Como oferecer terapias avançadas e caras para a população?


Especialistas propõem olhar mais amplo para tratamentos considerados inovadores; é preciso criatividade na incorporação ao SUS

Por Leon Ferrari
Atualização:

Existe uma equação difícil de resolver quando o assunto é saúde. Nos últimos anos, tratamentos revolucionários, como o Zolgensma — primeira terapia gênica incorporada ao SUS, frequentemente apontada como a medicação mais cara do mundo — e o CAR-T — que usa as células do próprio paciente para tratar tumores —, começaram a se tornar realidade. No entanto, para tratar um único paciente, podem ser necessários milhões de reais.

O que os torna tão caros? Segundo especialistas que participaram do Summit Saúde e Bem-Estar, promovido pelo Estadão nesta segunda-feira, 14, isso tem relação com os anos de pesquisa e investimentos necessários. Além do mais, muitas dessas tecnologias não são desenvolvidas no Brasil, ou seja, há uma carga do próprio dólar.

Indicação correta de tratamento reduz - e muito - os custos para o sistema de saúde. Foto: Adobe Stock
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Um novo olhar

Renato Porto, presidente executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), destacou que olhar apenas para o valor nominal de um produto não é suficiente. “Ao falar de preço e de valor do medicamento, é preciso também que a gente dê um passo adiante e entenda quanto vale esse investimento em saúde.”

“O pior custo que nós vamos ter é quando houver um medicamento inovador disponível para a população em algum outro lugar do mundo, e não tivermos aqui. Esse é um grande custo que nós precisamos evitar”, alertou.

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Nesse sentido, Fábio Guimarães, value & access and pricing head da Novartis Brasil, que comercializa o Zolgensma, lembrou do momento em que a terapia recebeu aval da Conitec, comitê que avalia o custo-benefício de um medicamentos para indicar ao Ministério da Saúde sua incorporação ao SUS. Na época, calculou-se que, em 7 anos, esse tratamento contra atrofia muscular espinhal (AME) traria economia para o sistema público. “É importante entendermos o valor de uma perspectiva mais ampla”, defendeu.

Segundo Guimarães, atualmente, há discussões com o Ministério da Saúde sobre modelos de divisão de risco, em que o pagamento só é realizado quando alguns desfechos da tecnologia são atingidos. Mas ainda faltam alguns atores. “Esses modelos de compartilhamento de risco também envolvem o Tribunal de Contas e os órgãos de auditoria do governo (por exemplo).

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Criatividade

Diante de um orçamento finito para saúde pública, a médica Ana Maria Malik, professora titular da Fundação Getulio Vargas (FGV), afirmou que é preciso ser criativo no que diz respeito à incorporação das tecnologias aos SUS.

“Tecnologia não é só medicamento. Como o recurso é limitado, também é tecnologia saber tomar decisão e definir o que é prioridade”, defendeu.

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Com mediação de Thaís Manarini, editora do Estadão, painel contou com as participações de Ana Maria Malik, Fábio Guimarães, Luciana Holtz de Camargo Barros, Renato Porto e Simone Braggio Forny. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Vidas

Luciana Holtz de Camargo Barros, fundadora e presidente da ONG Instituto Oncoguia, destacou a demora entre o aval da Conitec, a decisão ou não do Ministério da Saúde pela incorporação e, enfim, a disponibilidade do produto no SUS.

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Luciana também enfatizou que o cenário atual de tratamento para câncer é muito diferente para quem depende apenas do sistema público e para aqueles que se tratam na rede privada.

“Há uma lista de aproximadamente 10 diferentes tecnologias (contra o câncer) que já tiveram o ‘sim’ da Conitec e o próximo passo não aconteceu. Pelo menos duas para câncer de mama”, falou. “São mulheres perdendo a chance de serem curadas. São mulheres perdendo a chance de ganhar tempo de vida com qualidade.”

Porto destacou que, de fato, há um descompasso entre receber o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as próximas etapas para tornar um medicamento disponível. “Aprimorar o modelo de incorporação é fundamental. O grande desafio hoje é tirar esse produto do registro e levar ele para as pessoas com a velocidade que se precisa e com a qualidade que se precisa.”

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Paciente certo na hora certo

Simone Braggio Forny, diretora médica para Hematologia da Johnson & Johnson Innovative Medicine no Brasil, afirmou que não basta só trazer tecnologia. “O ponto fundamental é o que a gente chama de ‘o ‘paciente certo na hora certa’.”

“É importante também usar a tecnologia de forma correta. Por exemplo, no CAR-T, os grandes centros que estão sendo homologados têm um board de médicos para identificar qual é o paciente correto”, contou. “A boa indicação (de um tratamento) reduz muito o custo para o próprio sistema (de saúde).”

“Se não houver educação para treinamento das pessoas que vão utilizar as tecnologias e colocar o conhecimento em favor do paciente, nós estaremos fazendo errado, estaremos jogando dinheiro fora”, complementou Ana Maria.

O “Summit Saúde e Bem-Estar - O futuro da saúde já chegou″ acontece hoje, 14 de outubro, das 8h às 18h30, no Espaço de Eventos do Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. Para se inscrever, acesse este link.

Existe uma equação difícil de resolver quando o assunto é saúde. Nos últimos anos, tratamentos revolucionários, como o Zolgensma — primeira terapia gênica incorporada ao SUS, frequentemente apontada como a medicação mais cara do mundo — e o CAR-T — que usa as células do próprio paciente para tratar tumores —, começaram a se tornar realidade. No entanto, para tratar um único paciente, podem ser necessários milhões de reais.

O que os torna tão caros? Segundo especialistas que participaram do Summit Saúde e Bem-Estar, promovido pelo Estadão nesta segunda-feira, 14, isso tem relação com os anos de pesquisa e investimentos necessários. Além do mais, muitas dessas tecnologias não são desenvolvidas no Brasil, ou seja, há uma carga do próprio dólar.

Indicação correta de tratamento reduz - e muito - os custos para o sistema de saúde. Foto: Adobe Stock

Um novo olhar

Renato Porto, presidente executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), destacou que olhar apenas para o valor nominal de um produto não é suficiente. “Ao falar de preço e de valor do medicamento, é preciso também que a gente dê um passo adiante e entenda quanto vale esse investimento em saúde.”

“O pior custo que nós vamos ter é quando houver um medicamento inovador disponível para a população em algum outro lugar do mundo, e não tivermos aqui. Esse é um grande custo que nós precisamos evitar”, alertou.

Nesse sentido, Fábio Guimarães, value & access and pricing head da Novartis Brasil, que comercializa o Zolgensma, lembrou do momento em que a terapia recebeu aval da Conitec, comitê que avalia o custo-benefício de um medicamentos para indicar ao Ministério da Saúde sua incorporação ao SUS. Na época, calculou-se que, em 7 anos, esse tratamento contra atrofia muscular espinhal (AME) traria economia para o sistema público. “É importante entendermos o valor de uma perspectiva mais ampla”, defendeu.

Segundo Guimarães, atualmente, há discussões com o Ministério da Saúde sobre modelos de divisão de risco, em que o pagamento só é realizado quando alguns desfechos da tecnologia são atingidos. Mas ainda faltam alguns atores. “Esses modelos de compartilhamento de risco também envolvem o Tribunal de Contas e os órgãos de auditoria do governo (por exemplo).

Criatividade

Diante de um orçamento finito para saúde pública, a médica Ana Maria Malik, professora titular da Fundação Getulio Vargas (FGV), afirmou que é preciso ser criativo no que diz respeito à incorporação das tecnologias aos SUS.

“Tecnologia não é só medicamento. Como o recurso é limitado, também é tecnologia saber tomar decisão e definir o que é prioridade”, defendeu.

Com mediação de Thaís Manarini, editora do Estadão, painel contou com as participações de Ana Maria Malik, Fábio Guimarães, Luciana Holtz de Camargo Barros, Renato Porto e Simone Braggio Forny. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Vidas

Luciana Holtz de Camargo Barros, fundadora e presidente da ONG Instituto Oncoguia, destacou a demora entre o aval da Conitec, a decisão ou não do Ministério da Saúde pela incorporação e, enfim, a disponibilidade do produto no SUS.

Luciana também enfatizou que o cenário atual de tratamento para câncer é muito diferente para quem depende apenas do sistema público e para aqueles que se tratam na rede privada.

“Há uma lista de aproximadamente 10 diferentes tecnologias (contra o câncer) que já tiveram o ‘sim’ da Conitec e o próximo passo não aconteceu. Pelo menos duas para câncer de mama”, falou. “São mulheres perdendo a chance de serem curadas. São mulheres perdendo a chance de ganhar tempo de vida com qualidade.”

Porto destacou que, de fato, há um descompasso entre receber o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as próximas etapas para tornar um medicamento disponível. “Aprimorar o modelo de incorporação é fundamental. O grande desafio hoje é tirar esse produto do registro e levar ele para as pessoas com a velocidade que se precisa e com a qualidade que se precisa.”

Paciente certo na hora certo

Simone Braggio Forny, diretora médica para Hematologia da Johnson & Johnson Innovative Medicine no Brasil, afirmou que não basta só trazer tecnologia. “O ponto fundamental é o que a gente chama de ‘o ‘paciente certo na hora certa’.”

“É importante também usar a tecnologia de forma correta. Por exemplo, no CAR-T, os grandes centros que estão sendo homologados têm um board de médicos para identificar qual é o paciente correto”, contou. “A boa indicação (de um tratamento) reduz muito o custo para o próprio sistema (de saúde).”

“Se não houver educação para treinamento das pessoas que vão utilizar as tecnologias e colocar o conhecimento em favor do paciente, nós estaremos fazendo errado, estaremos jogando dinheiro fora”, complementou Ana Maria.

O “Summit Saúde e Bem-Estar - O futuro da saúde já chegou″ acontece hoje, 14 de outubro, das 8h às 18h30, no Espaço de Eventos do Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. Para se inscrever, acesse este link.

Existe uma equação difícil de resolver quando o assunto é saúde. Nos últimos anos, tratamentos revolucionários, como o Zolgensma — primeira terapia gênica incorporada ao SUS, frequentemente apontada como a medicação mais cara do mundo — e o CAR-T — que usa as células do próprio paciente para tratar tumores —, começaram a se tornar realidade. No entanto, para tratar um único paciente, podem ser necessários milhões de reais.

O que os torna tão caros? Segundo especialistas que participaram do Summit Saúde e Bem-Estar, promovido pelo Estadão nesta segunda-feira, 14, isso tem relação com os anos de pesquisa e investimentos necessários. Além do mais, muitas dessas tecnologias não são desenvolvidas no Brasil, ou seja, há uma carga do próprio dólar.

Indicação correta de tratamento reduz - e muito - os custos para o sistema de saúde. Foto: Adobe Stock

Um novo olhar

Renato Porto, presidente executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), destacou que olhar apenas para o valor nominal de um produto não é suficiente. “Ao falar de preço e de valor do medicamento, é preciso também que a gente dê um passo adiante e entenda quanto vale esse investimento em saúde.”

“O pior custo que nós vamos ter é quando houver um medicamento inovador disponível para a população em algum outro lugar do mundo, e não tivermos aqui. Esse é um grande custo que nós precisamos evitar”, alertou.

Nesse sentido, Fábio Guimarães, value & access and pricing head da Novartis Brasil, que comercializa o Zolgensma, lembrou do momento em que a terapia recebeu aval da Conitec, comitê que avalia o custo-benefício de um medicamentos para indicar ao Ministério da Saúde sua incorporação ao SUS. Na época, calculou-se que, em 7 anos, esse tratamento contra atrofia muscular espinhal (AME) traria economia para o sistema público. “É importante entendermos o valor de uma perspectiva mais ampla”, defendeu.

Segundo Guimarães, atualmente, há discussões com o Ministério da Saúde sobre modelos de divisão de risco, em que o pagamento só é realizado quando alguns desfechos da tecnologia são atingidos. Mas ainda faltam alguns atores. “Esses modelos de compartilhamento de risco também envolvem o Tribunal de Contas e os órgãos de auditoria do governo (por exemplo).

Criatividade

Diante de um orçamento finito para saúde pública, a médica Ana Maria Malik, professora titular da Fundação Getulio Vargas (FGV), afirmou que é preciso ser criativo no que diz respeito à incorporação das tecnologias aos SUS.

“Tecnologia não é só medicamento. Como o recurso é limitado, também é tecnologia saber tomar decisão e definir o que é prioridade”, defendeu.

Com mediação de Thaís Manarini, editora do Estadão, painel contou com as participações de Ana Maria Malik, Fábio Guimarães, Luciana Holtz de Camargo Barros, Renato Porto e Simone Braggio Forny. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Vidas

Luciana Holtz de Camargo Barros, fundadora e presidente da ONG Instituto Oncoguia, destacou a demora entre o aval da Conitec, a decisão ou não do Ministério da Saúde pela incorporação e, enfim, a disponibilidade do produto no SUS.

Luciana também enfatizou que o cenário atual de tratamento para câncer é muito diferente para quem depende apenas do sistema público e para aqueles que se tratam na rede privada.

“Há uma lista de aproximadamente 10 diferentes tecnologias (contra o câncer) que já tiveram o ‘sim’ da Conitec e o próximo passo não aconteceu. Pelo menos duas para câncer de mama”, falou. “São mulheres perdendo a chance de serem curadas. São mulheres perdendo a chance de ganhar tempo de vida com qualidade.”

Porto destacou que, de fato, há um descompasso entre receber o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as próximas etapas para tornar um medicamento disponível. “Aprimorar o modelo de incorporação é fundamental. O grande desafio hoje é tirar esse produto do registro e levar ele para as pessoas com a velocidade que se precisa e com a qualidade que se precisa.”

Paciente certo na hora certo

Simone Braggio Forny, diretora médica para Hematologia da Johnson & Johnson Innovative Medicine no Brasil, afirmou que não basta só trazer tecnologia. “O ponto fundamental é o que a gente chama de ‘o ‘paciente certo na hora certa’.”

“É importante também usar a tecnologia de forma correta. Por exemplo, no CAR-T, os grandes centros que estão sendo homologados têm um board de médicos para identificar qual é o paciente correto”, contou. “A boa indicação (de um tratamento) reduz muito o custo para o próprio sistema (de saúde).”

“Se não houver educação para treinamento das pessoas que vão utilizar as tecnologias e colocar o conhecimento em favor do paciente, nós estaremos fazendo errado, estaremos jogando dinheiro fora”, complementou Ana Maria.

O “Summit Saúde e Bem-Estar - O futuro da saúde já chegou″ acontece hoje, 14 de outubro, das 8h às 18h30, no Espaço de Eventos do Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. Para se inscrever, acesse este link.

Existe uma equação difícil de resolver quando o assunto é saúde. Nos últimos anos, tratamentos revolucionários, como o Zolgensma — primeira terapia gênica incorporada ao SUS, frequentemente apontada como a medicação mais cara do mundo — e o CAR-T — que usa as células do próprio paciente para tratar tumores —, começaram a se tornar realidade. No entanto, para tratar um único paciente, podem ser necessários milhões de reais.

O que os torna tão caros? Segundo especialistas que participaram do Summit Saúde e Bem-Estar, promovido pelo Estadão nesta segunda-feira, 14, isso tem relação com os anos de pesquisa e investimentos necessários. Além do mais, muitas dessas tecnologias não são desenvolvidas no Brasil, ou seja, há uma carga do próprio dólar.

Indicação correta de tratamento reduz - e muito - os custos para o sistema de saúde. Foto: Adobe Stock

Um novo olhar

Renato Porto, presidente executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), destacou que olhar apenas para o valor nominal de um produto não é suficiente. “Ao falar de preço e de valor do medicamento, é preciso também que a gente dê um passo adiante e entenda quanto vale esse investimento em saúde.”

“O pior custo que nós vamos ter é quando houver um medicamento inovador disponível para a população em algum outro lugar do mundo, e não tivermos aqui. Esse é um grande custo que nós precisamos evitar”, alertou.

Nesse sentido, Fábio Guimarães, value & access and pricing head da Novartis Brasil, que comercializa o Zolgensma, lembrou do momento em que a terapia recebeu aval da Conitec, comitê que avalia o custo-benefício de um medicamentos para indicar ao Ministério da Saúde sua incorporação ao SUS. Na época, calculou-se que, em 7 anos, esse tratamento contra atrofia muscular espinhal (AME) traria economia para o sistema público. “É importante entendermos o valor de uma perspectiva mais ampla”, defendeu.

Segundo Guimarães, atualmente, há discussões com o Ministério da Saúde sobre modelos de divisão de risco, em que o pagamento só é realizado quando alguns desfechos da tecnologia são atingidos. Mas ainda faltam alguns atores. “Esses modelos de compartilhamento de risco também envolvem o Tribunal de Contas e os órgãos de auditoria do governo (por exemplo).

Criatividade

Diante de um orçamento finito para saúde pública, a médica Ana Maria Malik, professora titular da Fundação Getulio Vargas (FGV), afirmou que é preciso ser criativo no que diz respeito à incorporação das tecnologias aos SUS.

“Tecnologia não é só medicamento. Como o recurso é limitado, também é tecnologia saber tomar decisão e definir o que é prioridade”, defendeu.

Com mediação de Thaís Manarini, editora do Estadão, painel contou com as participações de Ana Maria Malik, Fábio Guimarães, Luciana Holtz de Camargo Barros, Renato Porto e Simone Braggio Forny. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Vidas

Luciana Holtz de Camargo Barros, fundadora e presidente da ONG Instituto Oncoguia, destacou a demora entre o aval da Conitec, a decisão ou não do Ministério da Saúde pela incorporação e, enfim, a disponibilidade do produto no SUS.

Luciana também enfatizou que o cenário atual de tratamento para câncer é muito diferente para quem depende apenas do sistema público e para aqueles que se tratam na rede privada.

“Há uma lista de aproximadamente 10 diferentes tecnologias (contra o câncer) que já tiveram o ‘sim’ da Conitec e o próximo passo não aconteceu. Pelo menos duas para câncer de mama”, falou. “São mulheres perdendo a chance de serem curadas. São mulheres perdendo a chance de ganhar tempo de vida com qualidade.”

Porto destacou que, de fato, há um descompasso entre receber o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as próximas etapas para tornar um medicamento disponível. “Aprimorar o modelo de incorporação é fundamental. O grande desafio hoje é tirar esse produto do registro e levar ele para as pessoas com a velocidade que se precisa e com a qualidade que se precisa.”

Paciente certo na hora certo

Simone Braggio Forny, diretora médica para Hematologia da Johnson & Johnson Innovative Medicine no Brasil, afirmou que não basta só trazer tecnologia. “O ponto fundamental é o que a gente chama de ‘o ‘paciente certo na hora certa’.”

“É importante também usar a tecnologia de forma correta. Por exemplo, no CAR-T, os grandes centros que estão sendo homologados têm um board de médicos para identificar qual é o paciente correto”, contou. “A boa indicação (de um tratamento) reduz muito o custo para o próprio sistema (de saúde).”

“Se não houver educação para treinamento das pessoas que vão utilizar as tecnologias e colocar o conhecimento em favor do paciente, nós estaremos fazendo errado, estaremos jogando dinheiro fora”, complementou Ana Maria.

O “Summit Saúde e Bem-Estar - O futuro da saúde já chegou″ acontece hoje, 14 de outubro, das 8h às 18h30, no Espaço de Eventos do Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. Para se inscrever, acesse este link.

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