Psiquiatria e sociedade

Opinião|Dívida causa depressão? Ciência tem a resposta


Normalmente, quem fica em dívida - de qualquer tipo, mas no caso aqui, especificamente, a financeira - costuma ser tomado por uma inquietação, um desconforto, a sensação de ansiedade relacionada àquela situação

Parece que nos últimos dias está todo mundo falando da taxa de juros, de inadimplência, de economia. Comecei a me sentir de fora da conversa, mas me mantive de boca fechada, fugindo do efeito Dunning-Krueger (a gente encontra muito esse efeito hoje em dia: é aquela situação em que quando a pessoa sabe pouco sobre um assunto tende a achar que sabe muito. A pequenez do seu conhecimento a impede de perceber o tamanho de sua ignorância).

No meu caso, noções muito parcas do assunto são uma proteção contra a ilusão de achar que sei alguma coisa, o que evita que eu passe vergonha em muitas discussões.

Pensando melhor, no entanto, achei que era meu dever entrar no debate - não para dizer o que se deve ou não fazer com os juros, mas para trazer à discussão uma dimensão ignorada por dez em cada dez tomadores de decisão nessa área: a saúde mental.

continua após a publicidade

Normalmente, quem fica em dívida - de qualquer tipo, mas no caso aqui, especificamente, a financeira - costuma ser tomado por uma inquietação, um desconforto, a sensação de ansiedade relacionada àquela situação.

Cuide da saúde mental. As dívidas são um fator de risco para adoecimento da mente. Foto: Zac Durant/Unsplash.com

Tanto é verdade que as dívidas são um fator de risco para adoecimento mental: persistir com dívidas altas ao longo do tempo está associado ao risco mais elevado de desenvolvimento de depressão. Tal risco, não surpreendentemente, diminui progressivamente conforme as parcelas caem.

continua após a publicidade

Como as taxas de juros elevadas dificultam o pagamento das dívidas (certo Celso Ming, Adriana Fernandes?), pode-se imaginar que uma trajetória de elevação de juros traga também impacto à saúde mental. E qual não foi minha surpresa ao descobrir que essa hipótese teve sua comprovação num estudo no mundo real.

Em 2018, pesquisadores do Reino Unido publicaram uma pesquisa em que correlacionaram os juros do banco central e o risco de adoecimento na população usando dados de 30 mil britânicos ao longo de 13 anos.

As consequências da elevação dos juros não foram generalizadas na população, mas para as pessoas altamente endividadas cada 1% a mais na taxa aumentava o risco de adoecimento em 2,5%.

continua após a publicidade

No Brasil, país que já figura entre os mais ansiosos e deprimidos do mundo, quase 80% das famílias têm dívidas e 65 milhões de pessoas estão inadimplentes, incapazes de honrá-las. Imagine o estrago que estamos alimentando na saúde mental.

Como quase todo mundo, eu ignoro praticamente todos os fatores importantes para decisões econômicas. Mas estou certo de que a saúde mental de alguma forma deveria entrar na conta - e não podia deixar que os economistas continuassem ignorando o único fator que eu conheço.

Parece que nos últimos dias está todo mundo falando da taxa de juros, de inadimplência, de economia. Comecei a me sentir de fora da conversa, mas me mantive de boca fechada, fugindo do efeito Dunning-Krueger (a gente encontra muito esse efeito hoje em dia: é aquela situação em que quando a pessoa sabe pouco sobre um assunto tende a achar que sabe muito. A pequenez do seu conhecimento a impede de perceber o tamanho de sua ignorância).

No meu caso, noções muito parcas do assunto são uma proteção contra a ilusão de achar que sei alguma coisa, o que evita que eu passe vergonha em muitas discussões.

Pensando melhor, no entanto, achei que era meu dever entrar no debate - não para dizer o que se deve ou não fazer com os juros, mas para trazer à discussão uma dimensão ignorada por dez em cada dez tomadores de decisão nessa área: a saúde mental.

Normalmente, quem fica em dívida - de qualquer tipo, mas no caso aqui, especificamente, a financeira - costuma ser tomado por uma inquietação, um desconforto, a sensação de ansiedade relacionada àquela situação.

Cuide da saúde mental. As dívidas são um fator de risco para adoecimento da mente. Foto: Zac Durant/Unsplash.com

Tanto é verdade que as dívidas são um fator de risco para adoecimento mental: persistir com dívidas altas ao longo do tempo está associado ao risco mais elevado de desenvolvimento de depressão. Tal risco, não surpreendentemente, diminui progressivamente conforme as parcelas caem.

Como as taxas de juros elevadas dificultam o pagamento das dívidas (certo Celso Ming, Adriana Fernandes?), pode-se imaginar que uma trajetória de elevação de juros traga também impacto à saúde mental. E qual não foi minha surpresa ao descobrir que essa hipótese teve sua comprovação num estudo no mundo real.

Em 2018, pesquisadores do Reino Unido publicaram uma pesquisa em que correlacionaram os juros do banco central e o risco de adoecimento na população usando dados de 30 mil britânicos ao longo de 13 anos.

As consequências da elevação dos juros não foram generalizadas na população, mas para as pessoas altamente endividadas cada 1% a mais na taxa aumentava o risco de adoecimento em 2,5%.

No Brasil, país que já figura entre os mais ansiosos e deprimidos do mundo, quase 80% das famílias têm dívidas e 65 milhões de pessoas estão inadimplentes, incapazes de honrá-las. Imagine o estrago que estamos alimentando na saúde mental.

Como quase todo mundo, eu ignoro praticamente todos os fatores importantes para decisões econômicas. Mas estou certo de que a saúde mental de alguma forma deveria entrar na conta - e não podia deixar que os economistas continuassem ignorando o único fator que eu conheço.

Parece que nos últimos dias está todo mundo falando da taxa de juros, de inadimplência, de economia. Comecei a me sentir de fora da conversa, mas me mantive de boca fechada, fugindo do efeito Dunning-Krueger (a gente encontra muito esse efeito hoje em dia: é aquela situação em que quando a pessoa sabe pouco sobre um assunto tende a achar que sabe muito. A pequenez do seu conhecimento a impede de perceber o tamanho de sua ignorância).

No meu caso, noções muito parcas do assunto são uma proteção contra a ilusão de achar que sei alguma coisa, o que evita que eu passe vergonha em muitas discussões.

Pensando melhor, no entanto, achei que era meu dever entrar no debate - não para dizer o que se deve ou não fazer com os juros, mas para trazer à discussão uma dimensão ignorada por dez em cada dez tomadores de decisão nessa área: a saúde mental.

Normalmente, quem fica em dívida - de qualquer tipo, mas no caso aqui, especificamente, a financeira - costuma ser tomado por uma inquietação, um desconforto, a sensação de ansiedade relacionada àquela situação.

Cuide da saúde mental. As dívidas são um fator de risco para adoecimento da mente. Foto: Zac Durant/Unsplash.com

Tanto é verdade que as dívidas são um fator de risco para adoecimento mental: persistir com dívidas altas ao longo do tempo está associado ao risco mais elevado de desenvolvimento de depressão. Tal risco, não surpreendentemente, diminui progressivamente conforme as parcelas caem.

Como as taxas de juros elevadas dificultam o pagamento das dívidas (certo Celso Ming, Adriana Fernandes?), pode-se imaginar que uma trajetória de elevação de juros traga também impacto à saúde mental. E qual não foi minha surpresa ao descobrir que essa hipótese teve sua comprovação num estudo no mundo real.

Em 2018, pesquisadores do Reino Unido publicaram uma pesquisa em que correlacionaram os juros do banco central e o risco de adoecimento na população usando dados de 30 mil britânicos ao longo de 13 anos.

As consequências da elevação dos juros não foram generalizadas na população, mas para as pessoas altamente endividadas cada 1% a mais na taxa aumentava o risco de adoecimento em 2,5%.

No Brasil, país que já figura entre os mais ansiosos e deprimidos do mundo, quase 80% das famílias têm dívidas e 65 milhões de pessoas estão inadimplentes, incapazes de honrá-las. Imagine o estrago que estamos alimentando na saúde mental.

Como quase todo mundo, eu ignoro praticamente todos os fatores importantes para decisões econômicas. Mas estou certo de que a saúde mental de alguma forma deveria entrar na conta - e não podia deixar que os economistas continuassem ignorando o único fator que eu conheço.

Parece que nos últimos dias está todo mundo falando da taxa de juros, de inadimplência, de economia. Comecei a me sentir de fora da conversa, mas me mantive de boca fechada, fugindo do efeito Dunning-Krueger (a gente encontra muito esse efeito hoje em dia: é aquela situação em que quando a pessoa sabe pouco sobre um assunto tende a achar que sabe muito. A pequenez do seu conhecimento a impede de perceber o tamanho de sua ignorância).

No meu caso, noções muito parcas do assunto são uma proteção contra a ilusão de achar que sei alguma coisa, o que evita que eu passe vergonha em muitas discussões.

Pensando melhor, no entanto, achei que era meu dever entrar no debate - não para dizer o que se deve ou não fazer com os juros, mas para trazer à discussão uma dimensão ignorada por dez em cada dez tomadores de decisão nessa área: a saúde mental.

Normalmente, quem fica em dívida - de qualquer tipo, mas no caso aqui, especificamente, a financeira - costuma ser tomado por uma inquietação, um desconforto, a sensação de ansiedade relacionada àquela situação.

Cuide da saúde mental. As dívidas são um fator de risco para adoecimento da mente. Foto: Zac Durant/Unsplash.com

Tanto é verdade que as dívidas são um fator de risco para adoecimento mental: persistir com dívidas altas ao longo do tempo está associado ao risco mais elevado de desenvolvimento de depressão. Tal risco, não surpreendentemente, diminui progressivamente conforme as parcelas caem.

Como as taxas de juros elevadas dificultam o pagamento das dívidas (certo Celso Ming, Adriana Fernandes?), pode-se imaginar que uma trajetória de elevação de juros traga também impacto à saúde mental. E qual não foi minha surpresa ao descobrir que essa hipótese teve sua comprovação num estudo no mundo real.

Em 2018, pesquisadores do Reino Unido publicaram uma pesquisa em que correlacionaram os juros do banco central e o risco de adoecimento na população usando dados de 30 mil britânicos ao longo de 13 anos.

As consequências da elevação dos juros não foram generalizadas na população, mas para as pessoas altamente endividadas cada 1% a mais na taxa aumentava o risco de adoecimento em 2,5%.

No Brasil, país que já figura entre os mais ansiosos e deprimidos do mundo, quase 80% das famílias têm dívidas e 65 milhões de pessoas estão inadimplentes, incapazes de honrá-las. Imagine o estrago que estamos alimentando na saúde mental.

Como quase todo mundo, eu ignoro praticamente todos os fatores importantes para decisões econômicas. Mas estou certo de que a saúde mental de alguma forma deveria entrar na conta - e não podia deixar que os economistas continuassem ignorando o único fator que eu conheço.

Parece que nos últimos dias está todo mundo falando da taxa de juros, de inadimplência, de economia. Comecei a me sentir de fora da conversa, mas me mantive de boca fechada, fugindo do efeito Dunning-Krueger (a gente encontra muito esse efeito hoje em dia: é aquela situação em que quando a pessoa sabe pouco sobre um assunto tende a achar que sabe muito. A pequenez do seu conhecimento a impede de perceber o tamanho de sua ignorância).

No meu caso, noções muito parcas do assunto são uma proteção contra a ilusão de achar que sei alguma coisa, o que evita que eu passe vergonha em muitas discussões.

Pensando melhor, no entanto, achei que era meu dever entrar no debate - não para dizer o que se deve ou não fazer com os juros, mas para trazer à discussão uma dimensão ignorada por dez em cada dez tomadores de decisão nessa área: a saúde mental.

Normalmente, quem fica em dívida - de qualquer tipo, mas no caso aqui, especificamente, a financeira - costuma ser tomado por uma inquietação, um desconforto, a sensação de ansiedade relacionada àquela situação.

Cuide da saúde mental. As dívidas são um fator de risco para adoecimento da mente. Foto: Zac Durant/Unsplash.com

Tanto é verdade que as dívidas são um fator de risco para adoecimento mental: persistir com dívidas altas ao longo do tempo está associado ao risco mais elevado de desenvolvimento de depressão. Tal risco, não surpreendentemente, diminui progressivamente conforme as parcelas caem.

Como as taxas de juros elevadas dificultam o pagamento das dívidas (certo Celso Ming, Adriana Fernandes?), pode-se imaginar que uma trajetória de elevação de juros traga também impacto à saúde mental. E qual não foi minha surpresa ao descobrir que essa hipótese teve sua comprovação num estudo no mundo real.

Em 2018, pesquisadores do Reino Unido publicaram uma pesquisa em que correlacionaram os juros do banco central e o risco de adoecimento na população usando dados de 30 mil britânicos ao longo de 13 anos.

As consequências da elevação dos juros não foram generalizadas na população, mas para as pessoas altamente endividadas cada 1% a mais na taxa aumentava o risco de adoecimento em 2,5%.

No Brasil, país que já figura entre os mais ansiosos e deprimidos do mundo, quase 80% das famílias têm dívidas e 65 milhões de pessoas estão inadimplentes, incapazes de honrá-las. Imagine o estrago que estamos alimentando na saúde mental.

Como quase todo mundo, eu ignoro praticamente todos os fatores importantes para decisões econômicas. Mas estou certo de que a saúde mental de alguma forma deveria entrar na conta - e não podia deixar que os economistas continuassem ignorando o único fator que eu conheço.

Tudo Sobre

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.