Escolher a escova de dente ideal não é uma tarefa fácil. Existem versões elétricas, com diferentes quantidades de cerdas, formatos variados e até algumas feitas com material reciclado, como as de bambu. Os preços também variam bastante. Há escovas que chegam a custar mais de R$ 400. É para deixar qualquer pessoa perdida.
Entretanto, mesmo que pareça complicado encontrar uma escova que atenda às suas necessidades em meio a tantas opções, essa não é uma escolha de pouca importância. Pelo contrário: escolher a escova ideal é fundamental para uma boa limpeza dos dentes e evitar complicações, como as cáries. Veja as dicas do ortodontista para escolher a escova de dente ideal.
Preste atenção aos cabos
Existem recomendações quanto ao cabo das escovas de dente. “Escovas infantis devem ter pelo menos 10 centímetros e as para o público adulto com pelo menos 13 centímetros”, afirma Gabriel Politano, ortodontista e docente da Faculdade São Leopoldo Mandic, que sugere observar as embalagens para confirmar as dimensões.
Os cabos também precisam ter uma boa empunhadura e aderência às mãos. Como, em geral, as escovas são vendidas dentro de embalagens, a saída é observar se elas possuem regiões com diferentes texturas e formatos, como uma área emborrachada ou com relevo. “Essas características evitam que a escova escorregue das mãos durante a escovação”, explica. Escovas com cabos lisos podem não ser tão indicadas, especialmente para pessoas com algum problema de mobilidade.
Aposte nas cerdas macias ou extra macias
As cerdas de uma escova servem para realizar a limpeza dos dentes, mas é importante garantir que a remoção das placas bacterianas e do resto de alimentos não traga prejuízos. Cerdas muito duras podem agredir as gengivas, desgastar o esmalte dental e ocasionar em uma maior sensibilidade na região, além de bastante desconforto. Por isso, a recomendação do ortodontista é investir nas escovas com cerdas macias ou extra macias.
Cerdas médias e duras só são recomendadas para limpeza de próteses e dentaduras. Em caso contrário, evite usá-las. Já as cerdas macias podem ser utilizadas em todos os públicos: desde as crianças até os mais velhos. As extra macias também estão liberadas, mas são mais indicadas para quem possui algum tipo de sensibilidade ou que passou por cirurgia.
Escovas para crianças
Para os pequenos, algumas indicações são parecidas: usar escovas com cerdas macias ou extra macias e com todas as cerdas da mesma altura. No entanto, para esse público, costuma haver diferenças nas escovas de acordo com a faixa etária. E é importante que pais, responsáveis ou cuidadores fiquem atentos a esse ponto na hora de comprar uma escova infantil.
Para crianças menores, é necessário que o tamanho se adapte às mãos dos pais, uma vez que são eles quem vão realizar a escovação. Para crianças maiores, que já conseguem escovar os dentes sozinhas, a escova deve se adequar ao tamanho da criança. Em geral, os rótulos indicam para qual faixa etária aquela escova é indicada. Seguir o que está recomendado na embalagem pode facilitar uma escolha mais assertiva.
Escova para quem usa aparelho
Não faltam itens de higiene bucal para quem utiliza aparelho ortodôntico fixo. Existem opções como a escova de tufo, que permite limpar cada dente de forma individual, e a escova interdental, que possui cerdas bem finas que atravessam os fios ortodônticos conectado aos bráquetes. “Mas, ainda que sejam boas opções, não há estudos que mostram uma diferença significativa com o uso delas em comparação com uma escova comum”, pondera.
Uma escova comum é capaz de realizar uma boa limpeza em dentes com aparelho. O importante é reforçar a escovação, uma vez que o aparelho pode facilitar o acúmulo de restos de alimentos. É fundamental também observar o aspecto visual das escovas, que podem ficar danificadas mais rápido. Quando as cerdas estiverem com aspecto mais desgastado, é importante trocar por uma nova.
É necessário investir em escova de dente elétrica?
Escova elétrica é outra opção disponível. Do ponto de vista da higiene bucal, o odontologista não avalia que há resultados muito diferentes da escova comum. “Ela até pode reduzir melhor a placa bacteriana em comparação com a escova convencional, mas não chega a ser um resultado relevante”, diz ele, que enxerga isso de forma positiva, visto que escovas elétricas costumam ter preços mais altos. “É a minoria da população que pode comprar esse tipo de produto”, afirma.
No entanto, em outras situações, ela pode ser indicada, como para pessoas com dificuldade motora, como aquelas que possuem doenças neurológicas que afetam os movimentos, ou para quem utiliza aparelho ortodôntico fixo. “Nesses casos, há mais benefícios em ter uma escova que faz o movimento de limpeza sozinha”, diz.
Para crianças que têm resistência ao hábito de escovar os dentes, as escovas elétricas também podem ajudar. “Muitas empresas têm lançado escovas elétricas com desenho, que se conectam ao tablet e até que conversam com a criança”, diz. “Se isso estimular a criança a escovar os dentes, pode valer a pena, mas não pela limpeza em si.”
Faça uma consulta com um dentista
Ainda que essas recomendações possam ser úteis, é importante que um ortodontista realize uma avaliação. “Existem várias indicações para os diferentes tipos de escola e elas são bastante individuais. Por isso, o mais importante é seguir a recomendação do seu dentista”, afirma Politano.
Preço faz diferença?
No supermercado, uma escova de dentes custa menos de R$ 10 – sem falar nas embalagens promocionais com várias escovas. Mas há modelos, como das marcas Curapox e Edel White, que podem custar até R$ 45. Para o ortodontista, em termos de higiene, não há grandes diferenças entre essas marcas e a escova comum vendida no supermercado.
O que justifica o preço mais alto desses modelos são características como a flexibilidade do cabo e o tipo de cerda, que costuma ser extra macia e em maiores quantidades. São aspectos positivos, que podem facilitar a escovação, mas que não significa que as versões mais baratas não sejam boas opções.
O ortodontista reforça que, para o público geral, o mais importante é que seja uma escova com cerdas macias ou extra maciais e com cabos de fácil aderência às mãos. Se as escovas mais baratas oferecerem esses aspectos básicos, elas são recomendadas. Em casos de necessidades específicas, outras indicações podem ser sinalizadas, mas é preciso consultar um especialista para entender qual escova é mais recomendada nesse cenário.
Como preservar sua escova de dente?
- Higiene. Após a escovação, é importante lavar bem a escova para remover todo o resíduo de pasta de dente. Evite guardá-la logo em seguida. A recomendação é manter por algumas horas ao ar livre para secar.
- Armazenamento. Evite armazenar em locais próximos ao vaso sanitário. Ao dar descarga, coliformes podem atingir a escova e contaminá-la. Além disso, se houver mais de uma escova na casa, busque manter certa distância entre uma e outra.
- Umidade. Locais úmidos também não são indicados. Por essa razão, capas protetoras, por exemplo, não são indicadas, uma vez que criam um ambiente úmido e propício para bactérias se reproduzirem.
- Aspecto visual. Em média, as escovas devem ser trocadas a cada 3 meses, mas isso vai variar de acordo com o uso. Por isso, é importante observar o aspecto visual da escova para saber se já é hora de comprar uma nova.