Santos, de 40 anos, a pausar a prática de exercícios físicos e pilates. Com isso, voltou a sentir dores lombares todas as manhãs.

A mudança de hábitos, que inclui a prática de exercícios físicos, é necessária para prevenir novas crises

Liza Lambert, fisioterapeuta

Sua primeira crise aconteceu quando tinha 27 anos – ela forçava a coluna para carregar os dois filhos pequenos. “Estava assistindo à aula. Quando fui levantar da cadeira, travei”, comenta. Procurou um ortopedista, que solicitou exames e notou que o espaço entre as vértebras estava pequeno. “Ele me orientou para melhorar a postura e fortalecer os músculos, além de receitar remédios”, diz Letícia, que fez algumas sessões de fisioterapia que a ajudaram a se livrar das dores. Mesmo assim, teve uma segunda crise dois anos depois, desencadeada pelo levantamento de um colchão. “Fiquei no chão por um bom tempo, sem conseguir me levantar.”

Letícia já levou um puxão de orelha da sua fisioterapeuta Liza Lambert, a quem recorre nos momentos de dor. “A mudança de hábitos, que inclui a prática de exercícios físicos, é necessária para prevenir novas crises. Para não ter dores recorrentes, é preciso se cuidar sempre”, completa Liza.

CUIDADOS PARA PREVENIR DORES NA LOMBAR

  • Sente-se direito: Não passe muitas horas sentado na mesma posição. Faça pausas, levante-se da cadeira para uma caminhada, faça um alongamento. Quando sentado em uma cadeira, use o encosto para acomodar as costas e não escorregue o quadril para frente.
  • Ergonomia: É preciso estar atento às suas condições de trabalho, como altura de sua cadeira e de sua mesa, que vai refletir na sua postura.
  • Sono: Durma em um colchão firme, que não precisa ser duro. Uma almofada entre as pernas quando dormir de lado pode dar mais conforto.
  • Carga pesada: Levantar e puxar objetos pesados coloca a sua coluna em risco. Procure ferramentas que o ajudem nessa tarefa.
  • Automedicação: Se tiver dores, busque um médico para orientá-lo no tratamento, que, provavelmente, não será apenas medicamentoso.
  • Diagnóstico: Faça uma avaliação cuidadosa com um profissional, baseada na conversa (anamnese) e em exames físicos e clínicos.
  • Mexa-se: Tanto na prevenção de crises como na reabilitação da lombar, a prática de exercícios é a recomendação de ouro dos especialistas. Procure um fisioterapeuta para orientá-lo sobre os melhores exercícios para a sua condição – e mantenha a prática na sua rotina.
  • Peso: Procure se manter com o peso adequado para o seu corpo.
  • Cuide da saúde mental: A depressão e o transtorno de ansiedade podem estar associados às dores lombares, por conta da sensibilização do sistema nervoso central.
  • Sapato de salto alto: O uso constante pode causar encurtamento de alguns músculos, o que poderá refletir na região lombar. Alterne com o uso de sapatos de salto baixo e faça alongamentos da parte posterior das pernas.

A mão apoiada na parte inferior das costas e a testa franzida sinalizam: a dor lombar (lombalgia) está atrapalhando a sua vida. Com esse incômodo, fica difícil se manter sentado e se movimentar. O problema é comum: pode atingir até 84% das pessoas em algum momento da vida, segundo artigo científico publicado no Journal of Spinal Disorders em junho de 2020. Embora seja mais prevalente entre idosos, a lombalgia é queixa de pessoas de diferentes faixas etárias e não faz distinção de condição socioeconômica. As causas, a intensidade e a frequência dessa dor variam caso a caso, mas quase sempre trazem prejuízos para a vida social e profissional de quem é acometido por ela.

Desorientadas e apressadas, muitas pessoas recorrem à automedicação indiscriminadamente. “É comum que os pacientes que sofrem com dor lombar usem o remédio do vizinho, pois a tendência é ir pelo caminho mais fácil. Mas o abuso de alguns medicamentos é muito perigoso para a saúde”, alerta o ortopedista Renato Ueta, chefe do Grupo da Coluna do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os remédios indicados pelo médico são importantes para diminuir a dor para que o paciente possa entrar com as medidas de reabilitação, explica Ueta.

Quando a dor lombar aparecer, ou mesmo com um simples sinal de que a lombar vai “travar”, é melhor procurar um médico, de especialidades como ortopedia, reumatologia, fisiatria e neurologia, ou um fisioterapeuta. Cada um no seu papel, tanto o médico como o fisioterapeuta podem atuar – geralmente em dupla – quando o assunto é dor lombar.

Rodrigo Silva Freitas, de 38 anos, faz exercícios para evitar dores na lombar Foto: Taba Benedicto/Estadão

O olhar atencioso de um bom profissional é fundamental, já que a lombalgia pode refletir causas mais graves como fraturas dos ossos, problemas nos rins e câncer – se houver algum indício, será preciso investigar e, neste caso, o fisioterapeuta fará o encaminhamento do paciente para um médico para que ele descarte essas possibilidades antes da intervenção terapêutica.

Na maioria dos casos, no entanto, não é possível para o profissional de saúde determinar a causa exata da dor lombar. “Por mais que desejemos apontar um único culpado pela dor, geralmente ela é multifatorial”, comenta Ueta. Estresse, depressão, exercício físico mal realizado ou excessivo são algumas das possíveis causas da lombalgia.

Por mais que desejemos apontar um único culpado pela dor, geralmente ela é multifatorial

Renato Ueta, ortopedista

Mas a má postura e o sedentarismo são os fatores que o ortopedista considera mais relevantes – e que se intensificaram na pandemia. “Observamos um aumento brutal de pessoas com queixa de dores lombares, já que muitas delas deixaram de se exercitar, viveram sob estresse e passaram horas sentadas na frente do computador, muitas vezes com ergonomia inadequada”, diz Ueta.

Opções de tratamento para a lombalgia

Em home office, a arquiteta Patricia França Azeredo, de 43 anos, sofreu com as dores na lombar no fim de 2020. “No meio do dia, eu já sentia dores que comprometiam o meu rendimento. Eu passava até 10 horas sentada e a minha cadeira não era muito boa”, conta. Com ajuda da sua fisioterapeuta, Patricia comprou uma nova cadeira, praticou exercícios e conseguiu superar a crise. Para que a dor não volte, ela faz acupuntura semanalmente, além de praticar caminhadas com frequência.

A acupuntura traz bons resultados na diminuição das dores lombares, especialmente nos pacientes crônicos (dor que dura mais de 12 semanas), afirma o médico acupunturista e ortopedista André Tsai, presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA) e vice-presidente do Comitê de Dor da SBOT.

“Na medicina tradicional chinesa, a aplicação de agulhas no corpo restabelece o fluxo de Qi, o que diminui a tensão na região dolorida. Na visão da medicina ocidental, essas agulhas conseguem liberar substâncias como a endorfina e serotonina, que trazem bem-estar”, explica. A terapia permite atenuar as dores, diminuindo assim a necessidade dos medicamentos para dor, o que é especialmente benéfico para quem já usa outros remédios por conta de outras doenças.

No tratamento não medicamentoso de reabilitação, os exercícios físicos são a principal recomendação, afirma a fisioterapeuta Amélia Pasqual Marques, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

“Antigamente, a recomendação para esse tipo de dor era o repouso, hoje sabemos que para cuidar da dor é preciso se movimentar”, garante. “Mas é preciso ser orientado por um bom profissional, que faça uma avaliação e indique os movimentos mais adequados para aquele caso, naquele momento.” Ela explica que o fisioterapeuta também lança mão de terapias complementares como ultrassom, laser e tens, que ajudam a relaxar os músculos e diminuir as dores.

Antigamente, a recomendação para esse tipo de dor era o repouso, hoje sabemos que para cuidar da dor é preciso se movimentar

Amélia Pasqual Marques, fisioterapeuta

A advogada Renata Colaço Fransani Finardi, de 57 anos, sofreu por quase sete anos com dor na lombar. Teve sua primeira crise em 2006, que a impediu de fazer tarefas básicas do dia a dia, como pegar a sua filha bebê no colo. Foi diagnosticada com hérnia de disco pelo ortopedista, que prescreveu medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, além de indicar fisioterapia.

“Fiquei 20 dias de repouso, pois não conseguia ficar de pé nem por 2 segundos, já que a dor era fortíssima”, recorda. Depois de alguns meses de calmaria, porém, as crises se repetiam, com piora no quadro da hérnia de disco. “Isso me abalava física e emocionalmente. Era apavorante.”

Renata Colaço sofreu com dores na lombar por sete anos. Hoje, faz exercícios específicos para fortalecer a musculatura das costas  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Renata se consultou com diversos médicos e fez RPG (Reeducação Postural Global), acupuntura e seitai (técnica manipulativa japonesa para problemas de coluna). O ortopedista levantou a possibilidade de fazer uma cirurgia para a hérnia, mas ela resolveu dar uma chance para o pilates.

“Fortaleci a musculatura da região lombar e aprendi a contrair o abdômen e usar os glúteos para proteger a lombar em qualquer movimento que a requisite, com a ajuda de fisioterapeutas competentes. Eles também me ensinaram a me movimentar sem comprometer a lombar, na hora de me abaixar, de levantar um objeto e de fazer trabalhos domésticos”, completa ela, que desde 2013 não tem mais lombalgia.

Pilates e outros exercícios físicos

O pilates é um exercício “padrão ouro” para dores na lombar, afirma Sandra Amaral, especialista em fisioterapia musculoesquelética. Porém, ela esclarece que quem passou por uma crise deve procurar o pilates clínico, em que o fisioterapeuta vai atender à demanda específica do paciente. “Quando estiver zerado, ele poderá praticar o pilates fitness, que deixa o corpo lindo e delineado”, observa.

Praticar exercícios não é garantia de uma lombar saudável, já que quando mal executados ou com carga excessiva podem trazer um impacto negativo, alerta Sandra. “Já atendi pessoas com excelente forma física, que participam de campeonatos de esportes, mas se focam apenas no aeróbico e não fortalecem os músculos da coluna, que são muito solicitados.”

Ela recomenda que praticantes de corrida, futebol, ciclismo e vôlei, que proporcionam alto impacto na lombar, recebam atendimento de um fisioterapeuta que os ensine a ter cuidados específicos para se protegerem de lesões. “Se a pessoa simplesmente toma um analgésico e melhora, ela vai repetir o movimento que machucou a sua lombar. Ela precisa se reeducar para fazer os movimentos de forma segura, antes de retomar as atividades normais”, ensina.

Se a pessoa simplesmente toma um analgésico e melhora, ela vai repetir o movimento que machucou a sua lombar. Ela precisa se reeducar para fazer os movimentos de forma segura

Sandra Amaral, fisioterapeuta

O empreendedor Rodrigo da Silva Bispo de Freitas, de 38 anos, pratica musculação, corrida, ginástica funcional e alongamento. Nem parece a mesma pessoa que sofria com a dor lombar enquanto estava sentado, seja para trabalhar ou dirigir. A lesão na lombar era reflexo de uma pisada torta, decorrente de uma torção no tornozelo há 13 anos.

“Na época, abandonei as lutas marciais, a corrida e a pedalada”, declara. Para se livrar das dores, Freitas mergulhou na fisioterapia: foi submetido a sessões de calor, de liberação miofascial, RPG, além de trabalhar a mobilidade de quadril. “Comecei a prestar atenção na minha forma de pisar e melhorar a minha postura na hora de sentar”, admite. Dez semanas depois, não sentia mais dores.

Autoconhecimento é importante

A fisioterapeuta Roberta dos Santos Cavenaghi, da clínica Physioterapia, em São Paulo, é responsável pelo tratamento de Freitas, e afirma que a dedicação do paciente é essencial para conseguir alcançar um bom resultado. “A maioria das pessoas chega a um serviço de fisioterapia querendo a cura em 10 sessões, número estipulado por planos de saúde. Mas não existe prazo para ensinar novas habilidades. Sendo assim, muitos desistem e ficam em uma procura sem-fim por alívios rápidos, quando na verdade a cura está nas mãos dele”, avisa.

Segundo o ortopedista Renato Ueta, pilates e ioga são ideais para a prevenção da lombalgia, mas o mais importante é que a pessoa pratique o esporte preferido com frequência. “Quando não há mais dor, o fundamental é que cada um respeite os seus limites. Se uma pessoa gosta de dança, é isso que ela tem de fazer, pois com isso ela mantém a atividade física e tem prazer, o que a ajudará a lidar com o estresse.”

A longo prazo, os cuidados podem ser deixados de lado. A vida corrida, a falta de disciplina e o orçamento restrito levaram a arquiteta Letícia Paula dos Santos, de 40 anos, a pausar a prática de exercícios físicos e pilates. Com isso, voltou a sentir dores lombares todas as manhãs.

A mudança de hábitos, que inclui a prática de exercícios físicos, é necessária para prevenir novas crises

Liza Lambert, fisioterapeuta

Sua primeira crise aconteceu quando tinha 27 anos – ela forçava a coluna para carregar os dois filhos pequenos. “Estava assistindo à aula. Quando fui levantar da cadeira, travei”, comenta. Procurou um ortopedista, que solicitou exames e notou que o espaço entre as vértebras estava pequeno. “Ele me orientou para melhorar a postura e fortalecer os músculos, além de receitar remédios”, diz Letícia, que fez algumas sessões de fisioterapia que a ajudaram a se livrar das dores. Mesmo assim, teve uma segunda crise dois anos depois, desencadeada pelo levantamento de um colchão. “Fiquei no chão por um bom tempo, sem conseguir me levantar.”

Letícia já levou um puxão de orelha da sua fisioterapeuta Liza Lambert, a quem recorre nos momentos de dor. “A mudança de hábitos, que inclui a prática de exercícios físicos, é necessária para prevenir novas crises. Para não ter dores recorrentes, é preciso se cuidar sempre”, completa Liza.

CUIDADOS PARA PREVENIR DORES NA LOMBAR

  • Sente-se direito: Não passe muitas horas sentado na mesma posição. Faça pausas, levante-se da cadeira para uma caminhada, faça um alongamento. Quando sentado em uma cadeira, use o encosto para acomodar as costas e não escorregue o quadril para frente.
  • Ergonomia: É preciso estar atento às suas condições de trabalho, como altura de sua cadeira e de sua mesa, que vai refletir na sua postura.
  • Sono: Durma em um colchão firme, que não precisa ser duro. Uma almofada entre as pernas quando dormir de lado pode dar mais conforto.
  • Carga pesada: Levantar e puxar objetos pesados coloca a sua coluna em risco. Procure ferramentas que o ajudem nessa tarefa.
  • Automedicação: Se tiver dores, busque um médico para orientá-lo no tratamento, que, provavelmente, não será apenas medicamentoso.
  • Diagnóstico: Faça uma avaliação cuidadosa com um profissional, baseada na conversa (anamnese) e em exames físicos e clínicos.
  • Mexa-se: Tanto na prevenção de crises como na reabilitação da lombar, a prática de exercícios é a recomendação de ouro dos especialistas. Procure um fisioterapeuta para orientá-lo sobre os melhores exercícios para a sua condição – e mantenha a prática na sua rotina.
  • Peso: Procure se manter com o peso adequado para o seu corpo.
  • Cuide da saúde mental: A depressão e o transtorno de ansiedade podem estar associados às dores lombares, por conta da sensibilização do sistema nervoso central.
  • Sapato de salto alto: O uso constante pode causar encurtamento de alguns músculos, o que poderá refletir na região lombar. Alterne com o uso de sapatos de salto baixo e faça alongamentos da parte posterior das pernas.

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