Como falar sobre sexo (mesmo que você não queira muito)


Muitos casais têm dificuldade de se abrir sobre sua vida íntima, mas essas dicas podem apontar um caminho

Por Catherine Pearson

Como repórter que escreve sobre sexo e intimidade, passo muito tempo ouvindo especialistas exaltarem as virtudes da comunicação aberta e honesta. Para ter um sexo bom – e continuar tendo um sexo bom ao longo do tempo – os casais precisam estar dispostos a conversar sobre o assunto, dizem eles.

Mas algumas pessoas preferem abandonar o relacionamento a ter essas conversas, diz Jeffrey Chernin, terapeuta de casamento e família e autor de Achieving Intimacy: How to Have a Loving Relationship That Lasts [algo como “Ganhando intimidade: Como ter um relacionamento amoroso duradouro”, em tradução livre] – especialmente se as coisas não estiverem indo muito bem entre quatro paredes.

“Uma das coisas que costumo dizer aos casais que estão com problemas é: ‘Eu queria muito que houvesse outra maneira de resolver isso’”, comenta. “Mas o único jeito que conheço de ter uma vida sexual melhor, ou de retomar sua vida sexual, é falar sobre o assunto”.

continua após a publicidade

Chernin admite que essas conversas podem ser estressantes – e às vezes até se transformam em acusações, desrespeito e distanciamento. Mas estas sugestões podem ajudar.

Muitos casais acham difícil falar sobre sua vida íntima Foto: Sonia Pulido/The New York Times

Encare o constrangimento

continua após a publicidade

É comum que os casais tenham dificuldade de falar sobre intimidade e desejo. Pesquisas sugerem que, mesmo em relacionamentos de longo prazo, as pessoas sabem apenas cerca de 60% do que o parceiro ou parceira gosta no sexo e apenas 25% do que não gosta.

Cyndi Darnell, terapeuta sexual e de relacionamentos em Nova York, conta que seus pacientes muitas vezes lhe dizem que falar sobre sexo é “esquisito” – ainda mais “se você passou meses ou anos evitando o assunto”, comenta.

“Fomos levados a acreditar que o sexo é natural”, acrescenta. “Mas, se fosse fácil e natural, as pessoas não teriam tanta dificuldade”.

continua após a publicidade

Ela lembra a história de um casal com quem trabalhou: ambos na faixa dos 50 anos de idade, sem fazer sexo por anos. Toda vez que falavam sobre o problema, brigavam. Então eles procuraram ajuda para superar a vergonha e a raiva.

Na terapia, eles perceberam que haviam se concentrado apenas na penetração, mas o marido na verdade queria proximidade e ternura. E quando a esposa percebeu que o marido não iria “atacá-la” toda vez que ela se aconchegasse com ele, os dois puderam ser mais sensuais um com o outro – e conversar sobre o que gostavam de fazer e por quê, conta Darnell. Mas isso exigiu um espírito de disposição, curiosidade e aceitação.

continua após a publicidade

Esqueça o ‘precisamos conversar’

É possível amenizar o pavor que geralmente acompanha essas conversas, se você as abordar com sensibilidade. “Quando um parceiro fala: ‘Precisamos conversar’”, observa Chernin, “a outra pessoa sente que está sendo mandada para a diretoria”.

Em vez disso:

continua após a publicidade
  • Concentre-se na solução de problemas em dupla

Isso significa dizer algo como: “Por um lado, sei como é difícil falar sobre isso”, diz Chernin. “Por outro, acho que é importante para o nosso casamento ou para o nosso relacionamento podermos conversar sobre nossa vida sexual”.

Em seguida, pergunte: “O que podemos fazer a respeito?”

continua após a publicidade
  • Prepare perguntas com antecedência

Fazer um roteiro ajuda muito, sugere Darnell. Ela dá sugestões como: “Nosso relacionamento é muito importante para mim, e eu queria que o sexo fizesse parte dessa relação (de novo). Gostaria de saber se você sente a mesma coisa”.

  • Fale sobre os aspectos positivos

Maggie Bennett-Brown, pesquisadora do Kinsey Institute e professora assistente da Texas Tech University, diz que “não precisa ser nada explícito”. Talvez você possa dizer ao seu parceiro que gosta quando ele abraça você ou planeja uma noite romântica.

Se já faz algum tempo que vocês não têm intimidade, vale a pena relembrar – e isso pode levar a uma pergunta mais profunda. “Se as pessoas nunca tiveram uma conversa do tipo ‘Do que você gosta?’, este é um bom primeiro passo”, afirma Bennett-Brown.

  • Escolha o momento certo

Tenha cuidado ao iniciar uma conversa sobre sexo quando vocês estiverem na cama, recomenda Chernin, principalmente se for uma crítica. (Embora alguns casais achem mais fácil falar sobre sexo quando estão se aconchegando no depois, diz ele).

“Pense na conversa como uma série de conversas menores”, orienta Chernin. “Assim você não vai colocar muita pressão em você ou na outra pessoa”.

  • Saiba quando procurar ajuda profissional

Se seu parceiro não estiver disposto a conversar – ou se a conversa for dolorosa, e não apenas desconfortável, diz Darnell – um terapeuta sexual ou conselheiro de casais pode ajudar a mediar a situação.

Ela não minimiza o fato de que essas conversas podem ser difíceis. Mas acrescenta que o sexo nem sempre precisa ser um componente obrigatório de um relacionamento romântico feliz.

“Uma das perguntas que mais faço aos meus casais para os quais o sexo é uma questão difícil e delicada é: Esse relacionamento tem que ser sexual?”, conta. Ela trabalhou com um casal na faixa dos 30 e 40 anos que percebeu que gostava de se envolver em brincadeiras de flerte, mas não queria ir além disso. “A permissão para não fazer sexo nessa fase do relacionamento foi enorme – e um alívio”, lembra ela. “O sexo é muito mais do que aquilo que fazemos sem as calças”, conclui. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

c.2024 The New York Times Company

Como repórter que escreve sobre sexo e intimidade, passo muito tempo ouvindo especialistas exaltarem as virtudes da comunicação aberta e honesta. Para ter um sexo bom – e continuar tendo um sexo bom ao longo do tempo – os casais precisam estar dispostos a conversar sobre o assunto, dizem eles.

Mas algumas pessoas preferem abandonar o relacionamento a ter essas conversas, diz Jeffrey Chernin, terapeuta de casamento e família e autor de Achieving Intimacy: How to Have a Loving Relationship That Lasts [algo como “Ganhando intimidade: Como ter um relacionamento amoroso duradouro”, em tradução livre] – especialmente se as coisas não estiverem indo muito bem entre quatro paredes.

“Uma das coisas que costumo dizer aos casais que estão com problemas é: ‘Eu queria muito que houvesse outra maneira de resolver isso’”, comenta. “Mas o único jeito que conheço de ter uma vida sexual melhor, ou de retomar sua vida sexual, é falar sobre o assunto”.

Chernin admite que essas conversas podem ser estressantes – e às vezes até se transformam em acusações, desrespeito e distanciamento. Mas estas sugestões podem ajudar.

Muitos casais acham difícil falar sobre sua vida íntima Foto: Sonia Pulido/The New York Times

Encare o constrangimento

É comum que os casais tenham dificuldade de falar sobre intimidade e desejo. Pesquisas sugerem que, mesmo em relacionamentos de longo prazo, as pessoas sabem apenas cerca de 60% do que o parceiro ou parceira gosta no sexo e apenas 25% do que não gosta.

Cyndi Darnell, terapeuta sexual e de relacionamentos em Nova York, conta que seus pacientes muitas vezes lhe dizem que falar sobre sexo é “esquisito” – ainda mais “se você passou meses ou anos evitando o assunto”, comenta.

“Fomos levados a acreditar que o sexo é natural”, acrescenta. “Mas, se fosse fácil e natural, as pessoas não teriam tanta dificuldade”.

Ela lembra a história de um casal com quem trabalhou: ambos na faixa dos 50 anos de idade, sem fazer sexo por anos. Toda vez que falavam sobre o problema, brigavam. Então eles procuraram ajuda para superar a vergonha e a raiva.

Na terapia, eles perceberam que haviam se concentrado apenas na penetração, mas o marido na verdade queria proximidade e ternura. E quando a esposa percebeu que o marido não iria “atacá-la” toda vez que ela se aconchegasse com ele, os dois puderam ser mais sensuais um com o outro – e conversar sobre o que gostavam de fazer e por quê, conta Darnell. Mas isso exigiu um espírito de disposição, curiosidade e aceitação.

Esqueça o ‘precisamos conversar’

É possível amenizar o pavor que geralmente acompanha essas conversas, se você as abordar com sensibilidade. “Quando um parceiro fala: ‘Precisamos conversar’”, observa Chernin, “a outra pessoa sente que está sendo mandada para a diretoria”.

Em vez disso:

  • Concentre-se na solução de problemas em dupla

Isso significa dizer algo como: “Por um lado, sei como é difícil falar sobre isso”, diz Chernin. “Por outro, acho que é importante para o nosso casamento ou para o nosso relacionamento podermos conversar sobre nossa vida sexual”.

Em seguida, pergunte: “O que podemos fazer a respeito?”

  • Prepare perguntas com antecedência

Fazer um roteiro ajuda muito, sugere Darnell. Ela dá sugestões como: “Nosso relacionamento é muito importante para mim, e eu queria que o sexo fizesse parte dessa relação (de novo). Gostaria de saber se você sente a mesma coisa”.

  • Fale sobre os aspectos positivos

Maggie Bennett-Brown, pesquisadora do Kinsey Institute e professora assistente da Texas Tech University, diz que “não precisa ser nada explícito”. Talvez você possa dizer ao seu parceiro que gosta quando ele abraça você ou planeja uma noite romântica.

Se já faz algum tempo que vocês não têm intimidade, vale a pena relembrar – e isso pode levar a uma pergunta mais profunda. “Se as pessoas nunca tiveram uma conversa do tipo ‘Do que você gosta?’, este é um bom primeiro passo”, afirma Bennett-Brown.

  • Escolha o momento certo

Tenha cuidado ao iniciar uma conversa sobre sexo quando vocês estiverem na cama, recomenda Chernin, principalmente se for uma crítica. (Embora alguns casais achem mais fácil falar sobre sexo quando estão se aconchegando no depois, diz ele).

“Pense na conversa como uma série de conversas menores”, orienta Chernin. “Assim você não vai colocar muita pressão em você ou na outra pessoa”.

  • Saiba quando procurar ajuda profissional

Se seu parceiro não estiver disposto a conversar – ou se a conversa for dolorosa, e não apenas desconfortável, diz Darnell – um terapeuta sexual ou conselheiro de casais pode ajudar a mediar a situação.

Ela não minimiza o fato de que essas conversas podem ser difíceis. Mas acrescenta que o sexo nem sempre precisa ser um componente obrigatório de um relacionamento romântico feliz.

“Uma das perguntas que mais faço aos meus casais para os quais o sexo é uma questão difícil e delicada é: Esse relacionamento tem que ser sexual?”, conta. Ela trabalhou com um casal na faixa dos 30 e 40 anos que percebeu que gostava de se envolver em brincadeiras de flerte, mas não queria ir além disso. “A permissão para não fazer sexo nessa fase do relacionamento foi enorme – e um alívio”, lembra ela. “O sexo é muito mais do que aquilo que fazemos sem as calças”, conclui. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

c.2024 The New York Times Company

Como repórter que escreve sobre sexo e intimidade, passo muito tempo ouvindo especialistas exaltarem as virtudes da comunicação aberta e honesta. Para ter um sexo bom – e continuar tendo um sexo bom ao longo do tempo – os casais precisam estar dispostos a conversar sobre o assunto, dizem eles.

Mas algumas pessoas preferem abandonar o relacionamento a ter essas conversas, diz Jeffrey Chernin, terapeuta de casamento e família e autor de Achieving Intimacy: How to Have a Loving Relationship That Lasts [algo como “Ganhando intimidade: Como ter um relacionamento amoroso duradouro”, em tradução livre] – especialmente se as coisas não estiverem indo muito bem entre quatro paredes.

“Uma das coisas que costumo dizer aos casais que estão com problemas é: ‘Eu queria muito que houvesse outra maneira de resolver isso’”, comenta. “Mas o único jeito que conheço de ter uma vida sexual melhor, ou de retomar sua vida sexual, é falar sobre o assunto”.

Chernin admite que essas conversas podem ser estressantes – e às vezes até se transformam em acusações, desrespeito e distanciamento. Mas estas sugestões podem ajudar.

Muitos casais acham difícil falar sobre sua vida íntima Foto: Sonia Pulido/The New York Times

Encare o constrangimento

É comum que os casais tenham dificuldade de falar sobre intimidade e desejo. Pesquisas sugerem que, mesmo em relacionamentos de longo prazo, as pessoas sabem apenas cerca de 60% do que o parceiro ou parceira gosta no sexo e apenas 25% do que não gosta.

Cyndi Darnell, terapeuta sexual e de relacionamentos em Nova York, conta que seus pacientes muitas vezes lhe dizem que falar sobre sexo é “esquisito” – ainda mais “se você passou meses ou anos evitando o assunto”, comenta.

“Fomos levados a acreditar que o sexo é natural”, acrescenta. “Mas, se fosse fácil e natural, as pessoas não teriam tanta dificuldade”.

Ela lembra a história de um casal com quem trabalhou: ambos na faixa dos 50 anos de idade, sem fazer sexo por anos. Toda vez que falavam sobre o problema, brigavam. Então eles procuraram ajuda para superar a vergonha e a raiva.

Na terapia, eles perceberam que haviam se concentrado apenas na penetração, mas o marido na verdade queria proximidade e ternura. E quando a esposa percebeu que o marido não iria “atacá-la” toda vez que ela se aconchegasse com ele, os dois puderam ser mais sensuais um com o outro – e conversar sobre o que gostavam de fazer e por quê, conta Darnell. Mas isso exigiu um espírito de disposição, curiosidade e aceitação.

Esqueça o ‘precisamos conversar’

É possível amenizar o pavor que geralmente acompanha essas conversas, se você as abordar com sensibilidade. “Quando um parceiro fala: ‘Precisamos conversar’”, observa Chernin, “a outra pessoa sente que está sendo mandada para a diretoria”.

Em vez disso:

  • Concentre-se na solução de problemas em dupla

Isso significa dizer algo como: “Por um lado, sei como é difícil falar sobre isso”, diz Chernin. “Por outro, acho que é importante para o nosso casamento ou para o nosso relacionamento podermos conversar sobre nossa vida sexual”.

Em seguida, pergunte: “O que podemos fazer a respeito?”

  • Prepare perguntas com antecedência

Fazer um roteiro ajuda muito, sugere Darnell. Ela dá sugestões como: “Nosso relacionamento é muito importante para mim, e eu queria que o sexo fizesse parte dessa relação (de novo). Gostaria de saber se você sente a mesma coisa”.

  • Fale sobre os aspectos positivos

Maggie Bennett-Brown, pesquisadora do Kinsey Institute e professora assistente da Texas Tech University, diz que “não precisa ser nada explícito”. Talvez você possa dizer ao seu parceiro que gosta quando ele abraça você ou planeja uma noite romântica.

Se já faz algum tempo que vocês não têm intimidade, vale a pena relembrar – e isso pode levar a uma pergunta mais profunda. “Se as pessoas nunca tiveram uma conversa do tipo ‘Do que você gosta?’, este é um bom primeiro passo”, afirma Bennett-Brown.

  • Escolha o momento certo

Tenha cuidado ao iniciar uma conversa sobre sexo quando vocês estiverem na cama, recomenda Chernin, principalmente se for uma crítica. (Embora alguns casais achem mais fácil falar sobre sexo quando estão se aconchegando no depois, diz ele).

“Pense na conversa como uma série de conversas menores”, orienta Chernin. “Assim você não vai colocar muita pressão em você ou na outra pessoa”.

  • Saiba quando procurar ajuda profissional

Se seu parceiro não estiver disposto a conversar – ou se a conversa for dolorosa, e não apenas desconfortável, diz Darnell – um terapeuta sexual ou conselheiro de casais pode ajudar a mediar a situação.

Ela não minimiza o fato de que essas conversas podem ser difíceis. Mas acrescenta que o sexo nem sempre precisa ser um componente obrigatório de um relacionamento romântico feliz.

“Uma das perguntas que mais faço aos meus casais para os quais o sexo é uma questão difícil e delicada é: Esse relacionamento tem que ser sexual?”, conta. Ela trabalhou com um casal na faixa dos 30 e 40 anos que percebeu que gostava de se envolver em brincadeiras de flerte, mas não queria ir além disso. “A permissão para não fazer sexo nessa fase do relacionamento foi enorme – e um alívio”, lembra ela. “O sexo é muito mais do que aquilo que fazemos sem as calças”, conclui. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

c.2024 The New York Times Company

Como repórter que escreve sobre sexo e intimidade, passo muito tempo ouvindo especialistas exaltarem as virtudes da comunicação aberta e honesta. Para ter um sexo bom – e continuar tendo um sexo bom ao longo do tempo – os casais precisam estar dispostos a conversar sobre o assunto, dizem eles.

Mas algumas pessoas preferem abandonar o relacionamento a ter essas conversas, diz Jeffrey Chernin, terapeuta de casamento e família e autor de Achieving Intimacy: How to Have a Loving Relationship That Lasts [algo como “Ganhando intimidade: Como ter um relacionamento amoroso duradouro”, em tradução livre] – especialmente se as coisas não estiverem indo muito bem entre quatro paredes.

“Uma das coisas que costumo dizer aos casais que estão com problemas é: ‘Eu queria muito que houvesse outra maneira de resolver isso’”, comenta. “Mas o único jeito que conheço de ter uma vida sexual melhor, ou de retomar sua vida sexual, é falar sobre o assunto”.

Chernin admite que essas conversas podem ser estressantes – e às vezes até se transformam em acusações, desrespeito e distanciamento. Mas estas sugestões podem ajudar.

Muitos casais acham difícil falar sobre sua vida íntima Foto: Sonia Pulido/The New York Times

Encare o constrangimento

É comum que os casais tenham dificuldade de falar sobre intimidade e desejo. Pesquisas sugerem que, mesmo em relacionamentos de longo prazo, as pessoas sabem apenas cerca de 60% do que o parceiro ou parceira gosta no sexo e apenas 25% do que não gosta.

Cyndi Darnell, terapeuta sexual e de relacionamentos em Nova York, conta que seus pacientes muitas vezes lhe dizem que falar sobre sexo é “esquisito” – ainda mais “se você passou meses ou anos evitando o assunto”, comenta.

“Fomos levados a acreditar que o sexo é natural”, acrescenta. “Mas, se fosse fácil e natural, as pessoas não teriam tanta dificuldade”.

Ela lembra a história de um casal com quem trabalhou: ambos na faixa dos 50 anos de idade, sem fazer sexo por anos. Toda vez que falavam sobre o problema, brigavam. Então eles procuraram ajuda para superar a vergonha e a raiva.

Na terapia, eles perceberam que haviam se concentrado apenas na penetração, mas o marido na verdade queria proximidade e ternura. E quando a esposa percebeu que o marido não iria “atacá-la” toda vez que ela se aconchegasse com ele, os dois puderam ser mais sensuais um com o outro – e conversar sobre o que gostavam de fazer e por quê, conta Darnell. Mas isso exigiu um espírito de disposição, curiosidade e aceitação.

Esqueça o ‘precisamos conversar’

É possível amenizar o pavor que geralmente acompanha essas conversas, se você as abordar com sensibilidade. “Quando um parceiro fala: ‘Precisamos conversar’”, observa Chernin, “a outra pessoa sente que está sendo mandada para a diretoria”.

Em vez disso:

  • Concentre-se na solução de problemas em dupla

Isso significa dizer algo como: “Por um lado, sei como é difícil falar sobre isso”, diz Chernin. “Por outro, acho que é importante para o nosso casamento ou para o nosso relacionamento podermos conversar sobre nossa vida sexual”.

Em seguida, pergunte: “O que podemos fazer a respeito?”

  • Prepare perguntas com antecedência

Fazer um roteiro ajuda muito, sugere Darnell. Ela dá sugestões como: “Nosso relacionamento é muito importante para mim, e eu queria que o sexo fizesse parte dessa relação (de novo). Gostaria de saber se você sente a mesma coisa”.

  • Fale sobre os aspectos positivos

Maggie Bennett-Brown, pesquisadora do Kinsey Institute e professora assistente da Texas Tech University, diz que “não precisa ser nada explícito”. Talvez você possa dizer ao seu parceiro que gosta quando ele abraça você ou planeja uma noite romântica.

Se já faz algum tempo que vocês não têm intimidade, vale a pena relembrar – e isso pode levar a uma pergunta mais profunda. “Se as pessoas nunca tiveram uma conversa do tipo ‘Do que você gosta?’, este é um bom primeiro passo”, afirma Bennett-Brown.

  • Escolha o momento certo

Tenha cuidado ao iniciar uma conversa sobre sexo quando vocês estiverem na cama, recomenda Chernin, principalmente se for uma crítica. (Embora alguns casais achem mais fácil falar sobre sexo quando estão se aconchegando no depois, diz ele).

“Pense na conversa como uma série de conversas menores”, orienta Chernin. “Assim você não vai colocar muita pressão em você ou na outra pessoa”.

  • Saiba quando procurar ajuda profissional

Se seu parceiro não estiver disposto a conversar – ou se a conversa for dolorosa, e não apenas desconfortável, diz Darnell – um terapeuta sexual ou conselheiro de casais pode ajudar a mediar a situação.

Ela não minimiza o fato de que essas conversas podem ser difíceis. Mas acrescenta que o sexo nem sempre precisa ser um componente obrigatório de um relacionamento romântico feliz.

“Uma das perguntas que mais faço aos meus casais para os quais o sexo é uma questão difícil e delicada é: Esse relacionamento tem que ser sexual?”, conta. Ela trabalhou com um casal na faixa dos 30 e 40 anos que percebeu que gostava de se envolver em brincadeiras de flerte, mas não queria ir além disso. “A permissão para não fazer sexo nessa fase do relacionamento foi enorme – e um alívio”, lembra ela. “O sexo é muito mais do que aquilo que fazemos sem as calças”, conclui. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

c.2024 The New York Times Company

Como repórter que escreve sobre sexo e intimidade, passo muito tempo ouvindo especialistas exaltarem as virtudes da comunicação aberta e honesta. Para ter um sexo bom – e continuar tendo um sexo bom ao longo do tempo – os casais precisam estar dispostos a conversar sobre o assunto, dizem eles.

Mas algumas pessoas preferem abandonar o relacionamento a ter essas conversas, diz Jeffrey Chernin, terapeuta de casamento e família e autor de Achieving Intimacy: How to Have a Loving Relationship That Lasts [algo como “Ganhando intimidade: Como ter um relacionamento amoroso duradouro”, em tradução livre] – especialmente se as coisas não estiverem indo muito bem entre quatro paredes.

“Uma das coisas que costumo dizer aos casais que estão com problemas é: ‘Eu queria muito que houvesse outra maneira de resolver isso’”, comenta. “Mas o único jeito que conheço de ter uma vida sexual melhor, ou de retomar sua vida sexual, é falar sobre o assunto”.

Chernin admite que essas conversas podem ser estressantes – e às vezes até se transformam em acusações, desrespeito e distanciamento. Mas estas sugestões podem ajudar.

Muitos casais acham difícil falar sobre sua vida íntima Foto: Sonia Pulido/The New York Times

Encare o constrangimento

É comum que os casais tenham dificuldade de falar sobre intimidade e desejo. Pesquisas sugerem que, mesmo em relacionamentos de longo prazo, as pessoas sabem apenas cerca de 60% do que o parceiro ou parceira gosta no sexo e apenas 25% do que não gosta.

Cyndi Darnell, terapeuta sexual e de relacionamentos em Nova York, conta que seus pacientes muitas vezes lhe dizem que falar sobre sexo é “esquisito” – ainda mais “se você passou meses ou anos evitando o assunto”, comenta.

“Fomos levados a acreditar que o sexo é natural”, acrescenta. “Mas, se fosse fácil e natural, as pessoas não teriam tanta dificuldade”.

Ela lembra a história de um casal com quem trabalhou: ambos na faixa dos 50 anos de idade, sem fazer sexo por anos. Toda vez que falavam sobre o problema, brigavam. Então eles procuraram ajuda para superar a vergonha e a raiva.

Na terapia, eles perceberam que haviam se concentrado apenas na penetração, mas o marido na verdade queria proximidade e ternura. E quando a esposa percebeu que o marido não iria “atacá-la” toda vez que ela se aconchegasse com ele, os dois puderam ser mais sensuais um com o outro – e conversar sobre o que gostavam de fazer e por quê, conta Darnell. Mas isso exigiu um espírito de disposição, curiosidade e aceitação.

Esqueça o ‘precisamos conversar’

É possível amenizar o pavor que geralmente acompanha essas conversas, se você as abordar com sensibilidade. “Quando um parceiro fala: ‘Precisamos conversar’”, observa Chernin, “a outra pessoa sente que está sendo mandada para a diretoria”.

Em vez disso:

  • Concentre-se na solução de problemas em dupla

Isso significa dizer algo como: “Por um lado, sei como é difícil falar sobre isso”, diz Chernin. “Por outro, acho que é importante para o nosso casamento ou para o nosso relacionamento podermos conversar sobre nossa vida sexual”.

Em seguida, pergunte: “O que podemos fazer a respeito?”

  • Prepare perguntas com antecedência

Fazer um roteiro ajuda muito, sugere Darnell. Ela dá sugestões como: “Nosso relacionamento é muito importante para mim, e eu queria que o sexo fizesse parte dessa relação (de novo). Gostaria de saber se você sente a mesma coisa”.

  • Fale sobre os aspectos positivos

Maggie Bennett-Brown, pesquisadora do Kinsey Institute e professora assistente da Texas Tech University, diz que “não precisa ser nada explícito”. Talvez você possa dizer ao seu parceiro que gosta quando ele abraça você ou planeja uma noite romântica.

Se já faz algum tempo que vocês não têm intimidade, vale a pena relembrar – e isso pode levar a uma pergunta mais profunda. “Se as pessoas nunca tiveram uma conversa do tipo ‘Do que você gosta?’, este é um bom primeiro passo”, afirma Bennett-Brown.

  • Escolha o momento certo

Tenha cuidado ao iniciar uma conversa sobre sexo quando vocês estiverem na cama, recomenda Chernin, principalmente se for uma crítica. (Embora alguns casais achem mais fácil falar sobre sexo quando estão se aconchegando no depois, diz ele).

“Pense na conversa como uma série de conversas menores”, orienta Chernin. “Assim você não vai colocar muita pressão em você ou na outra pessoa”.

  • Saiba quando procurar ajuda profissional

Se seu parceiro não estiver disposto a conversar – ou se a conversa for dolorosa, e não apenas desconfortável, diz Darnell – um terapeuta sexual ou conselheiro de casais pode ajudar a mediar a situação.

Ela não minimiza o fato de que essas conversas podem ser difíceis. Mas acrescenta que o sexo nem sempre precisa ser um componente obrigatório de um relacionamento romântico feliz.

“Uma das perguntas que mais faço aos meus casais para os quais o sexo é uma questão difícil e delicada é: Esse relacionamento tem que ser sexual?”, conta. Ela trabalhou com um casal na faixa dos 30 e 40 anos que percebeu que gostava de se envolver em brincadeiras de flerte, mas não queria ir além disso. “A permissão para não fazer sexo nessa fase do relacionamento foi enorme – e um alívio”, lembra ela. “O sexo é muito mais do que aquilo que fazemos sem as calças”, conclui. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

c.2024 The New York Times Company

Tudo Sobre

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.