Psiquiatria e sociedade

Opinião|Procurando problemas


Focado em passar cada vez mais tempo longe das telas, tenho me dedicado a jogos analógicos, que exercitam o cérebro e garantem diversão

Por Daniel Martins de Barros
Atualização:

Eu ando muito interessado em tentar resolver problemas. Problemas que tenham solução, claro; mas, ainda assim, desafiadores. E detalhe: com os quais eu possa lidar sozinho. Mas não se trata de apreço pelo sofrimento; bem ao contrário, essa é uma fonte de prazer bastante sofisticada. Estou falando de jogos solo, feitos para uma só pessoa.

Muitos leitores sabem que estou em campanha para sair das telas – e arrastar para fora delas todo mundo que puder. Além disso, defendo que todos exercitemos o cérebro. Os jogos analógicos, com cartas, tabuleiros, dados, peões ou simplesmente papel e lápis são excelentes para tais objetivos: nos engajam em atividades fora das telas e põe o cérebro para trabalhar. E sim, são prazerosos.

Jogos analógicos exercitam o cérebro e proporcionam diversão Foto: janzwolinski/Adobe Stock
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Existem duas maneiras de se chegar a uma solução: examinando o problema, pensando sobre ele, dando tempo para que seus elementos sejam apreendidos, até que, de repente, a resposta nos salta aos olhos.

Esse momento de revelação, quase uma epifania, pode ser muito prazeroso. Já a outra maneira é analisar bem detalhadamente a situação, testando uma solução após outra até achar a correta. Esse método não produz a mesma sensação de recompensa.

Seria como montar um quebra-cabeça, testando peça por peça, até uma se encaixar. Chato. Na prática, não é assim que fazemos. Olhamos o tamanho do buraco, a cor do entorno, seu formato e, passando os olhos pelo conjunto de peças, algumas nos chamam atenção; dentre elas que aparece a correta. Trata-se de um processo mais parecido com o insight do que com a análise detalhada. Sem isso, os quebra-cabeças não seriam um hobby popular.

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Os jogos solo, feito para um jogador, são desafios apresentados de forma lúdica (preferencialmente, para meu objetivo de sair das telas, em suporte analógico) nos quais raciocínio, memória, atenção e planejamento são recrutados para tomar decisões aproximando-nos de uma solução.

Na atual era de ouro dos jogos de tabuleiro em que estamos, a oferta é vasta. No Brasil, já temos jogos grandes e elaborados, como o Under falling skies (Editora Devir) ou o recém-lançado O Legado de Yu (Editora Mosaico), por exemplo. Mas há também títulos para serem impressos em casa, desde os simples e gratuitos até os belos e sofisticados – embora bastante acessíveis – do pequeno estúdio Postmark Games.

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Sair das telas, exercitar o cérebro e ainda se divertir sem precisar de companhia nem gastar muito dinheiro. Quando podemos escolher os problemas que queremos, as recompensas são grandes.

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Jogo da Editora Devir é boa opção para brincar e exercitar o cérebro com os amigos ou família

Eu ando muito interessado em tentar resolver problemas. Problemas que tenham solução, claro; mas, ainda assim, desafiadores. E detalhe: com os quais eu possa lidar sozinho. Mas não se trata de apreço pelo sofrimento; bem ao contrário, essa é uma fonte de prazer bastante sofisticada. Estou falando de jogos solo, feitos para uma só pessoa.

Muitos leitores sabem que estou em campanha para sair das telas – e arrastar para fora delas todo mundo que puder. Além disso, defendo que todos exercitemos o cérebro. Os jogos analógicos, com cartas, tabuleiros, dados, peões ou simplesmente papel e lápis são excelentes para tais objetivos: nos engajam em atividades fora das telas e põe o cérebro para trabalhar. E sim, são prazerosos.

Jogos analógicos exercitam o cérebro e proporcionam diversão Foto: janzwolinski/Adobe Stock

Existem duas maneiras de se chegar a uma solução: examinando o problema, pensando sobre ele, dando tempo para que seus elementos sejam apreendidos, até que, de repente, a resposta nos salta aos olhos.

Esse momento de revelação, quase uma epifania, pode ser muito prazeroso. Já a outra maneira é analisar bem detalhadamente a situação, testando uma solução após outra até achar a correta. Esse método não produz a mesma sensação de recompensa.

Seria como montar um quebra-cabeça, testando peça por peça, até uma se encaixar. Chato. Na prática, não é assim que fazemos. Olhamos o tamanho do buraco, a cor do entorno, seu formato e, passando os olhos pelo conjunto de peças, algumas nos chamam atenção; dentre elas que aparece a correta. Trata-se de um processo mais parecido com o insight do que com a análise detalhada. Sem isso, os quebra-cabeças não seriam um hobby popular.

Os jogos solo, feito para um jogador, são desafios apresentados de forma lúdica (preferencialmente, para meu objetivo de sair das telas, em suporte analógico) nos quais raciocínio, memória, atenção e planejamento são recrutados para tomar decisões aproximando-nos de uma solução.

Na atual era de ouro dos jogos de tabuleiro em que estamos, a oferta é vasta. No Brasil, já temos jogos grandes e elaborados, como o Under falling skies (Editora Devir) ou o recém-lançado O Legado de Yu (Editora Mosaico), por exemplo. Mas há também títulos para serem impressos em casa, desde os simples e gratuitos até os belos e sofisticados – embora bastante acessíveis – do pequeno estúdio Postmark Games.

Sair das telas, exercitar o cérebro e ainda se divertir sem precisar de companhia nem gastar muito dinheiro. Quando podemos escolher os problemas que queremos, as recompensas são grandes.

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Jogo da Editora Devir é boa opção para brincar e exercitar o cérebro com os amigos ou família

Eu ando muito interessado em tentar resolver problemas. Problemas que tenham solução, claro; mas, ainda assim, desafiadores. E detalhe: com os quais eu possa lidar sozinho. Mas não se trata de apreço pelo sofrimento; bem ao contrário, essa é uma fonte de prazer bastante sofisticada. Estou falando de jogos solo, feitos para uma só pessoa.

Muitos leitores sabem que estou em campanha para sair das telas – e arrastar para fora delas todo mundo que puder. Além disso, defendo que todos exercitemos o cérebro. Os jogos analógicos, com cartas, tabuleiros, dados, peões ou simplesmente papel e lápis são excelentes para tais objetivos: nos engajam em atividades fora das telas e põe o cérebro para trabalhar. E sim, são prazerosos.

Jogos analógicos exercitam o cérebro e proporcionam diversão Foto: janzwolinski/Adobe Stock

Existem duas maneiras de se chegar a uma solução: examinando o problema, pensando sobre ele, dando tempo para que seus elementos sejam apreendidos, até que, de repente, a resposta nos salta aos olhos.

Esse momento de revelação, quase uma epifania, pode ser muito prazeroso. Já a outra maneira é analisar bem detalhadamente a situação, testando uma solução após outra até achar a correta. Esse método não produz a mesma sensação de recompensa.

Seria como montar um quebra-cabeça, testando peça por peça, até uma se encaixar. Chato. Na prática, não é assim que fazemos. Olhamos o tamanho do buraco, a cor do entorno, seu formato e, passando os olhos pelo conjunto de peças, algumas nos chamam atenção; dentre elas que aparece a correta. Trata-se de um processo mais parecido com o insight do que com a análise detalhada. Sem isso, os quebra-cabeças não seriam um hobby popular.

Os jogos solo, feito para um jogador, são desafios apresentados de forma lúdica (preferencialmente, para meu objetivo de sair das telas, em suporte analógico) nos quais raciocínio, memória, atenção e planejamento são recrutados para tomar decisões aproximando-nos de uma solução.

Na atual era de ouro dos jogos de tabuleiro em que estamos, a oferta é vasta. No Brasil, já temos jogos grandes e elaborados, como o Under falling skies (Editora Devir) ou o recém-lançado O Legado de Yu (Editora Mosaico), por exemplo. Mas há também títulos para serem impressos em casa, desde os simples e gratuitos até os belos e sofisticados – embora bastante acessíveis – do pequeno estúdio Postmark Games.

Sair das telas, exercitar o cérebro e ainda se divertir sem precisar de companhia nem gastar muito dinheiro. Quando podemos escolher os problemas que queremos, as recompensas são grandes.

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Jogo da Editora Devir é boa opção para brincar e exercitar o cérebro com os amigos ou família

Eu ando muito interessado em tentar resolver problemas. Problemas que tenham solução, claro; mas, ainda assim, desafiadores. E detalhe: com os quais eu possa lidar sozinho. Mas não se trata de apreço pelo sofrimento; bem ao contrário, essa é uma fonte de prazer bastante sofisticada. Estou falando de jogos solo, feitos para uma só pessoa.

Muitos leitores sabem que estou em campanha para sair das telas – e arrastar para fora delas todo mundo que puder. Além disso, defendo que todos exercitemos o cérebro. Os jogos analógicos, com cartas, tabuleiros, dados, peões ou simplesmente papel e lápis são excelentes para tais objetivos: nos engajam em atividades fora das telas e põe o cérebro para trabalhar. E sim, são prazerosos.

Jogos analógicos exercitam o cérebro e proporcionam diversão Foto: janzwolinski/Adobe Stock

Existem duas maneiras de se chegar a uma solução: examinando o problema, pensando sobre ele, dando tempo para que seus elementos sejam apreendidos, até que, de repente, a resposta nos salta aos olhos.

Esse momento de revelação, quase uma epifania, pode ser muito prazeroso. Já a outra maneira é analisar bem detalhadamente a situação, testando uma solução após outra até achar a correta. Esse método não produz a mesma sensação de recompensa.

Seria como montar um quebra-cabeça, testando peça por peça, até uma se encaixar. Chato. Na prática, não é assim que fazemos. Olhamos o tamanho do buraco, a cor do entorno, seu formato e, passando os olhos pelo conjunto de peças, algumas nos chamam atenção; dentre elas que aparece a correta. Trata-se de um processo mais parecido com o insight do que com a análise detalhada. Sem isso, os quebra-cabeças não seriam um hobby popular.

Os jogos solo, feito para um jogador, são desafios apresentados de forma lúdica (preferencialmente, para meu objetivo de sair das telas, em suporte analógico) nos quais raciocínio, memória, atenção e planejamento são recrutados para tomar decisões aproximando-nos de uma solução.

Na atual era de ouro dos jogos de tabuleiro em que estamos, a oferta é vasta. No Brasil, já temos jogos grandes e elaborados, como o Under falling skies (Editora Devir) ou o recém-lançado O Legado de Yu (Editora Mosaico), por exemplo. Mas há também títulos para serem impressos em casa, desde os simples e gratuitos até os belos e sofisticados – embora bastante acessíveis – do pequeno estúdio Postmark Games.

Sair das telas, exercitar o cérebro e ainda se divertir sem precisar de companhia nem gastar muito dinheiro. Quando podemos escolher os problemas que queremos, as recompensas são grandes.

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Jogo da Editora Devir é boa opção para brincar e exercitar o cérebro com os amigos ou família

Opinião por Daniel Martins de Barros

Professor colaborador do Dep. de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP. Autor do livro 'Rir é Preciso'

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