Crianças no esporte: confira as melhores modalidades por faixa etária


Estimuladas pelos Jogos Olímpicos, as crianças podem iniciar a vida esportiva e garantir benefícios à saúde mental e física que se estendem pela vida adulta

Por Bárbara Giovani
Atualização:

A cada quatro anos, diversas modalidades esportivas dominam a programação na TV e ganham um espaço maior que o de costume na rotina dos brasileiros. Os Jogos Olímpicos, que neste ano acontecem em Paris, evidenciam como o mundo esportivo é vasto e colocam os atletas em destaque, o que pode servir como um incentivo para as crianças.

Para Andrea Patente, pediatra especialista em primeira infância, os pais podem estimular a prática esportiva infantil desde muito cedo. No entanto, há cuidados que devem ser tomados, como ajudar na escolha da modalidade de acordo com a faixa etária e evitar o incentivo à competição.

Segundo especialistas, é importante dar autonomia à criança para que ela escolha o esporte Foto: Drobot Dean/Adobe Stock
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Segundo um manual de orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sobre promoção da atividade física na infância, a partir do momento em que uma criança começa a andar, ela deve se manter fisicamente ativa durante pelo menos 180 minutos por dia. Isso pode ser dividido em diversas atividades, como jogar bola, brincar com água e saltar ou correr.

Já com 3 anos, as crianças podem explorar atividades mais estruturadas, como aulas de dança, natação, luta, esportes coletivos e andar de bicicleta. Então, a partir desse momento, pais, professores e outros responsáveis devem adaptar as práticas dos pequenos de acordo com seu crescimento.

O ideal é que a prioridade seja para as atividades aeróbicas, ou seja, que fazem a respiração acelerar e o coração bater mais rápido. Vale lembrar que a musculação estruturada só é recomendada depois que o adolescente atingir o desenvolvimento ósseo e de características sexuais, para evitar riscos ao seu crescimento natural.

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Sem competição nem pressão

A pediatra alerta que muitos pais colocam seus filhos para praticar algum esporte de acordo com o que acham mais adequado, mas isso nem sempre condiz com a vontade do pequeno. “Muitas vezes, a criança não quer fazer aquilo, ela não gosta daquele tipo (de modalidade)”, observa. Isso pode gerar sentimentos de frustração, depressão e aversão à prática de atividades físicas. “Então tem que deixá-la praticar o esporte que quiser”, diz Andrea.

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Outro aspecto importante a ser considerado é a pressão exercida em cima da criançada. O esporte deve ser um espaço de movimento e diversão, um momento lúdico e de socialização, e não uma obrigação de performance. Por isso, pais e responsáveis não devem fazer cobranças por vitórias nem estimular a competitividade.

Além disso, o preconceito deve ficar de lado: não há esportes para meninas ou para meninos. Todas as atividades podem (e devem) ser praticadas por qualquer criança. Andrea dá o exemplo do futebol e das lutas, antes consideradas modalidades masculinas, e que hoje têm cada vez mais participação feminina.

Benefícios

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Quando realizada segundo as orientações, a atividade física beneficia a saúde física e mental de crianças e adolescentes. “Contribui para o equilíbrio e o alongamento, além de favorecer o crescimento, o desenvolvimento motor e a socialização”, lista Andrea. Ela ressalta que os exercícios também garantem a boa oxigenação cerebral, o que, em longo prazo, pode proteger a memória, por exemplo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os esportes na infância ainda melhoram o condicionamento respiratório e muscular da criança, contribuem para níveis adequados de pressão arterial e glicose durante a vida e preservam a saúde óssea. Além disso, são importantes estímulos para o desempenho cognitivo e reduzem sintomas de depressão.

De acordo com o manual da SBP, crianças saudáveis não precisam passar por avaliação específica das condições do coração antes de começar a praticar algum esporte. No geral, isso é recomendado apenas para aquelas que apresentam algum sintoma cardiovascular.

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Há apenas um cuidado necessário: evitar o excesso de atividade física, tanto na quantidade de tempo quanto na intensidade, uma vez que isso pode prejudicar o crescimento em vez de contribuir para o pleno desenvolvimento infantil.

Esporte para todos

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Na realidade brasileira, é sabido que não basta apenas o incentivo dos pais ou responsáveis para que uma criança pratique um esporte. Há modalidades de difícil acesso.

Por isso, a SBP sinaliza em documento a importância de políticas públicas que promovam a cultura do esporte no Brasil. Algumas medidas sugeridas consistem na implementação de ciclovias no entorno de escolas, parques, praças e praias, na instalação de equipamentos em áreas públicas (como quadras esportivas) e proporcionar a segurança de todos esses espaços.

Para Andrea, além da viabilização de espaços que ampliam o acesso de crianças ao esporte, é preciso também divulgar as oportunidades que já existem. “Tem bastante lugar com vagas gratuitas, como os CEUs (Centro Educacional Unificado) aqui em São Paulo, e muitas escolas, como as de balé, oferecem bolsas”, ressalta. Ela acredita que, por meio da comunicação nas escolas, nos bairros e nas redes sociais, essas oportunidades podem chegar às crianças que desejam iniciar algum esporte.

Guia de esportes por idade

  • 0 a 2 anos: entre os bebês, o estímulo para engatinhar, rolar e buscar objetos com os braços é importante. Nas crianças que já sabem andar, pular, correr ou brincar na água são boas opções para incentivar a movimentação.
  • 2 a 5 anos: caminhar, correr, pular corda, brincar com bolas e andar de bicicleta são boas pedidas, porque estimulam a coordenação motora e também podem favorecer a socialização.
  • 5 a 10 anos: como a criança já possui mais agilidade e coordenação, pode se aventurar em modalidades como natação, futebol, skate, lutas, ginástica, danças e capoeira.
  • 10 a 12 anos: uma ótima fase para aproveitar a velocidade, investindo em exercícios de atletismo e ciclismo, por exemplo.
  • Puberdade: nesse momento, o adolescente se torna mais capaz de realizar exercícios de resistência e explosão de força, como ocorre no tênis, no vôlei e em outros jogos de quadra.

A cada quatro anos, diversas modalidades esportivas dominam a programação na TV e ganham um espaço maior que o de costume na rotina dos brasileiros. Os Jogos Olímpicos, que neste ano acontecem em Paris, evidenciam como o mundo esportivo é vasto e colocam os atletas em destaque, o que pode servir como um incentivo para as crianças.

Para Andrea Patente, pediatra especialista em primeira infância, os pais podem estimular a prática esportiva infantil desde muito cedo. No entanto, há cuidados que devem ser tomados, como ajudar na escolha da modalidade de acordo com a faixa etária e evitar o incentivo à competição.

Segundo especialistas, é importante dar autonomia à criança para que ela escolha o esporte Foto: Drobot Dean/Adobe Stock

Segundo um manual de orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sobre promoção da atividade física na infância, a partir do momento em que uma criança começa a andar, ela deve se manter fisicamente ativa durante pelo menos 180 minutos por dia. Isso pode ser dividido em diversas atividades, como jogar bola, brincar com água e saltar ou correr.

Já com 3 anos, as crianças podem explorar atividades mais estruturadas, como aulas de dança, natação, luta, esportes coletivos e andar de bicicleta. Então, a partir desse momento, pais, professores e outros responsáveis devem adaptar as práticas dos pequenos de acordo com seu crescimento.

O ideal é que a prioridade seja para as atividades aeróbicas, ou seja, que fazem a respiração acelerar e o coração bater mais rápido. Vale lembrar que a musculação estruturada só é recomendada depois que o adolescente atingir o desenvolvimento ósseo e de características sexuais, para evitar riscos ao seu crescimento natural.

Sem competição nem pressão

A pediatra alerta que muitos pais colocam seus filhos para praticar algum esporte de acordo com o que acham mais adequado, mas isso nem sempre condiz com a vontade do pequeno. “Muitas vezes, a criança não quer fazer aquilo, ela não gosta daquele tipo (de modalidade)”, observa. Isso pode gerar sentimentos de frustração, depressão e aversão à prática de atividades físicas. “Então tem que deixá-la praticar o esporte que quiser”, diz Andrea.

Outro aspecto importante a ser considerado é a pressão exercida em cima da criançada. O esporte deve ser um espaço de movimento e diversão, um momento lúdico e de socialização, e não uma obrigação de performance. Por isso, pais e responsáveis não devem fazer cobranças por vitórias nem estimular a competitividade.

Além disso, o preconceito deve ficar de lado: não há esportes para meninas ou para meninos. Todas as atividades podem (e devem) ser praticadas por qualquer criança. Andrea dá o exemplo do futebol e das lutas, antes consideradas modalidades masculinas, e que hoje têm cada vez mais participação feminina.

Benefícios

Quando realizada segundo as orientações, a atividade física beneficia a saúde física e mental de crianças e adolescentes. “Contribui para o equilíbrio e o alongamento, além de favorecer o crescimento, o desenvolvimento motor e a socialização”, lista Andrea. Ela ressalta que os exercícios também garantem a boa oxigenação cerebral, o que, em longo prazo, pode proteger a memória, por exemplo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os esportes na infância ainda melhoram o condicionamento respiratório e muscular da criança, contribuem para níveis adequados de pressão arterial e glicose durante a vida e preservam a saúde óssea. Além disso, são importantes estímulos para o desempenho cognitivo e reduzem sintomas de depressão.

De acordo com o manual da SBP, crianças saudáveis não precisam passar por avaliação específica das condições do coração antes de começar a praticar algum esporte. No geral, isso é recomendado apenas para aquelas que apresentam algum sintoma cardiovascular.

Há apenas um cuidado necessário: evitar o excesso de atividade física, tanto na quantidade de tempo quanto na intensidade, uma vez que isso pode prejudicar o crescimento em vez de contribuir para o pleno desenvolvimento infantil.

Esporte para todos

Na realidade brasileira, é sabido que não basta apenas o incentivo dos pais ou responsáveis para que uma criança pratique um esporte. Há modalidades de difícil acesso.

Por isso, a SBP sinaliza em documento a importância de políticas públicas que promovam a cultura do esporte no Brasil. Algumas medidas sugeridas consistem na implementação de ciclovias no entorno de escolas, parques, praças e praias, na instalação de equipamentos em áreas públicas (como quadras esportivas) e proporcionar a segurança de todos esses espaços.

Para Andrea, além da viabilização de espaços que ampliam o acesso de crianças ao esporte, é preciso também divulgar as oportunidades que já existem. “Tem bastante lugar com vagas gratuitas, como os CEUs (Centro Educacional Unificado) aqui em São Paulo, e muitas escolas, como as de balé, oferecem bolsas”, ressalta. Ela acredita que, por meio da comunicação nas escolas, nos bairros e nas redes sociais, essas oportunidades podem chegar às crianças que desejam iniciar algum esporte.

Guia de esportes por idade

  • 0 a 2 anos: entre os bebês, o estímulo para engatinhar, rolar e buscar objetos com os braços é importante. Nas crianças que já sabem andar, pular, correr ou brincar na água são boas opções para incentivar a movimentação.
  • 2 a 5 anos: caminhar, correr, pular corda, brincar com bolas e andar de bicicleta são boas pedidas, porque estimulam a coordenação motora e também podem favorecer a socialização.
  • 5 a 10 anos: como a criança já possui mais agilidade e coordenação, pode se aventurar em modalidades como natação, futebol, skate, lutas, ginástica, danças e capoeira.
  • 10 a 12 anos: uma ótima fase para aproveitar a velocidade, investindo em exercícios de atletismo e ciclismo, por exemplo.
  • Puberdade: nesse momento, o adolescente se torna mais capaz de realizar exercícios de resistência e explosão de força, como ocorre no tênis, no vôlei e em outros jogos de quadra.

A cada quatro anos, diversas modalidades esportivas dominam a programação na TV e ganham um espaço maior que o de costume na rotina dos brasileiros. Os Jogos Olímpicos, que neste ano acontecem em Paris, evidenciam como o mundo esportivo é vasto e colocam os atletas em destaque, o que pode servir como um incentivo para as crianças.

Para Andrea Patente, pediatra especialista em primeira infância, os pais podem estimular a prática esportiva infantil desde muito cedo. No entanto, há cuidados que devem ser tomados, como ajudar na escolha da modalidade de acordo com a faixa etária e evitar o incentivo à competição.

Segundo especialistas, é importante dar autonomia à criança para que ela escolha o esporte Foto: Drobot Dean/Adobe Stock

Segundo um manual de orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sobre promoção da atividade física na infância, a partir do momento em que uma criança começa a andar, ela deve se manter fisicamente ativa durante pelo menos 180 minutos por dia. Isso pode ser dividido em diversas atividades, como jogar bola, brincar com água e saltar ou correr.

Já com 3 anos, as crianças podem explorar atividades mais estruturadas, como aulas de dança, natação, luta, esportes coletivos e andar de bicicleta. Então, a partir desse momento, pais, professores e outros responsáveis devem adaptar as práticas dos pequenos de acordo com seu crescimento.

O ideal é que a prioridade seja para as atividades aeróbicas, ou seja, que fazem a respiração acelerar e o coração bater mais rápido. Vale lembrar que a musculação estruturada só é recomendada depois que o adolescente atingir o desenvolvimento ósseo e de características sexuais, para evitar riscos ao seu crescimento natural.

Sem competição nem pressão

A pediatra alerta que muitos pais colocam seus filhos para praticar algum esporte de acordo com o que acham mais adequado, mas isso nem sempre condiz com a vontade do pequeno. “Muitas vezes, a criança não quer fazer aquilo, ela não gosta daquele tipo (de modalidade)”, observa. Isso pode gerar sentimentos de frustração, depressão e aversão à prática de atividades físicas. “Então tem que deixá-la praticar o esporte que quiser”, diz Andrea.

Outro aspecto importante a ser considerado é a pressão exercida em cima da criançada. O esporte deve ser um espaço de movimento e diversão, um momento lúdico e de socialização, e não uma obrigação de performance. Por isso, pais e responsáveis não devem fazer cobranças por vitórias nem estimular a competitividade.

Além disso, o preconceito deve ficar de lado: não há esportes para meninas ou para meninos. Todas as atividades podem (e devem) ser praticadas por qualquer criança. Andrea dá o exemplo do futebol e das lutas, antes consideradas modalidades masculinas, e que hoje têm cada vez mais participação feminina.

Benefícios

Quando realizada segundo as orientações, a atividade física beneficia a saúde física e mental de crianças e adolescentes. “Contribui para o equilíbrio e o alongamento, além de favorecer o crescimento, o desenvolvimento motor e a socialização”, lista Andrea. Ela ressalta que os exercícios também garantem a boa oxigenação cerebral, o que, em longo prazo, pode proteger a memória, por exemplo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os esportes na infância ainda melhoram o condicionamento respiratório e muscular da criança, contribuem para níveis adequados de pressão arterial e glicose durante a vida e preservam a saúde óssea. Além disso, são importantes estímulos para o desempenho cognitivo e reduzem sintomas de depressão.

De acordo com o manual da SBP, crianças saudáveis não precisam passar por avaliação específica das condições do coração antes de começar a praticar algum esporte. No geral, isso é recomendado apenas para aquelas que apresentam algum sintoma cardiovascular.

Há apenas um cuidado necessário: evitar o excesso de atividade física, tanto na quantidade de tempo quanto na intensidade, uma vez que isso pode prejudicar o crescimento em vez de contribuir para o pleno desenvolvimento infantil.

Esporte para todos

Na realidade brasileira, é sabido que não basta apenas o incentivo dos pais ou responsáveis para que uma criança pratique um esporte. Há modalidades de difícil acesso.

Por isso, a SBP sinaliza em documento a importância de políticas públicas que promovam a cultura do esporte no Brasil. Algumas medidas sugeridas consistem na implementação de ciclovias no entorno de escolas, parques, praças e praias, na instalação de equipamentos em áreas públicas (como quadras esportivas) e proporcionar a segurança de todos esses espaços.

Para Andrea, além da viabilização de espaços que ampliam o acesso de crianças ao esporte, é preciso também divulgar as oportunidades que já existem. “Tem bastante lugar com vagas gratuitas, como os CEUs (Centro Educacional Unificado) aqui em São Paulo, e muitas escolas, como as de balé, oferecem bolsas”, ressalta. Ela acredita que, por meio da comunicação nas escolas, nos bairros e nas redes sociais, essas oportunidades podem chegar às crianças que desejam iniciar algum esporte.

Guia de esportes por idade

  • 0 a 2 anos: entre os bebês, o estímulo para engatinhar, rolar e buscar objetos com os braços é importante. Nas crianças que já sabem andar, pular, correr ou brincar na água são boas opções para incentivar a movimentação.
  • 2 a 5 anos: caminhar, correr, pular corda, brincar com bolas e andar de bicicleta são boas pedidas, porque estimulam a coordenação motora e também podem favorecer a socialização.
  • 5 a 10 anos: como a criança já possui mais agilidade e coordenação, pode se aventurar em modalidades como natação, futebol, skate, lutas, ginástica, danças e capoeira.
  • 10 a 12 anos: uma ótima fase para aproveitar a velocidade, investindo em exercícios de atletismo e ciclismo, por exemplo.
  • Puberdade: nesse momento, o adolescente se torna mais capaz de realizar exercícios de resistência e explosão de força, como ocorre no tênis, no vôlei e em outros jogos de quadra.

A cada quatro anos, diversas modalidades esportivas dominam a programação na TV e ganham um espaço maior que o de costume na rotina dos brasileiros. Os Jogos Olímpicos, que neste ano acontecem em Paris, evidenciam como o mundo esportivo é vasto e colocam os atletas em destaque, o que pode servir como um incentivo para as crianças.

Para Andrea Patente, pediatra especialista em primeira infância, os pais podem estimular a prática esportiva infantil desde muito cedo. No entanto, há cuidados que devem ser tomados, como ajudar na escolha da modalidade de acordo com a faixa etária e evitar o incentivo à competição.

Segundo especialistas, é importante dar autonomia à criança para que ela escolha o esporte Foto: Drobot Dean/Adobe Stock

Segundo um manual de orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sobre promoção da atividade física na infância, a partir do momento em que uma criança começa a andar, ela deve se manter fisicamente ativa durante pelo menos 180 minutos por dia. Isso pode ser dividido em diversas atividades, como jogar bola, brincar com água e saltar ou correr.

Já com 3 anos, as crianças podem explorar atividades mais estruturadas, como aulas de dança, natação, luta, esportes coletivos e andar de bicicleta. Então, a partir desse momento, pais, professores e outros responsáveis devem adaptar as práticas dos pequenos de acordo com seu crescimento.

O ideal é que a prioridade seja para as atividades aeróbicas, ou seja, que fazem a respiração acelerar e o coração bater mais rápido. Vale lembrar que a musculação estruturada só é recomendada depois que o adolescente atingir o desenvolvimento ósseo e de características sexuais, para evitar riscos ao seu crescimento natural.

Sem competição nem pressão

A pediatra alerta que muitos pais colocam seus filhos para praticar algum esporte de acordo com o que acham mais adequado, mas isso nem sempre condiz com a vontade do pequeno. “Muitas vezes, a criança não quer fazer aquilo, ela não gosta daquele tipo (de modalidade)”, observa. Isso pode gerar sentimentos de frustração, depressão e aversão à prática de atividades físicas. “Então tem que deixá-la praticar o esporte que quiser”, diz Andrea.

Outro aspecto importante a ser considerado é a pressão exercida em cima da criançada. O esporte deve ser um espaço de movimento e diversão, um momento lúdico e de socialização, e não uma obrigação de performance. Por isso, pais e responsáveis não devem fazer cobranças por vitórias nem estimular a competitividade.

Além disso, o preconceito deve ficar de lado: não há esportes para meninas ou para meninos. Todas as atividades podem (e devem) ser praticadas por qualquer criança. Andrea dá o exemplo do futebol e das lutas, antes consideradas modalidades masculinas, e que hoje têm cada vez mais participação feminina.

Benefícios

Quando realizada segundo as orientações, a atividade física beneficia a saúde física e mental de crianças e adolescentes. “Contribui para o equilíbrio e o alongamento, além de favorecer o crescimento, o desenvolvimento motor e a socialização”, lista Andrea. Ela ressalta que os exercícios também garantem a boa oxigenação cerebral, o que, em longo prazo, pode proteger a memória, por exemplo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os esportes na infância ainda melhoram o condicionamento respiratório e muscular da criança, contribuem para níveis adequados de pressão arterial e glicose durante a vida e preservam a saúde óssea. Além disso, são importantes estímulos para o desempenho cognitivo e reduzem sintomas de depressão.

De acordo com o manual da SBP, crianças saudáveis não precisam passar por avaliação específica das condições do coração antes de começar a praticar algum esporte. No geral, isso é recomendado apenas para aquelas que apresentam algum sintoma cardiovascular.

Há apenas um cuidado necessário: evitar o excesso de atividade física, tanto na quantidade de tempo quanto na intensidade, uma vez que isso pode prejudicar o crescimento em vez de contribuir para o pleno desenvolvimento infantil.

Esporte para todos

Na realidade brasileira, é sabido que não basta apenas o incentivo dos pais ou responsáveis para que uma criança pratique um esporte. Há modalidades de difícil acesso.

Por isso, a SBP sinaliza em documento a importância de políticas públicas que promovam a cultura do esporte no Brasil. Algumas medidas sugeridas consistem na implementação de ciclovias no entorno de escolas, parques, praças e praias, na instalação de equipamentos em áreas públicas (como quadras esportivas) e proporcionar a segurança de todos esses espaços.

Para Andrea, além da viabilização de espaços que ampliam o acesso de crianças ao esporte, é preciso também divulgar as oportunidades que já existem. “Tem bastante lugar com vagas gratuitas, como os CEUs (Centro Educacional Unificado) aqui em São Paulo, e muitas escolas, como as de balé, oferecem bolsas”, ressalta. Ela acredita que, por meio da comunicação nas escolas, nos bairros e nas redes sociais, essas oportunidades podem chegar às crianças que desejam iniciar algum esporte.

Guia de esportes por idade

  • 0 a 2 anos: entre os bebês, o estímulo para engatinhar, rolar e buscar objetos com os braços é importante. Nas crianças que já sabem andar, pular, correr ou brincar na água são boas opções para incentivar a movimentação.
  • 2 a 5 anos: caminhar, correr, pular corda, brincar com bolas e andar de bicicleta são boas pedidas, porque estimulam a coordenação motora e também podem favorecer a socialização.
  • 5 a 10 anos: como a criança já possui mais agilidade e coordenação, pode se aventurar em modalidades como natação, futebol, skate, lutas, ginástica, danças e capoeira.
  • 10 a 12 anos: uma ótima fase para aproveitar a velocidade, investindo em exercícios de atletismo e ciclismo, por exemplo.
  • Puberdade: nesse momento, o adolescente se torna mais capaz de realizar exercícios de resistência e explosão de força, como ocorre no tênis, no vôlei e em outros jogos de quadra.

A cada quatro anos, diversas modalidades esportivas dominam a programação na TV e ganham um espaço maior que o de costume na rotina dos brasileiros. Os Jogos Olímpicos, que neste ano acontecem em Paris, evidenciam como o mundo esportivo é vasto e colocam os atletas em destaque, o que pode servir como um incentivo para as crianças.

Para Andrea Patente, pediatra especialista em primeira infância, os pais podem estimular a prática esportiva infantil desde muito cedo. No entanto, há cuidados que devem ser tomados, como ajudar na escolha da modalidade de acordo com a faixa etária e evitar o incentivo à competição.

Segundo especialistas, é importante dar autonomia à criança para que ela escolha o esporte Foto: Drobot Dean/Adobe Stock

Segundo um manual de orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sobre promoção da atividade física na infância, a partir do momento em que uma criança começa a andar, ela deve se manter fisicamente ativa durante pelo menos 180 minutos por dia. Isso pode ser dividido em diversas atividades, como jogar bola, brincar com água e saltar ou correr.

Já com 3 anos, as crianças podem explorar atividades mais estruturadas, como aulas de dança, natação, luta, esportes coletivos e andar de bicicleta. Então, a partir desse momento, pais, professores e outros responsáveis devem adaptar as práticas dos pequenos de acordo com seu crescimento.

O ideal é que a prioridade seja para as atividades aeróbicas, ou seja, que fazem a respiração acelerar e o coração bater mais rápido. Vale lembrar que a musculação estruturada só é recomendada depois que o adolescente atingir o desenvolvimento ósseo e de características sexuais, para evitar riscos ao seu crescimento natural.

Sem competição nem pressão

A pediatra alerta que muitos pais colocam seus filhos para praticar algum esporte de acordo com o que acham mais adequado, mas isso nem sempre condiz com a vontade do pequeno. “Muitas vezes, a criança não quer fazer aquilo, ela não gosta daquele tipo (de modalidade)”, observa. Isso pode gerar sentimentos de frustração, depressão e aversão à prática de atividades físicas. “Então tem que deixá-la praticar o esporte que quiser”, diz Andrea.

Outro aspecto importante a ser considerado é a pressão exercida em cima da criançada. O esporte deve ser um espaço de movimento e diversão, um momento lúdico e de socialização, e não uma obrigação de performance. Por isso, pais e responsáveis não devem fazer cobranças por vitórias nem estimular a competitividade.

Além disso, o preconceito deve ficar de lado: não há esportes para meninas ou para meninos. Todas as atividades podem (e devem) ser praticadas por qualquer criança. Andrea dá o exemplo do futebol e das lutas, antes consideradas modalidades masculinas, e que hoje têm cada vez mais participação feminina.

Benefícios

Quando realizada segundo as orientações, a atividade física beneficia a saúde física e mental de crianças e adolescentes. “Contribui para o equilíbrio e o alongamento, além de favorecer o crescimento, o desenvolvimento motor e a socialização”, lista Andrea. Ela ressalta que os exercícios também garantem a boa oxigenação cerebral, o que, em longo prazo, pode proteger a memória, por exemplo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os esportes na infância ainda melhoram o condicionamento respiratório e muscular da criança, contribuem para níveis adequados de pressão arterial e glicose durante a vida e preservam a saúde óssea. Além disso, são importantes estímulos para o desempenho cognitivo e reduzem sintomas de depressão.

De acordo com o manual da SBP, crianças saudáveis não precisam passar por avaliação específica das condições do coração antes de começar a praticar algum esporte. No geral, isso é recomendado apenas para aquelas que apresentam algum sintoma cardiovascular.

Há apenas um cuidado necessário: evitar o excesso de atividade física, tanto na quantidade de tempo quanto na intensidade, uma vez que isso pode prejudicar o crescimento em vez de contribuir para o pleno desenvolvimento infantil.

Esporte para todos

Na realidade brasileira, é sabido que não basta apenas o incentivo dos pais ou responsáveis para que uma criança pratique um esporte. Há modalidades de difícil acesso.

Por isso, a SBP sinaliza em documento a importância de políticas públicas que promovam a cultura do esporte no Brasil. Algumas medidas sugeridas consistem na implementação de ciclovias no entorno de escolas, parques, praças e praias, na instalação de equipamentos em áreas públicas (como quadras esportivas) e proporcionar a segurança de todos esses espaços.

Para Andrea, além da viabilização de espaços que ampliam o acesso de crianças ao esporte, é preciso também divulgar as oportunidades que já existem. “Tem bastante lugar com vagas gratuitas, como os CEUs (Centro Educacional Unificado) aqui em São Paulo, e muitas escolas, como as de balé, oferecem bolsas”, ressalta. Ela acredita que, por meio da comunicação nas escolas, nos bairros e nas redes sociais, essas oportunidades podem chegar às crianças que desejam iniciar algum esporte.

Guia de esportes por idade

  • 0 a 2 anos: entre os bebês, o estímulo para engatinhar, rolar e buscar objetos com os braços é importante. Nas crianças que já sabem andar, pular, correr ou brincar na água são boas opções para incentivar a movimentação.
  • 2 a 5 anos: caminhar, correr, pular corda, brincar com bolas e andar de bicicleta são boas pedidas, porque estimulam a coordenação motora e também podem favorecer a socialização.
  • 5 a 10 anos: como a criança já possui mais agilidade e coordenação, pode se aventurar em modalidades como natação, futebol, skate, lutas, ginástica, danças e capoeira.
  • 10 a 12 anos: uma ótima fase para aproveitar a velocidade, investindo em exercícios de atletismo e ciclismo, por exemplo.
  • Puberdade: nesse momento, o adolescente se torna mais capaz de realizar exercícios de resistência e explosão de força, como ocorre no tênis, no vôlei e em outros jogos de quadra.

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