Dados da Coronavac trouxeram alívio para cientistas e frustração na ala política do governo Doria


Pesquisadores do Instituto Butantã e servidores técnicos do governo paulista já esperavam que a taxa da Coronavac poderia ficar abaixo da anunciada pela Pfizer

Por Pedro Venceslau e Fabiana Cambricoli

As falhas de comunicação sobre os dados de eficácia da Coronavac começaram ainda dentro do governo paulista, dias antes da coletiva de imprensa que gerou frustração entre cientistas, jornalistas e a população. Enquanto a expectativa do governador João Doria (PSDB) era de alto índice de eficácia, pesquisadores do Instituto Butantã e servidores técnicos do governo paulista já esperavam que a taxa poderia ficar abaixo de outras já anunciadas, como a do imunizante da americana Pfizer, que alcançou 95% de eficiência.

Os cientistas se baseavam em questões técnicas. São poucos os imunizantes que atingem mais de 90% de eficácia - o da gripe, por exemplo, existente há mais de uma década, tem desempenho médio de 40% a 70%. Além disso, vacinas que usam vírus inativados, como a Coronavac, não costumam provocar uma resposta imune tão contundente, embora apresentem menos eventos adversos e sejam mais seguras.

Coronavac, vacina desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Foto: Alex Silva/Estadão
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Mesmo com o tom de cautela dos pesquisadores, que só receberam os dados finais da análise feita por um comitê independente de especialistas um dia antes da coletiva, integrantes do alto escalão da gestão João Doria chegaram a vazar para a imprensa, dois dias antes da coletiva, que a eficácia era superior a 90%.

A informação foi negada pelo Butantã e, nos bastidores, causou revolta entre os pesquisadores do instituto, que, reservadamente, zombaram que o autor do vazamento só poderia ter acesso a esse dado se fosse vidente.

A ausência do governador João Doria na coletiva de imprensa desta quarta-feira foi uma forma de poupá-lo de eventual desgaste. Ele também não participou de coletivas recentes em que foram divulgadas medidas restritivas mais severas por causa da alta de casos de covid-19 no Estado. Por outro lado, fez questão de estar presente em coletivas para anúncios vistos como positivos, como o início da produção da Coronavac e na recepção do carregamento de doses no aeroporto de Guarulhos.

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O resultado de que o índice mínimo de eficácia da vacina foi superado foi motivo de alívio para pesquisadores, que entendem que ao menos ela tem algum nível de proteção contra a covid-19 e poderá obter registro dos órgãos regulatórios. Na ala política do Palácio dos Bandeirantes, porém, o sentimento foi de frustração diante da expectativa criada de que um resultado extraordinário desse ainda mais força à vacina diante das disputas com o presidente Jair Bolsonaro.

As falhas de comunicação sobre os dados de eficácia da Coronavac começaram ainda dentro do governo paulista, dias antes da coletiva de imprensa que gerou frustração entre cientistas, jornalistas e a população. Enquanto a expectativa do governador João Doria (PSDB) era de alto índice de eficácia, pesquisadores do Instituto Butantã e servidores técnicos do governo paulista já esperavam que a taxa poderia ficar abaixo de outras já anunciadas, como a do imunizante da americana Pfizer, que alcançou 95% de eficiência.

Os cientistas se baseavam em questões técnicas. São poucos os imunizantes que atingem mais de 90% de eficácia - o da gripe, por exemplo, existente há mais de uma década, tem desempenho médio de 40% a 70%. Além disso, vacinas que usam vírus inativados, como a Coronavac, não costumam provocar uma resposta imune tão contundente, embora apresentem menos eventos adversos e sejam mais seguras.

Coronavac, vacina desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Foto: Alex Silva/Estadão

Mesmo com o tom de cautela dos pesquisadores, que só receberam os dados finais da análise feita por um comitê independente de especialistas um dia antes da coletiva, integrantes do alto escalão da gestão João Doria chegaram a vazar para a imprensa, dois dias antes da coletiva, que a eficácia era superior a 90%.

A informação foi negada pelo Butantã e, nos bastidores, causou revolta entre os pesquisadores do instituto, que, reservadamente, zombaram que o autor do vazamento só poderia ter acesso a esse dado se fosse vidente.

A ausência do governador João Doria na coletiva de imprensa desta quarta-feira foi uma forma de poupá-lo de eventual desgaste. Ele também não participou de coletivas recentes em que foram divulgadas medidas restritivas mais severas por causa da alta de casos de covid-19 no Estado. Por outro lado, fez questão de estar presente em coletivas para anúncios vistos como positivos, como o início da produção da Coronavac e na recepção do carregamento de doses no aeroporto de Guarulhos.

O resultado de que o índice mínimo de eficácia da vacina foi superado foi motivo de alívio para pesquisadores, que entendem que ao menos ela tem algum nível de proteção contra a covid-19 e poderá obter registro dos órgãos regulatórios. Na ala política do Palácio dos Bandeirantes, porém, o sentimento foi de frustração diante da expectativa criada de que um resultado extraordinário desse ainda mais força à vacina diante das disputas com o presidente Jair Bolsonaro.

As falhas de comunicação sobre os dados de eficácia da Coronavac começaram ainda dentro do governo paulista, dias antes da coletiva de imprensa que gerou frustração entre cientistas, jornalistas e a população. Enquanto a expectativa do governador João Doria (PSDB) era de alto índice de eficácia, pesquisadores do Instituto Butantã e servidores técnicos do governo paulista já esperavam que a taxa poderia ficar abaixo de outras já anunciadas, como a do imunizante da americana Pfizer, que alcançou 95% de eficiência.

Os cientistas se baseavam em questões técnicas. São poucos os imunizantes que atingem mais de 90% de eficácia - o da gripe, por exemplo, existente há mais de uma década, tem desempenho médio de 40% a 70%. Além disso, vacinas que usam vírus inativados, como a Coronavac, não costumam provocar uma resposta imune tão contundente, embora apresentem menos eventos adversos e sejam mais seguras.

Coronavac, vacina desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Foto: Alex Silva/Estadão

Mesmo com o tom de cautela dos pesquisadores, que só receberam os dados finais da análise feita por um comitê independente de especialistas um dia antes da coletiva, integrantes do alto escalão da gestão João Doria chegaram a vazar para a imprensa, dois dias antes da coletiva, que a eficácia era superior a 90%.

A informação foi negada pelo Butantã e, nos bastidores, causou revolta entre os pesquisadores do instituto, que, reservadamente, zombaram que o autor do vazamento só poderia ter acesso a esse dado se fosse vidente.

A ausência do governador João Doria na coletiva de imprensa desta quarta-feira foi uma forma de poupá-lo de eventual desgaste. Ele também não participou de coletivas recentes em que foram divulgadas medidas restritivas mais severas por causa da alta de casos de covid-19 no Estado. Por outro lado, fez questão de estar presente em coletivas para anúncios vistos como positivos, como o início da produção da Coronavac e na recepção do carregamento de doses no aeroporto de Guarulhos.

O resultado de que o índice mínimo de eficácia da vacina foi superado foi motivo de alívio para pesquisadores, que entendem que ao menos ela tem algum nível de proteção contra a covid-19 e poderá obter registro dos órgãos regulatórios. Na ala política do Palácio dos Bandeirantes, porém, o sentimento foi de frustração diante da expectativa criada de que um resultado extraordinário desse ainda mais força à vacina diante das disputas com o presidente Jair Bolsonaro.

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